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sexta-feira, janeiro 18, 2008

Mudámos!

Por ocasião do nosso... 3º Aniversário (!), decidimos mudar de casa e, consequentemente, de Endereço. Agora pode ler-nos em:

http://amesadecafe.wordpress.com/

Quem tiver paciência actualize, por favor, os links nos respectivos blogs. Obrigado!

Brilhante!

Luís Filipe Menezes já estava com saudades do Pequeno ecrã.

Não achou nada melhor que fazer uma sugestão bacoca sobre a programação da RTP (ainda vá) e a Sic!

Desconheço o que o homem esperava com semelhante táctica, mas será que ele achava mesmo que as direcções dos canais iriam seguir alegremente os conselhos de sua excelência?

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Genial!

Pensadores independentes

A DECISÃO DE RATIFICAR O TRATADO DE LISBOA na Assembleia da República, com recusa do referendo, foi um belo exemplo de não cumprimento de promessas, de cinismo político e de ocultação de evidências. Sócrates chegou a dizer, pestanejando, que “este tratado não tem nada a ver com o anterior”. E que as suas propostas eleitorais e de programa de governo apenas se referiam à hipótese do anterior tratado constitucional. Estava pois livre de compromissos e apenas decidiria em função dos interesses nacionais, sem sequer se sentir influenciado pelos governantes alemães, ingleses e franceses que não queriam referendo; nem pressionado pelo Presidente da República; nem desmotivado pela decisão prévia do PSD. Como, por outro lado, sabia “que 90 por cento dos deputados eram a favor do tratado”, concluiu, com uma pirueta lógica arrepiante, que não valia a pena colocar a pergunta ao eleitorado! Ele também sabia que a maioria dos portugueses diria que sim ao referendo, mas receava que os outros povos europeus, depois de ver os portugueses, seguissem o exemplo. Em consequência, os governos convocariam os respectivos referendos. Ora, havia o risco de alguns dizerem que não. A terminar: Portugal não poderia ficar na história como o país que, depois de ter feito o tratado, dera cabo dele! Todo o seu raciocínio é megalómano e pueril. As suas demonstrações não têm lógica. Das premissas, não resultam as conclusões. Os factos não são os que ele recorda. A cronologia não é a que ele invoca.

O SEGUNDO GRANDE ACONTECIMENTO da semana foi o da decisão de construir o aeroporto em Alcochete, afastando a OTA. O relatório do LNEC fora entregue ao Primeiro-ministro dois dias antes. Bastaram-lhe quarenta e oito horas para tomar uma decisão firme. OTA já foi! Alcochete será! A ponte sobre o Tejo, de Chelas ao Barreiro, vem por acréscimo. Milhões de contos de estudos e projectos, dez anos de trabalho duro e trinta de especulações foram varridos pela capacidade de decisão fulminante do homem que nos governa. A decisão é “prévia”, figura estranha para gesto tão dramático. É também “preliminar”, eufemismo para uso em Bruxelas, dado que estas decisões são geralmente precedidas, não seguidas, de estudos de impacto ambiental. Tudo o que se disse antes, as certezas inabaláveis de Sócrates, as anedotas de Mário Lino e os sólidos estudos preparatórios feitos pelas mais idóneas entidades técnicas do mundo foi ultrapassado por uma rápida leitura de um “sumário executivo” e por quarenta e oito horas de prazo estudado. Vale a pena ressuscitar frases e pensamentos, de um e de outro, de 2007: “Quem tiver ideias contrárias às do governo, relativamente ao aeroporto da OTA, presta um mau serviço ao país”! “O aeroporto da OTA é uma questão pessoal”! “A OTA é a única solução”! “A decisão de construir na OTA é irreversível”! Só para refrescar a memória.

OS SISTEMAS DE DECISÃO VIGENTES EM PORTUGAL são tais que estes procedimentos, recheados de demagogia, erros, mentiras e disparates, são possíveis e não são alterados. Estuda-se pouco, estuda-se mal e estuda-se secretamente. Mas, sobretudo, estuda-se apenas o que se quer fazer. Primeiro decide-se, depois estuda-se. E só se estuda o que confirma a decisão. E pagam-se os estudos que a fundamentam. O governo não é regularmente assessorado por gente capaz, politicamente independente e tecnicamente competente. O governo não acredita nas virtualidades do debate público permanente e da libertação de toda a informação necessária a qualquer decisão. Até neste caso, aceitar-se-ia, por exemplo, que os relatórios do LNEC fossem escrutinados e postos à prova do debate público durante umas semanas ou uns meses. Mas tudo isso seria pôr em causa a “determinação” do governo, o seu machismo teimoso. São estes procedimentos, a acrescentar à megalomania dos grandes projectos, que fazem com que as obras públicas sejam o que são: prazos dilatados, acidentes sem responsabilidade, espiral de custos para o Estado, “trabalhos a mais” e emaranhado de interesses privados e públicos.Ainda agora, com a ponte de Chelas para o Barreiro, o facto de o presidente da Lusoponte ser o antigo ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral, parece não perturbar ninguém. Mas a verdade é que foi ele o signatário, por parte do governo, do contrato com a Lusoponte que prevê que esta tenha o exclusivo dos direitos de atravessamento do Tejo (de Vila Franca ao mar), o que significa que o Estado tem que a indemnizar. Mesmo que a honestidade das pessoas seja a toda a prova, a certeza é a de que há conflitos de interesses, há promiscuidade e há ligações perigosas entre público e privado. São gestos como este que mostram como é frágil o Estado português. Como são atrevidos os governantes.
Num caso e noutro, o referendo e o aeroporto, os governantes mentiram, desdisseram-se, negaram o que tinha afirmado, mudaram de opinião e de certezas, voltaram atrás, disseram que não tinham dito, não era bem assim, só queriam dizer que era isto e não aquilo... Neste exercício de garantir o que não é evidente para ninguém e de negar o que disse e prometeu, Sócrates foi absolutamente excelente. Revelou a convicção de um vendedor de persianas. Portou-se com a inocência de um escuteiro. Sócrates está convencido de que pode vender o que quiser a quem quer que seja. Basta ele falar, controlar a informação, negar a evidência, garantir as suas certezas e elogiar o produto!

Como os governantes não mudam de estilo nem de sistema, a não ser que a isso sejam forçados, já não vale a pena esperar pelos efeitos correctores desta semana nos seus comportamentos. Mas a população assistiu. Viu. Pôde tirar conclusões. Se, como os animais, os homens aprendessem com a experiência, esta semana teria sido gloriosa. Ficaria na história como um dos momentos altos de aprendizagem da arte de ser governado. Perder-se-ia rapidamente a confiança em Sócrates. Este Governo teria o desfavor público. A competência técnica, a seriedade e as promessas do Governo passariam a ser motivo de gargalhada e desprezo. Infelizmente, parece que os homens em geral e os portugueses em particular não são como os animais. Não aprendem.


António Barreto in jornal "O Público" de 13 de Janeiro de 2008



Ainda bem que ainda há livres pensadores, que pensam pela sua cabeça em vez de pensarem, como carneiros, pela cabeça do partido. É que, num país recheado de oportunistas, são cada vez mais raros esses casos.

domingo, janeiro 13, 2008

ACADÉMICA


Empatar com o Sporting ainda é um bom Resultado?

Balanço Musical de 2007

Com o objectivo de que o blog tenha mais contribuições extra-política, dedicarei este meu 1º post à música. Apesar de já estarmos em 2008, ainda vou a tempo de fazer um balanço escrito do que foi o ano de 2007 em termos musicais. Assim sendo, aqui vão 20 albuns e 20 músicas que destaco do ano que passou. Foi uma escolha naturalmente difícil, pois houve muita e boa música (e também muita música má claro) em 2007 e porque, obviamente, por muito que uma pessoa ouça, fica sempre uma quantidade infindável de coisas por ouvir.


Albuns:

Andrew Bird - Armchair Apocrypha
Arcade Fire - Neon Bible
Beirut - The Flying Club Cup
Blonde Redhead - 23
Bowerbirds - Hymns for a Dark Horse
Bright Eyes - Cassadaga
Diabo a Sete - Parainfernalia
Editors - An End Has a Start
JP Simões - 1970
Klaxons - Myths of the Near Future
Laura Veirs - Saltbreakers
LCD Soundsystem - Sound of Sliver
Low - Drums & Guns
National - Boxer
Norberto Lobo - Mudar de Bina
Panda Bear - Person Pitch
PJ Harvey - White Chalk
Radiohead - In Rainbows
Spoon - Ga Ga Ga Ga Ga
Thurston Moore - Trees Outside the Academy


Músicas:

Air & Jarvis Cocker - One Hell of a Party
Andrew Bird - Plasticities
Battles - Atlas
Blonde Redhead - Spring and by Summer Fall
Bright Eyes - No one Would Riot for Less
Diabo a Sete - Dança dos Camafeus
Interpol - Pioneer to the Falls
JP Simões – 1970 (Retrato)
Júlio Pereira - Areias de Sal
Klaxons - Two receivers
Kula Shaker - Song of Love-Naraiannah
Low - Take Your Time
National - Ada
Patrick Wolf & Marianne Faithful - Magpie
PJ Harvey - White Chalk
Radiohead - Videotape
Rufus Wainwright - Going to a Town
Shannon Wright - Steadfast but true
Shins - Australia
Thurston Moore & Christina Carter - Honest James


(Usei como regra serem verdadeiramente temas e albuns de 2007, o que fez com que as muito boas colectâneas de raridades de Elliott Smith e dos Sigur Ros, lançadas no ano passado mas constituídas por temas antigos, não pudessem estar aqui)


P.S. Quero aproveitar para agradecer à gerência da "amesadocafé" a oportunidade que me dão de poder, com humildade, participar neste prestigiado blog. Um bem haja para todos vocês.

sábado, janeiro 12, 2008

Leve análise sobre os 3 principais candidatos democratas nas primárias dos EUA

Hillary Clinton venceu há dias Barack Obama, por uma margem de 2%, nas Eleições Primárias do Partido Democrata no New Hampshire (onde, ‘by the way’, viveu o “nosso amigo” Bill Bryson).

Não me atrevendo a ser muito arrojado, dados os parcos conhecimentos sobre a matéria, vou tentar fazer uma brevíssima comparação entre os 3 principais candidatos deste partido. A análise baseia-se muito mais no sentimento que me provoca cada uma das figuras, do que propriamente no background de cada um, ou na campanha (que só comecei a acompanhar mais a sério desde as primárias do Iowa).

- John Edwards – De todos o menos conhecido (e também em pior lugar nas sondagens, embora tenha ficado em 2º, à frente de Hillary, no Iowa). No entanto, não é de desprezar. Por um lado, o sistema político dos EUA já provou ser prolífero em surpresas. Por outro, há o não negligenciável carisma de Edwards. Ao vê-lo discursar é fácil apercebermo-nos do modo hábil como este candidato se faz valer do seu passado de “defensor das classes médias contra o poder instalado” e de “self-made-man” para, com um discurso esfusiante, levar ao êxtase a multidão que o segue fielmente. É contudo, este aspecto que pessoalmente mais me desagrada, pois denota um estilo claramente populista. Finalmente, não convém esquecer o facto de este ser o único candidato cujo género ou raça não foge ao comum (ou melhor dizendo, ao que sempre aconteceu entre os presidentes anteriores). Para ser sincero, não sei de que modo este factor influenciará o sucesso da sua candidatura, mas, tal como haverá pessoas a votar nos outros dois candidatos pela mudança, também as haverá concerteza, que votarão neste pelo motivo contrário.

- Hillary Clinton – Os apoiantes desta candidata dividem-se entre os que a apoiam unicamente por ter o marido ao lado, e, portanto, num claro desejo de retorno à prosperidade da era Clinton, e os que, pelo contrário, a admiram pela tenacidade com que lidou com toda a situação que viveu no final de mandato do marido e, porque não, até pelas suas qualidades como Senadora. Esta candidatura contém dois aspectos centrais: por um lado, o regresso ao passado (mas no sentido positivo), por outro, algo inteiramente novo: uma mulher no poder. O facto de os EUA poderem vir a ter, pela primeira vez na história, uma mulher na Casa Branca, é razão suficiente para não me importar com a vitória de Hillary. Contudo, há algo nela que não me agrada muito. Soa artificial. Para além disso, não deixa de me preocupar o facto de, em caso de vitória sua, se completarem 20 anos (com sérias expectativas de virem a ser 28) de poder nos Estados Unidos repartido unicamente por 2 famílias: Bush e Clinton. Isto, note-se, num universo de quase 300 Milhões de habitantantes.

- Barack Obama – Na casa dos 40, é o mais novo dos 3 candidatos. É, claramente, o mais carismático. Sendo, contudo, um carisma bastante discreto e calmo (pouco à imagem do que estamos habituados na política “à antiga”). Este aspecto tem feito com que tenha sido frequentemente dito que reencarna melhor o “Espírito Clinton” do que a própria Hillary (tendo, aliás, um precurso semelhante na evolução nas sondagens). Para além disso, e como não podia deixar de ser, já foi comparado a Kennedy. Uma das suas grandes propostas, e na qual se diferencia muito dos restantes candidatos, é a instauração de um Sistema Nacional de Saúde (penso que se diz: Health Care System) nos EUA.

O facto de ser preto (ou deverei dizer “negro”? Nunca percebi…) pode tirar-lhe alguns (muitos) votos e persiste a dúvida sobre se a América está preparada para ter um “afro-americano” no Poder, mais até do que uma mulher.

Pela juventude, pelo carisma, pela proposta do SNS e, finalmente, pelo que significaria para os EUA ter um presidente afro-americano, este é, até ver, o meu candidato preferido.

P.S. É fantástico como mesmo num país como os EUA as sondagens continuam a falhar ou, quando não o fazem, a oscilar terrivelmente nos dias que antecedem as Eleições. No próprio dia estas colocavam Obama claramente na frente, graças à (suposta) maré de vitória criada nas Eleições (“caucus”) do Iowa.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O estranho caso de Luisão

Luisão é o capitão do Benfica.

No decorrer de uma partida “trava-se de razões” com um jogador da própria equipa, Katsouranis, e só não chegam a “vias de facto” graças à pronta intervenção dos colegas.

Segundo a lógica que me parece estar subjacente ao cargo de Capitão de Equipa, Luisão tem uma responsabilidade relativamente ao seu comportamento em campo bastante superior à dos companheiros.

No entanto, o Benfica resolveu punir com um castigo bem mais pesado Katsouranis, sob o pretexto de que, sendo Luisão capitão, tinha o direito a envolver-se, de modo a disciplinar o jogador.

Ora, pergunto eu, não é, pelo contrário, função do Capitão zelar para que não haja quezílias durante a partida? E quando ele próprio se envolve numa, não é isso muito mais grave que no caso de não ter a função de capitão?

Para meu espanto, o Benfica não parece entender assim…!

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Engenharia Política

O governo de Sócrates tem uma máquina de propaganda que não conhece limites: neste aspecto, subscrevo totalmente a teoria da conspiração de Pacheco Pereira. É óbvio que Sócrates já tomou a decisão de não referendar o Tratado há muito tempo. No entanto, era necessário não passar uma imagem de incúria. Solução: passa-se a ideia de que pelo governo haveria referendo, e que foram as pressões externas (Cavaco, Merkel e Sarkozy) que ditaram o rumo dos acontecimentos. Devíamos começar a eleger agências de comunicação: a do governo ganharia por maioria absoluta...

Vencedores? Perdedores?

No dia em que se conhece a nova localização do Aeroporto, a SIC não perde tempo, iniciando directos a partir de "Canha" e da OTA, em que, no primeiro, um campino surge por trás da jornalista saltitando e tocando a sua harmónica (reconheci imediatamente o "Apita o Combóio") e, no segundo, há depoimentos emocionados em que se dá os "parabéns" aos vitoriosos ("Eu como Otário dou já aqui os parabéns a Alcochete...!" sic). Se eu não soubesse, diria que o Gato Fedorento tinha voltado. 

Ainda a Lei do Tabaco

É algo de muito curioso o que se passa com a discussão desta Lei.

Tenho ouvido, nos últimos dias, diversas queixas. No entanto, estas passam quase sempre pela crítica feroz à proibição nos Restaurantes, Cafés, Bares e Discotecas.

É extraordinário: Com tantas falhas (não falando do lado paternalista) a apontar à nova Lei, porquê a insistência no que é, no mínimo, defensável?

Não é (muito mais) inqualificável a proibição em Centros Comerciais e, pior, Gabinetes ou Escritórios (que são, na maioria do tempo, frequentados apenas por uma pessoa)?

Isto sim, devia ser mudado!

P.S. Ainda a propósito da crónica cujo excerto consta do post anterior, devo ressalvar que, à excepção dos trechos que correspondem aos habituais (e aqui levados ao extremo) devaneios imoderados do MST, concordei com grande parte das coisas referidas, entre as quais as evidentes imbecilidades da Lei que apontei atrás.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Apocalypse Now

"(...) Com a entrada em vigor da famigerada Lei 37/07 - a lei antitabagismo -, passa a vigorar entre nós uma lei do terror e o país reencontra-se com a sua velha vocação de proibicionismo, delação e repressão dos direitos individuais. Tudo para perseguir um vício que, note-se, é, todavia, legal e fomentado pelo próprio Estado. O Estado financia, com dinheiros europeus, o cultivo de tabaco; o Estado produz e comercializa cigarros, em regime de quase monopólio, através da empresa pública Tabaqueira; o Estado taxa, de seguida, a venda de cigarros (que ele próprio promove), constituindo essa uma das suas principais fontes de receita. E, no fim do processo, o mesmo Estado, movido pela nobre intenção de defender a saúde pública, decreta que quem fuma deve ser perseguido, denunciado e multado em todo o lado. Qualquer "dealer" de drogas duras tem mais credibilidade moral do que o Estado português. Nem os "dealers" de heroína perseguem os clientes nem o Governo da Arábia Saudita promove a venda de álcool aos fiéis a quem proíbe beber..."

Miguel Sousa Tavares, in Expresso

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