Pensamento
a mesa de cafe
Mais que a atacar a economia europeia, o comunismo chinês está a derrubar o socialismo democrático europeu.
Preocupante.
Mais que a atacar a economia europeia, o comunismo chinês está a derrubar o socialismo democrático europeu.
Preocupante.
Desenvolve lá isso.
Preocupante pra mim foi ter lido «socialismo democrátrico europeu», mas consoante o desenvolvimento do teu pensamento, entrarei em diálogo.
Posted by Alexandre Carvalho | 26/10/05 4:09 da tarde
"Que o actual comunismo chinês viesse ameaçar de forma tão assustadora o actual socialismo europeu é algo que quase ninguém poderia imaginar. O "medo" da invasão dos produtos chineses nos mercados europeus com o consequente fecho de muitas indústrias, aumento do desemprego e instabilidade social (que agora se designa por precaridade no trabalho) é algo de muito presente nos discurso político da maioria dos nossos agentes económicos.
Curiosamente (ou talvez não) estes mesmos agentes económicos viram-se para o Estado como o seu último recurso , exigindo medidas de protecção contra o que designam como "concorrência desleal" (os chineses estão a escravizar as suas criançinhas, etc.). O Estado, por sua vez, cumpre o seu dever: proteger os seus cidadãos (ou alguns dos seus cidadãos) das ameaças externas, particularmente desta terrível e nova ameaça chinesa.
O nosso conforto socialista necessita de estabilidade e não de rupturas, de gradualismo para se adaptar, de tempo para se re-organizar, não podemos abrir as nossas fronteiras desta forma tão descarada, principalmente a quem vai destruir o nosso simpático modo de vida. Embora o tempo das benesses esteja a chegar ao fim, pode sempre telefonar-se para Bruxelas e ver o que se pode arranjar.A oligarquia burocrática de Bruxelas faz o que pode quanto mais não seja para proteger os seus empregos.
O que existe de curioso neste discurso é a sua imensa capacidade para o auto-engano, para a auto-ilusão, é um pouco como o Natal e as crianças: nós , os adultos, já não acreditamos no Pai Natal, mas para felicidade das crianças fingimos que acreditamos e lá fazemos a festa. Por sua vez, as crianças fingem que acreditam para não desiludirem os adultos de quem tanto gostam. Afinal de contas se eles se dão a tanto trabalho porquê estragar a sua felicidade. O amor é recíproco e genuíno embora sejam ambos amores enganados. As crianças vão todas à escola: eles cedo descobrem que o Pai Natal não existe, não é real. O que é real, o que verdadeiramente existe, são as sapatilhas Nike com rodinhas, fabricadas na China. E é todo um mundo que desaba: é suposto as crianças acreditarem no Pai Natal (para receberem presentes), é suposto não os desapontarmos nesta sua ingenuidade comovente (porque os amamos).
E é sempre com imensa expectativa e alguma ansiedade que todos aguardamos a chegada do Pai Natal.
Em Portugal o discurso político é o discurso do Pai Natal: o ritual perpetua-se na esperança da chegada dos presentes."
JPP, in "Abrupto"
Se isto não te chegar, não te sei esclarecer mais.
Porém, é bem próvável que não chegue. Mas para exercícios retóricos, já basta o brilhante comentário que fizeste 3 posts abaixo.
Diz-se que "o pior cego é o que não quer ver". No teu caso, Alexandre, isso parece-me crónico. Tal como me parece crónico nunca concordares com nada do que eu escreva.
Debate ou confronto de ideias é uma coisa. Obsessão em ser do contra e ter uma opinião sempre diferente é outra. Não digo que não respeite as tuas opiniões, simplesmente não tenho tempo nem paciência para te aturar.
Uma boa tarde para ti.
(Espero "os do costume" para virem dizer "o costume"...)
Posted by António Pedro | 26/10/05 4:58 da tarde
Não querendo parecer ingénuo. Pensei que o pensamento era teu. Qual o meu espanto quando pões um texto do Pacheco Pereira a defender a «tua» opinião.
Ou será ao contrário?...
Posted by Alexandre Carvalho | 26/10/05 9:29 da tarde
Inspirei-me no texto do JPP para aquele post. Admito que deveria ter citado a fonte. Errar é humano...
Posted by António Pedro | 26/10/05 9:31 da tarde