Antes de mais nada:"Estás perdoado, Tony...não cometeste nenhum crime...Aliás porque a MINHA mesa de café está muito melhor!;) Ora, aqui vai...
Sejamos honestos... Quando não há mais nada para fazer, vamos para uma mesa de café. Aparentemente é só para passarmos o tempo até chegar a hora da explicação, do ginásio, de nos irmos encontrar com alguém, de termos de ir para casa, etc... Pois é! Parece, então, que a mesa de café está ali só para contar o tempo de ócio, de "dolce fare niente" que nos resta...
A questão é que, durante estes momentos de espera por algo mais interessante/produtivo, ficamos a conhecer pessoas, ideologias, projectos, mentalidades e vivências. Debatemos temas minúsculos e fúteis e vamos parar a outros muito mais profundos e relevantes, começamos a falar no almoço de hoje e acabamos a discutir questões de fundo, da sociedade, da política, da religião, enfim, o que realmente importa. Com estas conversas, à mesa de café, descobrimos disparidades e, sobretudo, afinidades entre nós; somos conduzidos a outras conversas e ficamos horas a falar, a desvendar aos outros e a nós próprios aquilo que somos.
O que há de engraçado nisto tudo é que, depois de uma boa mesa de café, já não a encaramos como o espaço banal, de passagem que julgávamos ser. Pelo contrário, ficamos à espera de nos sentarmos outra vez na mesma, ou noutra, e continuarmos conversas, debates, berros, críticas que deixámos a meio.
Quem diz que a nossa geração é oca, não reivindica e passa a vida no ócio dos cafés, não conhece verdadeiramente o significado de "mesa de café". De facto, passamos a vida nos cafés, mas muito do tempo que lá estamos, exercemos mais a nossa liberdade de opinião e expressão que certos "Srs Drs Deputados" no parlamento. Nós sentimos, pensamos, e somos puros no que afirmamos, gostando, autenticamente, de o dizer.
Eu, por nada, trocaria certas "mesas de café políticas" nas quais criei grandes amizades...
Chamem-nos "juventude dos cafés", como eu já ouvi chamarem... É um grande elogio que nos fazem!:)