Saldo eleitoral
Tenho ouvido dizer que Soares foi o grande perdedor da noite. Ouvi também uns zunzuns de que Louçã não se tinha saído muito bem. Jerónimo, diz-se, teve um bom resultado, e Alegre esteve muito bem.
Ora, sejamos honestos, quantos candidatos tinham pretenções de ganhar as eleições (ou passar à segunda volta)? Pelo menos 4 (visto que Garcia Pereira, logicamente, já via a causa como perdida).
Consequentemente, parece-me que o grande perdedor foi Louçã. Eu, com estes ouvidos, ouvi-o (ele ouve-se bastante bem, principalmente os Rs) dizer que era, juntamente com Soares, o único com hipóteses de passar à 2ª volta. Bem, 5.3% está muito (bastante mesmo) longe dessa meta (para além de ter errado redondamente, pois foi Alegre quem esteve mais perto). Seguidamente, Jerónimo de Sousa, foi o 2º perdedor, pois, embora tenha subido, esteve longe dos seus objectivos. Em 3º lugar, e só aqui, ficou Soares, com uns modestos 14%, mas mais perto da segunda volta. Por fim, resta Manuel Alegre, que, embora tenha tido um resultado acima das expectativas e tenha ficado perto da segunda volta, não o conseguiu, ou seja, também falhou.
Concluindo, ontem houve apenas um vencedor, Cavaco Silva. É incontornável. Havia mais quatro candidatos à vitória, todos falharam.
Esta análise pode parecer exagerada, mas corresponde à verdade. Ninguém manda a candidatos como Jerónimo e Louçã inflacionarem as suas possibilidades. Só me lembro dum provérbio:
“Quanto mais alto se sobe (ou se tenta subir), maior é a queda.”
Cavaco, se ganhou, só se foi o concurso do pior merdas de sempre...
Posted by Anónimo | 24/1/06 8:35 da tarde
Jerónimo de Sousa teve mais 4% do que o anterior candidato presidencial apoiado pelo PCP. Em que é que ele foi derrotado?
Posted by Alexandre Carvalho | 24/1/06 10:31 da tarde
Não percebeste! O problema é que ele se agigantou, dizendo-se candidato a ir à segunda volta. Acontece que ficou a cerca de 15% desse fim, ou seja, perdeu, largamente.
Aí é que está, se ele não o tivesse feito ate se poderia dizer que tinha, em certa medida, ganho!
Posted by José Maria Pimentel | 25/1/06 1:05 da manhã
mas eu nunca ouvi o Jerónimo a dizer isso... o Louçã sim, mas esse já é outra história. Mas julgo que o PCP (e o Jerónimo) têm a noção da realidade e a sua presença é sobretudo uma candidatura de valores/ideologias, não de efectivas hipóteses de concorrer, dada a conjuntura política em que vivemos depois de 75.
Quanto ao Bloco, ele tenta tirar partido do seu (ainda) fenómeno mediático, e o facto de não ter uma ideologia definida, sendo difícil de perceber se ele se situa politicamente entre o PS e o PCP ou entre o PCP e... o MRPP.Mas a tirada dele de estar convicto que ele iria passar à 2ª volta, e que estava confiante numa votação «impressionante», aí concordo contigo, ele só acaba por denegrir a sua imagem. Mas no fundo, o que ele tentou fazer na minha opinião foi exactamente aproveitar essa incerteza no que toca à ideologia do seu partido para tentar ganhar mais votos. O caso do BE não é um caso único em que um novo partido criado consegue grandes resultados eleitorais graças à sua 'indefinição' política. Há casos na Europa onde partidos em situações semelhantes alcançaram resultados de 20 e tais por cento. O que o Louçã tentou fazer netsas eleições para si. O resultado esse, já não é preciso dizer.
Posted by Alexandre Carvalho | 25/1/06 3:16 da manhã
Meu querido amigo... Cm vai o seu vasto imperio? Passei so para dizer q concordo plenamente com o seu comentário...
Cumprimentos!
Posted by Anónimo | 25/1/06 12:04 da tarde
Sim, concordo: o Louçã arriscou, podia ter-se saido bem...saiu-se mal.
Mas o Jerónimo, certamente para não ficar atrás de Louçã e, provavelmente, pressionado pelos seus camaradas, disse que já acreditava numa segunda volta - eu ouvi-o!
É obvio que foi um exagero e, aliás, estou convencido que ele próprio o sabia, mas a verdade é que o fez e por iso o critério que usei aplica-se também a ele.
Posted by José Maria Pimentel | 26/1/06 3:23 da manhã