Routine
"A man practices the art of adventure when he breaks the chain of routine and renews his life through reading new books, travelling to new places, making new friends, taking up new hobbies and adopting new viewpoints."
Wilfred Peterson
Meio ressacado dos exames, escrevo, como prometi. Sobre o quê? Não sei. Ainda tenho palavras como “pulvéreo”, “demiurgo” ou “hodierna” a ecoarem-me na cabeça, e em pouco tenho pensado, pelo menos desde há uns dois meses para cá. Antes de assimilar qualquer informação ou assunto de interesse preciso de esvaziar o disco.
Pouco tenho feito. Leio o “Público” e alguns blogs, saio para tomar um ou outro café, e fecho-me na Biblioteca Geral 8h por dia, a fingir que estudo (fingir porque dessas 8h, só 4 são passadas nos livros, 2 concentrado e outras 2 lendo a pensar em tudo menos naquilo). Saio para fumar e, ocasionalmente, tomar um café. Sento-me num banco de madeira e ouço as empregadas dos cabides a cochicharem e a dizerem as piores barbaridades umas das outras (ah, e o segurança também ajuda nesta tarefa, o que me faz concluir que não é uma actividade exclusivamente feminina). Posso jurar que nunca ouvi uma conversa entre eles cujo tema fosse outro.
Aos fins-de-semana saio para ir tomar café e beber um ou outro fino. Sempre com um certo sentimento de culpa por saber que deveria estar a estudar, claro. Chego a casa e abro o computador, onde fico a apanhar a luz dele até bem tarde. Vejo uns 3 episódios dos Simpsons, deito-me e leio umas 10 páginas do livro que ando a ler (que já acabei – o Freakonomics, de que já falei aqui; agora vou avançar para um de Rifkin sobre a “Economia do Hidrogénio”).
Acordo no dia seguinte com a sensação de quem se deitou ainda nem há 2h – o que já aconteceu, em vésperas de frequências (posso garantir que não vale a pena experimentarem), tomo banho, visto-me, agarro na mochila e vou novamente para a Biblioteca Geral, onde fico, normalmente, até às 13h (isto nos dias em que consigo acordar antes das 11h). Almoço no McDonald’s ou na Casa da Cultura (que tem uns bons Rojões, por sinal, eheh) e volto outra vez para a Biblioteca, não sem antes tomar um café que me faça aguentar a longa tarde que se avizinha.
Meto uns auscultadores que me fazem parecer um astronauta e vou ouvindo Donavon Fankenreiter, Jack Johnson (o novo CD dele é bastante bom), John Mayer, Death Cab Forr Cutie, entre muitos outros (na verdade, tenho a Library em shuffle, o que faz com que a maior parte das vezes pare nos Sublime ou no Dean Martin, por ter dezenas de músicas de cada um deles – o último já não o posso ouvir, se é que alguma vez pude com aquilo - minto, gostava de ouvir à noite).
Isto tem sido a minha rotina nestes últimos dois meses – que finalmente chegou ao fim.
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