a mesa de café

Isto não é novidade para ninguém, e se deixassem de existir haveria muita gente a dar cabeçadas. Mas eu não consigo olhar para este "Festival" como uma verdadeira "festa académica" (se cá já não parece muito genuína, imagino noutros lados). Tudo bem, eu gosto muito, mas a mim parece-me mais uma semana em que centenas de "estudantes" se mascaram com o "traje" (parece que falam do traje típico da região) que deixam arrumado no armário o resto do ano (exibindo 500 logotipos na capa, subvertendo brutalmente a tradição da capa negra), em que gastam mais do que eventualmente podem e em que bebem mais do que provavelmente conseguem. Os grupos musicais da academia são encaminhados para o final das noites (já não é a primeira vez que o parque fecha com grupos em palco), actuando muitas vezes para meia dúzia de finalistas, já que o resto do público está a delirar com o “Summer Jam” nas tendas das bebidas, que nem por acaso estão a preços exorbitantes (já nem se fala da comida...). Miúdos e miúdas com ar de terem fugido de casa bebem shots às cores e dançam freneticamente uma espécie de martelada que dura pontualmente até às 6 horas.

Há coisas (como o "Sarau de Gala", o "Chá Dançante" ou a "Garraiada") que ainda mantêm o seu quê de característico, mas estas "Noites do Parque" não são certamente uma delas. É pena que a maior parte das pessoas pense apenas nelas quando pensa na Queima, e nem se dê ao trabalho de participar nestes outros eventos culturais. Afinal, são eles que distinguem a Queima das Fitas de Coimbra das outras "Semanas Académicas"...

Posted by António Pedro on segunda-feira, maio 07, 2007 at 5:25 da tarde | Permalink