"Portugal Maioooooor" e a Solidariedade
Katia Guerreiro (que podia muito bem ter sido Karina, Katarina, Katiana, etc.) raramente fala, muito ao jeito do seu tutor. No entanto, quando diz alguma coisa (à excepção daquela espécie de genérico do “123” que compôs para a campanha da esfinge) até que nem se sai mal.
Já não me lembro onde li a fadista falar de Acção Social. No entanto, enquanto ia para casa depois de uma barrigada de Peru, pensei mesmo nisso: eu, gordo e mimado, rodeado de uma família que não cabe nos dedos das mãos (nem dos pés) refastelado a viver o Natal. Enquanto milhares de idosos passam o Natal a ver o Herman, numa cama de hospital ou mesmo sozinhos numa casa de Granito, numa qualquer aldeia do Norte abandonada.
Sem querer que isto pareça um Conto de Natal, pergunto: o que custava a mim ou a esta geração de pequeno-burgueses que somos, prescindir da consoada e fazer alguma coisa de socialmente útil, como companhia a estas centenas de idosos? Já disse mais que uma vez: para mim, isto é solidariedade, não uns brinquedos partidos que depositamos num caixote para uma qualquer instituição. Era bom que mais gente pensasse nisto...
Já não me lembro onde li a fadista falar de Acção Social. No entanto, enquanto ia para casa depois de uma barrigada de Peru, pensei mesmo nisso: eu, gordo e mimado, rodeado de uma família que não cabe nos dedos das mãos (nem dos pés) refastelado a viver o Natal. Enquanto milhares de idosos passam o Natal a ver o Herman, numa cama de hospital ou mesmo sozinhos numa casa de Granito, numa qualquer aldeia do Norte abandonada.
Sem querer que isto pareça um Conto de Natal, pergunto: o que custava a mim ou a esta geração de pequeno-burgueses que somos, prescindir da consoada e fazer alguma coisa de socialmente útil, como companhia a estas centenas de idosos? Já disse mais que uma vez: para mim, isto é solidariedade, não uns brinquedos partidos que depositamos num caixote para uma qualquer instituição. Era bom que mais gente pensasse nisto...
para maior parte dos portugueses a palavra solidariedade é difícil de pronunciar, quanto mais praticar...
Posted by Zé Bandeirinha | 27/12/05 1:49 da tarde
Se fossem só os velhos... Enfim, ainda hoje fui surpreendido por uma velhota que me pediu para lhe contar o troco porque não sabia ler. E depois vem a Nova Direita dizer que as políticas liberais de esquerda falham porque o sucesso do Homem está à partida definido pelas suas capacidades. Falso. Está à partida minado pela sociedade que não lhe permite aproveitá-las.
No Verão tive uma experiência similar: face a um grupo de idosos que queria fazer um teste cardíaco gratuito nas piscinas (eu estava encarregue, junto com outras pessoas, de tratar do processamento dos boleins) tive que preencher vários papéis porque muitos não sabiam ler. Não sabiam ler. Em pleno século XXI e numa das principais cidades de Portugal! É este o retrato de Portugal. Tens razão.
Honestamente também gostava de fazer algo assim - sobretudo com crianças.
Pedro
Posted by Pedro Monteiro | 27/12/05 8:43 da tarde