Porque Não Gostei do Debate
É certo que o Mestre tem muita razão naquilo que diz, mesmo que cedendo um pouco ao exagero (não estou com isto a dizer que não seja legítimo). Parece-me, no entanto, necessário deixar aqui algumas conclusões a que cheguei, depois de ter ouvido e lido os comentários de António Vitorino e Vasco Pulido Valente:
Um debate não tem, de facto, de ser uma antecipação da novela da noite, nem muito menos um jogo de futebol - e nisso, Mestre, tens toda a razão – o futebol não teria metade da piada se fosse civilizado, talvez porque aí perdesse a piada. Não havendo confronto (de equipas e de adeptos), não teria o mínima interesse – pois foi exactamente aí que este debate falhou. Com um debate quer-se um confronto (no bom sentido, obviamente). Ora, o que aconteceu foi uma estranha concordância de Alegre (limito-me a reproduzir o que li, visto não ter assistido à segunda parte), quando, tal como diz Vitorino, havia uma certa necessidade de “separar as águas”. Os dois candidatos quase que se completaram mutuamente; o que dá para tirar a óbvia conclusão que, no fundo, “estão os dois contra Soares” (VPV), e que Alegre (apesar de dever estar, por ideologia e convicção) não está tão contra Cavaco como deveria estar. Honestamente, esperava mais de Alegre, e se aquilo a que assisti foi um qualquer tipo de estratégia, posso dizer desde já que não irá longe: aconselho-o a mudar.
Mas, voltando à questão do debate, resta apenas acrescentar o seguinte: aquilo a que se assistiu ontem foi mais uma entrevista a dois do que um debate propriamente dito. Foi “uma sucessão de monólogos”. E“ não é para ler manifestos” que este meio serve; serve para confrontar ideias, e é nesse confronto (mais ou menos aceso) que reside toda a sua piada. A partir do momento em que esse confronto é inexistente, o debate é inútil. Chegavam as entrevistas. Espero que tenhas ficado esclarecido...
Um debate não tem, de facto, de ser uma antecipação da novela da noite, nem muito menos um jogo de futebol - e nisso, Mestre, tens toda a razão – o futebol não teria metade da piada se fosse civilizado, talvez porque aí perdesse a piada. Não havendo confronto (de equipas e de adeptos), não teria o mínima interesse – pois foi exactamente aí que este debate falhou. Com um debate quer-se um confronto (no bom sentido, obviamente). Ora, o que aconteceu foi uma estranha concordância de Alegre (limito-me a reproduzir o que li, visto não ter assistido à segunda parte), quando, tal como diz Vitorino, havia uma certa necessidade de “separar as águas”. Os dois candidatos quase que se completaram mutuamente; o que dá para tirar a óbvia conclusão que, no fundo, “estão os dois contra Soares” (VPV), e que Alegre (apesar de dever estar, por ideologia e convicção) não está tão contra Cavaco como deveria estar. Honestamente, esperava mais de Alegre, e se aquilo a que assisti foi um qualquer tipo de estratégia, posso dizer desde já que não irá longe: aconselho-o a mudar.
Mas, voltando à questão do debate, resta apenas acrescentar o seguinte: aquilo a que se assistiu ontem foi mais uma entrevista a dois do que um debate propriamente dito. Foi “uma sucessão de monólogos”. E“ não é para ler manifestos” que este meio serve; serve para confrontar ideias, e é nesse confronto (mais ou menos aceso) que reside toda a sua piada. A partir do momento em que esse confronto é inexistente, o debate é inútil. Chegavam as entrevistas. Espero que tenhas ficado esclarecido...