Patriotismo Kitsch
Nunca cheguei a perceber se éramos ou não um povo patriótico. Uns diziam que sim, outros que não (talvez tenha sido por isso que estes últimos decidiram criar o mui útil e nada reaccionário Dia da Defesa Nacional), mas a verdade é que não dava bem para perceber. Mas eu preferia assim. Preferia a nossa maneira tosca - genuinamente portuguesa - de expressar o nosso patriotismo: o ódio eterno aos nuestros hermanos, o orgulho no 25 de Abril e nos descobrimentos (dois dos nossos maiores feitos), o hino nacional uma ou outra vez e a convicção sincera de que, apesar de passarmos a vida a carpir, não vivíamos assim tão mal.
Até ao dia em que chegou o profeta e nos mandou colocar a bandeira na janela, transformando-nos numa espécie de simulacro de texano que coloca a bandeira no alpendre. Aí, as bandeiras passaram a vir no “Expresso” (ou a 2€, se for para pôr no carro). Comprámos o novo patriotismo e desfizemo-nos do velho. E que saudades que eu tenho dele, já que este novo parece acabar com o último jogo do evento...
Até ao dia em que chegou o profeta e nos mandou colocar a bandeira na janela, transformando-nos numa espécie de simulacro de texano que coloca a bandeira no alpendre. Aí, as bandeiras passaram a vir no “Expresso” (ou a 2€, se for para pôr no carro). Comprámos o novo patriotismo e desfizemo-nos do velho. E que saudades que eu tenho dele, já que este novo parece acabar com o último jogo do evento...