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Just Like Heaven


Se pudermos considerar como argumento de um filme os diálogos e a história, “Just Like Heaven” (“Enquanto Estiveres Aí”) tem um argumento razoável. Se o considerarmos só como os diálogos, tem um argumento péssimo. Se considerarmos a história ou, melhor, o seu desfecho (e se tivermos em linha de conta que se trata de uma comédia popularucha romântica), tem um bom argumento. Bom porque há já algum tempo que deixei de avaliar este tipo de filmes de cartazes coloridos por aquilo que valem como filme. É difícil que algum deles venha a ser o melhor filme da minha vida, ou que venha, mesmo, a ser melhor que os outros 200 que já devo ter visto. Entenda-se que estes filmes têm uma única função: entreter. Não são cinema reflexivo, mas lá vão fazendo com que se pense um mínimo neles. E os que nem isso conseguem fazer...bom...tem que haver alguns que estejam no fundo da escala. Este, por acaso, toca numa questão até polémica: o desligar as máquinas a alguém que esteja em coma. Um dia darei a minha opinião acerca do assunto.
O filme conta a história de Elizabeth (Reese Witherspoon), uma jovem médica que trabalha demais e que sofre um acidente de automóvel que irá transformar a sua vida e que a levará à procura de si mesma, que vê separada do seu corpo. É aí que conhece David (Mark Ruffalo), que a ajudará a concretizar esta tarefa. O resto não vale a pena contar.
“Just Like Heaven” (a tradução, como tem vindo a acontecer desde há uns largos anos - e em que já devem ter reparado - é fantástica) é, no fundo, um filme despretensioso, descomprometido. Que não está à espera de ser mais do que aquilo que é, que reúne uma dupla de actores bastante boa que só não consegue convencer pela fraqueza dos diálogos que são, de facto, medíocres. No entanto, e como já disse, a história está bastante boa, bem conseguida, com um desfecho previsível mas bem construído. Digo uma vez mais que não irá para a prateleira dos filmes favoritos, mas digo que vale a pena ver (nem que seja só por Witherspoon...). Todo o cinema vale a pena ser visto. Nisso aproxima-se bastante da música...

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