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A Greve

É incrível como o sindicato dos professores pôde marcar uma greve nacional para os dias que coincidem com os exames mais concorridos. Não é só a facto de coincidir com os exames, fá-lo logo de modo a prejudicar o maior número de pessoas.
Para além disso, vejamos… estou enganado ou os professores são justamente, dos funcionários públicos, aqueles que, salvo casos pontuais, trabalham menos. A verdade é que, ao contrário dos restantes funcionários públicos, os professores, para além de terem, já a partida, uma carga horária reduzida, vão perdendo horas à medida que vão acumulando anos de trabalho. Este tema é uma espécie de tabu entre os professores, pois é encarado como uma espécie de diminuição da importância dos professores, relativamente aos restantes funcionários públicos. Na minha opinião, um professor não se deve sentir diminuído por trabalhar menos, deve antes agradecer.
Agora, vejamos as medidas contra as quais estes protestam: O fim das promoções automáticas, passando a ser substituídas por promoções baseadas no mérito; e o alargamento da idade da reforma.
Ora, quanto à primeira, parece-me certíssimo, de modo a privilegiar os que realmente são bons professores (todos nos sabemos de muitos “maus” professores), já a segunda, parece-me lógica pela situação do país e pelo aumento da esperança média de vida; para além disso, um professor em fim de carreira tem já muito poucas horas de aulas, pelo que tem muito tempo livre para gastar.
Resumindo, então, quem se manifestará amanha são algumas destas pessoas que se sentem indignadíssimas pela situação que se lhes depara e não se importam minimamente em prejudicar milhares de alunos que andam há um ano a preparar-se para estes exames. Parece-vos bem? A mim não…

penso que a questão não passa tanto pelos motivos da greve, passa pela adequação... apesar disso, penso que há muitos professores que vão ter em conta a situação dos alunos e vão garantir a realização de exames. Pelo menos espero que seja assim...

Hé lá professores inconscientes, desumanos, estúpidos, hé-lá-hô medidas polémicas!!
Dai-me os restos das candidaturas!
Atirem-me para a segunda fase!
Metam-me a fazer exame com a Linda Reis!
Espanquem-me a bordo da sala 21!

r-r-r-r-r-r-r eterno

Eia! eia! eia!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z!

Ah, como eu desejava ser o souteneur disto tudo!

Acho q pões a questão ao contrário. não é incrível que se marque uma greve para o dia dos exames mais concorridos. é - na minha opinião - completamente lógico. Dizes que afecta muito mais gente isso n é bom. Certo. Mas é exactamente por afectar mais gente que, ao fazer greve, as reinvidicações são ouvidas, pq a greve, qdo afecta mais gente, é quando ela é mais sentida. É uma questão de sensibilidade. As pessoas em geral (alunos, e políticos tb) sentirão muito mais uma greve de professores numa altura crucial em q eles são precisos do que numa que não são. Eu percebo a tua frustração, mas a malta tem que ter em atenção - e perdoem-me o «vernáculo» utilizado, q é bastante...cliché - as lutas de classe.

Alexandre:

É legítimo fazer greve. Não é legítimo prejudicar os alunos com ela. Não são os alunos o patrão que prejudica, explora, mente, suga. Não são eles que deverão ser prejudicados. Penso que qualquer professor gosta de ver o seu papel cumprido e, portanto, não me parece que a sua consciência profissional e humana passe por não salvaguardar os interesses dos alunos.
Para além disso, têm dezenas de alturas em que a greve produz efeitos sem causar danos, ainda por cima graves, em alunos que seriam obrigados a ir à 2ª fase (como deves saber, antigamente havia 2 chamadas na 1ª fase). Alunos que precisam de concluir o secundário, alunos que precisam de entrar nos cursos que ambicionam. Eu tenho em casa uma mãe professora que não faz greve, não por não concordar com ela, mas porque tem um filho que não gostaria de ver prejudicado. Tal como não gostaria de ver o seu filho sem professor vigilante, acredita que outros pais (professores, porque não?) também não gostem e não o mereçam.
Para além disso, creio que como pessoa de bom senso, que me pareces ter, admites que os sindicatos em Portugal não têm tido propriamente um papel de louvar (o M. Sousa Tavares escreveu um bom artigo sobre isto).
Danos económicos não se sobrepõem a danos humanos. E eu, que és de esquerda (suponho), penso que concordas comigo.

subscrevo tudo o que disseste, tony.

Erm...onde se lê "eu" leia-se "tu".

n me querendo desfazer do que disse há pouco: eu n disse q era a favor da greve nesta altura. apenas dei a demonstrar o pq de acontecer nesta altura. uma resposta politicamente correcta, pa ser sincero.
Não acho que se deva prejudicar os alunos. Não me viste a dizer isso. Apenas disse que a insatisfação que a greve dos professores vos provoca é instrumentalizada para uma negociação reivindicativa. Foi isto que disse. «Não é legítimo prejudicar os alunos com a greve»: certíssimo. Mas n deves olhar apenas para as causas imediatas. A greve é um resultado das políticas laborais. São essas mesmas políticas que vos prejudicam, mesmo que indirectamente, são essas as raízes. Não estou com isto a dizer q as greves são completamente isentas. Mas, como de esquerda que sou 8e q supões bem), talvez consiga ser mais tolerante com as lutas de classe (sem qualquer tipo de superioridade intelectual, política, etc). Vocês centram-se mais em vocês próprios - têm todo o direito, já que estão a ser prejudicados. Eu, como tou de fora, olho mais para a luta dos trabalhadores,neste caso professores, que, por ser de esquerda, talvez tenha mais sensibilidade pa isto...

A liberdade de alguns acaba quando começa a dos outros! É tão simples como isto. Neste caso, a liberdade dos professores de fazerem greve colide claramente com a liberdade dos alunos de fazer os exames nacionais, pelo que a deixam de ter.

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