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Uma coisa ou duas

Sei que o assunto já massacra, mas... só 2 ou 3 coisas (rápidas!).

Penso em senhoras que engravidam e que não têm condições para ter um filho (ou outro filho)... e percebo o dilema e o susto e a preocupação. Mas será que o Estado não poderia dar bons incentivos monetários à natalidade, bons apoios? É o que se faz em vários dos países mais desenvolvidos da Europa. Sei bem que nesses países o aborto já foi despenalizado, mas... "As leis penais servem para distinguir o que está certo e deve ser incentivado do que é negativo e deve ser evitado. As penas não servem para humilhar, mas para evitar que um comportamento se torne normal e recorrente". Por isso entendo que a lei se deve manter como está, pois manifesta-se de forma silenciosa todos os dias. Acho é que se deve investir muito mais em ajudar as mulheres que se sentem encurraladas e sem saída.

Depois penso em raparigas novas, estudantes, mulheres que acabaram de entrar no mercado de trabalho... e que engravidam! E sentem que a vida delas acabou... e o aborto surge como a única solução, dolorosa sim, mas melhor que ser mãe à força ou que dar um filho para adopção e sentir-se culpada para o resto da vida. Só que há aqui uma ilusão... a ilusão de que se pode "desengravidar" abortando, de que se pode voltar ao antigamente. Mas não pode. Qualquer mulher que passa por este dilema pesado sabe, lá no fundo, que é um filho que nunca vai nascer, mas como é muito pequenino pode pensar que não custa... mas custa!! E essas mulheres nunca mais vão ser o que uma vez foram, tendo o bebé ou não tendo. "Desengravidar" não existe e quem aborta sofre um trauma que não vai desaparecer. É uma decisão tomada em desespero... e muitas vezes traz arrependimento profundo mais tarde. Porque não investir em fazer estas mulheres sentir que há alternativas melhores, mais humanas para si e para o bebé? Que o aborto não é solução, ainda que pareça que vai trazer alívio?

"Questiona-te se faz sentido transformar um drama num “direito”." Acho que a solução não passa por aqui.

Prevê-se que, se ganhar o NÃO, a Lei seja modificada, sob proposta do PSD, no sentido de retirar a pena (e o julgamento, consequentemente).

Ora, neste caso, a Lei deixa de desincentivar tanto. E, pergunto eu (já o fiz a mim, e obtive resposta), o que é melhor: Correr o risco de haver mais abortos, mas tê-los em melhores condições ou assegurar-mo-nos que o número não aumenta, mas mantendo-os em más condições.

Este argumento não pode deixar de me lembrar do que ouvi no outro dia no auditório da Casa da Cultura da boca de Marcelo Rebelo de Sousa: "José Sócrates quer três pastéis. Se lhe dão um (a proposta do PSD), prefere nenhum." (ou qualquer coisa do género). É, certa ou não, uma excelente "boca". Mas isto levou-me a pensar uma coisa. MRS, do alto do seu ASSIM NÃO, revelou o modo de pensar do NÃO, o qual passo a reproduzir sob a forma de discurso directo:

"Ora bem, o feto é um ser humano. Como tal abortar é cometer um homicídio. Oh, mas isso já não dá para condenar assim! Bem, pelo menos a lei condena a 3 anos. Oh, mas há três casos em que permite. Bem, restam os outros. Oh, mas agora vem o bonacheirão do Marques Mendes e diz que vai deixar de haver pena. Bem, pelo menos é melhor que a proposta do SIM. Do mal o menos"

Estou em crer que o NÃO e o SIM vão acabar por se fundir, daqui a uns anos (no caso de o 1º ganhar). Pelo andar da carruagem....

Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução

Não ! - Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !

A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:

1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € - 60 € - 70€ - 80€ - 90€ - 100€ - 110€ - 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)

2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.

3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.

4 – Aceleração do "Processo de Adopção".


(*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confiança e de ajuda) com a unidade de saúde].

Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.

Bem, não compreendo qual a dificuldade em compreender a ideia do anónimo (que eu desconfio saber quem é)...
Basicamente resume quase tudo o que eu ando a batalhar quase desde o Verão. Pena que o bom e velho portuga prefira pragmatizar e nunca mais pensar no caso.

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