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terça-feira, fevereiro 28, 2006

Finalmente descobri para que serve o algarismo que está à direita do nº do B.I.

O Mito Urbano de que este algarismo representa o número de pessoas com o nome igual ao nosso está completamente errado.

Encontrei neste site o significado

domingo, fevereiro 26, 2006

A Bola

A avaliar pelo modo como foram escritas as declarações de Vitor Baía, concluo que alguém na redacção d' "A Bola" ainda não percebeu que não existe o verbo "Tar". Ou então 'tá a treinar para "A Bola" em SMS...(Ou então é um pobre adepto do Porto...)

Vítor Baía
ASF
«Não era este o resultado de que estávamos à espera, não tivemos ao nível que temos estado nos últimos jogos. Na segunda parte tivemos melhor do que na primeira, mas infelizmente não conseguimos marcar qualquer golo»,


in A Bola

Desculpem a picuinhice, mas achei piada ;)

Case: Louçã versus Legislation

A polémica morte de um sem-abrigo travesti no Porto trouxe com ela uma quantidade imensurável de soundbytes. Não é estranho o fenómeno, aliás. O que acontece é que, desta vez, a polémica trouxe uma discussão pertinente, iniciada pela bancada do BE: se se devem incluir os crimes relacionados com a homofobia no grupo dos crimes agravados de ódio, previstos, como toda a gente sabe, pelo Código Penal.
Na minha modesta opinião, este tipo de solução jurídica pode trazer consequências mais nefastas do que aquelas que advêm, actualmente, da sua não previsibilidade. Em primeiro lugar, porque nunca foi saudável fazer Direito em cima do joelho: as matérias necessitam de apuramento e reflexão, que permitam ao legislador encontrar uma solução meditada, consciente e definitiva (ou seja: ainda bem que não dependemos das soluções emotivas do Dr. Francisco Louça); em segundo lugar, porque ao contrário dos crimes de índole racista, este tipo de crime afigura-se bastante mais difícil de tipificar - a não ser que a vítima tenha um rótulo na testa – o que põe em causa a eficácia de uma possível lei que venha a regular esta matéria...
Opinião de ignorante – espera-se (sentado) que alguém entendido se pronuncie...

sábado, fevereiro 25, 2006

Reparei Ontem...

Que o “Jornal Nacional” da TVI mudou de visual...
Reparei, também, que foi a única coisa que mudou, a avaliar pela interessante entrevista que fizeram a José Maria Martins...
Ah, e pelo tom sorridente com que continuam a anunciar as maiores catástrofes...

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Routine



"A man practices the art of adventure when he breaks the chain of routine and renews his life through reading new books, travelling to new places, making new friends, taking up new hobbies and adopting new viewpoints."

Wilfred Peterson



Meio ressacado dos exames, escrevo, como prometi. Sobre o quê? Não sei. Ainda tenho palavras como “pulvéreo”, “demiurgo” ou “hodierna” a ecoarem-me na cabeça, e em pouco tenho pensado, pelo menos desde há uns dois meses para cá. Antes de assimilar qualquer informação ou assunto de interesse preciso de esvaziar o disco.
Pouco tenho feito. Leio o “Público” e alguns blogs, saio para tomar um ou outro café, e fecho-me na Biblioteca Geral 8h por dia, a fingir que estudo (fingir porque dessas 8h, só 4 são passadas nos livros, 2 concentrado e outras 2 lendo a pensar em tudo menos naquilo). Saio para fumar e, ocasionalmente, tomar um café. Sento-me num banco de madeira e ouço as empregadas dos cabides a cochicharem e a dizerem as piores barbaridades umas das outras (ah, e o segurança também ajuda nesta tarefa, o que me faz concluir que não é uma actividade exclusivamente feminina). Posso jurar que nunca ouvi uma conversa entre eles cujo tema fosse outro.
Aos fins-de-semana saio para ir tomar café e beber um ou outro fino. Sempre com um certo sentimento de culpa por saber que deveria estar a estudar, claro. Chego a casa e abro o computador, onde fico a apanhar a luz dele até bem tarde. Vejo uns 3 episódios dos Simpsons, deito-me e leio umas 10 páginas do livro que ando a ler (que já acabei – o Freakonomics, de que já falei aqui; agora vou avançar para um de Rifkin sobre a “Economia do Hidrogénio”).
Acordo no dia seguinte com a sensação de quem se deitou ainda nem há 2h – o que já aconteceu, em vésperas de frequências (posso garantir que não vale a pena experimentarem), tomo banho, visto-me, agarro na mochila e vou novamente para a Biblioteca Geral, onde fico, normalmente, até às 13h (isto nos dias em que consigo acordar antes das 11h). Almoço no McDonald’s ou na Casa da Cultura (que tem uns bons Rojões, por sinal, eheh) e volto outra vez para a Biblioteca, não sem antes tomar um café que me faça aguentar a longa tarde que se avizinha.
Meto uns auscultadores que me fazem parecer um astronauta e vou ouvindo Donavon Fankenreiter, Jack Johnson (o novo CD dele é bastante bom), John Mayer, Death Cab Forr Cutie, entre muitos outros (na verdade, tenho a Library em shuffle, o que faz com que a maior parte das vezes pare nos Sublime ou no Dean Martin, por ter dezenas de músicas de cada um deles – o último já não o posso ouvir, se é que alguma vez pude com aquilo - minto, gostava de ouvir à noite).
Isto tem sido a minha rotina nestes últimos dois meses – que finalmente chegou ao fim.
Feel free to tell yours...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Porque é que...

...Portugal não investe na energia nuclear?

Uma energia mais barata, mais produtiva, mais potente, capaz de dar um empurrão precioso à nossa Economia.

Mas não, não, gostamos sempre de ir atrás dos outros, quando já nada é de vanguarda, mas simplesmente necessário.

Agostinho da Silva (1906-1994)

Faz este ano 100 anos do nascimento de uma das mais fascinantes figuras do século XX.

Confesso que não conhecia Agostinho da Silva até me ter deparado com uma "conversa vadia" entre o mesmo e Miguel Esteves Cardoso, ficando de imediato espantado pela peculiaridade e originalidade do seu discurso, capaz de deixar um Miguel Esteves Cardoso, com menos dez anos em cima (estava de tal modo diferente que não o reconheci), totalmente sem resposta.

Agostinho da Silva foi um dos maiores filósofos do século XX. Formou-se em Filologia clássica, leccionou em Portugal e no Brasil ( neste durante o Estado Novo) e interessou-se por temas como a história de Portugal, a filosofia, a ecologia, os estudos africanos e orientais, a divulgação científica, a crítica literária, a biologia marítima e a etnologia. Na sua longa carreira abordou principalmente os temas da Cultura de língua portuguesa e da liberdade. Entre as suas novidades filosóficas encontra-se a reinvenção da Utopia do Quinto Império, com o povo português ao leme.
De facto, o professor foi um estudioso das características de cada povo (cultura), e um exaltador da cultura portuguesa que, considerava, voltaria a estar na vanguarda do Mundo. Para este filosofo, cada povo tinha uma cultura interísneca muito particular e a portuguesa, se não era dada ao trabalho como a alemã, era dada a grandes feitos.

Outra das suas ideias era a pretensão de que o destino das pessoas e do mundo se confundisse com a sua liberdade. Para isso dizia comungar da opinião dos descobridores portugueses que, segundo ele, procuravam um mundo em que não fosse necessário trabalhar e cada um fosse "poeta do mundo", ou seja, livre. Em suma, pretendia e previa o surgimento de uma Sociedade Perfeita. Para esse fim, elegia, espantosamente, como motor o Capitalismo, que considerava ter como fim o término da economia, devido ao fim da necessidade desta. No entanto, em mais uma demonstração da sua peculiaridade de pensamento, considerava também importante a filosofia marxista-leninista e maoista para este fim.

Em 1990, numa época em que o seu pensamento esteve muito em voga, a RTP 1 emitiu uma série de treze entrevistas com ele, denominadas Conversas Vadias e cujo visionamento recomendo vivamente.

No entanto, mais que um filósofo Agostinho da Silva era, acima de tudo, um Professor, um Sócrates dos tempos modernos, que exaltava a liberdade de pensamento individual e o diálogo:

“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se a1guns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”

(Agostinho da Silva, 1906-1994, "Cartas a um jovem filósofo")

P.S. Reparem no prognatismo espantoso deste senhor.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Provavelmente...

Um dos melhores posts sobre blogs que li nestes últimos tempos: conta a história d'"A Mesa" e de tantos outros, mesmo que sem o saber; e diz, sem tirar nem pôr, aquilo que penso sobre esta espécie de coluna de jornal ao dispor de todos que é a nossa famigerada blogosfera...


"1 - Um blog deve ser um instrumento do encantamento, da selvajaria ou do poder. Nunca, simplesmente, um instrumento da razão.
Este é um meio artístico, como são os cadernos de um escritor. Ou então, é uma ferramenta da estratégia política, como as anotações que o jovem Luis XIV fazia à margem da Guerra das Gálias. Quando um blog tenta reflectir em vez de persuadir, ou analisar e discorrer em vez de inspirar e sugerir, transforma-se num inenarrável bocejo.


(...)

3 - Um blog deve ser suficientemente independente para afastar os seus leitores. E suficientemente interessante para fazer com que eles regressem.

O desconforto é a pedra de toque de um bom blog. Ele resulta de se rejeitar a banalidade, mas só funciona enquanto não banalizar a rejeição.


(...)


5 – A principal distinção de um blog é a sua voz.
Não falo apenas do estilo. Falo do equilibrio entre o público e o privado. Falo também da sua intencionalidade. Os leitores não procuram a notícia, procuram o romance.


6 – Um blog é sempre dirigido a quem escreve outros blogs.
Já tentei escrever um blog para os amigos. Não resulta. Os meus amigos, com duas ou três discretas excepções, não me lêem. Eu lamento muito, mas compreendo: eles têm critério. E embora gostasse de lhes meter alguma coisa na cabeça, ao fim de todos estes anos, talvez seja melhor assim.
(...)"

Luís M. Jorge, in O Franco Atirador

O post completo aqui

se bem me lembro...




...seria hoje um bom dia para (re)lembrar Vitorino Nemésio. Querem saber porquê? Perguntem às vossas avós, tias ou amigos/as já mais entradotes.

Ou então, tentem aqui, ou aqui

domingo, fevereiro 19, 2006

Está tudo doido?

O mundo está-se a passar, e o sítio mais insano é, provavelmente, os EUA. Senão vejamos: Ele é a guerra do Iraque, que, qual jogo de computador, parecia ser o Hobbie predilecto de Bush; ele é o julgamento de Saddam Hussein, que se assemelha incrivelmente a um filme cómico; ele é as torturas nas prisões iraquianas; ele é ainda o espancamento de iraquianos por soldados britânicos comentado por um imbecil qualquer que merecia sofrer uma tortura pior, qualquer coisa como viver com a Manuela Moura Guedes para o resto da vida. E, por fim, a cereja em cima do bolo: Freitas do Amaral. O homem, que até estava a ter sucesso com a sua pose de independente, que via tudo de cima num politicamente correcto majestoso que pretendia, e conseguia, agradar a todos, meteu o pé na argola. De facto, conseguiu por a Esquerda e a Direita, não a seu favor, como pretendia certamente, mas contra si, o que, diga-se de passagem, é um feito apenas digno de alguém como ele. Primeiro aproximou-se da argola pé ante pé, falando de “Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria.”, comparando-os a Maomé. Mais tarde, num movimento de agilidade intelectual formidável, introduziu completamente o dito pé na dita argola proferindo, certamente confiando na sua superioridade, o seguinte: “Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos”. Parece que finalmente a esquerda se começa a aperceber que não foi assim tão bom negócio ter ido contratar a custo zero uma aparente pérola da Política como o nosso Freitas. Mais vale tarde que nunca, mas finalmente conseguimos perceber que esta pérola há muito que foi desencrostada do seu anel e já ressequiu.

Mas agora que já vimos o filme cómico, vejamos o Drama.

É com apreensão que venho a reparar (aliás, já aqui postei sobre o assunto) há muito tempo a curiosa e preocupante similitude entre as condições que vivemos hoje e as que deram origem, há quase 70 anos à II G.M e até, de certa maneira, das que deram origem à I G.M. Se repararmos bem, há 70 anos estava-se numa situação parecida com a que vivemos hoje. Hitler reforçava o exército, fazia alianças com Berlim e Tóquio e ameaçava a Guerra iminente. Hoje vemos o Irão e a Coreia do Norte a fabricar armas Nucleares, o terrorismo a alastrar, e, pior que tudo, um fanatismo religioso que controla totalmente as sociedades islâmicas (felizmente, não todas) persuadindo os populares a odiarem o Ocidente. Hoje, como há 70 anos, os Governos Democráticos querem a todo o custo fingir que não se passa nada, o que, como aconteceu nesse tempo, pode ter consequências bastante graves. Ora bem, mas se estas circunstâncias me parecem semelhantes aquelas que se viveram nos anos 30, há outras que me parecem bem piores. É que nessa altura os cidadãos alemães e os italianos, por exemplo, não eram propriamente muito diferentes dos seus congéneres ingleses e franceses, pois eram todos fruto de uma evolução comum, só quebrada poucas décadas antes. O que os diferenciava era que os primeiros possuíam governos que através de uma máquina propagandista exemplar os mandatavam a participar e a concordar com uma guerra ilógica e os segundos tinham governos democráticos. Agora a situação é bem diferente. As sociedades islâmicas encontram-se num mediavalismo inacreditável em que a religião se sobrepõe ao estado. Para além disso estes povos não esquecem os conflitos passados com o Ocidente nem a mãozinha dos EUA nos seus territórios. Por outro lado, possuem a droga do Ocidente, o petróleo e sabem como se fazer valer disso. E, o mais preocupante: desenvolveram-se muito, economicamente, enquanto que, socialmente, isso não se verificou. Este facto dá-lhes a sensação de poder para combater o Ocidente, algo que, há cem anos não tinham.
A situação de hoje ultrapassa largamente a simples diferença entre Democracia e Ditadura, é muito mais grave e desperta fantasmas antigos com que o Ocidente nunca soube lidar. Enquanto há 70 anos, embora com a ajuda das nações democráticas, Hitler teve de carregar a lenha, atirá-la para a fogueira e acender a mesma, agora basta aos governos islâmicos deitar uma achazinha para as chamas irromperem de uma fogueira que há muito está carregadinha de lenha.

E, mais grave que tudo, enquanto a segunda guerra parecia poder ser resolvida para sempre através da guerra e da deposição das ditaduras, esta iminente guerra do Islão é muito mais do que isso e parece um bico de obra bastante mais difícil de solucionar.

sábado, fevereiro 18, 2006

Justificação de falta

Tenho andado a desleixar-me com o blog. É um facto. O que se passa é que não me tenho interessado por nada - lido nada - simplesmente, porque tenho uma frequência quinta-feira que não estava a contar fazer, e que me está a mobilizar toda a preocupação e (des)interesse. Dia 23 prometo voltar a postar activamente. Até lá.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Estou, basicamente, assim...



Farto...

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Estranho, mas verdade...

Ministro italiano mandou fazer "t-shirts" com caricaturas de Maomé

O ministro das Reformas do Governo italiano, Roberto Calderoli, mandou fazer "t-shirts" com reproduções das polémicas caricaturas sobre Maomé publicadas por alguns jornais europeus.

"Mandei confeccionar 't-shirts' com as caricaturas contestadas pelo Islão e vou usá-las a partir de hoje", afirmou Calderoli em declarações à agência noticiosa italiana Ansa.


in Público

Freitas do Amaral e Roberto Calderoli são a prova inequívoca e irrevogável de que a democracia é um sistema permissivo...de mais. Mas, nunca esquecendo o nosso amigo Churchill, "o pior à excepção de todos os outros".
O primeiro quer resolver o problema (aliás: problema? Qual problema?) com uma futebolada. O segundo com umas t-shirts estampadas. E eu penso: em que mundo vivem estes tipos? É que eu hesitaria, sinceramente, em fazer declarações destas numa conversa entre amigos, quanto mais na condição de ministro de Governo. Penso que, ou Freitas do Amaral vê no mundo muitos amigos que recebam as suas afirmações como um gracejo de mau gosto, (visto que não há outra forma de as aceitar...) ou estas afirmações são uma infeliz consequência da ressaca da sua falhada escalada política que, aparentemente, lhe anda a barrar qualquer afirmação acertada que num flash de bom senso ameace surgir. Ou então ainda não percebeu a sua condição de papa de clichés mal amanhados que se desfaz em cada declaração dita oficial. Freitas do Amaral ameaça tornar-se uma figura ridícula, e o impacto das suas declarações na imprensa estrangeira (que, felizmente, nos dá pouco tempo de antena) ameaça que nos seja concedido (se é que já não foi) o mesmo rótulo. Ou por outras palavras: o homem esteve tão bem calado até agora, porque raio é que tinha que abrir a boca no rescaldo, ainda mais para tecer semelhantes pérolas? Contive-me para não fazer nenhum comentário acerca das escolhas religiosas que FA teve a bondade de fazer para o país, mas, esta última da futebolada merece destaque: está-se mesmo a ver! Um Campeonato de Futebol – aí em Marrakech – que volte a reconciliar (apesar de tal fenómeno nunca se ter verificado) o Ocidente com o Oriente (é bom que nenhum saia vencedor, caso contrário, o conflito armado será uma certeza).
Quanto ao ministro italiano que anda de manchete em manchete, cabe-nos apenas pasmar; não que se esperasse alguma coisa de um ser que coabita com Silvio Berlusconi num executivo que é a piada da Europa (para além dos nossos, claro) – o que não se esperava é que tamanho sentido de humor conseguisse ultrapassar fronteiras: afinal, tal como as caricaturas, que são tão só e apenas uma expressão (legítima) da licenciosidade inerente às democracias ocidentais (felizmente: nunca é demais relembrar que é uma sub-função da função integrante do Direito, a de garantir a autonomia de actuação dos sujeitos; dê FA graças a Deus (ou a Maomé, se preferir) por vivermos numa que lhe permita fazer semelhantes comentários), o humor ultrapassa-as. Só que, para nosso mal, há quem não tenha sentido de humor...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Fátima

- Então, Senhor Belmiro, conte-nos lá como é que soube que a Maria iria ser a mulher da sua vida?
- Atão! Ela era boa e jeitosa, e prontos, olhe, foi assim.
(Maria interrompe, ajeitando o lenço)
- Ele bem que me queria, mas ê dei-le sempre para trás. Um dia, estava a lavar a roupa, ele chega e puxa-me para cima do tanque. Eu é que lhe dei para trás, teve que andar aí de roda 1 ou 2 anitos até lhe dar cavaco.
(…)

É de momentos mágicos como este que é feita a nossa TV, aí pelas 10h da manhã…

AMU-TE BUEXxXxXx


No dia 14 de Fevereiro, pelas 20h 23min, Ruben Tavares vira-se para José Manuel Madeira dizendo: “Mister, vá lá, hoje é 5 mins mais cedo, que tenho a miúda à espera lá fora!”. Como resposta obtém: “Foda-se, vocês é sempre a mesma merda, se não é a namorada são os testes, a tia, a prima, ou o caralho que se hão de lembrar! Põe-te a andar homem, desaparece!”. E num ápice, o jovem abandona o campo do treino de Futsal, onde os colegas de equipa continuavam a treinar e a mandar umas bocas, pois sabiam bem o que o esperava. Verónica, a namorada já o esperava há cerca de meia hora na entrada do pavilhão. Ruben passa á pressa pelo chuveiro, ajeita-se com uma dose generosa de gel e outra do perfume que a sua Verónica tanto gostava.
Eram 20h 30min, já os dois se encontravam dentro do seu imponente Peugeot 106 GTI, equipado com tudo de bom e do melhor: ponteira cromada, sistema de som Alpine, jantes vistosas e pintura em azul-marinho.
Dirigiam-se para um centro comercial recentemente aberto na cidade perto da aldeia onde moravam. Nisto dizia Verónica: “Ai, o meu pai quase descobria que vinha ter contigo! Credo, nem sei “qué” que lhe dava na cabeça fazer se soubesse! O que vale é que “ódepois” a minha mãe “birou-se” e disse assim: Oh Jaime, a rapariga vai só a casa da minha tia passar a noite com ela, que está doente outra vez! Olha, foi o que “baleu””. A menina relatou-lhe o último episódio dos “Morangos” com cuidado com os pormenores e insistiu na ideia que tinha fixa de ir ao casting da novela à rebeldia dos pais.
Estacionam no parque e tomam o elevador. Hoje era dia de festa. Desfilavam os dois entre as pessoas como D. Juan Carlos e a Rainha Sofia. Banquete num lanche ajantarado no McDonald’s. Super Big Mac para ele, por estar exausto do treino (como ele referia em outras palavras enquanto esperavam na fila); e Happy Meal para ela por estar em dieta (deixou algumas batatas no tabuleiro).
Por volta das 21h 45min, ponderavam ir ao cinema, já que não viam um filme juntos desde há meio ano, a ultima vez que tinham ido ao cinema, tanto um como o outro (nenhum, no entanto, se lembrava que filme tinha sido por terem estado entretidos com outras coisas durante a sessão). Mas não, não era altura para cinemas. Tinham combinado, numa SMS abreviada e com alguns erros ortográficos, fazer a troca de prendas a seguir ao jantar romântico num passeio romântico que iam fazer no carro de Ruben, a máquina que ele tanto se orgulhava de dirigir. A seguir, voltavam os dois para a cidade para o Mix-Mania, o bar de Mário, o cunhado de Ruben. Tinham um DJ convidado, que Ruben conhecia por trabalhar na garagem onde levava o seu carro quando o queria equipar. A noite de S. Valentim prometia…
O barulho do motor perfurou a circular, saíram num caminho com árvores de ambos os lados quando Verónica exclama: ”Vais-me lebar para o sítio da outra bez?!”. Ruben em vez de responder esboça um sorriso, dando a ver os seus dentes escorbúticos. Estacionam depois de um “serrote” na contracurva e gritos de sustos da menina. O dono da viatura desligou o rádio onde cantava 50 Cent. Agora ela ria e passavam os dois para o banco de trás, como era habitual nestas circunstâncias. “Toma”, diz Verónica, “aposto que até já sabes o que é…”. Um frasco da água de colónia do costume e um par de boxers da Throttleman. “Obrigado, mor, bê se gostas do teu”. O embrulho que envolvia a lata cilíndrica era sugestivo. “KIT PARA ELA”, assim se lia na lata. Dentro dela vinha tudo: algemas, chicote em miniatura, um fio dental e um livro intitulado: “Instruções e Recomendações”. Um grande beijo de agradecimento interrompe o característico sorriso de Ruben…a noite, essa prosseguiu dentro do carro, mais tarde no bar…

Alguém disse um dia que uma alegria partilhada era uma dupla alegria, mas uma tristeza partilhada era meia tristeza… Já agora, um bom dia para todos; com um romance bonito e idêntico se for caso disso…!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

15 dias atrasado, mas...

Já andava para pôr este post aqui há algum tempo. As minhas desculpas pelo adiamento...

"No caso da tentativa de casamento de duas pessoas do mesmo sexo, contra o que dispõe o Código Civil, será que a autoridade administrativa (no caso o conservador de registo civil) pode deixar de aplicar a lei por alegada inconstitucionalidade da mesma?
Há quem entenda que sim, embora a questão seja assaz controversa, desde logo por a fiscalização administrativa da constitucionalidade das leis não estar prevista na Constituição, que só prevê a fiscalização pelos tribunais. Mas em geral quem defende essa posição limita esse poder a certas hipóteses especiais: inconstitucionalidade evidente, a norma já ter sido julgada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional, e outras semelhantes. É claro que nos casos de ausência de lei incumbe à Administração aplicar directamente a Constituição em relação às normas exequíveis sem necessidade de lei; mas, havendo lei, cumpre à Administração aplicá-la (com eventual ressalva das situações referidas), deixando para os tribunais a questão de saber se ela é ou não conforme à Constituição. É o que manda o princípio da separação de poderes e o princípio da legalidade da administração."


Vital Moreira, in Causa Nossa

sábado, fevereiro 11, 2006

Correcção do Tê Pê Cê

Acabo de ver o “Match Point”, o mais recente filme de Woody Allen (como todos sabem, aliás) e apenas me ocorre uma palavra: tricky. Ou duas: soberbo: Ou três: genial. Estreei-me em Woody Allen com este filme (ok, go ahead, shoot me) e não me arrependo; inexplicavelmente, os outros filmes dele nunca me apelaram muito. Tal como este: entrei convencido que ia ver um filme romântico (quiçá uma comédia) com um humor ligeiramente mais refinado –por ser, lá está, de Woody Allen. Ora, acontece que o filme não é um romance – mas tem romance; e faz rir, mas não é uma comédia. O(s) romance(s) é(são) apenas um meio – uma espécie de elemento coordenador de toda a intriga (que, diga-se de passagem, está fenomenal).



Não vale mesmo a pena resumir a história. Vale a pena ver; vale a pena assistir à genialidade de Allen. Vale a pena ir ver Scarlett Johansson fazer o papel mais sedutor da vida dela. Vale a pena ver a cena de sexo na seara (uma das melhores que já vi, até hoje, no cinema). Vale a pena embasbacar com a banda sonora do filme: Verdi a rodos (posso estar em erro, mas é o filme todo) – parece de doidos, mas é verdade (Verdi como banda sonora de um filme – pensam vocês se não serviria melhor para um anúncio de um banco)...
Podia fazer um post com o triplo do tamanho deste, mas é desnecessário: o filme fala por si. Não o percam.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Boa tarde. Eu sou a Manuela Moura Guedes e este, é o terço das 6

- Se não fosse jornalista, teria seguido a vida de freira?

- Isso foi uma pancada de adolescência quando estudava no Colégio de Santa Doroteia. Quando estudei Direito na Universidade de Lisboa, também quis ser advogada...

- Isso era mais natural. Mas ser freira era outra história...


- Desde miúda que tenho necessidade em acreditar em Deus. Acabei por mudar de ideias quando a Madre do Colégio me disse que nem a um hábito iria ter direito. Lá se ia a minha ideia romântica de estar recolhida num convento. Continuo a ser muito religiosa. Deus é um pilar na minha vida. Preciso de conversar com Ele todos os dias. Depois imagino as respostas.



Manuela Moura Guedes, in Correio da Manhã

Ainda bem que não telefonaram para casa do Band...

"SOARES TEM MAIS APREÇO QUE VOTOS

Só metade dos que consideram Mário Soares como o político mais importante do pós-25 de Abril votou nele nas presidenciais de acordo com a sondagem CM/Aximage que aponta ainda as curiosidades de a maioria dos admiradores de Sá Carneiro se inclinar para Garcia Pereira, enquanto quem prefere Guterres e Sócrates votou mais Jerónimo e os que gostam de Sampaio elegeram Manuel Alegre. Largamente dominantes, os admiradores de Mário Soares (24,9%) e Cavaco Silva (21,7%) valem só por si dois terços das opiniões expressas. Nas presidencial os entusiastas de Soares repartiram-se pelo próprio (51,7%), seguindo-se Alegre (36,4), Louçã (20,8), Cavaco (15,9) e Jerónimo (6,4).
"

in Correio da Manhã

Afinal, parece que a história não foi tão injusta como isso com Soares. Quanto ao fenónemo "Votantes em Sampaio= Votantes em Alegre", não é nada em que já não tivesse pensado: Sampaio e Alegre seguem uma linha política muito semelhante...Honestamente, parecem-me as primeiras sondagens conclusivas acerca das presidenciais...

Coisas que nunca sonhou que um P.R. devesse fazer, mas que afinal deve...

Li não sei onde que Jorge Sampaio foi um cobarde por, de visita a Nelas, não ter tido coragem de ir ao centro da vila, para não se cruzar com habitantes de Canas de Senhorim.
Eu acho que fez muito mal. O que se espera de um P.R. é que, em situações destas, arregace as mangas e espete umas vergastadas nestes malandros, para repor a ordem.
“Isto parece-me óbvio...”

Isto teria o dobro da piada se fosse com Cavaco

Minimize Me?

Noto que algumas cadeias de fast-food decidiram incluir na sua oferta saladas, fruta e sopas. Para além de parecerem de plástico, tal como os hambúrgueres, pergunto-me: para quê? Quando se vai ao Mc Donald’s não é para comer mal e porcamente? Batatas grandes para besuntar com ketchup e aquele “Molho de Salsa para Batatas”, que sabe invariavelmente ao mesmo desde que me lembro de lá ir pela primeira vez?
Há quem diga que estas medidas foram tomadas após o polémico “SuperSize Me” – uma aposta na qualidade. Mas a “DECO Pró teste” chegou à conclusão que, em termos calóricos, um hambúrguer sem molhos equivale ao mesmo que uma salada daquelas; para além disso, os estudos deles descobriram erros na forma como conservam as saladas...
Por isso, já sabem: Mc Donald’s significa um Super McMenu Big Mac com batatas grandes e muitos molhos...Sopinha e saladinha só mesmo da feita em casa - que, apesar de tudo, sabe bem melhor...

Vá para fora cá dentro

O espectáculo montado na Praça da República ilustra bem a cidade onde vivemos: em pleno centro, três ou quatro estruturas de lata ferrugenta pintadas com cores fluorescentes, carrinhos de choque e juventude animada. Isto é fantástico, aí para um turista britânico que acabe de ver a nossa mui prestigiada Universidade, desça as escadas monumentais e se sinta em Marrocos (quem disse que vamos ficar parecidos só no clima...?).

Tê Pê Cê

Match Point, de Woody Allen - imperdível!!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

O Direito a ter direito

Não sou grande admirador do Daniel Oliveira, nem dos seus salmos bloquistas. No entanto, não deixa de me surpreender o alarido que ecoa na blogosfera com um post seu intitulado “A liberdade da islamofobia”, em que este se limita tão apenas e só a afirmar que compreende a indignação dos muçulmanos com os famigerados cartoons que surgiram no recém-famigerado jornal dinamarquês (visto que até há 2 semanas atrás ninguém na Europa fazia a mais pálida ideia de que jornal se tratava) a caricaturar Maomé. DO diz que não aceita a não aceitação do mundo ocidental das reacções destes muçulmanos que se manifestaram, quando este assiste impávido e sereno às manifestações de indignação em que católicos incorrem sempre que a paródia é com Jesus Cristo.
É um facto que ambas são provas de fundamentalismo (não ter sentido de humor é, provavelmente, a sua primeira manifestação), e que esse fundamentalismo adquire outros contornos quando mete muçulmanos à mistura. No entanto, não se pode pedir à mesma pessoa que acredita em virgens prometidas que se ria de quem lhas promete. É talvez aqui que está o salto gigantesco do ocidente para o médio oriente: a nossa indignação processa-se de forma pacífica, aquela não. Não se pode pedir a um povo atrasado quase um século em relação a nós (pelo menos, em termos de blasfémias) que digira essa indignação da mesma forma...

Pode ser ignorância minha, mas não conheço nenhum Nietzsche que os tenha habituado desde cedo a rir de Maomé...

Grande Briosa

Foi sem os valorosos Hugo Alcântara e Roberto Brum que a Briosa venceu por um esclarecedor e incontestável 3 a 0 a formação de Paços de Ferreira. Um jogo importantíssimo entre duas equipas que no fim da anterior jornada apresentavam proximidade na tabela. Academistas como eu, tiveram todos os motivos para comemorar no Sábado passado. Foi uma grande exibição que pôs todos bem dispostos!Na defesa, Danilo, mostrou mais segurança, com menos faltas do que nos tem habituado. Ezequias, não tão “inventão”conseguiu dar provas do seu potencial técnico, ajudando a sua equipa na criação de perigo. Foi Ezequias que esteve na origem do segundo golo da Briosa, finalizado por Mangualde num desvio infeliz para a própria baliza. N’Doye, Zada e Joeano também lutaram bem em campo.
Os golos, esses fizeram-me soltar uma alegria que já há algum tempo não me dava ao luxo de gritar naquele Estádio. De dois reforços, saíram dois grandes golos. Vieram de Gelson e Serjão. Após o intervalo, Dionattan passa a bola a Gelson, que finalizou da melhor forma que sabia. O segundo, como já foi dito foi marcado na própria baliza na sequência de um ataque de Ezequias que passa o esférico a Dionattan, que faz o remate que Mangualde desvia para a sua própria baliza. Serjão não quis ficar a ver, marcou aos 93 com a assistência de Filipe Teixeira.
Essencial neste jogo, voltou a ser Pedro Roma. A Bola considerou-o o melhor em campo. Não tenho dúvidas que este grande guarda-redes, em todos os jogos, seja um elemento de um desempenho louvável no plantel da Briosa. Tem toda a razão quando diz à imprensa que o intervalo fez bem à sua equipa.
Neste jogo, não podemos esquecer a visita de Fredy à casa onde jogou. Foi bem recebido, foi aplaudido e aplaudiu também o público de Coimbra. Um gesto notável de dignidade, próprio de um jogador que passou pela Briosa: um lar e uma família que sabe estar ao nível e marcar a diferença visível no público e em todos os que por lá passaram, como o Fredy.
Encontra-se então a Académica num confortável e ambicioso 11º lugar no meio da tabela classificativa. Assim como esta posição, importa também amanhã manter a presença na Taça de Portugal, jogo para o qual Nelo Vingada já mencionou haver “tolerância zero”, dada a respeitabilidade do adversário, que já eliminou da competição equipas como o Sp. Braga e o Belenenses.

Um grande abraço aos bravos que amanhã vão estar em Vila das Aves a apoiar a maior instituição de todos os tempos, a criação mais responsável por alegrias que nem todos são dotados para sentir: a Académica de Coimbra, o primeiro e único GRANDE, o grupo que nunca esteve na moda, mas tem o melhor apoio dos tempos!

Também disponível em www.show-de-bola.blogspot.com

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Herman Sick

Ligo a televisão à 1.00. Vejo duas mulheres que se querem casar e um advogado com ar embevecido grunhir a retórica do costume. Segundos depois entra um tal de "Sá Leão".
A minha opinião é que nem a esta hora devia ser permitido um sujeito coquinado entrar num programa de televisão, aos saltos e a gesticular enquanto repete freneticamente "O pai já vai", se ajoelha e aparenta começar a espumar da boca.
Independentemente de ser ou não uma mania intelectualoide - dizer que não se vê televisão - percebo que há mesmo motivos para não o fazer...

domingo, fevereiro 05, 2006

Hoje acordei assim...

As crises e os stocks acumulados
Que da monumental fábrica americana
Por mercados nunca antes abusados
Passaram ainda alem da zona prussiana
Em capitais e produtos sociais acumulados
Mais do que prometia a força humana
E entre países subdesenvolvidos edificaram
Novo Sistema, que tanto sublimaram
E também as crises cíclicas
Que a especulação foi ajudando
O crash, o desemprego, a inflação
Que dos EUA à Rússia andaram devastando
E aqueles que por obras tendenciosas
Se vão da Reforma libertando
Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar a paciência
(e os livros que li com a cabeça em Marte)
Cessem do sábio Smith e Marx
Os calhamaços grandes que fizeram
Cale-se Say e as teorias da praxe
A fama dos livros que escreveram;
Que eu canto Keynes, esse ilustre salvador
A quem Governantes e Capitalistas obedeceram.
Cesse tudo o que da Lei de Chapelier se levanta
Que a Consituição de Weimar algo melhor canta
E vós, frequências minhas, pois criado

Tendes em mi um novo ódio crescente
Se sempre em pouco estudo celebrado
Foi de mi vossa feitura alegremente
Dai-me agora um 6 redondo ou aproximado
Uma hipótese plausível e decente
Por que de vossas correcções Avelãs diz em tom solene
“Que não tenham mais que um 15, está dito, ámen
Dai-me a matéria bem posta na cabeça
E não colada a cuspo, fragmentada ou muda
Mas decorada, sabida e pouco custosa
Que a esferográfica acenda e que à nota acuda;
Dai-me a síntese de Lionel Robbins para cantar em verso
Já que o que sei neste momento não chega quase a 1/3
E vós, ó bem nascida vigilante
Da técnica antiga e ensaiada que é o copianço
É não menos certíssimo o catanço
Que anula a prova, normalmente não em tom manso
Vós, o novo temor do ano reprovado
Tragédia fatal de que há muita probabilidade
Dada à faculdade por notas parcimoniosas
E por pouco estudo consumado, a que
Não nos habituaram até esta idade...
(...)

...Poeta

José Júdice...



...o Woody Allen português...

José Júdice dixit

"Uso Macintosh há 25 anos. É um sistema infinitamente superior ao Windows..."

José Júdice, in "O Eixo do Mal"

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Quem disse que não gosta de politica...




...está tão out!

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A JS é a juventude do tacho, é sim senhor. A JS é um movimento politico constituído por pessoas sem escrúpulos cujo único interesse é fazer a escalada. A JS é o começo, o princípio de um sintoma que nos vai afectar a curtíssimo prazo: a ultra-mediocridade dos partidos políticos, e o seu subsequente descrédito.
No entanto, eu não tenho vergonha de ser filiado na JS, porque vejo lá pessoas capazes e dedicadas. E não tenho problemas em elogiar a sua actuação perante diversas causas – nem temo que me chamem ceguinho. E nem recusarei intervir nela se achar a causa meritória. A JS agarra em muitas questões que a direcção central do partido não considera prioritárias...
E não temo publicar este post, porque este blog já deu provas de que a única pessoa que anda por estas bandas sou eu. É preciso voltar a acreditar nos partidos e é necessário mudá-los.
Urgentemente...

Routine

É giro criar uma rotina num edifício público. A certa altura, já conhecemos o segurança, as 3 mulheres do cabide e as 4 da Sala do Catálogo (e um homem, que também lá trabalha).
Ah, e as outras duas que estão em cada ponta da Sala de Leitura...

Livros de que (quase) toda a gente gosta de falar, mas que (quase) ninguém leu:

-A Bíblia Sagrada

-O Capital, de Karl Marx

Livros de que (quase) ninguém gosta de falar, mas que (quase) toda a gente leu:

-O Código Da Vinci, de Dan Brown

-Harry Potter, de J.K.Rowling

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Nos Serviços de Informática da FDUC...

Por entre uma densa nuvem de fumo, ouve-se “Rouxinol Faducho” (D. Maria, seu gato deu, 25 pirocadas na bunda do meu), consultam-se sites de torrents e conversa-se no Messenger. Ah, e desconfia-se do que foi jogar no Euro Milhões por eles (“O gajo disse que se ganhasse não dizia a ninguém; não confio nele, o que é que queres.”)
Não se atrevam a interrompê-los – se tiverem problemas com o computador, olhem, desenmerdem-se.

D. Maria, seu gato deu, 25 pirocadas na bunda do meu...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Faz tudo parte do mesmo

O “Mestre” diz que só viveremos em verdadeira democracia quando alguém que tiver nascido depois do 25 de Abril ocupar o cargo de PM. Devo dizer que discordo um bocado desta afirmação – ou pelo menos que a considero incompleta.
Se o que motivou o “Mestre” a escrever este post foi o facto de se ter dito, durante a campanha eleitoral para as Presidenciais, que Cavaco não tinha participado activamente no 25 de Abril, e que isso era uma lacuna no seu percurso, eu acho que agiu mal, porque ninguém está a fazer, com isso, um julgamento de competências, ou seja, a considerar Cavaco menos apto para exercer o cargo a que se propôs por essa razão; a crítica que se faz é mesmo à pessoa de Cavaco, ou seja, a um homem que em 74 (antes e depois) tinha idade para se ter manifestado criticamente e não o fez. Nunca o fez. Tal como estas críticas são dirigidas directamente a Cavaco, são também a outros que fizeram o mesmo – que estavam, no entanto, no seu pleno direito de não o fazer – mas que sofrem as consequências advindas do conflito entre carácter e competência, em que o primeiro, por este acto ser uma lacuna em qualquer cidadão que preze os valores democráticos, sai lesado.
Há ainda outra questão que vem a propósito desta: que permitir a criação de um Partido Fascista faria, de igual modo, progredir a democracia – de que também discordo. Não entendo, aliás, a contradição no discurso destas pessoas que dizem que, por um lado, a extinção de partidos extremistas como o PCP seria um avanço (o que é legítimo aceitar) e que, por outro, se deveria permitir a criação de um partido de extrema-direita. Ora, o objectivo não é tentar acabar com os extremos? Não será muito mais ético, democrático e eficaz confiar no julgamento do povo para solucionar este problema – povo que já caiu no erro uma vez, e que não cairá segunda? O facto de o PCP nunca ter obtido nenhuma vitória, quer nas Legislativas, quer nas Presidenciais, não significará alguma coisa?
Não me entendam mal, não estou a julgar nenhuma ideologia nem nenhum partido: estou apenas e só a partir do pressuposto que o PCP ser um partido de extrema esquerda é globalmente aceite – e estas questões surgem unicamente a propósito de conclusões que tenho ouvido, e de que não partilho. De qualquer forma, dormiria descansado se se permitisse a criação de um Partido Fascista (nunca neonazi), desde que se instituísse, simultaneamente, a cláusula-barreira...

Foi sem os valorosos Hugo Alcântara e Roberto Brum que a Briosa venceu por um esclarecedor e incontestável 3 a 0 a formação de Paços de Ferreira. Um jogo importantíssimo entre duas equipas que no fim da anterior jornada apresentavam proximidade na tabela. Academistas como eu, tiveram todos os motivos para comemorar no Sábado passado. Foi uma grande exibição que pôs todos bem dispostos!Na defesa, Danilo, mostrou mais segurança, com menos faltas do que nos tem habituado. Ezequias, não tão “inventão”conseguiu dar provas do seu potencial técnico, ajudando a sua equipa na criação de perigo. Foi Ezequias que esteve na origem do segundo golo da Briosa, finalizado por Mangualde num desvio infeliz para a própria baliza. N’Doye, Zada e Joeano também lutaram bem em campo.
Os golos, esses fizeram-me soltar uma alegria que já há algum tempo não me dava ao luxo de gritar naquele Estádio. De dois reforços, saíram dois grandes golos. Vieram de Gelson e Serjão. Após o intervalo, Dionattan passa a bola a Gelson, que finalizou da melhor forma que sabia. O segundo, como já foi dito foi marcado na própria baliza na sequência de um ataque de Ezequias que passa o esférico a Dionattan, que faz o remate que Mangualde desvia para a sua própria baliza. Serjão não quis ficar a ver, marcou aos 93 com a assistência de Filipe Teixeira.
Essencial neste jogo, voltou a ser Pedro Roma. A Bola considerou-o o melhor em campo. Não tenho dúvidas que este grande guarda-redes, em todos os jogos, seja um elemento de um desempenho louvável no plantel da Briosa. Tem toda a razão quando diz à imprensa que o intervalo fez bem à sua equipa.
Neste jogo, não podemos esquecer a visita de Fredy à casa onde jogou. Foi bem recebido, foi aplaudido e aplaudiu também o público de Coimbra. Um gesto notável de dignidade, próprio de um jogador que passou pela Briosa: um lar e uma família que sabe estar ao nível e marcar a diferença visível no público e em todos os que por lá passaram, como o Fredy.
Encontra-se então a Académica num confortável e ambicioso 11º lugar no meio da tabela classificativa. Assim como esta posição, importa também amanhã manter a presença na Taça de Portugal, jogo para o qual Nelo Vingada já mencionou haver “tolerância zero”, dada a respeitabilidade do adversário, que já eliminou da competição equipas como o Sp. Braga e o Belenenses.

Um grande abraço aos bravos que amanhã vão estar em Vila das Aves a apoiar a maior instituição de todos os tempos, a criação mais responsável por alegrias que nem todos são dotados para sentir: a Académica de Coimbra, o primeiro e único GRANDE, o grupo que nunca esteve na moda, mas tem o melhor apoio dos tempos!

Também disponível em www.show-de-bola.blogspot.com

De acordo com Os Pardalitos do Choupal, Tozé, júnior da Académica passará a integrar os treinos de Nelo Vingada. O ponta de lança deixa assim os treinos de Tó Miranda. Que tenha toda a sorte ao serviço da camisola Academista!
Parabéns também ao juvenil Eduardo Janico que internacionalizou pela primeira vez como central na Selecção de sub-17.

Por aqui se vê como é importante a formação como base nos exitos a médio-longo prazo de um clube!

(também disponível em www.show-de-bola.blogspot.com)

Vitória em Setúbal

Foi com uma grande alegria que, juntamente com outros apaixonados como eu, me desloquei à margem sul para apoiar a grande Briosa. Era eu e mais algumas dezenas de apaixonados (pela Académica, aqui não há nada de paneleirices!) que se encontravam no estádio do Bonfim numa segunda feira com temperaturas quase nulas, prescindindo de comodismos, lareiras e Sport TV’s.
Ao chegar ao minuto 69, os locutores da RUC terão tido o prazer de, num acto de coragem, substituir a banda sonora do minuto em decurso pela ainda mais agradável música do golo (um abraço para a RUC, mas não para os que, ao abrigo da transmissão encontraram uma possível desculpa para não ir ao estádio). No bonito minuto 69, Joeano introduz o esférico no orifício da baliza sadina. Assistência do senegalês N’Doye, estreante nesse mesmo jogo. Não podemos deixar de, com toda a imparcialidade, deixar de salientar que houve dúvidas na validação do golo. No entanto, ele foi efectivamente validado por Cosme Machado. Não vou fazer qualquer comentário a não ser o da minha total satisfação com o resultado. Se alguém acha escandaloso, que vão pedir as gravações de jogos como ode Braga, Estádio da Luz, Porto, e outros…
E isto deve-se a uma primeira parte com alguma pressão da parte dos Sadinos aguentada pela defensiva de Coimbra, onde não estava Hugo Alcântara nem Nuno Luís, mas sim Sarmento e Danilo, que com muitas daquelas, tão cedo não volta a jogar os 90 minutos em campo, nem sequer a primeira parte completa. Aos 34, já com um cartão amarelo aos 8 minutos, faz falta de novo; valeu Cosme Machado que atribuiu o amarelo a Sarmento (alguém sabe o que fazia ele a lateral). Hélio Sousa descuidou-se nos flancos onde se ia reflectindo a vulnerabilidade da equipa da cidade da grande baía.
Assim, quase toda a segunda parte foi dominada pelos Estudantes. A estreia de N’Doye foi muito boa, Serjão não jogou tempo suficiente para exibir o que vale. Também Zada (ainda podia fazer melhor) e Joeano (decisivo) estiveram bem em campo e Roma continuou a mostrar que é absolutamente imprescindível. Segundo a minha opinião e d’A Bola, o melhor em campo foi Roberto Brum. Brum é o meu jogador de eleição na Briosa. Brum é um jogador influente no meio campo, não se inibe de ir à frente, distribui bem jogo e não tem dificuldade em auxiliar a defesa. Está de parabéns, não por este jogo, mas pelo trabalho que tem feito na maioria dos jogos que disputou desde que chegou a Coimbra.

Balanço positivo da visita dos estudantes à cidade do poeta Bocage e da cantora Luísa Toddi. No intervalo, em conversa com um indivíduo adepto do Vitória, fiquei com a ideia que a situação financeira complicada em que o clube se encontrava está em vias de ser ultrapassada, espero que sim. Não posso esconder o meu apreço por este clube antigo e digno de uma cidade também antiga e digna, mas muito desigual, que tem sido esquecida nos últimos anos.
Não esquecer o protesto da claque de apoio à Académica, que trazia duas faixas com frases reclamando, com toda a razão os jogos à segunda-feira, que com a ajuda das transmissões televisivas farão com que cada vez menos pessoas vão aos estádios.

Por fim, faço o que devia ter feito no anterior texto. Apresento a minha equipa actual do Show-de-Bola. Comigo escreve João Cunha, um dos poucos benfiquistas que conheço que sabe ler, escrever e quase não dá erros ortográficos, Miguel Pinto dos Santos, um homem da Académica, uma pessoa como deve ser. Ninguém do Sporting escreve para o blogue, visto que no último mês não encontrámos ninguém com coragem de assumir ser sportinguista (pode ser que esta semana as coisas mudem). Ouvi dizer que havia outro membro a escrever no show-de-bola, mas não sei quem será…ainda nem vi nada escrito por ele. Por falar em produtividade nula, não vi o Marcel jogar, alguémviu? Cá para mim, deu lhe a vontade e sem ninguém notar foi ao WC fazer companhia ao Nuno Gomes.
Para finalizar, peço muito que vão ao Estádio Cidade de Coimbra no Sábado antes de irem para os copos ou no intervalo do estudo. É PERCISO APOIAR A BRIOSA E GRITAR BEM ALTO PELA ACADÉMICA!

(também disponível em www.show-de-bola-blogspot.com)


Já repararam que o Sócrates emprestou ao Bill Gates uma das gravatas do seu "Kit PS"? Posted by Picasa

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