China invade...
Sei perfeitamente que o que vou escrever não é uma novidade, mas deve ser lembrado porque pode, num futuro próximo (mais do que julgamos) afectar tudo e todos.
É uma questão que coloco a todos: Valerá a pena ignorar os direitos dos nossos trabalhadores em prol de um aumento de produtividade e competitividade?
Isto vem a propósito da verdadeira invasão da China nos mercados ocidentais... De tal modo que já os E.U.A. já estão a pensar na melhor forma de a travar.
Mais particularmente, no caso de Portugal, a verdade é que, se nos podemos culpar pela falta de qualidade, instrução e especialização da nossa mão-de-obra, pela fraca iniciativa dos nossos empresários e pela deslocalização dos meios de produção, há aspectos pelos quais não somos responsáveis. Nomeadamente, a questão do baixo custo da mão-de-obra e da produção, bem como a sua qualidade no caso chinês. As características do povo chinês nada têm a ver com as dos demais povos... Os trabalhadores aceitam uma quantidade astronómica de horas de trabalho diárias, com salários reduzidíssimos e com uma precisão impressionante. Assim, é claro que conseguem assegurar a competitividade dos produtos em termos de custo de produção e qualidade. Ora, se em Portugal se podia alterar a questão da qualidade através da formação dos trabalhadores, o baixo custo e a produtividade da mão-de-obra é algo com o qual é impossível competir se não se recorrer a explorações desumanas das pessoas, como acontece na China.
Em suma, aquilo a que a China chama proteccionismo exagerado, trata-se de uma tentativa inevitável de evitar a total falência da produção nacional, já que é de todo impossível competir com um sistema tão maquinal e explorador dos recursos humanos como é o da China.
É uma questão que coloco a todos: Valerá a pena ignorar os direitos dos nossos trabalhadores em prol de um aumento de produtividade e competitividade?
Isto vem a propósito da verdadeira invasão da China nos mercados ocidentais... De tal modo que já os E.U.A. já estão a pensar na melhor forma de a travar.
Mais particularmente, no caso de Portugal, a verdade é que, se nos podemos culpar pela falta de qualidade, instrução e especialização da nossa mão-de-obra, pela fraca iniciativa dos nossos empresários e pela deslocalização dos meios de produção, há aspectos pelos quais não somos responsáveis. Nomeadamente, a questão do baixo custo da mão-de-obra e da produção, bem como a sua qualidade no caso chinês. As características do povo chinês nada têm a ver com as dos demais povos... Os trabalhadores aceitam uma quantidade astronómica de horas de trabalho diárias, com salários reduzidíssimos e com uma precisão impressionante. Assim, é claro que conseguem assegurar a competitividade dos produtos em termos de custo de produção e qualidade. Ora, se em Portugal se podia alterar a questão da qualidade através da formação dos trabalhadores, o baixo custo e a produtividade da mão-de-obra é algo com o qual é impossível competir se não se recorrer a explorações desumanas das pessoas, como acontece na China.
Em suma, aquilo a que a China chama proteccionismo exagerado, trata-se de uma tentativa inevitável de evitar a total falência da produção nacional, já que é de todo impossível competir com um sistema tão maquinal e explorador dos recursos humanos como é o da China.
Bem, repetindo alguns dos argumentos invocados nas noites no bossa nova (este blog chama-se mesa de café por alguma coisa deve ser):
As produções chinesas não são obrigadas a passar por controlos de qualidade como os produtos da Europa Comunitária são. E isso é um grande factor de competitividade das exportações chinesas relativamente ás produções europeias, uma vez que, como foi acordado, as empresas q produzem bens de consumo são obrigadas por lei a serem aprovadas em controlos de qualidade, que são efectivamente caros, e que são contabilizados no custo de produção, que assim sendo é logicamente maior. Reparem (embora agora já não se veja tanto isso acho eu), que na publicidade televisiva de certos bens de consumo eles dizem q produto x, tem a garantia ou certificado de qualidade y, etc etc etc.
Explicado isto, uma notazinha: «Os trabalhadores aceitam uma quantidade astronómica de horas de trabalho diárias, com salários reduzidíssimos e com uma precisão impressionante». Os trabalhadores aceitam?? No mínimo, Alice, põe aceitam entre parêntises. É um argumento falacioso, não acredito que seja com essa intenção, mas é. Os trabalhadores não aceitam, eles «aceitam» porque são forçados a aceitar, já que o seu nível de vida não é dos maiores que anda por aí, e como devem calcular, sendo um dos países com maior população no mundo, o que não falta na China é gente disposta a trabalhar, e não preciso de estar a explicar as leis económicas da oferta e da procura pois não?
Outra coisa: espero que a minha seguinte opinião seja discutida, porque ainda não tive oportunidade de a debater com ninguém. É uma opinião muito pouco comunista diria, mas avante...
Eu não concordo com as medidas proteccionistas que a UE e os EUA tencionam aplicar. Sei que quem sofreria seriam os trabalhadores. Certo. Mas concordo com a ideia que o samurai lá do Oriente disse, quando diz que os grandes pólos económicos apelam a um certo liberalismo económico mundial quando lhes favorece, mas fecham-se a ele quando não são competitivos em certas áreas, como este caso da China está a demonstrar. É uma análise muito pouco comunista, certo, mas por outro, muito marxista: Antes de chegar a uma fase de comunismo, Marx defende que o capitalismo deve atingir uma fase última: onde as contradições do seu sitema económico são tão grandes que levam a um conflito agudo entre as classes opostas. Se este é esse momento, tenho as minhas sérias dúvidas, mas é sem dúvida mais um passo para a demonstração de um sistema económico injusto, onde a riqueza de um implica a pobreza de outro.
Prometo não vos lavar a cabeça com propaganda política. Lol
Posted by Alexandre Carvalho | 19/5/05 1:26 da manhã
Em relação à tua ideia não comunista (shame on you:P...tou a brincar) eu acho que, de facto isso é praticado quando é favorável aos países ocidentais mas depois, quando os afecta deixam de aplicar esse dito liberalismo... É uma política discutível, claro, mas como podemos censurá-la? Só o poderíamos fazer se vivêssemos num sistema económico perfeito ou seja, se não tivéssemos um "sistema económico injusto, onde a riqueza de um implica a pobreza de outro"... Mas isso são utopias a mais e "nenhum utópico vive para ver a sua ideia realizada"!:P
Posted by Alice | 19/5/05 1:42 da manhã
Uma das questões implícitas no teu texto é muito importante, apesar de ostensivamente descurada pelos apologistas de uma suposta "economia pura", isto é: as condições de competitividade de um país dependem não apenas de meios de produção materiais mas, sobretudo, das condições sociais e culturais em que se realiza a produção e o consumo. Aqui tocamos na vizinhança entre a economia e a antropologia, a sociologia ou a política. De facto, a economia é uma espécie de síntese de várias ciências, razão pela qual a sua autonomia pode considerar-se controversa.
Só uma outra reflexão: o crescimento económico da China pode transformar-se num problema para a segurança do mundo se não for acompanhado de uma real democratização e elevação cultural do povo chinês que impeçam tentações expansionistas de oligarquias suspeitas.
Posted by Anónimo | 19/5/05 9:56 da manhã
eu como dizes alice, n acho q seja uma política censurável. claro q n. os países q têm poder para isso, estão a usá-lo a seu favor. é um procedimento normalíssimo nas relações internacionais. mas uma coisa é o q eu acho q devia ser e o q é. eu tentei demonstrar q n sou a favor dela, mas acho que (pelo menos tentei) não censurei. :P
De resto, acho que esta tomada de posição da UE e dos EUA já tinha sido prevista pela China. Eles tão a apostar outra x num desenvolvimento industrial (sendo q o económico já é dos maiores - senão o maior - do mundo), de modo a q a China tente afogar a UE e os EUA, primeiro com os texteis, depois com produções de capital mais intensivo. Acho que eles irão aproveitar as posições dos Eua e da Ue como um incentivo cada vez maior á produção industrial e por aí fora. quanto ao comentário anónimo, concordo com o q ele/a disse.
Posted by Alexandre Carvalho | 19/5/05 10:42 da tarde