Cavaco, o "Grunho"
Estava para ter postado este texto há algum tempo, mas enfim, mais vale tarde que nunca.
Tenho ouvido até à exaustão a seguinte tese: “Se Cavaco falar, perde!”. Mais, tenho-a ouvido sem ter ouvido ninguém contrariá-la, o que é, de todo, estranho. Será que é assim tão obvia…? Para mim não!
Parece que estamos a falar de um “Grunho”, um aldeão burgesso que troca os Vs pelos Bs e que perde a postura cada vez que fala. Será esse o caso de Cavaco? Parece-me que não será bem assim. Caso assim fosse, parece-me obvio que ele não teria ganho 3 eleições seguidas, 2 delas com maioria absoluta (lembremos, as primeiras mono partidárias). Pode-se contra argumentar, e nesse caso vejo duas hipóteses: Ou Cavaco governou tão bem que mesmo com os votos perdidos em campanha, conseguiu ter maiorias absolutas; ou, então, à semelhança das últimas eleições (ganhas por Sócrates) os adversários eram tão maus, que pouco foi necessário para vencer com maioria.
Soares, bem ao seu estilo, quer convencer as pessoas da tese do “Grunho”, contrapondo-o com ele próprio, o grande orador Soares.
Metaforizando com uma lógica empresarial, ficaria então, dum lado, Soares, o grande patrão e do outro, remetido à sua insignificância, fica Cavaco, o técnico inferior
É verdade, não o nego, que Cavaco não tem aquela empatia com o público tão típica dos políticos tradicionais (que tantas alegrias nos deram…), mas, afinal, até que ponto isso é um defeito?