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Leve análise sobre os 3 principais candidatos democratas nas primárias dos EUA

Hillary Clinton venceu há dias Barack Obama, por uma margem de 2%, nas Eleições Primárias do Partido Democrata no New Hampshire (onde, ‘by the way’, viveu o “nosso amigo” Bill Bryson).

Não me atrevendo a ser muito arrojado, dados os parcos conhecimentos sobre a matéria, vou tentar fazer uma brevíssima comparação entre os 3 principais candidatos deste partido. A análise baseia-se muito mais no sentimento que me provoca cada uma das figuras, do que propriamente no background de cada um, ou na campanha (que só comecei a acompanhar mais a sério desde as primárias do Iowa).

- John Edwards – De todos o menos conhecido (e também em pior lugar nas sondagens, embora tenha ficado em 2º, à frente de Hillary, no Iowa). No entanto, não é de desprezar. Por um lado, o sistema político dos EUA já provou ser prolífero em surpresas. Por outro, há o não negligenciável carisma de Edwards. Ao vê-lo discursar é fácil apercebermo-nos do modo hábil como este candidato se faz valer do seu passado de “defensor das classes médias contra o poder instalado” e de “self-made-man” para, com um discurso esfusiante, levar ao êxtase a multidão que o segue fielmente. É contudo, este aspecto que pessoalmente mais me desagrada, pois denota um estilo claramente populista. Finalmente, não convém esquecer o facto de este ser o único candidato cujo género ou raça não foge ao comum (ou melhor dizendo, ao que sempre aconteceu entre os presidentes anteriores). Para ser sincero, não sei de que modo este factor influenciará o sucesso da sua candidatura, mas, tal como haverá pessoas a votar nos outros dois candidatos pela mudança, também as haverá concerteza, que votarão neste pelo motivo contrário.

- Hillary Clinton – Os apoiantes desta candidata dividem-se entre os que a apoiam unicamente por ter o marido ao lado, e, portanto, num claro desejo de retorno à prosperidade da era Clinton, e os que, pelo contrário, a admiram pela tenacidade com que lidou com toda a situação que viveu no final de mandato do marido e, porque não, até pelas suas qualidades como Senadora. Esta candidatura contém dois aspectos centrais: por um lado, o regresso ao passado (mas no sentido positivo), por outro, algo inteiramente novo: uma mulher no poder. O facto de os EUA poderem vir a ter, pela primeira vez na história, uma mulher na Casa Branca, é razão suficiente para não me importar com a vitória de Hillary. Contudo, há algo nela que não me agrada muito. Soa artificial. Para além disso, não deixa de me preocupar o facto de, em caso de vitória sua, se completarem 20 anos (com sérias expectativas de virem a ser 28) de poder nos Estados Unidos repartido unicamente por 2 famílias: Bush e Clinton. Isto, note-se, num universo de quase 300 Milhões de habitantantes.

- Barack Obama – Na casa dos 40, é o mais novo dos 3 candidatos. É, claramente, o mais carismático. Sendo, contudo, um carisma bastante discreto e calmo (pouco à imagem do que estamos habituados na política “à antiga”). Este aspecto tem feito com que tenha sido frequentemente dito que reencarna melhor o “Espírito Clinton” do que a própria Hillary (tendo, aliás, um precurso semelhante na evolução nas sondagens). Para além disso, e como não podia deixar de ser, já foi comparado a Kennedy. Uma das suas grandes propostas, e na qual se diferencia muito dos restantes candidatos, é a instauração de um Sistema Nacional de Saúde (penso que se diz: Health Care System) nos EUA.

O facto de ser preto (ou deverei dizer “negro”? Nunca percebi…) pode tirar-lhe alguns (muitos) votos e persiste a dúvida sobre se a América está preparada para ter um “afro-americano” no Poder, mais até do que uma mulher.

Pela juventude, pelo carisma, pela proposta do SNS e, finalmente, pelo que significaria para os EUA ter um presidente afro-americano, este é, até ver, o meu candidato preferido.

P.S. É fantástico como mesmo num país como os EUA as sondagens continuam a falhar ou, quando não o fazem, a oscilar terrivelmente nos dias que antecedem as Eleições. No próprio dia estas colocavam Obama claramente na frente, graças à (suposta) maré de vitória criada nas Eleições (“caucus”) do Iowa.

Se eu pudesse votar, votaria no Obama.

A Hillary foi a única democrata a apoiar a invasão do Iraque, o que só por si é razão para merecer o minha antipatia.
Depois, fez aquela cena de chorar na véspera de votação em New Hampshire. Talvez as lágrimas até sejam verdadeiras, mas eu tenho sérias dúvidas disso, pois ela sempre se gabou de ser uma mlher muito forte e tal. E especialmente aquele 'timing' perfeito da véspera de uma votação que podia ter sido decisiva (caso Obama ganhasse), deixa-me desconfiado.
A única razão que me levaria a preferir a Hillary é saber que se ela ganhar é tipo "pague um leve dois", ou seja, vem com Bill Clinton.

Já acerca de Edwards não tenho grande opinião formada por ser tão pouco falado na comunicação social.

O Obama acho que vai ser um bom presidente e acho que vai fazer grandes mudanças, nomeadamente a nível internacional que é aquele que sinceramente mais me interessa. Para isso é preciso ele ganhar, o que não vai ser fácil, principalmente se Hillary continuar a fazer ataques pessoais como já fez anteriormente.

O que era mesmo giro era que nós também pudéssemos votar. Sendo os E.U.A. (ainda) o país com mais importância a nível internacional, o que se passa na sua liderança diz respeito a todos nós. Por isso, seria giro se houvesse uma quota de votos dos europeus.

Este comentário foi removido pelo autor.

Não sabia dessa história da Hillary Clinton ter apoiado a intevenção no Iraque. Se é assim, também me faz, desde logo, ter antipatia por ela.

Relativamente ao sistema nacional de saúde, não me parece Zé que seja o Obama o único defensor esse sistema. Isto porque, quando o Clinton era presidente, foi a própria Hillary a tentar na altura criar uma espécie de SNS. No entanto, a coisa na altura fracassou graças, provavelmente, ao forte lobby das seguradoras e de outros grandes grupos económicos americanos que ganham rios de dinheiro com o sistema actual (vejam o algo demagógico, mas, como sempre, interessante filme de Michael Moore: "Sicko")

Eu se pudesse também votaria no Obama. Há quem tenha dito que foi por a Hilary chorar na véspera das eleições de New Hampshire que contrariou as sondagens e ganhou :P

Só uns detalhes para o debate.

- Isso de a Hillary ter sido a única democrata a apoiar a invasão do Iraque é pura mistificação. Quando em 2002 a invasão foi decidida pelo Senado o resultado foi esmagador, tanto do lado Republicano como Democrata. Hillary votou "sim" tal como a maioria do partido Democrata. Isto inclui, por exemplo, Kerry e John Edwards, os candidatos Democratas das últimas eleições. Obama é quanto a isso uma incógnita porque na altura não era Senador. Isto dá-lhe, convenientemente, um cadastro limpo em termos da Guerra Iraquiana mas não é tão líquido quanto isso que Obama teria votado "Nay" caso tivesse tido oportunidade.
Note-se que isto, como a maioria das questões de fundo, acabará por ter pouco impacto na votação final, como sempre decidida por quem vai desmaiar de um palanque em plena campanha ou quem beija mais apaixonadamente o respectivo esposo/a.
A título de exemplo, Ron Paul é o único candidato Republicano consistentemente anti Iraque e isso não lhe vale de nada nas sondagens.


- Correndo o risco de parecer possuído pelo espírito do VPV sinto-me ainda na obrigação de acrescentar que seguir estas eleições pelos media Portugueses é, na melhor das hipóteses, perda de tempo. Reservo-me, obviamente, a nem ter de explicar o porquê.

Será que já não se admite que uma mulher tenha a sensibilidade à flor da pele?
Efectivamente a Hillary é que é a grande impulsionadora do sns. O Obama só manda uns bitaites nesse campo para não perder a face. Se lá conseguir chegar vai passar os primeiros anos a apalpar terreno nisso e em tudo o resto.

1. É verdade. Quase todo o Partido Democrata votou a favor, obviamente não foi só Hillary. Não é que por isso deixe de ser um onus para ela (embora não muito relevante para as Eleições), mas ajuda a contextualizar.
Há que ter em atenção, também, que a Guerra do Iraque, quando surgiu, foi bem encarada nos EUA, tendo o apoio da maioria da população e dos políticos.

2. Hillary é, manifestamente, vítima do estereotipo de que uma mulher é geralmente sensível e, por isso, não vinga na política. Para o tentar contrariar tenta evidenciar uma postura mais fria. Desta vez, em desespero, fez uso do habitual estratagema feminino: o choro. Foi bem sucedida. Para ser sincero, embora me irrite, não me indigna.

3.Não sei se o Obama é ou não o único defensor do SNS. Não li, evidentemente, o programa dele. Mas, pelo que tenho ouvido, posso, pelo menos, deduzir que é o que defende a sua implementação mais veementemente.

4. Um Republicano ter posições de outra área política, ao contrário do que se passa em Portugal, é pouco produtivo em termos de votos, principalmente se estiver a ser eleito por simpatizantes do seu partido. Veja-se o caso do Giuliani (o ex Mayor de NY), que ficou em 6º e 4º no Iowa e NH, respectivamente.

5. Se há país que já teve Presidentes jovens e inexperientes bem sucedidos, é os EUA. É preciso exemplos?

1. Estão a dizer que em 2002 a maior parte dos politicos era a favor da invasão do Iraque. Não é bem verdade...A 26 de Outubro de 2002 fez um bom discurso em que demonstra bem a sua posição acerca da Guerra do Iraque e que, quanto a mim, é muito acertada (http://en.wikisource.org/wiki/Barack_Obama's_Iraq_Speech).
Então se a maioria da população era a favor da guerra do iraque,quais as vantagens politicas deste jovem em ser contra a invasão, Gil?
A Guerra do Iraque foi um erro...como se previa. Só o espirito texano daquele presidente e o apoio daqueles 3 bananas europeus desejosos por "lamber cús", é que justificaram este erro. Além disso, a invasão foi baseada em mentiras descaradas à população e contrariando a ONU. Por tudo isto, sinceramente acho que o Obama era mesmo contra a Guerra.

2. José Maria, a mim indigna-me.

«A única razão que me levaria a preferir a Hillary é saber que se ela ganhar é tipo "pague um leve dois", ou seja, vem com Bill Clinton.»

PRÉMIO MACHISTA DO ANO 2008

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»Depois, fez aquela cena de chorar na véspera de votação em New Hampshire. Talvez as lágrimas até sejam verdadeiras, mas eu tenho sérias dúvidas disso, pois ela sempre se gabou de ser uma mlher muito forte e tal.»


PREMIO HIPOCRISIA DO ANO 2008


- E qual é o problema de ter chorado?
Klk mulher sabe (e isto não é igual a = "klk mulher concorda") que o incrível peso histórico que cai sobre a impresumível - ou dubitativa - competência do sexo feminino as leva a ter de adoptar um estilo duplamente sério, duplamente racional, duplamente incisivo.
Isto, se quiser ter credibilidade, no mundo de "representações" sobre a imagem do poder que ainda temos.
Se qualquer político afina as suas intervenções de acordo com os conselheiros de imagem, porque não podia Hillary fazê-lo?
- É promover a falsidade?
Não, é simplesmente acompanhar as regras do jogo e fazer como todos.
Infelizmente, na política parece que tem de ser assim.

Por causa das cabeças pensantes como a do 1º comentador é que é importantíssimo que Hillary ganhe!!!!

PRÉMIO MACHISTA DO ANO 2008

Tenho pena mas tenho de renunciar. Não é ser machista. A Hillary nunca provou nada, enquanto o Bill Clinton já. Por isso, não é machismo. É somente apresentar a única razão que me levaria a votar na Hillary. Porque sei que o Bill Clinton iria ter um papel importante na presidência. Não sou obrigado a achar que a Hillary é boa só por ser mulher.


PRÉMIO HIPOCRISIA DO ANO 2008

Infelizmente, tenho de rejeitar outra vez porque o que eu disse não é hipocrisia. É constatação de um facto. Nunca antes a vi chorar. Chorou na véspera de uma eleição decisiva. Ponto. Só verdades. E depois a minha opinião, que acho que tenho o direito a ter, de que as lágrimas não pareciam ser muito sentidas. Mas pelos vistos neste ponto o "anónimo" parece concordar comigo, já que admite que "a politica tem que ser assim". Além disso, se qualquer outro candidato também chorasse na véspera de uma eleição decisiva da maneira como a Hillary o fez eu criticava-o exactamente da mesma maneira.

Afinal parece que ainda não ganhei nenhum prémio em 2008. Espero que a Hillary também não.

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