"The Life and Times of Scrooge McDuck"
Os apreciadores de B.D. costumam olhar com desdém para as revistas Disney. Consideram-nas infantis, repetitivas até. Não que não tenham alguma razão nos seus julgamentos, mas há um outro lado destas Bandas Desenhadas que merece, no mínimo, um pouco da nossa atenção. Um dos responsáveis por este lado (chamemos-lhe até sério) é Don Rosa, que criou uma magnífica história da família Patinhas, ou no original McDuck, Duck e Coot (as últimas duas foram traduzidas, respectivamente, para Pato e Patus), as três famílias (no caso do primeiro, um clã escocês) que se cruzaram para dar origem aos patos que conhecemos hoje em dia (nenhum foi deixado de fora).
Com certeza que já se aperceberam de inúmeras contradições dentro destas histórias (há uma edição dos “50 Anos do Pato Donald” que lhe atribui outras origens – tendo sido o pato irascível criado pelo Tio Patinhas e pela Vovó Donalda – mas, pelos vistos, a Vovó Donalda é viúva). Esta “Saga do Tio Patinhas” pretende (não impondo, como o próprio autor explica no Prefácio) criar uma história “oficial”, para acabar com as histórias mal resolvidas desta “família”.
A intenção deste desenhador é de louvar. Não pensem que este trabalho não requereu investigação, quer das personagens, quer de factos históricos reais, que surgem nas histórias e que permitem um enquadramento surpreendentemente credível das histórias do(s) Pato(s). Esta saga centra-se mais na vida do Tio Patinhas, mais precisamente na forma como um simples jovem pato consegue tornar-se no “Pato mais rico do Mundo”. Ora, como self-made pato que é, obviamente que as aventuras e dificuldades do Pato capitalista que trabalhou desde os dez anos ocupam um lugar de destaque.
De salientar também uma história que li aqui há uns tempos de uma adaptação de uma história de Carlo Goldoni, e uma outra (igualmente brilhante) adaptação do romance de Victor Hugo, “Les Miserables”. Ambas bastante divertidas (lembro-me de rir sozinho a ler a primeira) e de uma mestria que não se espera de umas B.D. feitas para crianças.
Há outro livro deste desenhador que merece atenção: penso que se chama “A História da Família Pato”, aqui sim, com detalhes sobre todas as personagens e, como é habitual, centenas de excelentes ilustrações…
Com certeza que já se aperceberam de inúmeras contradições dentro destas histórias (há uma edição dos “50 Anos do Pato Donald” que lhe atribui outras origens – tendo sido o pato irascível criado pelo Tio Patinhas e pela Vovó Donalda – mas, pelos vistos, a Vovó Donalda é viúva). Esta “Saga do Tio Patinhas” pretende (não impondo, como o próprio autor explica no Prefácio) criar uma história “oficial”, para acabar com as histórias mal resolvidas desta “família”.
A intenção deste desenhador é de louvar. Não pensem que este trabalho não requereu investigação, quer das personagens, quer de factos históricos reais, que surgem nas histórias e que permitem um enquadramento surpreendentemente credível das histórias do(s) Pato(s). Esta saga centra-se mais na vida do Tio Patinhas, mais precisamente na forma como um simples jovem pato consegue tornar-se no “Pato mais rico do Mundo”. Ora, como self-made pato que é, obviamente que as aventuras e dificuldades do Pato capitalista que trabalhou desde os dez anos ocupam um lugar de destaque.
De salientar também uma história que li aqui há uns tempos de uma adaptação de uma história de Carlo Goldoni, e uma outra (igualmente brilhante) adaptação do romance de Victor Hugo, “Les Miserables”. Ambas bastante divertidas (lembro-me de rir sozinho a ler a primeira) e de uma mestria que não se espera de umas B.D. feitas para crianças.
Há outro livro deste desenhador que merece atenção: penso que se chama “A História da Família Pato”, aqui sim, com detalhes sobre todas as personagens e, como é habitual, centenas de excelentes ilustrações…