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Porque é que em Portugal...

...se perde tempo a discutir se se retiram ou não os simbolos religiosos das escolas?

Será assim tão importante...? A diferença é de monta...? Não percebo.....

Por acaso, eu acho que é importante, pois atenta contra o princípio do Estado laico que vem na Constituição...

Sim, realmente, é imperioso que tenhamos o estado laico nos "tintins" senão...está tudo perdido. Toca a perder horas a falar sobre o assunto...afinal, o nosso país está mesmo na altura indicada para se preocupar com isso!

Se os católicos fanáticos aceitassem de vez que vivemos num Estado laico e que por isso é ridículo porem entraves à retirada dos crucifixos das escolas, já não tínhamos de "perder horas a falar do assunto"!

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De facto, parece-me uma preocupação absurda na medida em que é uma questão que já devia ter sido tratada há muito, mas parece-me, talvez, que é esse sentimento de "minor problem" que deixou que o assunto se arrasta-se até hoje...mais tarde ou mais cedo tinha que se falar nisso, agora se é ou não a altura indicada...decerto que não, caro mestre :D

se o ensino em vez de laico fosse religioso, decerto que não seria a podridão que é em certos casos

1º-Estes simbolos religiosos fazem parte da nossa história.

2º-Esta polémica toda parece-me, claramente, uma boa forma de se dar um pontapezinho na Igreja Católica...mesmo a jeito.

3º(e último) -Mas chateia alguém que os símbolos lá estejam? Eu, pessoalmente, nem me lembro sequer se já alguma vez houve símbolos religiosos em alguma escola que tenha frequentado, e tenho a certeza que ficaria chateadíssimo se houvesse alguns, especialmente se fossem de outras religiões! Isso criar-me-ia enormes problemas!

Mas não! Nós cá gostamos é destas coisas. "Junta-se o útil ao agradável e, afinal, não é assim tão difícil mandar retirar os símbolos religiosos e ainda chateamos umas pessoas pelo caminho, o que vem mesmo a calhar. Vamos a isso rapidamente e em força, afinal, não há nada mais importante para fazer..."

Espera, let me get this straight... se tu tivesses tido símbolos religiosos na tua escola, mas fossem de outras confissões que não a tua, ficavas chateadíssimo, mas o contrário já não? (ou então estavas a ser irónico... *hope so*). E, muito provavelmente, tens razão, não deves ter andado em nenhuma escola que ostente símbolos religiosos por um simples motivo: andaste sempre em escolas de cidade (acho eu...). Agora, se fores espreitar a escola primária duma terreola esconsa perdida no interior do país, já és capaz de ver uma realidade bem diferente (ou então não, os hereges de esquerda é que inventaram que estas situações são reais :P )...
E quanto a isto ser a oportunidade de dar um pontapezinho na Igreja Católica...mesmo a jeito, não me parece ser uma justificação muito plausível, mas enfim. Eu oponho-me à permanência de tais símbolos religiosos não por ser contra a Igreja ou por querer ataca-la nesta altura do Natal, ou algo do género como já foi sugerido, simplesmente nunca pensei que estas situações ainda existissem no nosso país em escolas públicas, por isso acho muito bem que se discuta e que se retirem os crucifixos, no matter what times we're being through.

Ah e não posso deixar passar o "Estes simbolos religiosos fazem parte da nossa história.": já agora, vamos ensinar à criancinhas que é bom escravizar o próximo porque, let's face it, a escravidão faz parte da nossa história. Ou então, vamos ensinar-lhes como é válido ocupar os territórios de outras pessoas e explora-las porque, afinal, a colonização faz parte da nossa história. E escusas de dizer que estas coisas que enunciei são más coisas que fazem parte da nossa história (ainda assim, se perguntares a alguém do CDS-PP a opinião deve divergir um pouco... :P) e que não há nada de mal na religião, mas olha que em ambas as situações que referi ela esteve presente na tentativa de converter os povos 'menos desenvolvidos' e foi o que se viu...

Acho que se anda a criar uma grande confusão há volta desta questão sem que haja, no fundo, pouca ou nenhuma razão para isso. Passando ao lado das segundas intenções mais ou menos conspirativas ou das motivações circunstanciais e temporais não se passou mesmo nada de relevante. Importa clarificar: não houve nenhum decreto que ordenasse a retirada de símbolos religiosos de todas as escolas, assim como também não há nenhum que proponha a sua permanência em tais espaços. O que se passou foi tão somente que houve uma queixa em relação a casos específicos - 20 escolas, mais precisamente - e o ME mandou que se procedesse à retirada dos símbolos religiosos nessas escolas. Nada de mais. Nada, a meu ver, de polémico. Porque há aqui duas questões diferentes em perspectiva. Primeiro, o ME actuou precisamente como devia e demonstrando um bom senso que tem rareado quanto a este "caso". Ou seja, ordenou que deviam ser retirados os crucifixos (eram?) em questão, mas ressalvando que não há nenhuma normativa em relação a esse assunto. As escolas são livres de terem no seu espaço símbolos religiosos e só iria actuar nos casos em que houvesse queixas concretas. Perfeito.
Levanta-se depois uma segunda questão. É ou não assustador que algum adulto mentalmente são se dedique mesmo a enviar para o ME queixas em que diga que se sente pessoalmente ofendido e constrangido pela presença de um crucifixo ou de um Buda numa qualquer sala de aula? Opah... é. É mesmo. Mas pronto... há quem tenha vidas MESMO aborrecidas. Há quem ainda tenha dificuldades em compreender que laico não é sinónimo de rejeição liminar da existência de religiões. Eu, por exemplo, gosto de me pensar como católico laico. Acredito na laicidade do estado e professo a religião católica. Nada que entre em conflito. Com as escolas a mesma coisa. A escola não é uma entidade abstracta de actividade própria e desligada. A escola são pessoas. É um espaço autónomo e que se quer aberto e integrado na realidade. E, guess what, às vezes as pessoas que formam verdadeiramente a escola têm religião. E clube de futebol. E actor de cinema preferido. E receita de bacalhau favorita. E às vezes também não têm, e não deviam ser forçadas a ter, problemas em assumi-lo e partilhá-lo. Lembro-me perfeitamente que na minha escola primária (bem, bem no centro da cidade) existia um crucifixo numa sala de aula. Não como parte integrante de algum complexo e maquiavélico plano de condicionamento de massas mas tão simplesmente porque alguém - um professor? um contínuo? um aluno? - gostava dele e o resolveu colocar lá. E agora que penso nisso também havia para aí uns dois quadros de inclinação estética mais que duvidosa e, inclusivamente, em cima de um parapeito, costumava parar uma pequena bolinha que dizia "Benfica - Campeão Nacional 93/94". E não me lembro que tenha havido algum sportinguista ferrenho a queixar-se alguma vez da pérfida bolinha. Tudo isto apenas para tentar realçar uma conclusão. Vivemos num mundo incrivelmente variado e rico em sensibilidades e estímulos diferentes. E é natural e até desejável que as escolas em que todos nós andamos e andámos reflectissem, reagissem e sobretudo integrassem o mundo em que vivemos. E isso inclui cores, artes, pessoas, músicas, sabores e religiões diferentes. Seria o primeiro a combater uma imaginária decisão centralizadora e ditatorial que impusesse nas escolas públicas uma doutrinação religiosa compulsiva. Mas não é disso que se trata. Estamos apenas a falar de pessoas que fazem parte integrante da escola e que levam consigo aquilo que são. E parte disso pode perfeitamente ser a sua religião. Não creio que se perca algo com isso, muito pelo contrário. Sempre se celebrou o Natal na minha escola, uma celebração exclusivamente religiosa e cristã, sem que eu ou qualquer outra pessoa se sentisse violentada por isso. O Natal fazia parte da nossa vida e do mundo em que vivíamos e transportávamos isso para dentro da escola. Assim como as camisolas do clube do coração e as primeiras cassetes que gravávamos com as músicas favoritas. E gostei de andar nessa escola. Muito mais do que numa qualquer escola idealizada: asséptica, estanque e sem vida e mundo lá dentro.

Sim, João, mas eu não sendo católica, por exemplo, não gostaria de ter aulas numa sala onde estivesse um crucifixo, nem me parece que deva haver uma votação entre os alunos para ver se quem o quer lá está em maioria e então manter-se :P Acho que quem é religioso e queira ostentar símbolos da sua confissão deve ser livre de o fazer (usando medalhinhas de santos ao pescoço ou whatever), agora esses símbolos estarem numa entidade estatal já não acho muito correcto...

Exactamente. Por isso é que disse que achei a posição do ME a mais correcta. A partir do momento em que há alguém que expressa o seu desconforto com a presença seja de que símbolo for na sala de aula dos filhos parece-me do mais elementar bom senso que se proceda à sua retirada. Pessoalmente não é algo que me faça impressão mas aceito que haja pessoas para quem isso constitua algum tipo de ofensa. Posso não concordar com as queixas em questão mas não tenho dúvidas quanto à justeza da decisão que foi tomada. O problema é que as pessoas tendem a tentar criar batalhas ideológicas à volta do que deviam ser apenas questões de cortesia e razoabilidade.
( Não sei se era isso ou não o que queria dizer o post original.)

O Buda tem um ar giro... e parece-se muito com o Zé Povinho numa versão shaved... agora uma cruz... claro que isto é tudo relativo porque as Forças Armadas de um Estado laico tem um bispo...
Por mim, a questão é simples: os católicos não querem perder efectivamente direitos que já não têm há muito. É simples. E não há motivos para não os perderem. E por favor, não venham falar no papel histórico da cruz em Portugal porque essa é a Cruz de Cristo e cuja própria geometria é diferente...

Pedro

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