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O que queria dizer II

Praxe:
Este texto será, obviamente, polémico. Como todas as discussões que envolvem uma dose considerável de subjectivismo.
Após a leitura desta notícia, ocorrem-me apenas dois comentários: um, (e - estranhamente - muito no seguimento do texto que antecede este) para realçar a pouca isenção do jornalista:
“Um terço concorda com Praxe violenta”. Hum...não pretenderá isto despertar logo no leitor uma reacção? A resposta parece-me óbvia. Não vos parece que a notícia suscitaria uma reacção antagónica se o título fosse “Dois terços são contra a Praxe violenta”? A mim sim (o que não significa que concorde com qualquer um dos títulos); outro, para realçar a falta de rigor e a escassez de informação que nela sobressai: o lead da notícia informa-nos que “mais de 80% dos alunos inquiridos se dizem favoráveis à discriminação sexual”. É esta a parte em que o(a) leitor(a) do jornal o rasga e se dirige ao armário para tirar a caçadeira e iniciar a sua caça a estes sádicos retrógrados. Mas provavelmente não o faria se entendesse o significado de discriminação sexual neste contexto, que não pode ser outro que não este: refere-se à proibição de homens praxarem mulheres e vice-versa. Pela simples razão que é as mulheres não terem nem um direito a menos que os homens nesta matéria. Se têm, digam-me um, porque, sinceramente, desconheço. Todas praxam como os homens, todas usam traje, todas formam Trupes, etc. Em que é que têm sido lesadas?
Quanto à igualdade de direitos, parece-me só poder ser entendida como igualdade entre alunos de todos os anos, perante a Praxe. E a resposta parece-me natural: quem se sujeita a ela é porque concorda com os moldes em que esta está institucionalizada – tarefa que se tornará bastante mais simples se se conseguir relativizar e perceber que, à partida, ninguém está ali com o intuito de nos fazer mal (há, obviamente excepções, que têm, provavelmente, vindo a aumentar, pelos motivos que explicarei mais à frente).

A Praxe é uma instituição medieval – o que explica o seu carácter penoso. Mas esse carácter penoso é um simples jogo que os alunos mais velhos fazem entre eles com o intuito de intimidar. Ora, há os que conseguem fazê-lo de forma a que se perceba que aquilo tem um intuito...E há, depois, os que não o conseguem fazer – porque não entendem a Praxe. Não entendem o seu propósito e não entendem a sua génese. Pois são estes aqueles que lhe dão mau nome. Mas o problema é que têm vindo a aumentar. Elitismos à parte, são pessoas (normalmente de fora) que são confrontadas com uma realidade totalmente nova para elas – e aparentemente hostil. Como tal, o seu principal objectivo é defenderem-se. E vingarem-se. Porque provavelmente foram praxadas – lá está – por outros que passaram pelo mesmo. Quem teve a sorte de ser praxado por pessoas razoáveis, que entenderam o sentido da Praxe e que pretendem transmiti-lo não fica ( julgo eu) a pensar do mesmo modo.

O Problema central é este: não há nenhum Código da Praxe que possa ensinar as pessoas a serem razoáveis. Que lhes possa ensinar que a Praxe não é (nem deve ser) um exercício de maldade e má-formação. Quem praxa com estes intuitos, é porque é realmente assim. Como em tudo, há pessoas boas e más. E, como em tudo, as pessoas más sufocam as boas. Por isso, a tarefa das boas é (já o disse) tentarem devolver à Praxe algum sentido - impedi-la de ser, basicamente, destruída por pessoas que, simplesmente, não a entendem.
E isso implica saberem marcar a distância que existe entre elas e as outras.
“[Saber que a Praxe é mal interpretada] dá-me motivos para tentar fazer com que esta se não pareça com a que se pratica noutros lados. É essa a missão que está incumbida a todos os estudantes de Coimbra que a sabem viver: fazer com que se conserve como sempre foi. É, pelo menos, aquilo que tento fazer; que tento transmitir aos que nela me acompanham; e é com esse propósito que a defendo daqueles que gratuitamente a tentam denegrir...”

Curiosamente, pergunto-me porque não terá ido a alminha penosa que escreveu este monte de esterco ao ISEA, à Universidade do Minho (será que há interesses por trás de um texto destes?...quem diria...), ou a outra instituição politenica, dessas onde morrem jovens na praxe, onde são registados casos de danos mentais nos "praxados", etc...
Vende mais falar na descriminação sexual (sempre vendeu) que só quem escreve um artigo daqueles deve sentir.

Depois aparece o sem fim de estatisticas que quase põe a UC a par com a Escola Primária de Penalva do Castelo. Essas questões, embora se reflictam em comportamentos da praxe académica não se ligam directamente a ela de nenhum modo possível ou imaginário. Quanto a isso, recomendo ao infliz que escreveu o artigo a consulta do capítulo "Cuidado com as Estatísticas" de "Introdução à Economia" de João César das Neves.

No fundo, devemos compreender isto. É que se ele não fosse vendido, não haveria nenhum jornal que o quisesse...

Porra, Band! Por momentos pensei que a "alminha penosa que escreveu este monte de esterco" fosse eu!

Lol

Acho que se a alminha penosa fosse à Universidade do Minho, não escreveria um artigo, escreveria uma tese. Que seria posteriormente gravada em filme com o patrocínio da TVI. Já se está mesmo a ver, aliás: umas sopeiras aos berros, muita choradeira e grandes planos das marcas das vítimas...

a polémica da praxe também já passou pelo nosso blog, se quiserem dar uma olhadela.. (:

http://manhas-do-eterno-nada.blogspot.com

Inês:

Eu gostei bastante do vosso blog e estou a pensar adicionar-vos aos nossos links... Esperamos reciprocidade :D

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