"The Simpsons"
Nada do que eu vos possa dizer sobre esta série vai ser novo para vocês. Apenas achei que devia deixar aqui uma posta sobre ela, visto ser das minhas séries favoritas. Portanto prepare-se, caro leitor, porque o que vai ler de seguida são apenas reflexões inconsequentes acerca de uma série inteligível por crianças de 6 anos.
Porquê? Porque são “Os Simpsons” tão adorados e conhecidos em todo o mundo? Porque é que ninguém consegue descolar os olhos de uma televisão que esteja a dar esta série? Como é que uns desenhos animados banais conseguem agradar a crianças e a adultos de todas as gerações? Há várias respostas possíveis:
“Os Simpsons” são uma happy family, mas não demasiado happy. Matt Groening guardou, aliás, essa condição, para a família de Ned Flanders, o “bom samaritano” vizinho de Homer, cuja família nos é hilariantemente mostrada no episódio “Lisa’s First Word”, um episódio que, como o próprio nome indica, conta em retrospectiva a primeira palavra de Lisa, e em que Bart é obrigado a passar uma noite na casa dos Flanders. Um verdadeiro pesadelo para o mais velho dos filhos Simpson, como se pode imaginar. De chorar a rir.
É fácil perceber, desde já, que o confronto entre Homer, obcecado por cerveja e televisão, pai autista (mas que faz tudo para triunfar neste campo) e Ned Flanders proporciona momentos de verdadeiro humor: Homer inveja e aproveita-se, simultaneamente, do temperamento calmo e razoável do vizinho, que faz tudo para manter uma relação de bons vizinhos, mas que vê os seus esforços irem por água abaixo, com as atitudes tempestivas do pai Simpson.
Em segundo lugar, o universo Simpson é rico em diversidade: encontramos uma caracterização exímia da vida numa cidade semi-rural americana (mesmo não vivendo lá, ficamos com a certeza de que é assim); as actividades comunitárias, as escolas cheias de cacifos, os autocarros amarelos, o fanatismo religioso e patriótico, os bares, a tv-cabo, os subúrbios, a empresa, o chefe capitalista tirano, os hamburguers, os grelhados no quintal….Todas as personagens que provavelmente existem numa cidade destas (ex.: Barney, o looser que bebe cerveja o dia todo, Otto Man, o condutor “marado” do autocarro da escola, Clancy Wiggum, o polícia ineficaz que troca os donuts pelo serviço,etc.) estão lá, em Springfield.
Depois, há sempre a inevitável identificação com as personagens: todos nós temos algo de Bart, todos até certo ponto gostámos de séries de T.V. particularmente estúpidas, tivemos más notas, gostámos de pastilhas ou de skate; sentimos medo dos mauzões mais velhos na escola e fizemos asneiras de que ainda hoje nos arrependemos, mas de que rimos ao mesmo tempo – tal como acontecerá com ele próprio. Ou no extremo oposto, todas as raparigas têm ou já tiveram o seu quê de Lisa, de maturidade precoce, de responsabilidade, de “best of the class”, etc. Penso que todos os pais têm desejos como os de Homer (que mantêm, no entanto, reprimidos), e que todas as mães gostavam de ter tempo e paciência para com os filhos como Marge.
No fundo, é na realidade Simpsoniana, que nos é servida em doses de verdadeiro humor (umas vezes mais inteligente que outras) que reside todo o seu valor. “Os Simpsons” são uma lição de vida para toda a gente: cada personagem (principal ou secundária) que intervém na série tem uma função, caracteriza algo. (O Stand de automóveis fabricados na ex-URSS é simplesmente de morrer a rir).
No entanto, nem toda a gente parece pensar assim: o “pai Bush” e a própria Bárbara Bush tentaram denegrir a imagem desta família: ela afirmou que “Os Simpsons” “eram a série mais estúpida que tinha visto até então”, o que mereceu um pedido de desculpas formal após a recepção de uma carta assinada por Marge Simpson, em que mostrava desagrado sobre as considerações da ex-first lady; ele afirmou, basicamente, que o modelo de família “Simpson” não era para seguir – o que não é de espantar – o casal Bush sénior deve ver nos Flanders um modelo muito melhor para adoptar…
Nota: esta posta limitou-se apenas a observar a ponta do iceberg Simpsoniano, que nunca mais acaba: o filme, a série de Halloween, as piadas políticas, as inúmeras personagens que ficaram por referir, e tudo o mais, ficará para uma próxima…!
Porquê? Porque são “Os Simpsons” tão adorados e conhecidos em todo o mundo? Porque é que ninguém consegue descolar os olhos de uma televisão que esteja a dar esta série? Como é que uns desenhos animados banais conseguem agradar a crianças e a adultos de todas as gerações? Há várias respostas possíveis:
“Os Simpsons” são uma happy family, mas não demasiado happy. Matt Groening guardou, aliás, essa condição, para a família de Ned Flanders, o “bom samaritano” vizinho de Homer, cuja família nos é hilariantemente mostrada no episódio “Lisa’s First Word”, um episódio que, como o próprio nome indica, conta em retrospectiva a primeira palavra de Lisa, e em que Bart é obrigado a passar uma noite na casa dos Flanders. Um verdadeiro pesadelo para o mais velho dos filhos Simpson, como se pode imaginar. De chorar a rir.
É fácil perceber, desde já, que o confronto entre Homer, obcecado por cerveja e televisão, pai autista (mas que faz tudo para triunfar neste campo) e Ned Flanders proporciona momentos de verdadeiro humor: Homer inveja e aproveita-se, simultaneamente, do temperamento calmo e razoável do vizinho, que faz tudo para manter uma relação de bons vizinhos, mas que vê os seus esforços irem por água abaixo, com as atitudes tempestivas do pai Simpson.
Em segundo lugar, o universo Simpson é rico em diversidade: encontramos uma caracterização exímia da vida numa cidade semi-rural americana (mesmo não vivendo lá, ficamos com a certeza de que é assim); as actividades comunitárias, as escolas cheias de cacifos, os autocarros amarelos, o fanatismo religioso e patriótico, os bares, a tv-cabo, os subúrbios, a empresa, o chefe capitalista tirano, os hamburguers, os grelhados no quintal….Todas as personagens que provavelmente existem numa cidade destas (ex.: Barney, o looser que bebe cerveja o dia todo, Otto Man, o condutor “marado” do autocarro da escola, Clancy Wiggum, o polícia ineficaz que troca os donuts pelo serviço,etc.) estão lá, em Springfield.
Depois, há sempre a inevitável identificação com as personagens: todos nós temos algo de Bart, todos até certo ponto gostámos de séries de T.V. particularmente estúpidas, tivemos más notas, gostámos de pastilhas ou de skate; sentimos medo dos mauzões mais velhos na escola e fizemos asneiras de que ainda hoje nos arrependemos, mas de que rimos ao mesmo tempo – tal como acontecerá com ele próprio. Ou no extremo oposto, todas as raparigas têm ou já tiveram o seu quê de Lisa, de maturidade precoce, de responsabilidade, de “best of the class”, etc. Penso que todos os pais têm desejos como os de Homer (que mantêm, no entanto, reprimidos), e que todas as mães gostavam de ter tempo e paciência para com os filhos como Marge.
No fundo, é na realidade Simpsoniana, que nos é servida em doses de verdadeiro humor (umas vezes mais inteligente que outras) que reside todo o seu valor. “Os Simpsons” são uma lição de vida para toda a gente: cada personagem (principal ou secundária) que intervém na série tem uma função, caracteriza algo. (O Stand de automóveis fabricados na ex-URSS é simplesmente de morrer a rir).
No entanto, nem toda a gente parece pensar assim: o “pai Bush” e a própria Bárbara Bush tentaram denegrir a imagem desta família: ela afirmou que “Os Simpsons” “eram a série mais estúpida que tinha visto até então”, o que mereceu um pedido de desculpas formal após a recepção de uma carta assinada por Marge Simpson, em que mostrava desagrado sobre as considerações da ex-first lady; ele afirmou, basicamente, que o modelo de família “Simpson” não era para seguir – o que não é de espantar – o casal Bush sénior deve ver nos Flanders um modelo muito melhor para adoptar…
Nota: esta posta limitou-se apenas a observar a ponta do iceberg Simpsoniano, que nunca mais acaba: o filme, a série de Halloween, as piadas políticas, as inúmeras personagens que ficaram por referir, e tudo o mais, ficará para uma próxima…!
Os Simpsons são como os legos: amarelos e bons.
Pedro
Posted by Pedro Monteiro | 15/11/05 11:14 da tarde