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Grandes Portugueses

Quem não viu o programa de ontem, tenha sido por falta de tempo, por ter algo melhor para ver ou por snobismo...não sabe o que perdeu! Já não me ria assim há muito!

A sessão foi mal preparada (ou alterada à ultima da hora, parece-me mais). A um Daniel Oliveira "à nora" com os gráficos, juntou-se uma Maria Elisa nervosíssima e uma hilariante Odete Santos.

Correndo o risco de ser deselegante, vou-me centrar nesta última. Começou por cuspir um dente (ou algo branco que prefiro não tentar adivinhar) , que ostentou durante alguns minutos na ponta do "beiço" enquanto (e isto é um eufemismo) falava, empolgada. Durante todo o programa discutiu com o público, "empoleirou-se" na cadeira, interrompeu os outros convidados e por fim, deu o toque final ao levantar a blusa para coçar (literalmente) a barriga (e isto também é um eufemismo). A não perder, portanto!

Bem, mas passando ao mais sério (também houve... um bocadinho!). Ganhou, como seria de esperar, o nosso amigo "Botas". Todos (ou quase) sabemos que este, tal como o voto em Cunhal, foi um voto militante e de protesto (no Caso de Cunhal, protesto em relação a Salazar). Este protesto deve-se, essencialmente, a duas razões. Em primeiro lugar, a situação do país, que faz com que alguns daqueles que não participaram na Revolução (jovens e idosos) sintam que "o que fazia cá falta era o Salazar, grande homem!". Por outro lado, e este é que marcou a diferença, a conduta estúpida (é o termo) da RTP, que fez, desde que não o pôs na lista inicial até, quando, no próprio programa, tentou por todos os meios que as pessoas votassem em massa noutro candidato, para inverter a coisa), o possível para que Salazar não ganhasse, o que teve, claro, o efeito oposto!

Confesso que até achei piada a esta vitória. Quanto mais não seja pelo valor que as pessoas (embora não admitam) lhe dão. Não valeu nada! Não passe pela cabeça de ninguém (tirando os do PNR, que já devem estar a delirar) que isto signifique que Portugal tem uma boa percentagem de fascistas. Mas que os tem, tem, embora (até ver) poucos. E nunca deixará de haver, só tenderão a aumentar o seu número. E isto deve-se muito a dois factores (para além dos óbvios): Primeiro, o facto da Constituição proibir Partidos Fascistas ("o fruto proibido...."); E, por fim, o péssimo modo como o Estado Novo é dado nas aulas de história, que só tende a criar desconfiança.

Como é obvio, se fosse uma Eleição normal (uma pessoa, um voto) Salazar não teria ganho ( e Cunhal não teria ficado em 2º)!

Aliás, na realidade, o grande vencedor do concurso foi a ditadura. Por um lado a do Estado Novo. Por outro, a daqueles que tentaram tão veementemente boicotar a vitória do "Botas". Se somarmos tudo deve dar maioria absoluta!

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