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Descansar em Paz

Uma coisa curiosa no politicamente correcto é que, sempre que alguém morre, é transformado num vulto incontornável de alguma coisa. Pode ter sido uma besta a vida toda, batido na mulher e nos filhos e ter gerido casas de prostituição no Brasil. Assim que sai deitado foi um grande homem, cidadão exemplar. Isto descansa-me, é claro. 

Concordo. Repara no António Lobo Antunes ou no José Saramago, por exemplo. Ainda não morreram, é certo, e Deus lhes dê ainda muitos anos de vida, mas têm um carácter e uma forma de se comportarem, pelo menos em público, que abomino deveras. Não gosto deles simplesmente. E são os maiores. Falar mal deles ou dizer que se desgosta da obra deles parece uma blasfémia à moda dos tempos bíblicos.

E a Amália? Sim senhor, grande fadista e tal. Mas nas últimas entrevistas que deu em vida achei-a ignorante, caduca, nervosa e fútil.

Ao que parece, a viagem que os finados publicamente conhecidos fazem a bordo da barca de Caronte até ao Hades resulta numa lavagem cerebral no mundo dos vivos, ficando estes envoltos numa aura autista que funciona como um entrave ao que verdadeiramente sentem relativamente à pessoa interior dos célebres, apenas para parecerem bem aos olhos do próximo. Há que saber distinguir a pessoa da obra.

Será que descansam em paz?

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