Estatuí garatujar singela leina passagem.
Todos pescamos que cuchilho, hacaneia, sarapó e tiasse são voltívolos moldes de betar xerengue. Parelhamente artão e pomagem são parávoas epanáforas de pábulo.
Ergo, locupletei-me (acevadei-me) de vazar unívocos no tira-teimas!
Som um azémola!
Esclareço desde já que não sou daqueles acérrimos opositores ao Plano de Bolonha. Facto este que se deve aos meus parcos conhecimentos sobre tema, que se cingem ao que tenho lido e à minha própria experiência até ao momento.
No entanto, há algo, que não é, aliás, exclusivo deste novo regime, mas tem sido com ele exagerado, a que me oponho veementemente. Refiro-me à obrigatoriedade de presença nas aulas.
Salvo raras excepções (como algumas cadeiras de cursos como Medicina, que facultem, por exemplo, prática médica e cuja não comparência nas aulas possa ser comprometedora), esta medida parece-me quase sempre contra-producente.
É usual a não presença nas aulas comprometer o benefício da chamada “avaliação contínua”, que é, em termos gerais, um regime que permite fazer parte da avaliação (ou toda), normalmente feita por exame, ao longo do semestre, através de testes ou trabalhos.
Primeiramente, há três premissas que me parecem suficientes para evidenciar a falta de lógica desta medida. São elas o carácter não obrigatório deste ensino, a maioridade de quem o frequenta e, “at last but not at least”, o facto de se pagar por ele. Qual é a lógica paternalista subjacente ao facto de se obrigar a frequentar aulas alguém maior de idade, a frequentar um ensino voluntariamente e pelo qual, além disso, está a pagar?
Mas não é tudo. Este regime contribui para a perpetuação dos maus professores na cátedra. Basta simplesmente instituir esta prática e rapidamente uma cadeira dada por um mau professor passa a ter as salas milagrosamente cheias. Não digo isto por especulação ou teoria, tenho-o sentido na pele. É revoltante ver professores medíocres beneficiarem deste sistema, sem terem o mínimo estímulo para melhorarem.
Para além disso, e corrijam-me se estiver errado, o livro destaca-se (e foi aliás inventado por isso) como um meio de transmissão de conhecimentos. Ora, se o aluno não considera o professor um melhor meio (mesmo que complementar) para o fazer que a bibliografia que detém, porque é obrigado a utilizar o primeiro? Claro que se o seu julgamento estiver errado (ou não estudar o suficiente), chumbará. Mas é essa mesma a lógica do sistema, e não me parece que as medidas adoptadas contribuam para a resolução deste problema.
Um aluno nestas condições tem todo o direito, sejamos claros, de não ir ás aulas. A escola (ou Universidade) já não tem carácter educativo (no verdadeiro sentido do termo), o aluno já tem capacidade para estudar sozinho (ser auto-didacta) e é livre de ter actividades extra-curriculares. Pegando neste último ponto, convém realçar o facto de estas estarem seriamente comprometidas por este novo regime, o que não me parece nada positivo)
Esta questão não é mais, quanto a mim, que a ponta do iceberg que é o modo de pensar o Ensino em Portugal, considerando o aluno como a “fonte de todos os males”.
Se o(s) Governo(s) se dedicasse(m), por exemplo, a melhorar a qualidade dos docentes em vez de obrigar os alunos a irem às aulas, parece-me a mim, haveria resultados bastante melhores. A lógica subjacente a tudo isto é algo do género: “Se não compram este produto, obrigamo-los, ao invés de melhorarmos a sua qualidade”.