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"O Aviador", de Martin Scorsese

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Um filme grandioso não tem que ser um filme excelente. “O Aviador”, de Martin Scorsese, é a prova de que esta teoria está, bastantes vezes, certa. O filme biografia de Scorsese tinha todas as condições para servir de referência para este tipo de filmes. No entanto, e já vão perceber porquê, não conseguiu (nem conseguirá) ser.
Não conhecia a história de Howard Hughes, personalidade do mundo da aviação e do cinema cujo trabalho impulsionou bastante ambos. O filme de Scorsese centra-se neste ponto, essencialmente, mas não é um retrato completo do percurso biográfico desta personalidade. A infância deste, por exemplo, serve somente para nos dar uma possível justificação para os comportamentos neuróticos de Hughes, que se vão tornando cada vez mais obsessivos à medida em que os acontecimentos se vão desenrolando. Porém, o clímax destes comportamentos, (aquela imagem de Hughes de cabelos desgrenhados e unhas compridas) não está cronologicamente correcto no filme, visto que só depois do julgamento é que este piora. Dizem também aqui, que quer a personagem de Leonardo DiCaprio, quer a de Kate Beckinsale, estão a milhas de, respectivamente, Howard Hughes e Ava Gardner, e não só no aspecto físico – dão-nos a entender, basicamente, que DiCaprio ainda precisava de amadurecer bastante para fazer um papel desta envergadura – o que não deve ser totalmente mentira. É na parte biográfica que o filme falha, e que não poderia falhar. De resto, há partes verdadeiramente geniais, como a adaptação do épico de Hughes, ou mesmo até o adensar dos seus comportamentos obsessivos que, obviamente, têm consequências.
Tal como disse no início, pode-se dizer que “O Aviador” é um filme grandioso. Talvez não tanto como a personagem de Howard Hughes, cuja biografia é, efectivamente, estrondosa (recomendo a leitura desta no site que indiquei). Mas não deixa de ser um filme razoável. Não mais que isso – e justifica-se, por isso, o fracasso nos “Óscares” (apesar de, como toda a gente sabe, este não ser um festival de cinema de referência), quando confrontado com “Million Dollar Baby” – que mereceu todas as estatuetas que arrecadou, incluindo a de “Melhor Filme do Ano” (a crítica fica para mais tarde).

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