Natal a Visa
Logo que acabaram de voar os papeis de embrulho, de saltar camisolas, rádios, meias, molduras, perfumes e todos os presentes de toda a gente, percebeu-se que tinha nascido Jesus e morrido ali a euforia que as prendas despertam. Sentei-me a ver a RTP Memória onde passavam notícias dos 24 de Dezembro, aí desde 64. Numa de 84, perguntavam a um vendedor de uma loja de brinquedos: “então o negócio este ano, está bom?”. O homem respondeu, prontamente: “Sabe, nota-se uma grande diferença em relação ao ano passado. As pessoas têm muito menos poder de compra.”
Ora, isto deixou-me a pensar: se o poder de compra das pessoas só tem evoluído no sentido que todos sabemos, como é possível ver a mesma fúria consumista todos os anos, nunca menos? Se em 84 já havia baixo poder de compra, que poder de compra há agora?
Só depois me ocorreu uma variedade de cartões de crédito, créditos por telefone, pagamentos em Março de 2006 e uma imensidão de formas de easy Money que justificam o próspero Natal desta gente toda.
É caso para dizer: God bless Visa... (e o endividamento do país, se não for pedir muito...).
Ora, isto deixou-me a pensar: se o poder de compra das pessoas só tem evoluído no sentido que todos sabemos, como é possível ver a mesma fúria consumista todos os anos, nunca menos? Se em 84 já havia baixo poder de compra, que poder de compra há agora?
Só depois me ocorreu uma variedade de cartões de crédito, créditos por telefone, pagamentos em Março de 2006 e uma imensidão de formas de easy Money que justificam o próspero Natal desta gente toda.
É caso para dizer: God bless Visa... (e o endividamento do país, se não for pedir muito...).