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domingo, janeiro 30, 2005

FAHRENHEIT 9/11

a mesa de cafe

Recomendo a todos os que ainda não tiveram a oportunidade de ver o filme/documentário de Michael Moore Fahrenheit 9/11, que o façam, porque é dos melhores que tenho visto até hoje. Dá-nos uma visão objectiva e clara de aspectos que vão desde a fraudulenta eleição de Bush ao porquê deste se ter negado a criar um corpo de investigação independente tendo em vista os ataques do 11 de Setembro, as verdadeiras ligações da família Bush ao petróleo (explicando assim o motivo da invasão Iraquiana), o modo como o pavor do terrorismo é semeado nos counties, que justifica o apego ao líder, que vai muito para além da ideologia, a preocupante fatia saudita (6% da economia dos EUA) e o rombo que esta provocaria se deixasse de existir, enfim...bastante esclarecedor de toda uma série de aspectos que vão ficando esquecidos com o tempo mas que são de suma importância para compreender verdadeiramente o que se está a passar verdadeiramente com os EUA, mais precisamente com a administração do arbusto.
Se quiserem saber mais detalhadamente ao que me refiro, não deixem, tenham visto ou não o documentário, de consultar o site oficial http://www.michaelmoore.com .

Imagens de Britney Spears mascando uma pastilha e fazendo campanha por Bush, ou a forma descontraída como este após um discurso comovido sobre a defesa nacional e a ameaça do terrorismo continua a sua tacada de golfe, são boas para despertar a curiosidade :P...

Mala Educación

Pois é, sai-se de MALA EDUCACIÓN chocado, sem saber o que se dizer, sem saber se se deve recomendar ou não.
Perguntaram-me logo a seguir o que tinha achado do filme, sobre o que era e eu não soube dar uma resposta. Mas reflectindo acerca do filme com um distanciamento maior cheguei a várias conclusões. O filme É, de facto, chocante. É, de facto forte e mexe com a nossa sensibilidade, mas isso deve-se, penso eu, aos preconceitos que a nossa sociedade nos incute. A homossexualidade é algo que nos perturba profundamente talvez por a acharmos uma doença (transmissível? “Que horror! Nem pensar!”). O problema é que a homossexualidade foge à regra, à normalidade. Mas também há pessoas que, doutras formas, não obedecem ao nosso padrão e nós não nos chocamos com isso! Se as cenas mais “fortes” fossem feitas com um casal heterossexual ninguém as considerava tão chocantes.
Depois há as questões da toxicodependência e da transsexualidade, questões que vão certeiras ao âmago das nossas susceptibilidades! E porque será? Será que Almodôvar decidiu fazer este filme para provocar? Não penso que seja isso, acho que este realizador aproveitou o seu prestígio para se dar ao luxo de levar uma quantidade considerável de espectadores a este filme, para lhes fazer ver um lado do mundo que tentam, a todo o custo, evitar.
Não é um filme que aconselhe a pessoas demasiado sensíveis nem a pessoas que apenas vejam o imediato numa película. Este filme é para ver e para depois pensar na mensagem que através dele é transmitida.
Penso que, no meio de todas aquelas “irregularidades”, há uma que causa especial repugnância, trata-se da pedofilia praticada por padres. Ora, isto leva-nos a pensar também no que está mal dentro de certas partes da igreja! Há mentalidades que têm de ser mudadas, há condutas que têm de ser castigadas, mesmo que o alvo da punição seja um “homem de Deus”. Deus não está cegamente do lado dos padres, mesmo que estes cometam crimes hediondos!
Enfim, isto tudo para chegar ao tema de Mala Educación… O tema NÃO é a homossexualidade, NÃO é a transsexualidade, NÃO é a toxicodependência, NEM é a pedofilia. A verdadeira temática deste filme é a NOSSA mentalidade, é o NOSSO preconceito, é a NOSSA visão! Almodôvar quer que pensemos em nós, não nas personagens do filme pois essas têm as suas ideias bem definidas.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

La Mala Educacion (de nosotros, claro)

a mesa de cafe

Gil Vicente, 21:30. Alice. Zé. Eu. Flipa. Prestes a ir, uma vez mais, ou simplesmente pela primeira vez, descobrir Almodovár. Uns tinham a vaga ideia do que seria este filme. Outros ficaram atónitos com a forma escolhida por Almodovár para transmitir uma mensagem. Talvez de sufoco, talvez de mera reflexão; introspecção...ou mera observação. Lê-se o cinema deste realizador. Que não resiste à tentação de experimentar o diferente, incluindo o seu universo em cada um. Umas vezes de forma súbtil, outras de forma gritante, como é o caso deste. Estas películas acrescentam um pouco mais aquilo a que chamamos sociedade. Somos confrontados, em grande plano, com realidades que não são as nossas. Com mundos distantes, obscuros...fictícios ou não...mas a quem cabe decidir? A nós? Ao realizador? Parece-me que a nós, mala educacion é a nossa. Não estamos, com efeito, preparados para aceitar a realidade, que tentamos afastar a cada segundo, pensando que não poderá estar ao nosso lado, sentada numa cadeira de cinema, palpitante atrás de nós. Um choro comovido foi ouvido pelo Zé. Alguém ficou marcado por aquele filme. Mas nós saíamos galhofeiros, alegres, gozando com o cenário avantesco que se movimentava na entrada, crentes de que toda a gente sería mal educada como nós. Parece-me que muitos eram.
O flagêlo da droga nas décadas de 70/80 é-nos pintado eximiamente por um pintor que não sabe ao certo o que pintar, nem como pintar. As únicas cores que consegue usar são os sentimentos com que mancha os seus filmes. Já em Habla con ella o realizador nos tinha presenteado com um emaranhado de emoções.
Não me assumo, efectivamente, como conhecedor deste realizador, mas sei reconhecer uma obra de arte quando a tenho diante dos meus olhos. Meio duvidoso fui ver este último filme ao cinema, receando mais um filme para intelectuais, e saí emocionadamente reflexivo. O cinema não provoca em mim um choro desiquilibrado, nem choro me provoca sequer. Mas a forma como cada filme se introduz no meu cérebero faz com que, queira ou não, medite um pouco sobre o que acabei de ver. No caso de Almodóvar faz com que medite muito. No caso de Mala Educación fez com que tivesse de descrever o que tinha visto.
Penso que neste filme o realizador volta um pouco ao estilo de Tudo sobre mi madre. Diferente, como é característica inerente a este, mas igual. Introduz novamente as personagens do seu mundo, mas não tão insinuadamente como no mais recente. Talvez por anteriormente não necessitar...mas isto leva-nos a uma questão que para mim é fulcral no meio de toda esta reflexão: era necessário isto, de uma forma tão intensa? Na minha opinião penso que o filme não perderia com a sobriedade, mas talvez Almodovár esteja simplesmente cansado de ser sóbrio. Abstrai-se do que a crítica poderá dizer, do que as pessoas poderão pensar. Sabe para quem faz os seus filmes, da maneira que faz - e é esta qualidade que é louvável num realizador, independentemente do assunto que trata no filme. Não lhe interessa o cliché , a noção de exagero. Filma o que vê. E se o que vê é aquilo, não sente problema nenhum em o fazer passar. Ninguém é obrigado a ver o seu cinema. Entendo que este não fala de heterosexualidade/homosexualidade. Fala da mente, das relações humanas, sem qualquer tipo de preconceito ou problema, paradigma ou ideia pré-concebida. As is...ipsis verbis...Quem gostar entende...quem não gostar não compreende...quem se sentir indiferente não interioriza. Ou pelo menos assim deve pensar o realizador. Eu olho Almodovár. Olho as suas relações...Gosto, mas não entendo...

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Reflexão acerca do hip-hop

a mesa de cafe

Sons repetidos. Palavras rápidas. Beats profundos. Não sei se gostam, não sei se detestam...Mas decidi falar sobre isto.
Não faço a minima ideia de quando é que o hip-hop como estilo definido começou. E como se quiserem saber a única coisa que têm que fazer é procurar no Google, acho que não vale muito a pena por-me a falar sobre a parte menos relevante do assunto. Assim, ficam com a vaga ideia que tenho - algo que começou nos anos 80, nos bairros mais degradados, nos arredores de Nova York (Harlem e afins). Mas como a grande diversidade é algo permitido neste género musical, (tal como na música electrónica, por exemplo), de nada nos serve identifica-lo como a música de um país. O hip-hop é a musica do mundo. Não conhece fronteiras, realidades culturais, bons e maus ambientes. Assume-se como a música revolucionária, sendo talvez as suas letras as que mais falam verdadeiramente. Contam histórias de amor, mas com cabeça, tronco e membros, não precisando de nos repetir ao ouvido 30 vezes durante uma música uma frase musical que nos impeça de ouvir outra coisa no cérebro que não aquilo durante horas. Falam sobre o quotidiano. Critica a sociedade, e chega aos pontos onde não há maneira de chegar de outra maneira.
Porém, penso que a o hip-hop que nos chega aos ouvidos hoje em dia está um pouco distorcido. Agora qualquer música de qualquer pop-star tem uma voz dormente a meio para cortar a melodia, em que o vocábulo preferido é Yo, whatever that means. A fórmula é obvia. Normalmento pretos de rua que tiveram a sorte de serem ouvidos e que contam a sua história de rua dentro de um Z8, a mostrar as correntes e o anel de ouro para a câmera, bem como a loira boa que têm ao lado. Provavelmente tentando incitar o ouvinte com pretensões idênticas a tentar fazer o mesmo. Mas não confundamos a essência do género em si com os efeitos da star industry americana. Inelizmente (ou a luz dos resultados observáveis, felizmente) parece-me que o auge da carreira de um rapper ou de um hip-hoper se localiza mais durante o seu anonimato do que já durante a sua ´"carreira de música" propriamente dita.
Não me assumo como conhecedor deste género. Gosto do que é considerado comercial, ouvindo alguns mais refundidos por meio de amigos que percebem um mínimo. Em Portugal já temos alguns nomes (de boa ou má qualidade, mas começando pelos de boa) como Chullage, Boss AC, Sam the Kid (este último já no caminho do estrelato) ou então o fenómeno Da Weasel (que parece que já percebeu que a americanada é que vende, tentando fazer igual) ou Mind da Gap inspirado certamente neste último, mas com sotaque a Porto. Igualmente ocos. Flagrantemente comerciais (principalmente o primeiro). Dizem a boca solta que o que fazem é para vender. "porque se não não há dinheiro para droga" (palavras do vocalista). Ora aí está o que anda nos ouvidos da nossa geração - o impulso consumista que introduzem nas músicas, para terem dinheiro para mais um risco. Deve até haver a fórmula - por cada 5 CD's que vendem, há dinheiro para mais 1gr. Porque não avisam logo na capa? "Por cada 10€ deste CD, 5 são para eu dormir descansado logo à noite". Francamente. Ganhem vergonha na cara. Não me tomem por ingénuo, tenho plena consciência que este comportamento é frequente no meio artistico, mas um pouco de descrição não lhes fazia mal.
Mas mudando de assunto, sons de hip-hop chegam dos sítios mais inesperados. De Cuba, por exemplo. Com certeza que também já ouviram falar de Orishas. Já gravaram inclusivamente um single com os Da Weasel, mas ainda bem que se afastaram deles, porque ter artistas destes como referência é péssimo.
O primeiro CD que gravaram, penso que ainda em Cuba, retrata bem o ingénuo cubano, que sem saber de melhor, fala sobre as comidas do país, dos eternos músicos que perpetuaram os grandes êxitos da musica cubana, da vida de bairro, enfim...Daquilo que lhes é permitido falar. Assim que chegaram a Paris nota-se uma diferença bem grande pelas crítica (não demasiado insinuadas) que fazem ao regime de Fidel, à falta de liberdade de expressão, etc. Tudo isto em rima, e com músicas cubanas como fundo. Recomendo vivamente.
Para concluir, gostava de fazer apenas uma crítica: penso que os hip-hopers portugueses deveriam falar mais numa linguagem corrente, sem tentarem introduzir palvras tidas como "caras" no meio das músicas. Impressionam, mas pela negativa, pela forma descontextualizada como são usadas. Também acho que deveriam falar de assuntos que dominem bem, para evitarem más letras.
Ouçam hip-hop, acho que à noite enquanto se está a escrever uns textos :D ou simplesmente a conversar se ouve bem. E afinal variar não faz mal a ninguém.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Um Portas Blindado!

Desde que o governo foi demitido e foram, consequentemente, marcadas eleições antecipadas que me pareceu que o PP de PP (Paulo Portas) iria ter um bom resultado.
Mas porquê?
Na verdade, quanto a mim, o PP beneficia, por um lado, de méritos do próprio líder e do seu partido, advindos de uma boa prestação dos ministros do PP (salvo algumas excepções) e, por outro, da concentração de culpas do desaire governamental no partido principal, o PSD.
Ora, se estes factos são, de certa maneira, fruto de alguma sorte política, devem-se também a mérito pessoal do referido político.
Com efeito, a conduta de Paulo Portas foi, em termos políticos, exemplar, e é, para mim, a prova dos nove, quanto às suas qualidades (políticas....). O líder do CDS (como este gosta de chamar ao PP) teve, como ministro, o que se pode qualificar como uma prestação honrosa, sem, no entanto, brilhar, acabou por se destacar no meio do marasmo que marcou estes últimos 4 meses de governação. Agora, na pré campanha, Portas limita-se, como é seu hábito, a fazer política: demarcando-se do parceiro de coligação PSD, encarnou num líder político consistente e com provas dadas, afirmou, nos seus discursos, a responsabilidade e o trabalho que o PP promete e, numa jogada muito inteligente, aproveitou o facto da existência de um pré acordo entre o seu partido e o PSD para se afirmar como uma alternativa viável ao fraco PSD, procurando concentrar os votos indecisos em si e não no PS, impedindo assim, ao mesmo tempo, uma maioria absoluta deste.
Concluindo, são, para mim, estes factos que mostram a surpreendente capacidade política de Paulo Portas e que o farão, com alguma sorte, ultrapassar a marca histórica dos 10%... Veremos se me engano...

Contudo, é obvio que o que se pede (ou o que se devia pedir) a um político é capacidade para trabalhar em prol do país, seja no governo na oposição, matéria em que o político referido é, no mínimo, pior que na política activa.

P.S - Cheguei, até, a apostar com a minha amiga Ariana Noites que o PP seria o 3º partido mais votado... vamos ver quem ganha...

Salvem-nos...

Oh, meu Deus… agora o Sócrates tem um blog! Mas não é um blog qualquer…é uma espécie de diário de campanha! Comentários para quê? Vejam por vós próprios: http://josesocrates.blogs.sapo.pt/
Mas não ficamos por aqui… O nosso amiguinho Santana também está a preparar um… http://pedrosantanalopes.blogs.sapo.pt/
Isto promete! Que fofos!

domingo, janeiro 23, 2005

aqui está o famoso outdoor de que falei! Posted by Hello

Que bem que a nossa política vai...

Foi com…erm…algum espanto que reparei hoje num outdoor do PSD, o partido liderado pelo ilustre Santana Lopes, um indefeso bebé de incubadora a quem tanto batem, e que, mesmo assim, contra ventos e marés, está disposto a enfrentar todos os mauzões dos socialistas/comunistas/bloquistas, para cumprir a árdua mas possível missão de lutar (quase dar a vida) pelo bem do país. Pois é, o desgraçado do nosso Primeiro-Ministro até cria emprego a lindas jovens indefesas que necessitam de garantir a sua sobrevivência, mais, até se cria uma categoria especial para elas, as Santanetes, ou seja, uma nova versão das Pupilas do Sr. Reitor… Não nos podemos, ainda esquecer de TODO o bem que sua excelência fez ao país pelo qual o seu coração palpita… e agora, tadinho! O cruel do Presidente da República quer tirar-lhe as hipóteses de ser um herói nacional, quiçá, mesmo universal!
Mas não me vou perder nestas tristes constatações…. O melhor é pensar naquele ilustre outdoor que tive o prazer de observar: um maravilhoso e verídico gráfico que mostrava as sondagens do Expresso relativamente às intenções de voto no PSD. Estas subiam desde as eleições europeias até às eleições que nos esperam em Fevereiro e, por baixo daquele diagrama imparcial, surgia uma frase, mais ou menos assim “até nas sondagens do Expresso estamos a crescer” (perdoe-me o inteligente criador daquela frase se não está exactamente assim…). Pois é, verifica-se, então, que os media têm cada vez mais peso na vida portuguesa… até o PSD usa dados jornalísticos (incompletos, diga-se de passagem) para a sua pré-campanha! Que maravilha! Que encanto! Que emoção! Já não interessa o que se decidir em Fevereiro e é irrelevante aquilo a que se propõe o partido para melhorar o país! O que importa verdadeiramente, é que as sondagens do Expresso revelam um possível aumento dos votos no PSD! Rejubilemos, portugueses, pois os jornais governam a política e a sociedade!
Falando do filosófico Eng. José Sócrates, ah! Isso sim é um opositor ao governo actual! Recorrendo a factos concretos, projectos maciços, ideias claras, mostra toda a sua inteligência política. E quem pensa que o exterior não interessa, está extremamente equivocado, pois é deveras importante ter um líder que sabe espalhar a base e o blush para ser bem filmado na televisão em todos os ângulos ou para sorrir alegremente nos outdoors do partido Socialista! Que maravilhosos debates nos esperam na campanha para as eleições de 20 de Fevereiro… acho que jamais teremos dois candidatos a Primeiro-Ministro tão capazes e consistentes! Isto sem contar, claro, com o belo do apêndice do PSD que se vangloria de ter gasto rios de dinheiro na defesa deste país (sim, porque Portugal pode necessitar de recursos militares a qualquer momento!).

sábado, janeiro 22, 2005

Enquanto não tenho inspiração política.............

Um problema da sociedade actual é o apego ao passado, a melancolia das memórias, a fixação no que passou. Não podemos viver agarrados a coisas que existiram, pois simplesmente já não as temos e resta-nos aceitar que tudo tem o seu tempo próprio. De facto, quando passa o tempo de algo especial, aquilo que já se viveu torna-se irrepetível e inimitável! Quer consideremos justo ou não, o tempo das coisas especiais tanto pode passar como manter-se para sempre e não existe regra alguma que defina o que se vai eternizar e o que vai ser efémero. Talvez as coisas nos aconteçam por serem as melhores para nós a longo prazo, o problema é que só nos apercebemos disso depois de muita confusão. Acho que o importante é aproveitar aquilo que temos sem ter certezas! Na vida não há certezas, há sentimentos, emoções, sensações e momentos que devem ser acarinhados e vividos ao máximo pois podem nunca mais ser experienciados. Ou talvez voltemos a viver algo parecido, mas nunca será igual! “Não podemos banhar-nos duas vezes nas águas do mesmo rio”, é uma frase que Hieraclito, um filósofo grego, pronunciou e que, a meu ver, significa que cada vivência, cada momento, por mais banal que o consideremos, nunca se repetirá e, como tal, deve ser aproveitado ao máximo. Isto aplica-se a todos os aspectos da vida.
É curioso o facto de as memórias se manterem tão vivas nas nossas cabeças, tanto as boas como as más! Ainda bem que as coisas são assim... Senão, as recordações seriam apenas coisas passageiras sem sentido que retirariam também o significado daquilo que vivemos.
Concluindo, a vida é um milagre único e deve ser aproveitada à medida que vai acontecendo, pois o presente é a única certeza que temos. É importante que tudo o que ficar na nossa memória seja especial e intenso. Além disso, não podemos considerar a felicidade um dado adquirido pois, como já referi, acho que não há certezas na vida e, como tal, devemos lutar constantemente para manter aquilo que mais desejamos e nos faz mais felizes.

Uma pequena homenagem

a mesa de caf�

Alice deculpa, mas estamos em maioria absoluta.
A pessoa que escreveu este texto merece, no mínimo, que este seja lembrado.

"Esta é a Lista F. Uma lista que queremos sóbria, mas dinâmica, consciente e trabalhadora, que saiba dar resposta às necessidades mais veementes da escola e dos seus alunos. O nosso objectivo não é, pois, prometer resultados que obviamente não vamos conseguir obter, nem propor iniciativas utópicas, irrealizáveis, ou excessivas. Estamos conscientes dos meios que temos à nossa disposição, da capacidade de trabalho e entrega que demonstrámos desde o início da projecção desta campanha e, por isso, as únicas coisas que podemos efectivamente prometer, com segurança e compromisso, aos que acreditam no nosso projecto, são horas de esforço por esta escola, que queremos de todos, e a realização dos projectos que com racionalidade e rectidão nos propomos a pôr em prática.
Ou seja, se te deres ao trabalho de ler as nossas iniciativas certamente que não encontrarás nelas promessas, descobrirás soluções; nem muito menos desejos, mas certezas. Porque fazemos afirmações em vez de previsões, e sonhamos acordados e tremendamente conscientes do que deve ser a Associação de Estudantes de uma escola como a nossa, cheia de história, mas também cheia de potencialidades e de futuro.
Então, se desejas realmente uma escola tua, que lute contigo e por ti, vota na força do trabalho, vota com Força, vota em nós, vota F."

Este foi o texto de introdução da Lista F, que foi publicado no livro de campanha. Já lá vão quase três meses...mas quando olho para ele ainda sinto o mesmo arrepio que senti quando o li pela primeira vez.
Esta ajuda foi uma lufada de ar fresco numa altura em que o cansaço se começava a fazer sentir...e ainda nem metade do trabalho estava feito...
OBRIGADO

Parecidos?





Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência!

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Os meus amigos comunas

a mesa de café

Antes de me atirarem com pedras ou qualquer outro objecto de arremesso, aviso já que até nutro uma grande simpatia por essa raça cosmopolita e underground que é a actualidade do comunismo no nosso país. São, de facto, e da nossa faixa etária os que mais percebem e se interessam por política e daí se justifica o facto de eu não o ser (para bom entendedor...). E desta raça que é o jovem de esquerda (aquela esquerda pesada), salientam-se três sub-espécies: a primeira, caracteriza-se pelo jovem que grita num megafone ferrrugento, enquanto foge da "bófia", qualquer coisa que cheire a politica social. Orienta a sua vida pela obra de Karl Marx, desde o travessão ao ponto e vírgula, e reza de joelhos no leito da cama que não lhe aterre a 60º edição do "Meine Kampf" na secretária, obra que provavelmente tem a servir de apoio de uma mesa de perna deficiente. Escrevinha em muros cobertos de musgo gritos de guerra, e carrega uma pasta com folhetos da JCP para azucrinar a cabeça de uma multidão à saida da escola em hora de ponta. Tem as calças rotas em 26 sítios distintos, mas recusa-se a comprar outras enquanto o mendigo que vive na mesma rua (se bem que mais perto das pedras da calçada) não mudar também. Ostenta desde cedo uma farta barba, parecendo o seu conjunto uma mistura dos restos de woodstock com o que sobrou da colecção de há dez anos da feira de Carcavelos.
Há o reprimido, que aparentemente parece da esquerda moderada, mas que se pudesse realmente mandava uma bigorna em cima do líder partidário que não sibilasse mais que trinta "esses" por frase, ou então daquela que não fosse acabar no Politeama a fazer de peixeira, politicando de vez em quando, no seu tom monocórdico e de pitch errado. Guardado num baú poeirento, tem um diário com o seu plano de governo, e agrafada a melhor estratégia para se antecipar a Jorge Sampaio e acabar de vez com Santana.
Por outro lado surge, e esse sim, vai directamente para dentro da moldura do meu esteorótipo, o Comucapitalista, que é de todos o mais engraçado. Aparentemente, reproduz o mesmo CD. Mas os meus olhos percorrem a face e não encontram nem os 3Kg de brincos, nem a barba de três dias que parecem meses. Percorrem a roupa e encontram o polo, a camisa de marca, as calças americanas! Esses imperialistas! Estudam em colégios (o caso mais vivo na minha memória), um deles controlado pela cabecilha do lobby religioso conimbricense... E o conteúdo da pasta, em vez dos panfletos pretos e vermelhos dà lugar a uma gloriosa playstation para poisar em cima do Manifesto do Partido Comunista...Enfim, convicções dignas de louvar, acima de tudo pelo cumprimento cabal (chega-lhe Castanheira) dos princípios que transparecem como transpiração.
Não me julguem de direita, apenas achei piada falar um bocado da crise paradoxal ideológica em que vivem submersos. Já diz o primo da Alice, se bem que de forma um tanto ou quanto exagerada, como qualquer avante camarada que se prese: "Qualquer pessoa mimimamente justa tem ideias de esquerda."...E afinal a raça de gestores de direita é perfeitmente odiosa. Façam antes como eu, política só as 20 páginas da Visão. E chega.



Aqui esta o sr José Maria...um excelso autor de textos deste blog!;) (além de mim e do tony, há quem tenha direito a foto... em relação à Marta, estou à espera que ela aceite ter a foto no blog) Posted by Hello

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Política, para começar...

Não sei se deveria começar a minha prestação neste blog por falar de política, mas achei que seria interessante falar sobre esta questão que há muito me intriga...
E a questão de que falo é: o espantoso decréscimo de qualidades, técnicas e humanas, dos políticos portugueses, de há uns anos para cá.
Assim, há muito que reparo que os dois candidatos às futuras eleições legislativas com mais hipóteses de ganhar, são, ambos, notoriamente fracos, relativamente ao que o país necessita num momento como este.
E este facto é muito intrigante, à partida, pois Portugal, ao contrário do que muitos pensam, não se pode queixar propriamente de falta de pessoas capazes, e mesmo os partidos em causa também não o podem fazer. Na verdade, do mesmo modo que o PSD tem nas suas fileiras homens como Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, Marques Mendes, já para não falar de Cavaco Silva; o PS tem homens como António Vitorino, Manuel Alegre, já para não falar de Ferro Rodrigues.
Por outro lado, o próprio país dispõe de pessoas com claras capacidades para governar, desvinculadas partidariamente. Este facto é, no mínimo, estranho, sendo que o governo é algo a que, logicamente, todos deveriam sonhar pertencer, visto que oferece posições de alto prestígio (?) e bem remuneradas (?).
Ora, na minha opinião, é aqui que está o problema. Com efeito, hoje em dia, as pessoas mais capazes não ambicionam minimamente este tipo de cargos. E este facto deve-se, em primeiro lugar, às remunerações obtidas, que, embora sejam muito boas para o cidadão comum, significam, muitas vezes, para quem já tem provas dadas e está bem posicionado na vida, apenas uma parte do salário actual; e, em segundo lugar, à falta de prestígio social e profissional que a representação de funções políticas dá a quem as exerce.
Em consequência, quem pode, então, ambicionar cargos políticos actualmente? Quem deveria estar em posição de aceitar estes cargos não o faz, porque só tem a perder com isso, prestígio e salário, e, assim, sobram apenas aqueles que escolhem a vida política como meio de chegarem a um certo nível, a que nunca poderiam chegar pela via estritamente profissional. Deste modo, hoje em dia, quem chega aos altos cargos partidários e ambiciona os governamentais, representa o aparelho partidário e a ambição política nas suas piores formas.

Esta realidade é, na minha opinião, muito nefasta para o futuro , já pouco risonho, do país, e algo deveria ser feito para a combater.

Por outro lado, é quando olhamos para os partidos mais "extremistas" que encontramos as pessoas mais convictas, embora possamos discordar com essas convicções, mas que estão na vida política por "amor à camisola" e não, só por interesse pessoal.
Finalmente, aproveito para realçar o facto de que, num país onde predominam as mulheres, estas praticamente não têm actividade política de alto nível. Curioso......

Ai q filosófica q eu tou;)

O que é uma pessoa? O que representa na sociedade? Que papel tem? O que traduz com a sua maneira de olhar, sentir, dizer?
Quando passamos por uma pessoa vemos um corpo, com um conjunto de roupas, uma figura, uma imagem. Porque é que não vemos uma alma, um conjunto de sentimentos, uma experiência e um grupo relacional? É óbvio que é muito difícil fazê-lo com os milhares de pessoas com as quais nos cruzamos diariamente, mas, que tal experimentar observar alguém para além da sua imagem… é uma experiência tão interessante.
Hoje, a uma mesa de café, deparei-me com uma situação divertidíssima: estávamos nós, em grandes discussões quando entra uma pessoa que se senta, e, sozinha, bebe o seu café. Enquanto o fazia, observava, atenta e fascinada, tudo o que era dito. Mesmo quando não era com o olhar, percebia-se claramente que os seus ouvidos estavam abertíssimos a escutar cada pequena palavra. A certa altura, pura e simplesmente ignorei o que se estava a falar e fixei-me naquela figura que, por sua vez, estava totalmente compenetrada na nossa conversa, apesar de não fazer parte dela.
Então fiz uma coisa que, segundo alguém que conheço, faz extremamente bem: a partir daquela figura, da sua solidão e da sua concentração numa conversa que lhe era estranha, imaginei uma história, tipo novela, acerca do percurso dessa personagem desde a sua infância… com esta invenção tentei explicar o interesse dela no grupo que estava noutra mesa, tentei criar uma teoria que explicasse a razão da sua solidão naquela mesa de café, fiz um esforço para perceber porque é que aquele olhar era tão invasivo e, ao mesmo tempo, tão divertido, tentei entender o motivo da roupa que usava, do corte de cabelo, da carteira, do café… Em suma, tentei desvendar o mistério que aquela pessoa encerrava. É óbvio que a única certeza a que cheguei foi a de que tudo o que imaginei não coincidia minimamente com a realidade, mas fiquei filosoficamente contente porque aprendi, com este pequeno exercício que cada pessoa tem um mistério, um tesouro mais ou menos rico que vale a pena ser desvendado e que a torna em alguém exclusivo!
Se certos “chefes” com forte poder de decisão experimentassem este exercício e percebessem que por detrás de simples e insignificantes imagens há histórias únicas, talvez não houvesse tanta falta de humanidade e de respeito pelo que somos. Que utopia a minha!

terça-feira, janeiro 18, 2005

Olá

Este 1º post é só mesmo para começar e , visto que amanhã tenho teste de Castanheiraguês, tenho que me ir....
De qualquer forma, aproveito para agradecer ao tony o convite e, também, para prometer um post mais extenso para breve!

:D

A mesa de café que inspirou "A mesa de Café by Antonyo"

Antes de mais nada:"Estás perdoado, Tony...não cometeste nenhum crime...Aliás porque a MINHA mesa de café está muito melhor!;) Ora, aqui vai...
Sejamos honestos... Quando não há mais nada para fazer, vamos para uma mesa de café. Aparentemente é só para passarmos o tempo até chegar a hora da explicação, do ginásio, de nos irmos encontrar com alguém, de termos de ir para casa, etc... Pois é! Parece, então, que a mesa de café está ali só para contar o tempo de ócio, de "dolce fare niente" que nos resta...
A questão é que, durante estes momentos de espera por algo mais interessante/produtivo, ficamos a conhecer pessoas, ideologias, projectos, mentalidades e vivências. Debatemos temas minúsculos e fúteis e vamos parar a outros muito mais profundos e relevantes, começamos a falar no almoço de hoje e acabamos a discutir questões de fundo, da sociedade, da política, da religião, enfim, o que realmente importa. Com estas conversas, à mesa de café, descobrimos disparidades e, sobretudo, afinidades entre nós; somos conduzidos a outras conversas e ficamos horas a falar, a desvendar aos outros e a nós próprios aquilo que somos.
O que há de engraçado nisto tudo é que, depois de uma boa mesa de café, já não a encaramos como o espaço banal, de passagem que julgávamos ser. Pelo contrário, ficamos à espera de nos sentarmos outra vez na mesma, ou noutra, e continuarmos conversas, debates, berros, críticas que deixámos a meio.
Quem diz que a nossa geração é oca, não reivindica e passa a vida no ócio dos cafés, não conhece verdadeiramente o significado de "mesa de café". De facto, passamos a vida nos cafés, mas muito do tempo que lá estamos, exercemos mais a nossa liberdade de opinião e expressão que certos "Srs Drs Deputados" no parlamento. Nós sentimos, pensamos, e somos puros no que afirmamos, gostando, autenticamente, de o dizer.
Eu, por nada, trocaria certas "mesas de café políticas" nas quais criei grandes amizades...
Chamem-nos "juventude dos cafés", como eu já ouvi chamarem... É um grande elogio que nos fazem!:)

A mesa de café by Antonyo

A mesa de café

Depois de às 8:30 da manhã ter lido um texto da Alice acerca deste mesmo objecto, resolvi por bem dar mesmo a minha visão pessoal da coisa. Não que difira muito da dela, afinal o que há para dizer acerca de uma mesa de café que não possa ser dito por qualquer um? Provavelmente, não irei acrescentar nada de novo...Poderei até repetir o dela e ser acusado de plágio, mas de qualquer forma vale sempre a pena arriscar. Portanto, aqui vai:
Uma mesa de café é mais do que o simples objecto de madeira escura que se amontoa ao fundo de um café à meia luz, já coberto de pó... Tal como as mesas a que nos sentamos no dia-a-dia (ou aos fins-de-semana) já essas presenciaram histórias e debates, conversas e fofoquices, e todas esses apetrechos do diálogo que a vivência do dia-a-dia engloba. Outrora foram ocupadas pelos nossos pais ou amigos destes. Em cima destes poisou o mesmo líquido cremoso e castanho, doce ou amargo, a mesma água de cevada com espuma, os mesmos rissois, os mesmos croquetes...enfim, a comida e a bebida, no ano 2000 ou em meados dos anos 60, manteve-se sempre a mesma. Mas isso é o mais irrelevante. De um lado ao outro como numa mesa de ping-pong, assuntos foram discutidos e muitas vezes debatidos até à exaustão. Quando ouvimos, a mesa ouve também, quando sentimos, a mesa sente também. Isto parece ridículo, ou mesmo exagerado, mas a verdade é mesmo esta: as mesas e a restante decoração do café influenciam as nossas conversas. Metem-se nas nossas vidas. E comunicam entre elas de forma incontrolável.
Não gostam de ser tratadas com brutidão. Se queremos que alguma se junte a nós, temos que a deslocar com cuidado, e de preferência sem barulho para o café não parar e se centrar em nós. Não gostam de capacetes em cima delas, e preferem que não as sujemos muito para não demorarem muito a ser limpas.
Enervam-se por ecrevermos nelas, ainda por cima riscando com uma chave ou com o objecto cortante que estiver mais à mão. Algumas baloiçam no solo irregular. Outras preferem arrumar-se num canto, distantes da multidão.
No fundo, as mesas de café assumem a mesma atitude que nós. A mesa velha e poeirenta arruma-se como o velho patriarca na sua bica matinal. As mesas mais sociáveis juntam-se todas para uma grande conversa de trintões ou quarentões. Gostam de os ouvir, provavelmente porque se sentem elas mesmas novas. As mesas mais jovens, preferem arrumar-se no outro lado do café, juntas também, mas distantes das mais velhas, tal como nós, e tal como aqueles que também já foram jovens.
São temperamentais e não gostam de misturas. São nossas por o espaço de tempo em que as ocupamos, mas deixam de o ser a partir do momento em que vamos embora. Isto por vezes faz-lhes confusão, e dizem mal nas nossas costas, tal como o empregado de mesa ("Já deixaram isto tudo porco!"). Mas imediatamente ficam sorridentes assim que o pano amarelo sujo (o pano milagroso que limpa tudo só com água) passa por elas e lhes devolve o mesmo brilho, prontas a receber alguém. Acontece também, que se cansam da nossa conversa, e fingem que não nos ouvem, tal como a pessoa com quem estamos a falar! Não gostam muito de pessoas novas, e acima de tudo pessoas que não as tratem com respeito. Há ainda uma coisa que não toleram: que se sentem em cima delas.
Agora que já sabem o que pensa uma mesa de café, podem continuar...mas sem riscar, sujar ou empurrar o blog...ou a mesa...enfim, vocês percebem.



segunda-feira, janeiro 17, 2005

o blog de humanidades.........(?)

bem...já se está mesmo a ver...um blog iniciado por dois doidos de humanidades...muita palavra, muita ideia!....no fundo até são ideias consistentes...aproveitem esta nova fonte de sabedoria;) os primeiros textos estão a chegar...lol*

Para introduzir (só doi este bocadinho ;P ) um poema

Antes de mais gostaria de dar a conhecer um pequeno poema que retirei da parede do escritório do Chico Turbina. Aqui vai:

"I can see what you see not
Vision milky than eyes rot
When you turn they will be gone
Whispering their hidden song
Than you see what cannot be
Shadows move where light should be
Out of darkness, out of mind
Cast down into the halls of the blind"

- Não é Shakespeare mas achei engraçado, ainda mais porque vem a propósito do tema que se irá debater um pouco mais à frente. As trevas, ou sabe-se lá mais o quê. Afinal no café os temas que estão a ser debatidos estão no fundo sujeitos a tudo quanto é interrupção. Desde o Nuno a perguntar pelo Manager, às teorias económicas do Lima, bem... avancemos


Os autores do blog desejam uma boa leitura :D Posted by Hello

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