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sexta-feira, dezembro 30, 2005

Passei para dizer que...

Desejo um bom ano para todos: com todas as promessas que não cumprimos, com o o dobro dos compromissos a que faltamos, com ainda mais stress antes dos testes (que agora são frequências), com o mesmo cão que não passeamos, com a mesma mãe que não avisamos...com menos dinheiro (que mesmo assim não chega)...Com mais pizzas e hambúrgueres, mais whisky e cerveja, mais noite e menos dia. Estou a brincar.
Com mais desamores que amores, com mais tabaco e menos pastilhas de nicotina, com mais discussões e menos panos quentes, com mais política quente, mais farpas, mais insultos, mais boas respostas, mais ironia, mais frio, mais consumo – numa linha,

.... com tudo aquilo que nos faz querer ter uma vida melhor. Um bom mau ano.

"Good resolutions are simply checks that men draw on a bank where they have no account."
Oscar Wilde

Trailer Fabulous

Incrível, este programa da MTV. Até em lixo televisivo somos ultrapassados pelo resto do mundo – importamos os formatos e esgotamo-os – e, normalmente, o que importamos é muito, mas muito mau (uma quantidade infindável de programas, se virmos as coisas em anos).
Mas, como estava a dizer, este programa destina-se a transformar Caravanas (sim, ouviram bem - caravanas) ou as típicas casas pré-fabricadas que abundam na Califórnia em habitações de luxo - acreditem que a coisa é mais complicada do que parece.
A única coisa que posso dizer é que trocava a minha c...pronto, o meu quarto, por uma Caravana daquelas...

Gostos...

Anunciam uma reportagem sobre alguém que ficou paralítico num acidente de carro, por ir em excesso de velocidade. “Gostava de ter o meu corpo de volta - ouve-se – a pressa não compensa.” Acaba a primeira parte do Jornal da Noite, começa imediatamente um anúncio em que aparece um jipe no meio do deserto e se ouve: “TMN - gostamos da velocidade como ela é”...

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Preso por ter cão e preso por não ter

Ora prendem Cavaco por não dar opinião sobre nada, ou fazem-no por dar opinião demais, quando sugere a nomeação de um Secretário de Estado. Não percebo!

The Great Portuguese Disaster

"METADIÁLOGOS DE BOLIQUEIME (XIX) - "Da Prostituição"

-- Ó, vó, o que é uma prostituta?...

-- (silêncio. Maria, Modesta e Modista cora e depois empalidece)

-- Ó, vó, o que é uma prostituta?...

-- Filho, uma prostituta era uma mulher que andava a fingir que trabalhava em fábricas de calçado, de vestuário e de automóveis, mas que mal foi posta na rua, revelou aquela coisa negra e porca que tinha dentro de si, e tornou-se numa mulher de má-vida, da beira da estrada...

-- Ó, vó, e por que é que o avô é contra a prostituição?...

-- Porque o avô, quando for Presidente da República, vai abrir muitas fábricas de vestuário, de calçado e de automóveis, para essas desgraçadas poderem voltar a trabalhar!...


(...)"

Atenção: Blog não recomendado a nenhum apoiante de Cavaco (ou pelo menos a nenhum que sofra de problemas cardíacos).

Bravo, Bravíssimo ou Grave, Gravíssimo

Cavaco não aguentou; não aguentou esconder mais o desejo que sente em interferir (de forma positiva, claro está) na vida do país (entenda-se: na vida do país que compete ao Governo). Cavaco serve clientelas perigosas. Cavaco não aceita esta Constituição. Isto é grave. É grave porque Cavaco está a ser dissimulado e porque irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para conseguir alterações convenientes (Soares bem que avisou...). Isto claro, se os portugueses deixarem. É urgente que as pessoas percebam que Cavaco começa a ser perigoso. Todos os salvadores da pátria o são ou, mesmo que não sejam, podem vir a ser. Onde pára o Dr. Louçã nestas alturas? Precisa-se de uma espécie de bispo que explique isto com...hum...incisão.

iTunes

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Tendo em vista a atenuação dos prejuízos que a pirataria causa às editoras (e uns gordos lucros extra), a Apple criou, há cerca de dois anos, uma loja de música virtual – o iTunes, que permite comprar música on-line. A maior parte das pessoas já deve ter ouvido falar deste serviço, mas para quem nunca ouviu, fica aqui a informação:
O iTunes é bastante completo. As suas vantagens passam pela possibilidade de ouvir samples de 30s de todas as músicas que existem na loja (2 milhões) – o que permite explorar um artista e descobrir centenas de músicas novas – ou pela facilidade com que se organiza uma mediateca onde podem pôr todas as vossas músicas e vídeos, procurar pelo nome da música, por artista, por género...As possibilidades são ilimitadas. Podem ainda criar playlists e gravar CD’s. Para quem desespera diariamente a procurar músicas pelas dezenas de pastas que tem para o efeito, este programa será, certamente, muito útil. Ainda mais porque é...gratuito.
Quem utiliza o iPod (o conhecido leitor da Apple) já percebeu o quão fundamental este programa é (apesar de haver outro software que serve de alternativa ao iTunes).
Há outras lojas de musica on-line, como a da Real Player ou a que foi anunciada pela Samsung; a primeira não é tão completa como o iTunes – a segunda é esperar para ver.
Portanto, já sabem: quem tem dezenas de CD’s gravados no computador, quem tem o hábito de comprar música ou mesmo quem simplesmente quer pôr organização na música que tem no PC, está aqui uma boa solução: para Mac ou Windows.
Mais info aqui.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

"Portugal Maioooooor" e a Solidariedade

Katia Guerreiro (que podia muito bem ter sido Karina, Katarina, Katiana, etc.) raramente fala, muito ao jeito do seu tutor. No entanto, quando diz alguma coisa (à excepção daquela espécie de genérico do “123” que compôs para a campanha da esfinge) até que nem se sai mal.
Já não me lembro onde li a fadista falar de Acção Social. No entanto, enquanto ia para casa depois de uma barrigada de Peru, pensei mesmo nisso: eu, gordo e mimado, rodeado de uma família que não cabe nos dedos das mãos (nem dos pés) refastelado a viver o Natal. Enquanto milhares de idosos passam o Natal a ver o Herman, numa cama de hospital ou mesmo sozinhos numa casa de Granito, numa qualquer aldeia do Norte abandonada.
Sem querer que isto pareça um Conto de Natal, pergunto: o que custava a mim ou a esta geração de pequeno-burgueses que somos, prescindir da consoada e fazer alguma coisa de socialmente útil, como companhia a estas centenas de idosos? Já disse mais que uma vez: para mim, isto é solidariedade, não uns brinquedos partidos que depositamos num caixote para uma qualquer instituição. Era bom que mais gente pensasse nisto...

Natal a Visa

Logo que acabaram de voar os papeis de embrulho, de saltar camisolas, rádios, meias, molduras, perfumes e todos os presentes de toda a gente, percebeu-se que tinha nascido Jesus e morrido ali a euforia que as prendas despertam. Sentei-me a ver a RTP Memória onde passavam notícias dos 24 de Dezembro, aí desde 64. Numa de 84, perguntavam a um vendedor de uma loja de brinquedos: “então o negócio este ano, está bom?”. O homem respondeu, prontamente: “Sabe, nota-se uma grande diferença em relação ao ano passado. As pessoas têm muito menos poder de compra.”
Ora, isto deixou-me a pensar: se o poder de compra das pessoas só tem evoluído no sentido que todos sabemos, como é possível ver a mesma fúria consumista todos os anos, nunca menos? Se em 84 já havia baixo poder de compra, que poder de compra há agora?
Só depois me ocorreu uma variedade de cartões de crédito, créditos por telefone, pagamentos em Março de 2006 e uma imensidão de formas de easy Money que justificam o próspero Natal desta gente toda.
É caso para dizer: God bless Visa... (e o endividamento do país, se não for pedir muito...).

sábado, dezembro 24, 2005

Na Mouche

OS CRUCÍGEROS:

Tornou-se comum, de há cerca de trinta ou quarenta anos para cá. Em Portugal, com o alargamento dos lugares falados, o bestiário começou há cerca de dez anos, mais coisa mais menos coisa. Falo da proliferação de opiniões publicadas sobre o Natal sempre com um rasto de acinte. Os lugares são comuns: época de consumismo, de ígnaro fervor religioso, de hipocrisa. Gosto especialmente desta, da hipocrisia. Estes lamentos são sobretudo ( há excepções) os urros de uma geração de mimados e de desatarrachados. São os filhos das famílias reconstruídas, são os amaciados criados quase sem irmãos, neste Portugal de embeiçados. Começam por detestar o Natal que lhes traz memórias de separações, ou pior, de um mundo que cresceu mais depressa do que eles. Nada que o velho Freud não tivesse antecipado. A treta do consumismo senta-se à mesa com o consumismo que devoram sem parcimónia o resto do ano. Não admira que muitos destes desgraçados sejam hoje violentamente assertivos, que arrumem pessoas em frascos sem uma sombra de dúvida. O meu consolo é que o povo que não os ouve, está sentado à mesa a comer bacalhau com couves servido por uma mãe com um crucifixo ao peito.

FNV in Mar Salgado

Noite Mágica



Semanas de azáfama maluca. Incrível, que stress, que confusão...
Hoje à noite vou jantar bem. A lareira ligada, a sala toda bonita!
Digam o que disserem, esta noite é mágica. Eu estou estoirado de compras atrasadas, do stress da época.
Numa noite destas não podia deixar de escrever qualquer coisa. Feliz Natal para todos.

"We wish you a merry christmas(...)"



"If TV has taught me anything, it's that miracles always happen to poor kids at Christmas. It happened to Tiny Tim, it happened to Charlie Brown, it happened to the Smurfs, and it's going to happen to us."

Bart Simpson

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Uma receita da moda

RECEITA DE PERU COM WHISKY

Ingredientes:
1 garrafa de whisky - do bom, é claro!!
1 peru de aproximadamente 5 Kg
Sal, pimenta e molho verde a gosto
350 ml de azeite extra-virgem
500 g de bacon em fatias
Nozes moídas

Modo de preparar:
Envolver o peru no bacon e temperá-lo com sal, pimenta e molho verde a gosto. Massajá-lo com azeite.
Pré-aquecer o forno durante aprox. 10 minutos.
Beber uma boa dose (dupla) de whisky enquanto aguarda. Colocar o peru numa assadeira grande.
Sirva-se de mais duas doses de whisky.
Ajustar o terbostato na marca 3, e, debois de uns binte bidutos, bonha para assassinar. Digu, assar a ave. Beber bais uba dose de whisky.

Debois de beia hora, formar a baertura e controlar a asssadura do pato.
Tentar zentar na gadeira, zervir-se de uooooootra dose boa de whisky.
Gozer (?), gosturar(?), gozinhar (?), sei lá, f***-se o beru.
Deixááár o vilho da buta no vorno bor ubas 4 horas.
Tentar tirar a berda do beru de lá.
Bandar bais uba boa dose de whisky pa dentro, dendar nobabente tirar o cabrããão do beru do vorno, borgue na bribeira denndadiiiva dãão deeeeeeeuuuu.

Begar o beru que gaiu no jão, e enjugar o vilho da buta gom o bano de
limparrr o jão e gologá-lo duba pandeja ou galguer outra borra, bois,
avinal, vozê nem gossssssssta buito dessa berda de beru. Bronto!


Há mails de mais! Bom Natal (ainda nos vemos antes)

Updaite...

...Nos links. "O Energúmeno" porque, no fundo, (e sem querer soar a clichet ou banalidade) todos conhecemos um, e "O Franco Atirador" porque...sim (e, mais que não seja, por uma questão de reciprocidade)...

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Ena, hoje vendemos 10 carros de linhas! Fizemos para cima de 2€!

Não sei se alguma vez pensaram nisto, mas...Como é que alguém pode viver de uma Retrosaria? Não, é que parece-me incrível! Vendem sempre umas roupas que parecem já vir empoeiradas e carros de linhas para aí a 20cent.! Depois têm sempre umas 10 prateleiras com umas caixas brancas de cartão e o nome de uma firma muy tradicional, género “Mendes e Magalhães” Lda. impressa a verde, muito a la Estado Novo...Uma senhora já idosa a fazer tricot com os óculos a escorregar pelo nariz...
Só naquela espécie de Shopping colado ao Mayflower devem ser umas 20!
Para mim, é um mistério como sobrevivem...Fugirão aos impostos? Traficarão dedais?
Isto sem querer diminuir, de forma alguma, este tipo de comércio, mas é uma coisa que sempre me interrogou...

Uma Vez Mais

Recomendo a crónica de Ricardo Araújo Pereira, na "Visão" desta semana: desta vez, um Conto de Natal. Não está hilariante, mas o humor de RAP não tem esse fim...

A Carpideira

Ribeiro e Castro lamenta «deselegância» do debate Soares-Cavaco. Quando li este título do Diário Digital, pensei que Ribeiro e Castro se referia à forma como Cavaco tratou o CDS/PP («o outro partido que me apoia»). Afinal, enganei-me: para o «líder» do CDS/PP, a «deselegância» prende-se exclusivamente com a forma como Mário Soares tratou o Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva

Filipe, in "Super-Mário"

Johnny Antes de Jantar

Leio “Sobre a Liberdade”, de John Stuart Mill, e penso estar a ler um escritor contemporâneo. Ou o homem tinha ideias bastante avançadas para a altura, ou nós é que evoluímos pouco. Ler e calar:

(...)Nenhuma sociedade em que estas liberdades [de expressar ou publicar opiniões, de consciência, de pensamentos e sentimentos, liberdade absoluta de opinião, etc.] não são, no seu todo, respeitadas, é livre, qualquer que seja a sua forma de governo; e nenhuma é completamente livre se elas não forem absolutas e ilimitadas. A única liberdade que merece este nome é a de procurarmos o nosso próprio bem à nossa maneira, desde que não tentemos privar os outros do seu. Ou frustrar os seus esforços para o alcançar. Cada um de nós é o melhor guardião da sua própria saúde, seja ela corporal, mental ou espiritual. Os homens têm mais a ganhar se tolerarem que cada um viva como lhe parecer melhor do que se obrigarem outros a viver como os restantes acham que o devem fazer(...)

Post Não Dirigido a Ninguém

Quanto mais se tenta enfiar Soares no saco do sistema, quanto mais se tenta reduzir o seu eleitorado a cegos cãezinhos obedientes, quanto mais se tenta fazer do sistema uma coisa intrinsecamente má, quanto mais se tenta descredibilizar Soares e quanto mais se tenta apagar o que a democracia em Portugal lhe deve; quanto mais ressentidos tardios vejo por ele não ter permitido o rumo que muitos quiseram dar ao país; quanto mais demagogia vejo, quanto mais controvérsia, ódio, mesquinhez, repugnância vejo Soares gerar; quanto mais facilmente vejo as pessoas tentarem diminuir Soares, quanto mais vejo uma onda de inconformados e inconformistas tentarem diminuir um dos políticos a que Portugal mais deve...Quando aos 81 anos este homem ainda irrita tanta gente...

Mais convicto é o meu voto.

Post assinado por mim. Exclusivamente.

Respondendo à Mariana e ao Pedro

Mariana:
Não sei se sabes, mas as sondagens estão sujeitas a normas e são reguladas pela Alta Autoridade Para a C.S. As normas definem, por exemplo, que os indecisos devem ser distribuídos pelos 5 candidatos com representação nas sondagens, e esta Alta Autoridade serve para fiscalizar este tipo de serviço. Desacreditar da seriedade destes resultados é desacreditar de uma série de processos e entidades. E acho baixo que Alegre tenha rumado a este tipo de campanha. Alegre saiu-se mal nos debates: é unânime. As sondagens variam: é unânime. Se tu preferes acreditar nas sondagens que mostram o teu candidato à frente e não considerar verdadeiras as que o põem atrás, é uma opção tua. Eu acredito em ambas, porque elas valem o que valem. E não considero falsas nenhumas, porque são instrumentos sujeitos a normas e regulados. Há boatos nos corredores do poder - certamente que os há. Os terrenos da OTA também eram de Soares, e não me parece que MST o tenha ouvido na Mercearia. Soares também traficava diamantes, e não foi um arrumador de carros que o disse. São boatos, também os há em relação a Alegre, e não mos verás divulgar porque não acho que seja disso que uma campanha eleitoral seja feita. Alegre poderia tomar as medidas que quisesse sem se servir delas como instrumento de campanha; optou por não o fazer. Fez mal.
Outra coisa: acusações deste tipo são demasiado graves para se fazerem por indícios - há que ter provas, algo em que sustentar a acusação – não indícios. Quanto a ser um exemplo “da democracia em que vivemos”, acho precisamente o contrário, mas nisto nunca estaremos de acordo. E não – Alegre “não se limitou a responder ao que lhe perguntavam: falou em “crimes de lesa majestade” e em “donos da democracia”. Alongou-se nas respostas, que foram dadas muitas vezes antes das perguntas; sentiu que o deveria fazer? Ele saberá. A C.S. ajudou a divulgar essas farpas? Certamente que ajudou. Soares aconselhou Alegre a renunciar ao cargo de deputado e a desfiliar-se do PS – foi legítimo? Certamente que foi; renunciar ao cargo de deputado porque não está a exercer a função para que é pago (nem está em condições de o fazer): Alegre iria votar um orçamento que ainda ninguém percebeu se aprova. Alegre entrou (escusadamente para ele, mas isso não me compete a mim julgar) em divergência com um Partido do qual fez parte 30 anos, no qual exerce cargos de importância, de que nunca pareceu divergir radicalmente - até hoje. Alegre não tem condições para fazer uma Renovação da Democracia: pelo menos nos moldes em que a quer fazer - é tão simples como isto.
Quanto a ser Soares “O” candidato capaz de vencer Cavaco, é outra matéria sobre a qual nunca estaremos de acordo: eu vi Alegre incapaz de enfrentar Cavaco. Em matéria de debates, Soares foi o único capaz de lhe fazer frente. Mais uma vez. Alegre está nitidamente mal preparado, enterra-se em muitas perguntas, fraqueja, contradiz-se. Mas, lá está, nesta matéria nunca estaremos de acordo. Tu vez em Alegre um melhor candidato a P.R. que Soares: eu não. Tenta compreender que eu não quero que passes a ver, apenas penso não ser este o melhor rumo a dar à campanha de Alegre, e estou certo que entendes isso. Porque Soares pode ser inconveniente e demasiado emotivo no modo de debater, mas não faz afirmações deste tipo; culpa têm os que se deixam diminuir por ele...

Pedro:
Porque achas tu que Alegre teria melhores condições para unir a esquerda que Soares? Mas qual Alegre, o apoiado pelo PS ou o não apoiado? E porquê, são pessoas diferentes? São projectos diferentes? Como podem alguém afirmar-se independente (atenção: da forma como Alegre quer fazer parecer) quando poderia muito bem ser ele o candidato da máquina partidária? Alegre tenta vender uma imagem de isenção e independência que não me convence. Todos estes cinco candidatos são, para o bem e para o mal do sistema; o melhor é, a meu ver Soares: o que poderá exercer o cargo com mais moderação, o que tem consciência da ponderação que é necessária para actuar como P.R., o que não admite, (por saber a crise política que isso poderia originar) admitir dissolver uma Assembleia de maioria absoluta (a maior de sempre) por o Governo admitir privatizar a Rede Energética. É, por exemplo, a leveza com que Alegre fala de medidas desta envergadura que me preocupa. E olha que não é só a mim: Vital Moreira já o disse. E, a propósito: não me parece que quer ele, quer Canotilho, aceitassem fazer parte da Comissão de Honra de Soares se achassem que este subvertesse de algum modo os princípios democráticos. Dois constitucionalistas de renome que, certamente, saberão do que falam e o que fazem...
Soares sabe unir melhor a esquerda que Alegre. A postura de Jerónimo de Sousa em relação a ele, por exemplo, sustenta esta minha opinião; é o fosso entre aquilo que Alegre é e aquilo que Alegre quer ser (entre, obviamente, muitas outras coisas) que me faz não acreditar nele...

quarta-feira, dezembro 21, 2005

A Proeza de Soares

O melhor que se pode dizer de Mário Soares é que, aos oitenta e um anos, conseguiu unir toda a direita contra si. Alguém se lembra da criatura atarantada e meiga que era Cunhal aos oitenta e um anos? Até agora, nem as pomposas banalidades de Manuel Alegre, nem o doce amor aos proletários de Jerónimo de Sousa, nem a moralidade fria de Louçã tinham conseguido abalar a condescendência destes senhores. Mas hoje, finalmente, ficaram zangados: chamaram-lhe "vazio, oco, lutador é certo, mas obcecado, impreciso, altivo, arrogante, totalmente desajustado e fora deste tempo". Que ridículo.

Luís M. Jorge, in O Franco Atirador

Desiludido Com Alegre

Alegre fala em sondagens compradas - uma acusação muito grave. Alegre desiludiu-me bastante, quer como candidato a P.R., quer como político. É um facto que Alegre tem tido uma má prestação nos debates: desiludiu o eleitorado de esquerda ao não se demarcar de Cavaco Silva. Essa demarcação era essencial; Alegre mete os pés pelas mãos em debates: Alegre não está habituado a debates. Se há alguém que não é um político profissional, esse alguém é Alegre, no melhor e no pior que a expressão possa conter.
A hipotética desvantagem de Alegre em relação a Soares não é recente. Numa sondagem publicada a 12 de Novembro no “Expresso”, Alegre já vinha atrás de Soares. Porque é que só agora acha que Soares encomendou as sondagens? Porque insiste nesta absurda ideia? Porque tenta Alegre destruir Soares e não Cavaco?! Estratégia? Quero acreditar que não.
É triste que tenha que recorrer a estes meios, descredibilizando alguém que o acompanhou a vida toda no mesmo tipo de luta – é de lamentar que Alegre tenha feito de Soares o seu grande inimigo (porque fez). A ideia que deu ao eleitorado foi a de que estava mais distante de Soares do que de Cavaco. Ora, isso não é verdade. Alegre sabe bem que não é. E, se Cavaco ganhar, vai saber reconhecer, também, que o tempo dele não era agora...

Acreditava em Alegre...Já não acredito mais. Votarei nele se houver segunda volta, mas por puro pragmatismo.

Cavaquismos antes de deitar

No fundo, o que já se esperava. Um Cavaco engasgado, repetitivo, com voz de falsete e atrapalhado. Um Soares ao ataque, a pegar o touro pelos cornos. Soares foi ao âmago da questão: Cavaco tem uma visão distorcida dos poderes presidenciais; quer actuar onde não pode. Um P.R. deve saber ouvir, deve saber actuar – Cavaco não sabe ouvir e a C.R.P. não lhe permite actuar como e onde quer.
Cavaco insistiu nas suas ideias “para o futuro”. Como tem insistido, aliás, em todos os debates. Fala em muitos assuntos, demasiados. Remete tudo para a Economia. Ora, um P.R. tem de saber de Economia, mas tem de saber de muitas outras áreas; tem de ter um mínimo de formação humanista, como a de Soares (ou mesmo a de Alegre); tem de se pronunciar acerca de política externa; tem de mostrar que está a par da cena internacional; tem que ligar à cultura – e tem, acima de tudo, de cumprir com a Constituição. Cavaco insiste no crescimento económico, na cooperação estratégica, na mobilização, enfim, em todos os assuntos que dizem respeito a um Governo – Cavaco quer governar, mas não vai poder. Quer cooperar com o Governo, mas só, pelos vistos, se este se submeter à sua vontade. Quer dar um rumo ao país, mas desde que seja o seu. Quer iludir as pessoas com a sua estabilidade política, mas a estabilidade de que fala passa unicamente pela sua vontade. Quer que as pessoas recuperem a confiança nos partidos, mas demarca-se deles - Cavaco é um homem baralhado, que não sabe onde se arrumar politicamente: Ideologicamente, porque vive dividido entre ser de direita e ser Keynesiano/ Social-democrata. Partidariamente, porque quer dar a desonesta ideia de estar completamente destacado dos partidos, “acima deles”. Cavaco devia começar por se definir politicamente; depois, devia tentar entender qual a função de um PR (inútil ou não, não é a ele que lhe compete julgar). E aí, talvez, aprender a falar ao eleitorado. Guardar os gráficos para os alunos, escrever noutro jornal que não o “Diário Económico”, escrever outros livros que não biografias e impressões políticas, aprender a comunicar. Entender que a crise que Portugal atravessa é económica e social. Entender que é um tigre de papel, e que a sua aura de melhor economista de Portugal é tão precária como a de pai da democracia de Soares. Cavaco devia ser coerente, e não enganar as pessoas que acreditam que ele poderá salvar a crise económica – a única a que se apresenta para solucionar, porque da social desistiu antes de sequer tentar.
E devia ser humilde: não roubar o reconhecimento que Soares tem no estrangeiro, porque Soares não lhe rouba o mérito enquanto economista. E não ficar ofendido por ser um razoável economista, porque os grandes economistas contam-se pelos dedos das mãos. E Cavaco não está, seguramente, entre nenhum deles.
Finalmente, devia deixar a ideia messiânica de salvar Portugal. Porque “Portugal pode vencer” – mas não será seguramente graças a ele.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Liberdade






Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa,
de tão naturalmente matinal
como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Meu Deus, este Homem é um génio! Calem-se todos para o ouvir declamar!

(se alguém não souber de quem são os versos (como deve ser o caso da esmagadora maioria dos actuais abusadores da internet), por favor cale-se e, com vergonha, nuca mais apareça no blogue...)

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Realiza-se hoje, na TVI, provavelmente o debate mais inútil das presidenciais: Alegre/Jerónimo

.........Boring.........

Update no iPod de Bush

George W. Bush, President of the United States, and his iPod are the subject of headlines again.

After several months since the last report, Sky News's Web cast gives us an update on the contents of the President's iPod, favorite artists and his impressions on the device.

Among the artists, he listens to the listed The Beach Boys, Beatles, Aretha Franklin

and "Dan" McClean. After one of the people in the room corrected him that the name is Don, not Dan, and mentioned one of the most loved songs of the artist, “American Pie”, Bush nodded and said “that's a great song.”

“Bono came in and dropped his new iPod on me" the President said as if he were stating the time of day.
"This is a clunker compared to the newer version,” he said.
He then added that he has a shuffle, which is “light weight” and “can shuffle the shuffle”. “If you don't like it, press next... It's pretty high-tech stuff!”, he concluded queuing chuckles from the people in the room.


É Inverno

Começa a ser obrigatório o uso do casaco, saio da Biblioteca e já é noite, as últimas folhas entram pelo capacete, as mãos doem se não se usa luvas.
Entro em casa e está quente, descongelo em frente ao radiador 10mn. Acordo e ligo o aquecedor 20mn antes de me levantar. Saio e vejo as pessoas embrulhadas em casacos, algumas a tiritar de frio. Observo o nevoeiro no meio de uma floresta distante (quando as árvores estão queimadas o cenário é um tanto ou quanto mórbido). A senhora que vende flores ao cimo da calçada embrulha-se no xaile.
Ouço músicas de Natal (desde Outubro), a publicidade e a felicidade esgotam-se nos brinquedos.
Não há duvidas: é Inverno, mesmo que uns três dias mais cedo.

Quanto mais leio e mais telejornais vejo e mais blogues visito mais detesto política. Cambada de inúteis.

domingo, dezembro 18, 2005

Chiclet, deita fora

Com as Presidenciais no mainstream, o Governo actua e ninguém dá (quase) por nada. O que prova que, mais do que criticar a actuação de um Governo, as pessoas e os media precisam, acima de tudo, de ter alguma coisa para mascar.

Porque é Advento




Porque falo em muitas coisas feias por aqui e critico e desanco em quem merece e não merece, sinto-me na total obrigação de referir aqui também os assuntos mais bonitos que conheço. Passam dezoito dias desde que Maria iniciou uma caminhada para Belém para vir a dar Jesus ao mundo (há dois mil e tal anos).
Maria era muito bondosa, humilde e muito bonita. Maria é o nome da minha mãe, é o nome de todas as mães, já que, podendo não o ter no nome, todas elas têm muito ou pouco de Maria em si.


“Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a vossa vontade.”, palavras de Santa Maria na Anunciação do Anjo Gabriel.

Alguém conhece um nome mais bonito?

sábado, dezembro 17, 2005

Fumar Vive (O Golpe de Misericórdia ou O Insólito)

Toda a gente conhece, certamente, a mítica imagem do "Marlboro Man", o good old cowboy sempre pacato, com aquele "glamour" que o cigarro lhe confere... o Zé Bandeirinha pôs uma imagem do bom homem no post dele...
Bom, vamos ao que interessa, desde que existe o "Marlboro Man" que todos os actores que lhe deram vida, nos anúncios, morreram com cancro do pulmão.

"Where's the glamour in that?"

Mais que um café...

Porque chegaram as férias e sinto que devo preguiçar um pouco. Porque a imaginação está perra. Porque não me sinto em terra firme ao falar das presidenciais. Porque o tema sempre se adequa mais a este blog do que textos enjoativos sobre o Natal. Porque não tenho seguido (muito) de perto o que nos chega pelos media. Porque Portugal está chocado com o aparecimento da Mariana Dias na têvê – decidi postar um texto que me apareceu, sabe-se lá de onde, acerca do café. A muitos não dirá nada de novo, para outros, terá, quem sabe, algo a dizer – de qualquer das formas, não espero que ninguém vá ler um texto com esta extensão. O café está na mesa.

“Tenha-se em consideração o simples acto de beber uma chávena de café. O que há a dizer acerca de um comportamento aparentemente tão desinteressante? Imenso.
Podemos começar por notar que o café não é meramente uma bebida. Enquanto parte das nossas actividades sociais quotidianas possui um valor simbólico. O ritual associado ao acto de tomar café é frequentemente muito mais importante do que o consumo de café propriamente dito. Duas pessoas que combinam encontrar-se para tomar café estarão provavelmente mais interessadas em estarem juntas e conversarem do que em beber, de facto, café. Em todas as sociedades, na realidade, beber e comer proporcionam ocasiões para a interacção social e o desempenho de rituais (...).

Em segundo lugar, o café é uma droga, pois contem cafeína, que exerce no cérebro um efeito estimulante. Os adictos em café não são vistos pela maioria das pessoas no Ocidente como consumidores de droga. O café, tal como o álcool, é uma droga socialmente aceitável, enquanto a marijuana, por exemplo, não o é. No entanto, há sociedades que permitem o consumo de marijuana e mesmo de cocaina, mas desaprovam tanto o café como o álcool . (...)

Em terceiro lugar, um indíviduo que bebe uma chávena de café está envolvido numa complicada rede de relações sociais e económicas de dimensão internacional. O café é um produto que liga as pessoas de algumas partes mais ricas e mais pobres do planeta: é consumido em grande quantidade nos países ricos, mas cultivado fundamentalmente nos países pobres. Depois do petróleo, o café é a mercadoria mais valiosa do comércio internacional, representando a principal exportação de muitos paises. A produção, transporte e distribuição do café implicam transacções constantes que envolvem pessoas a milhares de quilómetros dos consumidores. (...)

Em quarto lugar, o acto de beber uma chávena de café pressupõe todo um processo de desenvolvimento social e económico passado. Com outros artigos hoje familiares nas dietas ocidentais – como o chá, as bananas, as batatas e o açúcar – o café tornou-se um produto de consumo generalizado somente nos finais do século XIX. Embora seja uma bebida originária do Médio Oriente, o seu consumo maciço data do período da expansão colonial ocidental, há cerca de um século e meio atrás. Praticamente todo o café que se bebe nos paises ocidentais provém de areas (América do Sul e África) colonizadas pelos europeus; não é, de maneira nenhuma, um elemento “natural” da dieta ocidental. A herança colonial teve um impacto enorme sobre o desenvolvimento do comércio mundial de café.

Em quinto lugar, o café é um produto que está no centro do debate actual em torno da globalização, do comércio mundial, dos direitos humanos e da destruição ambiental. À medida que o café aumentou a sua popularidade, tornou-se um produto politizado e um assunto de marketing: as escolhas dos consumidores sobre que tipo de café beber e onde comprar tornaram-se opções de estilo de vida. As pessoas podem escolher beber apenas café orgânico, café descafeinado naturalmente ou café comerciado a preços “justos” (através de esquemas que pagam o total do preço de mercado a pequenos produtores de café em paises em vias de desenvolvimento). Podem optar por apoiar cafetarias “independentes”, em vez das cadeias internacionais de cafetarias como a “starbucks”. Os consumidores de café podem decidir boicotar café proveniente de determiandos países onde haja pouco respeito pelos direitos humanos e o ambiente natural. (...) é interessante perceber de que forma a globalização aumenta a consciência das pessoas acerca de questões que se passam em pontos remotos do planeta, incentivando-as a actuar no dia-a-dia em função desse novo conhecimento.”

- Anthony Giddens

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Para que fiquem a saber

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...Achei que devia dizer.

Mp3


Quer vos agrade, quer não, o site criado pela JS de apoio à candidatura de Mário Soares está bastante bom. É o único candidato com um site de apoio jovem. Faço campanha por Soares e não tenho que esconder as minhas convicções - já diz o próprio que "o poder é transitório, a liberdade não". Não há nada como poder ser livre e apoiar quem muito bem se entende; por isso, deixo aqui o link. É, pessoal, para mim, Soares sempre foi e sempre será fixe ;); por mais celeuma que cause.
Acontecimentos anteriores levaram-me a justificar esta espécie de prevaricação... Resta apenas dizer que o apoio a Soares parte exclusivamente de mim, que não falo em nome do blog e que os outros participantes são livres de escreverem textos de apoio, de divulgarem materiais de campanha, ou o que bem entenderem, sobre qualquer candidato (sim, Band, mesmo sobre o José Maria Martins ;) – era um serviço público pores as imagens do site dele...). Espero que “os meus amigos” tenham ficado esclarecidos...

Adenda: À hora a que escrevi o post, o "MovimentoMP3" ainda se apresentava como o único site de apoio jovem a uma candidatura presidencial. Pelos vistos, a candidatura de Alegre também tem um: o Movimento Já.
É bom que este tipo de iniciativas exista: os jovens estão cada vez mais distanciados da política, o que pode vir a representar um perigo para a própria democracia; é bom saber que há jovens como nós: motivados e politicamente activos. Boa sorte para os dois movimentos!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

FUMAR VIVE


Meus amigos, boa tarde. Encontro-me na sala dos computadores da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa. Como podem ver, estou a trabalhar arduamente. No meio destas violentas tarefas passei aqui pelo blog e reparei no texto acerca dos fumadores. Pois é, aqui nesta sala conto cinco filas com cinco computadores cada uma. Neste corredor há quatro salas idênticas. Na semana mais fria do ano estou eu aqui dentro de t-shirt e mesmo assim a torrar. Nesta temperatura fresquinha e agradável, ainda dão permissão aos alunos para fumar. Não resisti a um texto sobre o tema, quando ainda por cima tenho uma opinião bem formada sobre ele.
Proponho, para começar, uma viagem ao passado. No tempo dos nossos pais e dos nossos avós, fumar era “de homem”, “ninguém morria por isso”, “ficava bem”, “fazia catarro para engroçar a voz” e até “refrescava o hálito”. Havia publicidade livre aos cigarros. Slogans como “Os cigarros do verdadeiro desportista”, “Que prazer ao acabar de comer” eram frequentes em cartazes publicitários. Fumava-se em transportes públicos...
Quanto a anti-tabagismo, penso que não faz sentido existir porque simplesmente qualquer “anti-tabagista” defende ideias tão óbvias que não têm lugar para discussões. Hoje em dia estão mais que mil vezes demonstrados os efeitos nocivos do tabaco e os seus malefícios na saúde das pessoas. Qualquer pessoa que fume, seja em que situação for, tem toda a obrigação de bom senso e civismo de não o fazer em qualquer situação em que ponha em causa o bem estar de qualquer pessoa. Quem quer fumar, faz bem, mas que ponha em risco a saúde de outros de nenhum modo.
Que saudades desses tempos devem estar a pensar os associados da Philip Morris. Que grande hipocrisia o site www.philipmorrisinternational.com ... é de rir! São cadeias de lucros vertiginosos, de muito dinheiro e ainda mais influência. Bill Clinton, depois de um mandato exemplar e consensual em frente ao governo norte-americano, vê a sua imagem queimada por um escândalo sexual envolvendo a sua antiga secretária que quase fez o planeta parar de girar. Todos sabem que Clinton ganhou a corrida a Washington com o apoio de grupos. Um desses grupos era o das tabaqueiras. Numa dada altura do segundo mandato, curiosamente uns dois meses antes do escândalo rebentar, o presidente apoiou uma série de campanhas e medidas anti-tabagistas, uma vez que nos EUA havia um elevado número de doenças graves resultantes do tabaco (graças a tais medidas, o país transformou-se um exemplo de civismo, respeito e ordem em matéria de locais e não locais para fumadores). Pelos vistos os tubarões que apoiaram a candidatura do presidente saxofonista não gostaram e ficaram mais pobres, transformando-o num presidente “sexofo*ista”. Isto, meus amigos, é poder.
Claro que, no meio de situações tão óbvias como as que descrevi, depois há os anti-tabagistas otários que produzem o contra-efeito, como o que abordou os dois membros do blogue, ao qual recomendava um tratamento psiquiátrico e um pedido sentido de desculpas no mínimo aos dois pobres jovem que já nem um cigarrinho podem fumar e assim contribuir para o enriquecimento público, com a enorme quantidade de impostos que o tabaco paga, se todos deixassem de fumar é que isto ficava bonito...

Já agora, sabiam que um café não tem praticamente lucro na venda de tabaco? É quase só um serviço que prestam para não perder clientes. Isto é que é um negócio...Se alguém tiver uma tabaqueira e não a quiser pode dar-me que aceito de bom grado...

Com algum calor e tosse...

Achei alguma piada! :)

(cliquem na imagem, para ver melhor)

Os Fundamentalistas do Anti-tabagismo Matam(-me)

Sou fumador, talvez inveterado, mas costumo respeitar as posições dos “fumadores passivos”, que, a meu ver, têm muita razão nos seus protestos. No entanto, há um certo grupo de anti-tabagistas fundamentalistas e fanáticos que me consegue querer atirar-lhes com grandes nuvens de fumo e mandá-los para o... “não sei definir o sítio exacto” (muito a la Bandeirinha). Nesse grupo se insere um energúmeno de 20 e poucos anos, com idade a menos para se sentir no direito de tratar os fumadores (que pratiquem o vício em espaços destinados para o efeito) como se fossem delinquentes. Tudo isto porque hoje, descansando após um intenso estudo, decidi fazer um cigarrette break, como tantos outros que já fiz, no átrio da Casa da Cultura. Não sei se conhecem o espaço; se não conhecerem (ou caso não tenham reparado) há uma meia dúzia de cinzeiros espalhados pelo átrio, e nenhuma sinalização que proíba fumar aí. Pois bem, o jovem insolente, empenhado na sua luta contra esses retardados, interpela-nos, a mim e ao meu caro passeparmendas num tom de voz feroz: “Vocês não sabem que é proibido fumar aqui?!” – ao que nós respondemos: “Desculpe, mas está enganado...Não vê aqui os cinzeiros e as placas com o cigarro?”. Ainda não convencido, decide retorquir: “Eu vou perguntar ao segurança”. Ao ouvir a mesma resposta, mas ainda não totalmente convencido, continua: “Esperava, pelo menos, a proibição moral!!”. O que quer que isso queira dizer (e estou certo que a bacorada lhe consumiu uns recursos cerebrais), está errado em todos os sentidos: não é proibido fumar naquela zona, não se trata de nenhuma criança (por respeito não fumo ao pé de nenhuma) e, falando de moralidade, o tom em que se manifestou não parecia abundar nela, adicionando ainda o facto de o dito jovem inconformado não ser nem meu pai, nem amigo, nem aparentar ar de padre para recorrer à moralidade para argumentar contra um desconhecido. Talvez se tivesse pedido, educadamente, para fumarmos noutro sítio, o seu pedido tivesse sido aceite com toda a naturalidade; com toda aquela arrogância (e eu que até sou bastante arrogante...) deu-me vontade de o fechar numa sala para fumadores num qualquer aeroporto americano. Durante duas horas.

Cavaco 1-1 Louçã

Vi (finalmente) o Debate entre Francisco Anacleto Louçã e Hannibal Cavaco Silva.
Confesso que fiquei surpreendido pela positiva com Cavaco e pela negativa com Louçã. Pareceu-me que o debate acabou empatado, mas passo a explicar:

- Cavaco ganhou quando Louçã (e os jornalistas) puxou dos 10 anos do “Cavaquismo”. De facto, Louçã até podia ter razão, mas a cada um dos seus argumentos, Cavaco replicava com outro, que se não fosse melhor era pelo menos igual e ficava como última palavra. Quanto a mim é um grande erro de qualquer candidato perder muito tempo a discutir a governação de Cavaco, pois estão condenados à derrota. É que se Cavaco não é, reconhecidamente, um orador, quando se trata da sua governação, está nas suas sete quintas. Foi o que aconteceu neste debate.

- Louçã ganhou em pormenores como quando, no inicio do Debate Cavaco se esqueceu de fazer os cumprimentos iniciais ou quando Cavaco referiu que os imigrantes podiam ultrapassar os portugueses. Para além disso, fez varias referências a posições duvidosas de membros da Comissão de Honra de Cavaco que deixaram o adversário sem palavra. Finalmente, e beneficiando da sua condição de candidato não-elegível, superou Cavaco nas questões relativas às funções presidenciais, as quais o segundo se limitou, para variar, a responder debitando “casseticamente” o seu Manifesto.

Concluindo, de todo o debate, estava a espera de mais de Louçã. Não conduziu o debate do modo que lhe seria favorável e perdeu-se excessivamente em alegações provocatórias vácuas que, fosse outro o adversário, poderiam ter tido como resposta umas “bofetadas de luva branca”. De facto, Louçã por vezes exagera e, quanto a mim, se resolver adoptar a mesma táctica com Soares, não se sairá bem.

P.S. Houve um pormenor hilariante, quando Louçã diz: “No período do…. (e aqui preparava-se para dizer: Cavaquismo) …em que o meu adversário foi Primeiro-Ministro…”

terça-feira, dezembro 13, 2005

Esboçar (em) Lisboa


Eleven, o restaurante mais caro do país, bla bla bla…vinhos só para cima de vinte contos e sei lá que mais. Onze horas em Portugal Continental. Na taberna do rés-do-chão nem um palavrão se ouve…que monotonia. Hoje a taberna mais barata de Lisboa esteve fechada durante a tarde. Assim nem tem piada ir à janela, ninguém discute, nem ouço anedotas porcas nem picardias entre benfiquistas e sportinguistas...assim não!
Toca o telefone. Telepizza, “pedimos desculpas, o estafeta foi assaltado”, alguém comeu as minhas pizzas, bom proveito. E eu que espere outra meia hora. Sabe sempre bem ouvir…na Rua Cristóvão Figueiredo, onde raio será…?
Há lua? Não. Conto uma estrela, uma meia dúzia de postes e o pirilampo do camião do lixo que foge lá ao fundo.
Mais um inútil a escrever á janela…a noite será longa e há muito para trabalhar.
Assim se esboça (em) Lisboa.

Quer-me parecer que...

...se Manuel Alegre for eleito, terá um estilo, e até um conteúdo, muito idêntico ao do actual Presidente Sampaio. Já Soares teria (ou terá) um estilo bastante diferente.

Não sei se seria (ou será) assim, mas não deixava de ser curioso!

domingo, dezembro 11, 2005

Reciprocidade e Bom Gosto

Muitas linhas têm sido escritas acerca de uns polémicos crucifixos cuja existência foi descoberta em algumas salas de aula num interior refundido (pelo menos foi o que entendi). Quanto a mim, o problema aparenta ter uma solução bem simples: cumprir ou fazer cumprir a Constituição. Ela existe para alguma coisa. Mas, como aparentemente os ditames constitucionais já não parecem ter grande relevo, com umas revisões absurdas aqui e ali, ou mesmo com outras formas de assassínio de normas fundamentais na diferenciação deste país de um outro qualquer terceiro-mundista, há outras soluções para este caso. Ricardo Araújo Pereira apresenta, na sua crónica semanal na “Visão”, uma bem plausível, que passo aqui a transcrever. Também explica esse carácter de tradição cultural que os mais saudosos gostam de imprimir à coisa:

“(...)Pessoalmente, acho bem que as salas de aula das escolas públicas tenham um crucifixo. Por mim, até podem ter um altar inteiro, todo em talha dourada. Com uma condição: que as igrejas passem a ter um quadro negro. Parece-me que é o mínimo de reciprocidade que se pode exigir. Se os alunos da escola pública têm aulas com o crucifixo na parede, não vejo por que razão o padre, na missa, deve estar isento de, antes da eucaristia, escrever o sumario, a giz, no quadro: “ Continuação do sumário da eucaristia anterior. Saudação e adoração do Senhor. Leitura dos salmos 71, 107 e 144. Deglutição da hóstia.(...)”

“(...)E mais: é preciso não esquecer que o crucifixo, mais do que um símbolo religioso, é um símbolo civilizacional. O que ali está, afixado nas paredes das nossas escolas públicas, faz parte de uma tradição cultural. É verdade. Pelo menos, se a definição de “tradição cultural” for: “prática imposta por Salazar através de uma lei de 1936 (lei essa em que também ficou definido o organismo que viria a ser conhecido por Mocidade Portuguesa) em que o Estado Novo estipulou que cada escola teria, por detrás da cadeira do professor, um crucifixo.” Se assim for, então é mesmo uma tradição cultural. E das mais bonitas...”

A Ler

A crónica de Ricardo Araújo Pereira, na “Visão” desta semana.
A crónica de Ricardo Araújo Pereira, na “Visão” da próxima semana.
A crónica de Ricardo Araújo Pereira, na “Visão” da outra semana.

sábado, dezembro 10, 2005

Bolas, nem esta espécie de entrevista que encomendei me safa!

1- MST inicia o debate;
2- CCS faz uma pergunta a CS;
3- CS responde de imediato, durante, pelo menos, 5mn, repetindo pela enésima vez as ideias do seu manifesto;
4- CCS faz outra pergunta, desta vez a FL;
5- FL responde: “antes de mais, gostaria de saudar o meu adversário e todos aqueles que estão a assistir a este debate; penso ser uma regra elementar de cortesia”.
6- *Gota de suor escorre pela testa de Cavaco; treme com as mãos e pensa*: “Lá se foram mais 2%...Acho que é melhor repetir mais 6 vezes as palavras défice, maioria absoluta, crescimento, competitividade”.”...

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Su Doku, su-doku ou Sudoku

Já cá faltava - mais tarde ou mais cedo alguém iria desligar das animadas conversas da mesa para se absorver neste quebra-cabeças que está a revolucionar o ócio nos cafés...Dificilmente acredito que haja alguem que não tenha dado conta deste fenómeno mas, para quem não sabe, Sudoku é um jogo de raciocínio e lógica que apesar de bastante simples, é divertido, viciante e, claro, irritante – afinal é um quebra-cabeças.
Decidi trazer algumas “luzes” sobre este jogo já que tanto anda a ser escrito sobre ele...é interessante como um pequeno quadrado num canto de um jornal pode ter tanto para escrever, mas a verdade é que este jogo já remonta ao séc. XVIII, criado por Leonhard Euler, famoso pelo logaritmo (penso eu, é que não fiz o tpc...) e introduzido no Japão por Alguem-cujo-nome-não-me-lembro, traduzindo em português...Ora a fama deste jogo começou precisamente no Japão, já que a imprensa tinha de arranjar um substituto para as “palavras-cruzadas”, impossiveis de adaptar à escrita japonesa e estendeu-se ao ocidente, curiosamente, não só pela simples razão de ser um “vicio”, mas também (e é indiscutivel) pelo crescimento do “saudável”* no ocidente, pois parece que este jogo, a par do exercicio físico, ajuda a “manter o cérebro jovem e saudável”. Ao jogar, criamos “sinapses” na tola que compensam, de certa forma, os neurónios que vamos perdendo...Na opinião do principal divulgador do sudoku (ou “número solitário”, como quiserem :P), este tipo de jogos são feitos para os momentos de ócio e não são uma ferramenta para o desenvolvimento cerebral que é como este quebra-cabeças tem sido visto...É um jogo a fazer no dentista ou até nas aulas - para preguiçosos - talvez por isso, atrevo-me a dizer que sou dos melhores jogadores da modalidade, respeitando (sempre!) a essência do jogo – o dolce fare niente.
Por fim, a pequena curiosidade – “Sudoku” e “Podcast” estão na disputa para “Palavra do Ano”, assim como “blog” foi a Palavra do Ano 2004.

Shall we play? - http://www.websoduku.com

*A verdade é que, hoje, saúde é beleza e esta maneira de pensar está a alterar profundamente, desde há alguns anos, os comportamentos da sociedade ( C'est toujours le sociologue qui parle :P), como por exemplo a nova perturbação do comportamento alimentar, a Ortodexia, a ingestão controlada de alimentos que sejam, e só se forem, saudáveis (quer-me parecer que isto é uma deixa á Lu, já que agora está em ciências... :P)

Para quem ficou curioso com Leonhard Euler - http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Mathematicians/Euler.html

Soares 1-0 Jerónimo

Soares, como é habitual apresentou-se à vontade e ainda contou com alguns elogios, mais ou menos velados, por parte de Jerónimo.

Jerónimo esteve muito nervoso, hesitante, atropelando as palavras e, acima de tudo, faltou-lhe um discurso firme e preciso.

P.S. Dos 5 candidatos, 4 já debateram em estilo morno (estes últimos, mesmo depois de terem criticado Alegre e Cavaco), pelo que sobra Francisco Louçã, que pode aproveitar este facto para se salientar pelo seu conhecido tom incisivo.

Quer-me parecer...

Que aqui o Zé Band não vai resistir a um post sobre a capa da "Visão" desta semana...

Momentos da Capital

Nas minhas raras incursões à capital, tenho a oportunidade de reparar em coisas que não são muito comuns aqui no burgo; uma delas é, sem dúvida, o Metro. É capaz de ser, simultaneamente, dos melhores e dos piores transportes que existem: melhor pela sua rapidez, eficácia, pontualidade; pior pelo silêncio sepulcral, pelas pessoas: fartas, gastas, infelizes, tensas. Há ali, ao fim da tarde, uma massa humana sem vida, desorientada, perdida, que só vê estações e portas, atraída unicamente pelo (des)conforto de um apartamento num prédio sujo de muitos andares, por umas horas de lixo televisivo e por uma comida aquecida. Que vida de sonho.

Target Missed

Parece-me estranho que Alegre dirija mais ataques a Soares do que a Cavaco. É algo que não consigo entender. Fora a traição que não existiu, não vejo que outros motivos fazem Alegre preferir desancar um candidato da mesma área ideológica, e não alguém que preconiza valores quase antagónicos aqueles por que se debate, e que pode, em ultima análise, pô-los em perigo. Verdade seja dita: Soares dirige os seus ataques ao verdadeiro rival da esquerda; Alegre ainda não percebeu muito bem para que lado se há de virar. Se isto é algum tipo de estratégia, volto a dizer: estou seguro que não irá longe.

Tem piada....

Benito Mussolini, ditador italiano, proferiu a seguinte frase, em 1938, quando a Itália se preparava para defrontar a Hungria na final: «vencer ou morrer»

No fim do jogo, ganho pelos italianos, o guarda-redes húngaro respondeu: «Hoje salvei a vida a onze seres humanos»

Porque é que em Portugal...

...se perde tempo a discutir se se retiram ou não os simbolos religiosos das escolas?

Será assim tão importante...? A diferença é de monta...? Não percebo.....

O (Ca)vácuo Presidencial

O debate entre Soares e Jerónimo de Sousa teve um aspecto curioso, que foi o lado subversivo dos candidatos que veio ao de cima com o não obedecimento às regras que Cavaco exigiu para participar em debates. O que se passa é que, ao contrário de Cavaco, os candidatos da esquerda não têm medo do diálogo e do confronto de ideias.
É aceitável que Cavaco não saiba falar, é indesculpável que Cavaco não saiba debater. O professor não pode ganhar uma eleição presidencial com sucessivas leituras do seu manifesto. Nem pode pensar que o eleitorado se deixa enganar com a musicalidade das “palavras-chave” (ou “palavras-chaves”, como disse hoje em Faro) presentes neste. Levou 10 anos a escrever o manifesto e pretende que o oiçamos outros 10. É que nem pensar...

quinta-feira, dezembro 08, 2005

curiosidade...

Sabiam que em cada célula do corpo humano há cerca de 2 metros de DNA? Extraordinário...

quarta-feira, dezembro 07, 2005

breve apanhado da actualidade desportiva

Aqui estou eu no meu modesto apartamento frente ao meu modesto computador, desejoso de fazer um breve apanhado da bola (não aqueles que punham o Mantorras a chorar como uma carpideira ou o João Pinto mais raivoso do que nos tempos em que andava a assaltar mercearias na Ribeira do Porto), aposto que já ninguém se lembra desse marcante programa em que punham tipos como o Ricardo e o Argel a fazer a mesma figura de urso na televisão que faziam quando jogavam em campo.
Bem, não é para falar de tipos acabados que aqui estou. Quero tecer os meus comentários da actualidade desportiva da mesma forma imparcial que sempre o fiz. Por falar em imparcialidade, pela janela do meu primeiro andar, às 4 e meia já escuto a embriaguez de carrascão da malta que frequenta a taberna aqui em baixo ao rés-do-chão. Beberam já tanto que, pelo que escuto (sem querer ser indiscreto), alguns deles acreditam que o Benfica passe...vejam lá que até se ouve falar em coisas como dois a zero para a equipa da casa (!). Não era mau...para um senhor como Alex Ferguson, portador de uma elevada arrogância e hipocrisia, todos os choques que possa apanhar só lhe farão bem, daí que um hoje à noite, fosse boa altura para mais um; neste ponto tão alto e estável da sua carreira. Os mais patriotas, esses hoje mesmo não sendo benfiquistas, levam o "ser português" acima de tudo: apoiam Cristiano Ronaldo e Carlos Queirós antes do resto. Nenhum clube pode (pelo menos até às 10 e 30), falar em competições europeias a não ser o Benfica, até porque ontem caiu mais um ao rio frente ao Artmedia.
Com muita alegria, vejo finalmente o Guimarães afastado das competições europeias...menos uma equipa espanhola a jogar na UEFA, acho que sim, vamos dar lugar a quem sabe!
Voltando a Mãe das competições, Barcelona e Juventus, grandes equipas a dar grandes espectáculos. Chelsea, Arsenal e Milão a não envergonhar, este ano a Liga dos Campeões promete (só para alguns)...
Por cá queixam se do campeonato e do futebol e que isto e aquilo, mas a única coisa que escuto e dou importância é à Académica que ocupa o 9º lugar na tabela classificativa. Foram duas vitórias importantes, 6 pontos muito importantes, um futuro de boas espectativas! Frente ao Estrela, no Estádio do Calhabé, Marcel quebra o gelo e a monotonia com um golasso! Pena que só se lembre de proezas destas uma vez em dois jogos. Sinto muito que o mesmo Marcel responsável pelas mais importantes vitórias desta época da Briosa, jogue como quem está num clube que não deseja representar. Depois de marcar no Dragão (sim, naquele jogo em que, em vez de anularem um golo que o GR lá vai buscar dentro, validam um que bate na barra e FORA da linha), beija o emblema da camisola, fazendo lembrar o Judas. Marcel na Figueira da Foz não se fez às bolas, correu pouco, não percebo o que quer do seu "potencial".
Quem parece saber melhor que o próprio Marcel e todos os jogadores da Académica juntos é a imprensa desportiva portuguesa. Todo o santo dia, quando abro A Bola vejo destinos diferentes a dar aos craques da Briosa...parece os catálogos da Agência Abreu ou do Mundo Vip, só que em vez de mandarem para Cancun e Seicheles, encaminham os desgraçados para Lisboa, Braga, Porto, Sevilha, Corunha, pouco mais... artigos infelizes e especulações exageradas destes são bem responsáveis por casos como o de Marcel, afectando negativamente a prestação de equipas como a de Nelo Vingada.
Nelo Vingada, que tem tido um trabalho louvável com os rapazes da Briosa. Para estes bons resultados vão ajudando carismas como o de Hugo Alcântara (marcador frente à Naval), Roberto Brum, Pedro Roma (cada vez mais seguro), Paulo Adriano, Ezequias, Luciano (incansável, ao contrário de outros), Danilo (a provar ser brilhante no corte nos instantes finais do jogo na Figueira da Foz e evitar o golo e consequente perda de 2 pontos) e , enfim, Marcel, com saldo positivo, embora bem aquém do seu potencial.
Já os júniores, pelo que consta teem vindo a ser violentamente roubados. Sei que no último jogo numa competição denominada "Liga Norte", os rapazes perderam com o Candal por uma bola a zero. Um golo sofrido via grande penalidade, um elemento expulso na primeira parte ainda e dois golos anulados por fora de jogo duvidoso...no mínimo suspeito. Acredito que contra tudo e contra todos, consigam levar a melhor!
Domingo, meus amigos, não há qualquer desculpa para não ir ao Estádio Cidade de Coimbra gritar bem alto o grande nome da Briosa: 5€, não vale dizer que é caro!

Briosa, em toda a altura, em todo o lado!

Malik Joyeux




Malik Joyeux, aos 25 anos desce a sua última onda. Todos gostamos (eu gosto) de ter um bonito poster da billabong, da rip curl ou de outra treta qualquer com os "nossos heróis" a descer e a brincar nos grandes "vagalhos". São esses os únicos capturados em Pipeline, Bells, Mavericks, Fernando Noronha, por esse mundo fora. Os outros, arquivam-se os rolos e espera-se pela ambulância (quando ainda adianta).
Estranho contra-senso. Ao mesmo tempo que proporciona o espectáculo mais lindo possível da forma mais amável e desafiante, o Mar é impiedoso e intolerante com quem não está no mínimo a 120% de "brincar lá no meio", ou quando simplesmente está de "mau espírito".
Pelo sim, pelo não, recomenda-se respeito.

Até sempre surfista! Boas ondas!

terça-feira, dezembro 06, 2005

Porque Não Gostei do Debate

É certo que o Mestre tem muita razão naquilo que diz, mesmo que cedendo um pouco ao exagero (não estou com isto a dizer que não seja legítimo). Parece-me, no entanto, necessário deixar aqui algumas conclusões a que cheguei, depois de ter ouvido e lido os comentários de António Vitorino e Vasco Pulido Valente:
Um debate não tem, de facto, de ser uma antecipação da novela da noite, nem muito menos um jogo de futebol - e nisso, Mestre, tens toda a razão – o futebol não teria metade da piada se fosse civilizado, talvez porque aí perdesse a piada. Não havendo confronto (de equipas e de adeptos), não teria o mínima interesse – pois foi exactamente aí que este debate falhou. Com um debate quer-se um confronto (no bom sentido, obviamente). Ora, o que aconteceu foi uma estranha concordância de Alegre (limito-me a reproduzir o que li, visto não ter assistido à segunda parte), quando, tal como diz Vitorino, havia uma certa necessidade de “separar as águas”. Os dois candidatos quase que se completaram mutuamente; o que dá para tirar a óbvia conclusão que, no fundo, “estão os dois contra Soares” (VPV), e que Alegre (apesar de dever estar, por ideologia e convicção) não está tão contra Cavaco como deveria estar. Honestamente, esperava mais de Alegre, e se aquilo a que assisti foi um qualquer tipo de estratégia, posso dizer desde já que não irá longe: aconselho-o a mudar.
Mas, voltando à questão do debate, resta apenas acrescentar o seguinte: aquilo a que se assistiu ontem foi mais uma entrevista a dois do que um debate propriamente dito. Foi “uma sucessão de monólogos”. E“ não é para ler manifestos” que este meio serve; serve para confrontar ideias, e é nesse confronto (mais ou menos aceso) que reside toda a sua piada. A partir do momento em que esse confronto é inexistente, o debate é inútil. Chegavam as entrevistas. Espero que tenhas ficado esclarecido...

Gostei de ouvir

...As respostas de António Vitorino às perguntas de Judite de Sousa, hoje, no fim do Telejornal.

Gostei de ler

....Vasco Pulido Valente, hoje, no "Público". Deve ter valido bem a pena, a meia garrafa.

FDS pra política, morte às presidenciais!

Em tempo de eleições. Nem comento. Eu sei que não ando a escrever nada, mas prometo que tenho textos mesmo a sair. Não tenho tido tempo, que foi? É mesmo verdade!
Bem, um apressado não pode falhar a propósito da podridão destas eleições presidenciais. O Português gosta de ter um líder da máfia e do sistema, um carreirista, bem sabidão, junto de um poeta de conveniência que só defende aquilo para que tem… Falta me falar da intlectualidade que nasceu contra o sistema, foi sudomizada por ele e, ainda por cima gostou. O merceeiro que em 10 anos, tal como Oliveira Salazar, fez aquilo que os taxistas chamam “por o país direitinho”; até tenho pena deles e das mulheres, que gostam tanto de falar na dita “crise”, nessa altura não sei o que é que se divertiam a fazer (talvez filhos extra conjugais). Referia-me portanto ao mal falante que arruinou a indústria em Setúbal e deixou o interior no mais profundo esquecimento, favorecendo as áreas do mais actualmente conhecidas como mais recém-endinheiradas (refiro-me acima de tudo a Leiria e Aveiro, terras do construtor e do industrial diplomado pela escola primária lá da terra). Do manifesto revolucionário, quase me esquecia, já que de tão caladinho que passa a vida, silêncio é a única forma de solidariedade que me lembro para alguém com ele confraternizar.
Portugueses, portugueses! Mandai todos estes homens para o demónio e votai José Maria Martins!

Sem muita paciência, mas com alguma pressa

Cavaco, o "Grunho"

Estava para ter postado este texto há algum tempo, mas enfim, mais vale tarde que nunca.

Tenho ouvido até à exaustão a seguinte tese: “Se Cavaco falar, perde!”. Mais, tenho-a ouvido sem ter ouvido ninguém contrariá-la, o que é, de todo, estranho. Será que é assim tão obvia…? Para mim não!
Parece que estamos a falar de um “Grunho”, um aldeão burgesso que troca os Vs pelos Bs e que perde a postura cada vez que fala. Será esse o caso de Cavaco? Parece-me que não será bem assim. Caso assim fosse, parece-me obvio que ele não teria ganho 3 eleições seguidas, 2 delas com maioria absoluta (lembremos, as primeiras mono partidárias). Pode-se contra argumentar, e nesse caso vejo duas hipóteses: Ou Cavaco governou tão bem que mesmo com os votos perdidos em campanha, conseguiu ter maiorias absolutas; ou, então, à semelhança das últimas eleições (ganhas por Sócrates) os adversários eram tão maus, que pouco foi necessário para vencer com maioria.

Soares, bem ao seu estilo, quer convencer as pessoas da tese do “Grunho”, contrapondo-o com ele próprio, o grande orador Soares.

Metaforizando com uma lógica empresarial, ficaria então, dum lado, Soares, o grande patrão e do outro, remetido à sua insignificância, fica Cavaco, o técnico inferior

É verdade, não o nego, que Cavaco não tem aquela empatia com o público tão típica dos políticos tradicionais (que tantas alegrias nos deram…), mas, afinal, até que ponto isso é um defeito?

Porque estamos em Portugal....

O “português” gosta é de debates acesos, daqueles com um ritmo frenético, pouco esclarecedores, com interrupções contínuas, insultos de meia-noite e em que, por pouco, não há pancadaria. Afinal, tem muito mais piada, é como o Futebol…

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Plain Boring

Devo dizer que só vi a primeira parte do debate Alegre-Cavaco. E só o fiz porque o achei plain boring. Cavaco continua a debitar o seu manifesto eleitoral, não respondendo nada de novo ou coerente. “Se eu for P.R. isto, se eu for P.R. aquilo”. Não há subjectividade no seu discurso, há apenas um amontoado de ideias que (estranhamente) passam sempre pela economia para serem concretizáveis. Confio, aliás, nas capacidades do professor para conseguir relacionar a actual crise no sistema de justiça com uma qualquer questiúncula económica.
Pelo contrario, Alegre mostrou que tinha estudado a lição. Tirando o “forte crescimento económico de Espanha em 1905”, não cometeu lapsos relevantes e ofereceu respostas satisfatórias. Pelo menos, não se limitou a debitar o seu manifesto. Espero que não tenha sido só eu a perceber isso.

Super Scolari

Scolari deu hoje uma entrevista ao JOGO na qual faz importantes e curiosas revelações:

"Se eu tivesse mudado antes dessa derrota (contra a Grécia), e ela tivesse acontecido como aconteceu, nem teria ido para o segundo jogo!". Bem, parece que Felipão tem uma maneira peculiar de ver o futebol. Para quê iniciar um Europeu com uma equipa boa, se pode começá-lo com uma equipa medíocre e muda-la no segundo jogo? Das duas uma, ou Scolari gosta de adrenalina pura, ou, como se pode depreender das suas palavras, já esperava a derrota contra a Grécia.

Mais: "Se eu tivesse avançado com algumas mudanças antes do Euro, a Imprensa teria me derrubado." Não será ao contrário....?

Mais ainda: "É que alguns ainda acham que escrevendo vão fazer com que o técnico mude as suas escolhas." Bem, supondo que eles não o fizeram, pelo menos mostraram estar uns meses a frente de Scolari em termos de definição de equipa. Imaginemos o quão melhor não estaria a jogar a selecção se as alterações tivessem sido feitas antes, e os jogadores estivessem mais rotinados. Por exemplo, imaginemos Figo, Cristiano Ronaldo e Deco bem coordenados. Campeonato europeu? Talvez....

E "at last but not at least", Felipão termina com uma pérola: "Se eu tivesse feito as coisas antes dessa derrota, e ela tivesse acontecido como aconteceu, nem teria ido para o segundo jogo." Se calhar vai utilizar o mesmo método com o Ricardo....

Faz esta semana 25 anos...

Que o cantor que ajudou a imortalizar os Beatles (e cujo single, "Imagine", é conhecido em todo o mundo, pelas mais diversas razões) morreu. Vem um bom artigo sobre este cantor na revista do "Público" desta semana, e tão bom como este está um feito pela Mariana n' A Ilha do Dia Antes:

(...)John Lennon não foi só os Beatles. Munido de toda a complexidade da sua personalidade, procurava espelhar o que era reflectir "nós todos" e essa procura tinha que ser feita em movimento e não poderia ficar parada na banda. Assim, passou a última década da sua vida a fazer tudo o que lhe faltava para completar a sua personagem: activista político dedicado (as míticas conferências de impresa na cama ao lado de Yoko a pedirem "give peace a chance"), vagabundo e bêbado num "fim de semana perdido" que durou muitos 18 meses longe da família, pai extremoso com Sean como nunca tinha sido com Julian - filho do primeiro casamento com Cynthia, dono de casa e de novo songwriter com mais versos icónicos.(...)


Imagine there's no countries,
It isn't hard to do,
Nothing to kill or die for,
No religion too,
Imagine all the people
living life in peace...


Fica feita a homenagem...

Mais Apdeites

Para além de mudar o Cartaz, como tem sido habitual, acrescentei, a pedido de signore Band, alguns jornais estrangeiros e nacionais (que, de facto, eram uma falha grave não estarem lá) e alguma imprensa desportiva. Espero que lhes dêem uso, porque ainda deram algum trabalho a pôr!
Fica então o abizo.

domingo, dezembro 04, 2005

Alguém tem alguma dúvida...

De que Jacinta Bimbô votaria Cavaco?
Numa noite que devia ter acabado mais cedo, dei-me ao trabalho de observar o modus vivendi da senhora e cheguei a essa conclusão...

Adenda: Jacinta Bimbô é a personagem principal de uma série chamada "Cuidado Com As Aparências", uma adaptação portuguesa de um formato britânico, que passou na SIC aqui há uns tempos. A dita senhora, para quem mesmo assim não esteja a ver, é uma devota, conservadora e (como o próprio nome da série indica) ultra-preocupada em manter a aparência de alguém bem, de boas famílias, quando, no fundo, não é uma coisa nem outra. No fim de contas, um pouco como a Maria Cavaco.
Fica aqui a explicação, Mariana :D

"La esfinge que pretende salvar Portugal"

Se há coisa em que o “El País” se distingue dos nossos periódicos, é pelas doses de humor que inclui nos seus artigos, com algumas tiradas geniais; desta vez, a vítima foi Cavaco Silva. Aqui ficam algumas passagens:

(...)El pasado 20 de octubre, dia de la presentación de su candidatura a las elecciones presidenciales del próximo 22 de enero, Aníbal Cavaco Silva apareció rodeado de banderas portuguesas y con la mandíbula apretada y el tono solemne del que habla imbuído por una misión cuasi divina(...)

(...)Ali estaba, por fin, trás vários meses de infinitas dudas cuidadosamente irresueltas sobre su candidatura, el esperado Cavaco, el optimista Cavaco; el tecnocrata Cavaco. El competente, el incorruptible, el eficaz, el pragmático, el triunfador nato, regresaba de un (más ou menos) silencioso retiro de diez aos. Lo hacía en el sitio oportuno (el Centro Cultural de Belém, farónica obra que marco su mandato de una década(...)).

(...)El autor de aquella célebre frase dirigida a la oposición (“deixem-me trabalhar”, “yo nunca me equivoco”) estaba de regreso para felicidad de la mitad de os portugueses y horror de la otra mitad. Era el mismo hombre (...), considerado siniestro y dictatorial por unos y trabajador y encantador por otros(...).

(...)Sea como fuere, lo más sorprendente es que, a sus 66 años, Cavaco parece haber convertido el silencio en el eje central de su estratégia electoral. Los portugueses saben desde siempre que no le gusta hablar de politica (...) pêro fue a hacer una entrevista en televisión y estuvo tan parco que la locutora acabo casi desquiciada, rogándole que se extendiera más para que los portugueses supieran “lo que piensa”(...)

(...)Pêro quedan muchos días hasta las elecciones de enero, y quizá a Cavaco no le baste con eso. Quizá él, que se define como un politico no profesional pero a la vez esgrime sus 15 años de experiencia politica como mérito (...) lo sabe también (...).

(...)Y esta semana ha comenzado a dar señales de que hay vida inteligente más allá de su gran sonrisa blanca(...) Ante la polémica suscitada por la orden del Ministério de Educación que obliga a los institutos públicos a retirar los crucifijos de las aulas, Cavaco salió a la palestra con una declaración contenidamente demagógica de católico ofendido.(...)

sábado, dezembro 03, 2005

As Invasões Bárbaras

Como nenhum dos prezados bloguistas que viram o filme comigo decidiram antecipar-se e colocar aqui uma crítica (ou pseudo crítica, mais no meu caso) a este filme (e como a ausência de actividade neste blog me indica que não o deverão fazer), decidi avançar eu, apesar de não ir dizer nada que já não tenha sido na boa crítica (aqui sim) que o Pedro fez n’A Ilha do Dia Antes a esta produção canadiana.
Por onde começar? O filme é tão simples, e ao mesmo tempo tão complexo, que é difícil determinar por onde se deve começar; o Pedro sugere que seja pelo medo da morte que a personagem principal, Rémy, sente, ao lhe ser diagnosticada uma doença terminal; de facto, o filme centra-se bastante neste aspecto – vive disso. O medo que Rémy tem de morrer é justificado pela sua percepção do quão errado foi o seu passado, que vê agora impossível de corrigir. Acha o filho um bárbaro capitalista, acha a filha uma frustrada, mas só até perceber os esforços que o primeiro faz para lhe proporcionar um fim de vida digno; e que a segunda vive no seu elemento, que é o mar, de onde lhe envia vídeos por satélite que o comovem verdadeiramente. Rémy sente o erro brutal que foi toda a sua vida; a forma abusiva como traiu a mulher, como se traiu a ele próprio, a efemeridade de todos os prazeres a que se habituou, que vai gozando por uma última vez: “o último carro”, a “última viagem”, etc.; a forma cruel como o tempo lhe escorreu por entre os dedos, e não o deixou escrever os livros que queria escrever, fazer as críticas que queria fazer, corrigir os erros que queria corrigir.

As Invasões Bárbaras

Outro aspecto interessante no filme é o flagelo da droga: tão presente, tão real, tão palpável. O filho, Sébastien, empenhado na tarefa de minimizar o sofrimento do pai, procura uma amiga de infância, toxicodependente, que lhe fornece heroína, “8 vezes mais eficaz para as dores que morfina”. As conversas entre Rémy e Nathalie são, aliás, dos momentos do filme que mais impressionam, pelo confronto de pontos de vista sobre a própria vida, pelo contraste entre o discurso negro, gelado, da cocaínomana, e a fugacidade de Rémy, cuja vida não lhe chegou.
Igualmente densas são as conversas sobre sexo, política e filosofia que os amigos de Rémy têm, seja enquanto fumam um charro à volta da fogueira, seja em pleno quarto de hospital; um grupo heterogéneo, que se reúne no fim de uma vida para chegarem à conclusão que são pessoas imensamente sós, mesmo tendo companheiros com que dividir a casa e a vida.
No fundo, “As Invasões Bárbaras” é um filme que fala, essencialmente, da solidão e da efemeridade da vida. Da mudança que a percepção de um fim próximo pode operar na pessoa. Da droga, de sexo em idades avançadas. De solidão. De perfis, de atitudes. “As Invasões Bárbaras” é um filme brilhante, ao qual nem a crítica aos sindicatos ou ao sistema de saúde canadiano falta. É uma película intensa, pesada, com boas doses de fine humour, com uma boa fotografia e, acima de tudo, com excelentes actores...

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Ainda Pessoa

Não resisto a publicar aqui este parágrafo achado no Clarín, site argentino a que cheguei através do "Blasfémias". Gosto especialmente das primeiras linhas...

Depresivo, amante de Ophélia, bebedor de absinto, engripado eterno, fallecido a causa de un cólico hepático el 30 de noviembre de 1935, lo recordamos cuando se cumplen 70 años de su muerte. Cultivó la astrología y el ocultismo pero también un paganismo superior. Existe asimismo una guía turística de Lisboa de su autoría. Hablamos sin dudas del escritor más creativo y complejo de la literatura portuguesa y uno de los más destacados del siglo XX. Su famoso "baúl" (hoy en exposición) contenía 25.426 originales. Con sensibilidad delicada e inusual, le dio a cada heterónimo vida propia. Su misma obra ha sido vista como la búsqueda de una identidad a través de múltiples escrituras. De allí que el poeta sea "un fingidor".

Daniel Scarfo, in Clarín

A Professora Primária

Alegre faz-me lembrar um professora primária minha que, sempre que recebia visitas dos pais dos rebentos, se desfazia em amabilidades e sorrisos, elogiando os dotes (existentes ou não) dos seus queridinhos, mas que sempre que os progenitores viravam as costas grunhia um “vai-te sentar”, seco, frio e autoritário.
Ou seja, em jantaradas e com a ajuda de mais um copito de “Marquês de Marialva” (reserva de 97), fala de “crimes de lesa-majestade” e “traições”; à comunicação social, põe a dócil Inês Pedrosa a pedir “ponderação” e “consideração mútua”.
Entretanto, Cavaco ri-se, e fica na toca, mudo, caladinho que nem um rato...

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