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sexta-feira, junho 30, 2006

A primeira vez

Suamos. Será que estamos a ir bem? Será que está a gostar? E se não estiver? É melhor parar agora? É melhor continuar? Não está a gostar. Mudamos de posição? E se fui longe de mais? Sorri. Não pares agora, estavas a ir bem. Recomeça. Onde é que íamos? Sim, aí. É melhor repetir. Ou será que não? É melhor ficar por aqui. Até nem foi mau. Melhores virão. Ninguém nasce ensinado, afinal.

Não há nada como uma primeira oral...

Zen



Chega-me pouco para acabar bem o dia...

quinta-feira, junho 29, 2006

"Stars are Blind"...

..."but Paris Hilton must be tone deaf". É o comentário que mais se lê no iTunes (a loja de música online da Apple, para os mais avessos às novas tecnologiaze, aze), acerca do recente single de Paris Hilton - "Stars are Blind". Parece que, depois de uma polémica prestação em "House of Wax", a colunável decide iniciar-se numa carreira musical. Pressinto que se sairia melhor a fazer sex tapes . Cada um nasce para o que nasce...

Era de prever...

Que o boneco mais estúpido que surgiu até hoje - conhecido como Crazy Frog - acabasse a fazer anúncios relacionados com o Mundial. Cria-se uma música reles, um toque polifónico da música reles, e é ver o dinheiro a entrar. Ao pé deste boneco (criado descarada e exclusivamente para vender), o Pai Natal da Coca-Cola é um...menino.

(in)Kulto

Confesso que até tinha alguma admiração pelo trabalho da redacção da revista "Kulto", uma revista que, apesar do seu redondo falhanço em tentar utilizar uma linguagem e estilo de jovens (de 12/13 anos) merecia algum respeito pela tarefa inglória a que se propunha - de pôr gente nova a ler. Pensava eu ser, aliás, esse o objectivo. Qual não é o meu espanto quando leio na capa da "Kulto" deste domingo que "A Kulto vai basar para a Televisão" (sort of...). Sim, é mesmo do que os putos estão a precisar: de mais um programa estúpido para adolescentes saltitantes que os cole mais umas 2h por dia à televisão. Volta, Ana Malhoa. Estás perdoada...

segunda-feira, junho 26, 2006

Peter Crouch

25 de Junho

Como é o dia dos meus anos, lembrei-me de ir ver quem tinha nascido nesse dia e que acontecinentos haviam ocorrido. Não se pode dizer que haja, pelo menos, falta de pessoas. Se não vejamos...

Acontecimentos:
Nascimentos:

Curiosidade:

Os satanistas, comemoram o Antinatal (serei eu o AntiCristo? :P).

E esta, hein?

Portugal 1 - 0 Holanda

sábado, junho 24, 2006

What the f**k?!




"Asociación Nuevo renacer.Por una juventud sin mácula.

(...)Nosotros no necesitamos destruir como hace MTV para hacerte reir. Nuestros vídeos construyen y te dan energía para tu vida.

Míralos, ¡y tus ojos descubrirán la luz de la felicidad!"


Soberbo.

Site

Retirado daqui.

Dadas de Carnaval

Há uma certa raça pseudo-intelectual alternativa que me contem com os nervos. Normalmente costuma andar mais à esquerda, mas também os há mais reaccionários (estes últimos trocam as t-shirts do Ché por outras com cartoons sobre Marx). Na minha opinião, que é tão só a opinião de um ser que se considera na fronteira entre o burgesso que berra com o árbitro e o homem que compra o jornal todos os dias, e que gosta de satisfazer a sua sede de consumo com alguns gadgets - mais um na multidão, portanto – este conjunto de seres que aparentam descobrir coisas fantásticas todos os dias, que ouvem música que ninguém ouve, vêem filmes que ninguém vê e lêem livros que não interessam nem a uma estátua de mármore - rejeitando tudo o que pareça mainstream - regem a sua conduta por directrizes que pescam da sua incapacidade de se inserirem no povinho de que dizem gostar mas em relação ao qual afirmam, sem sequer se aperceberem da incoerência do discurso, não ter qualquer afinidade.
Este espécie de antípoda de dandy (que aparenta gostar de ter mau aspecto) considera as suas opiniões e julgamentos acima de quaisquer outras. Não concebe, aliás, que haja pessoas a partilhar das mesmas ideias, mas que simplesmente não gostam de andar de sandálias a brincar ao 25 de Abril. O facto de conviverem com todo o tipo de pessoas que vive à margem da sociedade cria-lhes na cabeça a ilusão de que são verdadeiros conhecedores do mundo, e de que todos os outros são apenas corpos diluídos num todo que consideram fútil e superficial, de que fogem como o diabo da cruz.

O mais triste é que não se percebem que são apenas fashion victims (fashion surge aqui como conceito alargado) cuja tendência que seguem é apenas e só aquela que lhes é ditada pelos restantes membros da minoria a que julgam pertencer. O mais curioso é acharem que têm horizontes alargados porque leram clássicos e são liberais em matérias polémicas. O mais engraçado é não se aperceberem de que são apenas um amontoado de tendências e demagogias, de ideias impraticáveis, de meias de riscas fluorescentes, de clichés e lugares-comuns, de radicalismos que se desvanecem com a idade ou quando sentam, ao fim-de-semana, o rabo nos BMW dos papás. E o que nos descansa a todos é saber que mais dia, menos dia, cederão ao sistema que, longe de ser perfeito, é o único que nos/ lhes permite usufruir da liberdade que lhes é tão cara...

Na mouche

Falo da crónica de Ricardo Araújo Pereira, que conseguiu transmitir exactamente o que eu pretendi transmitir com este post, mas sem parecer pretensioso ou a roçar o cliché. "O que é que ainda não sabemos sobre o Mundial?": é a pergunta que se destaca.
É claro que recomendo a sua leitura...

sexta-feira, junho 23, 2006

I'll be back in no time II



"António não conseguia acreditar na quantidade de páginas que ainda lhe faltavam..."

I'll be back in no time



"(...) Os sonhos de António vinham-se tornando cada vez mais estranhos..."

quarta-feira, junho 21, 2006

Gracias, Deco


No hay nada como sentarse un sábado por la tarde en el sofá después de comer y ver el partido que protagonizó Deco. Fue una vez más el líder de Portugal y el futbolista sobre el que giró todo el juego del actual subcampeón europeo. No sólo marcó un espléndido gol cuando Irán más resistencia oponía sino que su presencia sobre el campo es fundamental para que mejore el rendimiento del resto de sus compañeros.

Portugal hizo lo que tenía que hacer pero está claro que Deco es capaz de marcar diferencias y que cuando él juega, Figo lo hace mejor, Cristiano Ronaldo también eleva su nivel y Pauleta se mueve en el área con más confianza. Deco es imprescindible en cualquier equipo y si tengo que elegir a los mejores jugadores del momento, más allá de lo que están haciendo en el Mundial, me decanto por él y por Kaká. Es importante que continúe habiendo futbolistas de este calibre, con una clase inagotable y unas enormes ganas de ganar. Y en el caso de Deco lo digo también porque sé de primera mano su papel en los dos años que lleva como centrocampista del Barça.

No sé qué selección le iría mejor a Portugal de cara a un hipotético cruce de octavos de final. Argentina y Holanda ya están clasificados para la siguiente ronda y del partido que disputarán el miércoles en Frankfurt saldrá el primero de grupo. A partir de octavos ya es todo a vida o muerte. Los resultados dependen de cualquier detalle y no se puede ir de adivino. En la fase final de Estados Unidos en 1994 todos nos daban por muertos antes de enfrentarnos a México en octavos y luego a Alemania en cuartos. Pero les eliminamos.

Argentina está en un gran momento pero los elogios que está recibiendo no son para tanto. Metió seis goles contra Serbia y Montenegro pero hay que ir paso a paso. Lo mismo digo sobre Leo Messi. Me reconforta verle otra vez después de su lesión pero es injusto elevarle tanto a los altares por un gol y una asistencia en los últimos 15 minutos de un partido totalmente roto. Pese a ello, es bueno para él sentirse que puede ser muy importante en el juego de su equipo en los próximos encuentros. Esos sí serán duros y no quiero imaginarme lo que le espera a Argentina si el destino le cruza con Alemania en cuartos de final. Si acaban campeones de sus grupos se las verían en Berlín. Ese día ni Beckenbauer hablará pero Alemania jugará en casa y todos sabemos la ventaja de un anfitrión en un Mundial

Crónica de Hristo Stoichkov, o melhor jogador búlgaro de todos os tempos, no "El Mundo Desportivo".

terça-feira, junho 20, 2006

Gostei deste livro

Um dia ainda vou escrever uma série de televisão VIII

[Sawyer has been complaining about headaches; Jack is examining him, and Kate is watching]
Jack: Have you ever had sex with a prostitute?
Sawyer: What's that got to do with anything?
Jack: Is that a yes?
Sawyer: [begrudgingly] Yes.
Jack: Have you ever contracted a sexually transmitted disease?
[Sawyer glares at him]
Jack: I'll take that as another yes. When was the last outbreak?
Sawyer: Go to hell, doc.
[leaves]
Kate: I know he deserved it, but...
Jack: He needs glasses.


in LOST, ABC

Um dia ainda vou escrever uma série de televisão VII

[Boone has taken the gun from Sawyer and Sayid to stand watch]
Sayid: Give it back to me.
Sawyer: Oh, yeah. Give it to Al Jazeera. He'll protect us.
Charlie: Al Jazeera's a network...


in LOST, ABC

Um dia ainda vou escrever uma série de televisão VI

Mr. Burns: This anonymous clan of slack-jawed troglodytes has cost me the election, and yet if I were to have them killed, I would be the one to go to jail. That's democracy for you.
Smithers: You are noble and poetic in defeat, sir.


in The Simpsons, FOX

segunda-feira, junho 19, 2006

Maldizer para servir

No dia em que falta pouco menos de um mês para o seu aniversário, venho eu por este meio felicitar o nosso colaborador CDS, também conhecido como Avelãs Nunes Jr. com os meus parabéns. Felicito-o pelo facto de se inserir na moda: exigentes padrões actuais e rigorosos ditados pelos mais ilustres pensadores e colunistas da actualidade. António Pedro iniciou a sua actividade no movimento que, pelo menos até há coisa de um mês, se encontrava no Olimpo das preocupações dos maiores intelectos do mais alto nível da finesse da escrita ao nível nacional, quiçá lisboeta. Também ele se lançou na actividade produtiva do maldizer futebol.
Hoje em dia, esta actividade é um investimento seguríssimo, mas muito requisitado também. Junto com Pacheco Pereira, Vasco Pulido Valente, Francisco Louçã, entre outros, o nosso amigo critica esse divertimento reles que só serve para iludir a escumalha, na obra recentemente lançada, à qual deu o inspirado nome de Porra.

Felizmente este meu texto que ainda vai a meio sabe exagerar bem, até porque há milhões de irracionalidades em volta da selecção nacional, bem como toneladas de figurinhas tristes etc... Ninguém diz que não. Porém, não duvido que está na moda dizer mal do futebol (Scolaris à parte, dizer que tudo o que tenha bola no pé é mau). Em 2004 estava na moda qualquer um, fosse entendido ou não, mandar uns bitaites nas colunas que escrevia, ir aparecer no Olímpico de Roma e em Gelsenkirchen, filmado pela televisão a ver o seu querido Porto (ou o Sporting, nos dias em que ganhava o Campeão Nacional e durante a semana seguinte), que apoiava desde pequenino. De repente, sem saber porquê, calaram-se todos e muitos deles, aparecem agora a criticar e apontar o dedo a isto e àquilo, vincando a ideia bem clara que o nosso país sem a bola no pé seria um paraíso.

Tentando acabar com alguma coerência, relembro: eu não gosto de presidenciais (também elas revestidas por toneladas de figurinhas tristes), nem de AR’s, nem de nada disso. No entanto, quando é assunto, tenho que apanhar com o Cavaco, o Soares, Jerónimo, o Portas, o Louçã e a tropa toda... Por vezes durante períodos bem mais longos que um mês.Se só há um mundo para muitos gostos, penso que a tolerância passa por saber que há alturas para tudo. Felizes são os que gostam de tudo (e como eu gostava de ser assim), que conseguem desenvolver uma relação de interesse com todos os temas que chegam até eles. À falta de melhor, é comer ou ignorar, como eu faço com o que não interessa.

Patriotismo Kitsch

Nunca cheguei a perceber se éramos ou não um povo patriótico. Uns diziam que sim, outros que não (talvez tenha sido por isso que estes últimos decidiram criar o mui útil e nada reaccionário Dia da Defesa Nacional), mas a verdade é que não dava bem para perceber. Mas eu preferia assim. Preferia a nossa maneira tosca - genuinamente portuguesa - de expressar o nosso patriotismo: o ódio eterno aos nuestros hermanos, o orgulho no 25 de Abril e nos descobrimentos (dois dos nossos maiores feitos), o hino nacional uma ou outra vez e a convicção sincera de que, apesar de passarmos a vida a carpir, não vivíamos assim tão mal.
Até ao dia em que chegou o profeta e nos mandou colocar a bandeira na janela, transformando-nos numa espécie de simulacro de texano que coloca a bandeira no alpendre. Aí, as bandeiras passaram a vir no “Expresso” (ou a 2€, se for para pôr no carro). Comprámos o novo patriotismo e desfizemo-nos do velho. E que saudades que eu tenho dele, já que este novo parece acabar com o último jogo do evento...

Porra

Eu sei que este post vai soar bastante a pseudo-intelectual bloquista ou a Pacheco Pereira, ou até a ambos, mas tenho que dizer isto: Porra para o Mundial. Porra para a música da SIC, porra para a música da RTP, porra para as 20 notícias que abrem e fecham os noticiários, porra para o Scolari, porra para as bandeiras, porra para as pessoas (aparentemente) sérias que fazem figuras tristes à custa disto, porra para os directos à porta do Estádio, para os comentadores, para os jogadores e para as mulheres dos jogadores. Chamem-me quando o pais acordar desta doença...

quarta-feira, junho 14, 2006

Dúvida

Desde quando é que Portugal se tornou um país tropical? Eu sei que já tínhamos políticos corruptos e outros fenómenos terceiro-mundistas, mas o clima é, para mim uma novidade...

segunda-feira, junho 12, 2006

Mais uma ligação

"Manhãs do Eterno Nada". Um blog de gente jovem...e amiga.
Enjoy!

Kill Bill

Não gostei

domingo, junho 11, 2006

Penso de que...

...aqui há cerca de 40 anos, a parcimónia era um valor enraizado na nossa sociedade. O povo português estava habituado a contar tostões – e era realmente no poupar que estava o ganho. Com a melhoria geral do nível de vida que veio com a revolução de Abril - com todas as promessas que foram feitas às classes médias/ médias baixas – o português deixou de juntar. Endividou-se. Comprou frigoríficos e televisões na Worten; chupou todas as regalias que o Estado lhe concedeu; deixou, aliás, de saber a diferença entre regalia e direito. Hoje, com a evidente necessidade que há de voltar a pôr de parte, o português sente os frigoríficos e as televisões a fugirem por entre os dedos e precisa de mais, como um drogado precisa da dose. Recorre ao crédito, endivida-se e endivida o país. Procura desesperadamente um salvador. E é desta necessidade que políticos como Sócrates se aproveitam. É por causa desta necessidade que Sócrates vai ganhar outra vez. Prometendo melhores dias às pessoas, que não vão vir; tomando medidas economicistas que dificilmente produzirão efeito enquanto tivermos, por exemplo, uma dependência externa de petróleo desta dimensão. Com efeito, enquanto não resolvermos este problema, estamos a penas a tapar furos no nosso barco, prestes a naufragar. E é só esperar que o barril chegue aos $100 para o ver. Aí, veremos Sócrates a saír pela mesma porta por onde entrou. E o pior é pensar: quem/ o que virá a seguir?

sábado, junho 10, 2006

Os 10 Mandamentos do Estudante de Direito de Coimbra

1. Amarás a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra sobre todas as outras;
2. Não pronunciarás o santo nome de Orlando de Carvalho (ou de qualquer outro antigo professor) em vão;
3. Não almejarás ter mais de 16 numa frequência:
4. Usarás expressões em latim saepius sepius;
5. Jamais considerarás a Doutrina de Lisboa mais correcta;
6. Não ousarás contestar a avaliação de um professor;
7. Não proporás nenhuma reforma relativa aos métodos de ensino, de avaliação, etc.
8. Não escreverás nunca menos de 8 páginas numa frequência;
9. Não ostentarás sebentas (apesar de saberes que 90% faz o curso por elas);
10. Não cobiçarás o lugar de assistente do próximo;

sexta-feira, junho 09, 2006

O que queria dizer II

Praxe:
Este texto será, obviamente, polémico. Como todas as discussões que envolvem uma dose considerável de subjectivismo.
Após a leitura desta notícia, ocorrem-me apenas dois comentários: um, (e - estranhamente - muito no seguimento do texto que antecede este) para realçar a pouca isenção do jornalista:
“Um terço concorda com Praxe violenta”. Hum...não pretenderá isto despertar logo no leitor uma reacção? A resposta parece-me óbvia. Não vos parece que a notícia suscitaria uma reacção antagónica se o título fosse “Dois terços são contra a Praxe violenta”? A mim sim (o que não significa que concorde com qualquer um dos títulos); outro, para realçar a falta de rigor e a escassez de informação que nela sobressai: o lead da notícia informa-nos que “mais de 80% dos alunos inquiridos se dizem favoráveis à discriminação sexual”. É esta a parte em que o(a) leitor(a) do jornal o rasga e se dirige ao armário para tirar a caçadeira e iniciar a sua caça a estes sádicos retrógrados. Mas provavelmente não o faria se entendesse o significado de discriminação sexual neste contexto, que não pode ser outro que não este: refere-se à proibição de homens praxarem mulheres e vice-versa. Pela simples razão que é as mulheres não terem nem um direito a menos que os homens nesta matéria. Se têm, digam-me um, porque, sinceramente, desconheço. Todas praxam como os homens, todas usam traje, todas formam Trupes, etc. Em que é que têm sido lesadas?
Quanto à igualdade de direitos, parece-me só poder ser entendida como igualdade entre alunos de todos os anos, perante a Praxe. E a resposta parece-me natural: quem se sujeita a ela é porque concorda com os moldes em que esta está institucionalizada – tarefa que se tornará bastante mais simples se se conseguir relativizar e perceber que, à partida, ninguém está ali com o intuito de nos fazer mal (há, obviamente excepções, que têm, provavelmente, vindo a aumentar, pelos motivos que explicarei mais à frente).

A Praxe é uma instituição medieval – o que explica o seu carácter penoso. Mas esse carácter penoso é um simples jogo que os alunos mais velhos fazem entre eles com o intuito de intimidar. Ora, há os que conseguem fazê-lo de forma a que se perceba que aquilo tem um intuito...E há, depois, os que não o conseguem fazer – porque não entendem a Praxe. Não entendem o seu propósito e não entendem a sua génese. Pois são estes aqueles que lhe dão mau nome. Mas o problema é que têm vindo a aumentar. Elitismos à parte, são pessoas (normalmente de fora) que são confrontadas com uma realidade totalmente nova para elas – e aparentemente hostil. Como tal, o seu principal objectivo é defenderem-se. E vingarem-se. Porque provavelmente foram praxadas – lá está – por outros que passaram pelo mesmo. Quem teve a sorte de ser praxado por pessoas razoáveis, que entenderam o sentido da Praxe e que pretendem transmiti-lo não fica ( julgo eu) a pensar do mesmo modo.

O Problema central é este: não há nenhum Código da Praxe que possa ensinar as pessoas a serem razoáveis. Que lhes possa ensinar que a Praxe não é (nem deve ser) um exercício de maldade e má-formação. Quem praxa com estes intuitos, é porque é realmente assim. Como em tudo, há pessoas boas e más. E, como em tudo, as pessoas más sufocam as boas. Por isso, a tarefa das boas é (já o disse) tentarem devolver à Praxe algum sentido - impedi-la de ser, basicamente, destruída por pessoas que, simplesmente, não a entendem.
E isso implica saberem marcar a distância que existe entre elas e as outras.
“[Saber que a Praxe é mal interpretada] dá-me motivos para tentar fazer com que esta se não pareça com a que se pratica noutros lados. É essa a missão que está incumbida a todos os estudantes de Coimbra que a sabem viver: fazer com que se conserve como sempre foi. É, pelo menos, aquilo que tento fazer; que tento transmitir aos que nela me acompanham; e é com esse propósito que a defendo daqueles que gratuitamente a tentam denegrir...”

O que queria dizer I

Carrilho:
Carrilho é uma personagem singular. Apesar do seu gigantesco ego e da sua arrogância, consigo ver nele uma certa dose de razão. É já um dado adquirido – o facto da nossa comunicação social (generalizando, obviamente) não prestar – as notícias reality show; as entrevistas de rua que nada acrescentam à notícia que se está transmitir; os telejornais que duram o dobro do que deviam durar; os comentários e piadinhas dos pivots; a forma parcial como (e volto a repetir – generalizando) a maior parte das notícias chegam até nós. Hoje em dia, e aparentemente, o trabalho de um jornalista já não se resume só a transmitir a notícia. Este parece incumbido da perigosa (e pouco deontológica) tarefa de a tornar mais interessante aos olhos do leitor/ espectador. Porque o que interessa hoje a um jornal é vender, tal como o que interessa a um telejornal é ser líder de audiências – objectivo que não dá espaço à ética e ao profissionalismo para se manifestarem.
Mas creio que o que se passou com Carrilho foi algo um pouco diferente. Aparte o famoso vídeo (”Em que me filmam de trás! De trás, Ricardo Costa!”) do não aperto de mão a Carmona, parece-me ter ocorrido um fenómeno que se tem vindo já a verificar noutras ocasiões – comentadores e jornalistas influenciarem-se mutuamente. A meu ver, foi o mesmo que ocorreu na campanha de Soares (e até de Cavaco). Estes seres apostam numa estranha concordância que produz os seus efeitos. Assim, vamos ouvindo repetidamente refrões - extremamente eficazes na moldagem da opinião pública (ex: “Ele está demasiado velho!”; “Já deu o que tinha a dar!” (no caso de Soares), ou: “É um tecnocrata!”; “Não tem bagagem humanista!”; etc.”(no caso de Cavaco)). Normalmente, formam-se (naturalmente...) duas correntes – uma pró e outra contra - havendo sempre uma dominante. No caso de Carrilho, a corrente dominante foi obviamente a contra. Era muito raro ouvir um comentário favorável a Carrilho. E, para alem disso, os opinion makers juntavam-lhes certos requintes de maldade (ex: “Desta vez não trouxe a mulher!, etc.”). Quem me lê pensará certamente – “isso é óbvio, não descobriste nada de novo”. Pode ser bem verdade. Mas o problema fulcral parece-me ser outro: a partir do momento em que se descobrem estes mecanismos, é muito mais fácil para os interessados num resultado x ou y concretizarem os seus propósitos. Por outras palavras: passa-se a saber por onde pegar.

Apesar de não ter lido o livro de Carrilho, e de não subscrever tudo o que (manifestamente exaltado) foi dito por ele na tourada da RTP1, penso (tal como já disse) que o homem tem alguma razão. Mas o seu modus operandi apenas contribui para que os mesmos que (consciente ou inconscientemente) lhe arruinaram a campanha se continuem a divertir. E sou forçado a concordar com Pacheco Pereira: este é um debate bastante pertinente, mas não nestes moldes. Se MMC pusesse de parte a sua arrogância e assumisse a derrota (merecida ou não) seria muito mais fácil para ele iniciar o debate. E claro - ser ouvido...

Brevemente, n' "A Mesa de Café"...


...Um conto erótico cheio de glamour narrado por dois talentosos contribuidores deste blog*...

Não perca!

*Não asseguramos conseguir chegar aos calcanhares da nossa maior referência, a vasta, inesgotável e luxuriosa "Colecção Harlequin"...Se não sabe do que falamos, não ouse dizer que percebe de literatura...

sábado, junho 03, 2006

Curiosidade...

Um dia, durante uma pausa num dos jogos de futebol semanais com um grupo de amigos, falou-se de transpiração. Eu disse que, segundo o que me tinham dito, a transpiração não fazia emagrecer. Ou seja, que a transpiração não tinha nenhuma relação com a perda de peso. Ninguém acreditou: “É obvio que emagrece!”

Agora, tenho a prova! :) Encontrei isto, por acaso, num livro da minha mãe:

Transpirar faz emagrecer?
Não. Isso é uma ilusão. O facto de se perder suor não significa que se perca gordura. Pelo contrário, não sai nenhuma gordura com o suor, mas apenas água e sais minerais. Não é, portanto, nenhuma técnica para emagrecer. (…) Portanto, tudop o que seja faixas a volta da cintura ou calções para transpirar não tem utilidade prática, porque não levam a uma perda localizada de gordura, como se pretende. (…) Transpirar por causa do calor não faz emagrecer.


Apenas uma curiosidade! :)

Entrevista de Scolari a um jornal brasileiro, em "A Bola"

Luiz Felipe Scolari deu entrevista telefónica ao Zero Hora, diário desportivo de Porto Alegre. Vale a pena transcrever na íntegra (e sem mais comentários) o texto do diálogo dos jornalistas com Scolari, que o jornal brasileiro colocou na sua página na Internet, assinado por David Coimbra, enviado-especial aWeggis, Suíça, onde a selecção do Brasil realiza o seu estágio. Eis o texto:

«Quê? O Edmílson foi cortado? Luiz Felipe Scolari não sabia. Informei-o do ocorrido com Edmílson às 22h30 da última quarta-feira, por telefone. No começo do dia, havia telefonado para ele e deixado recado na secretária electrónica. Felipão ligou de volta. Estava em Lisboa, na última folga da selecção de Portugal antes da Copa do Mundo. Contou que naquele mesmo dia Edmílson havia ligado para ele e que falara com sua mulher, Olga.
— Parecia que estava tudo bem...
— lamentou. Depois de se recompor do choque, Felipão começou a raciocinar como o técnico vencedor que é. Perguntou quem tinha sido convocado para substituir o jogador cortado e, ao ouvir o nome de Mineiro, gritou:
— Bá! Mas o Parreira acertou em cheio! O Mineiro vai ajeitar o time do Brasil. Se ele botar o Mineiro junto como Emerson, então... Os dois pegam, os dois marcam, os dois se movimentam. O Brasil dá sortemesmo. Em 2002, quando o Emerson se lesionou, coloquei o Gilberto Silva no time, e acertou a defesa. Agora, o Mineiro é que vai arrumar o time, ele é muito bom jogador. Quanto a seu próprio time, Portugal, Felipão disse que está bem, mas que poderia estar melhor, não fosse a lesão de Jorge Andrade, zagueiro que ele definiu como «espectacular».
– Se ele estivesse em condições, certamente seria um dos grandes destaques desta Copa do Mundo. De resto, sua selecção está «óptima fisicamente, e tecnicamente razoável». No entanto, cauteloso como sempre, Felipão jamais subestima os adversários:
– Esse time do Irão, por exemplo. É um time chato, chato, chato... Tem uns jogadores altos, fortes. Um time muito chato. Não sei, essa nossa chave... Mas Felipão tem motivos de sobra para ser optimista. A selecção portuguesa está invicta há 13 jogos, um recorde do time, e, em 42 partidas, conquistou 26 vitórias. Os portugueses o adoram.
– Quando saio na rua é uma loucura, eles vêm falar comigo, eles aplaudem. Está quase como no Brasil — relatou. Claro, há quem o critique.
— Uns quatro ou cinco intelectuais — rosnou.—Aqui, quando eu falo em bandeira, em pátria, em nacionalismo, é porque sou pregador. Na verdade, é preconceito contra brasileiro mesmo. Eles têm bronca, raiva e inveja dos brasileiros.
Felipão tem de cabeça a curta lista de desafetos:
— Um diz que é cineasta. O outro, o pai dele foi um grande escritor. O pai, né, porque ele é uma bosta. Um terceiro ganhou uma herança do tio e ficou rico. E tem uma mulher famosa aqui que diz que é a Marília Gabriela de Portugal. Só. Não entendem nada. Me criticaram porque coloquei a selecção a treinar num clima de 27º C. Nós treinamos às cinco e meia da tarde, aí está uns 23. Quando formos jogar na Alemanha, com 15 graus, os jogadores vão estar voando. Felipão sabe que o que importa é o torcedor.
— E o torcedor, sim, esse gosta de mim. Noventa e nove vírgula nove por cento me aprovam, aqui em Portugal. Pensei que Felipão ia reclamar da duração da ligação, ele que é um notório pão-duro. Nada disso. Estava de espírito leve. Até comentou a vitória do Grêmio sobre o Palmeiras.
— Meu time está bem— comemorou.—O Mano é gente boa, está fazendo um bom trabalho. Está tudo certo na vida do multicampeão.»

Entrevista curta. E significativa.

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