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One Laptop Per Child

OLPC



Há coisas que nos custam a acreditar até vermos. Uma delas foi esta iniciativa. Quando vi um artigo sobre o tema na “Única” de há umas semanas, pensei: “mais um projecto engraçado que desaparecerá do mapa em pouco tempo”. Mas, o que de facto aconteceu, não foi isso. Esta iniciativa irá para a frente. Graças à cooperação de vária empresas como a AMD ou o Google – que mostram que a iniciativa privada não se destina nem sempre a maximizar assimetrias ou a distribuir misérias.
Este computador existe graças a complexos estudos (de design, equipamento, mercado) que permitiram um produto final que cumpre com a meta definida: o preço não ultrapassar os $100. SO Linux (para poupar uns cómodos cobres à Microsoft, provavelmente), LCD de 1 MegaPixel, 500Mhz de processador e 1Gb de disco – segundo os criadores, o suficiente para servir de ferramenta de trabalho e de entretenimento. Nada foi deixado ao acaso – manivela para prevenir cortes de energia, material resistente (até um projecto de rede que possibilitará Internet em comunidades verdadeiramente terceiro-mundistas).
A questão mais evidente que se coloca é esta: Esses $100 não seriam muito mais úteis gastos em alimentação ou medicamentos? A resposta é mais complexa do que aparenta ser – talvez. Mas, se pensarmos bem, a educação não será a chave para o desenvolvimento de infra-estruturas? Não será ela que possibilita consciência e capacidade de iniciativa? Há que começar por algum lado, e não me choca que seja por este. “Há que ensinar as pessoas a pescar, não dar-lhes peixe”. Um computador pode ser um objecto de estimação (e de pouca cobiça, visto estar pensado para ser distribuído em larga escala – note-se que, por ex., cada país poderá importar um mínimo de 1000000 de unidades) que motive as crianças a procurar outra forma de conhecimento e que lhes desvie a atenção da miséria que as rodeia; e estou certo que os resultados serão espantosos – o mundo terá de ter cuidado com estes estudantes, que levam em vantagem o facto de encararem a educação como uma dádiva, coisa que não abunda no mundo ocidental.
No fundo, são iniciativas como estas que nos fazem acreditar na utopia do “make poverty history”, na Mariah Carrey e no Bonno. Ou mesmo que assim não seja, que nos iludem com o carácter de solução (por mais ínfima que seja) que aparentam ter.

E ainda bem que assim é.

P.S.: Desculpem a forma do texto, muito “ideias avulso”.
P.S.2: Mais informações no link que deixei em cima…

que mostram que a iniciativa privada não se destina nem sempre a maximizar assimetrias ou a distribuir misérias.


A questão não está na iniciativa privada que se destina sempre a maximizar assimetrias ou a distribuir misérias. A propriedade privada é um dos factores principais da teoria liberalista que tem como objectivo a maximização da criação da riqueza. A sua distribuição (má ou boa, segundo alguns) deve-se a questões estruturantes que não têm a ver com a liberdade de iniciativa por si.
Segundo, numa era dita do conhecimento, onde a informação é transmitida a velocidades estonteantes (digo estonteantes porque é mto difícil acompanhar tudo ao mm tempo), a possibilidade de acesso a estes torna-se vital num contexto de mundo desenvolvido. Mas vital vital mesmo é ter comida na barriga, porque por muita informação que se possa ter, não se vai a lado nenhum se não se comer. Acho que a subnutrição ainda mata mais gente do que a falta de acesso à informação. Com isto não estou a dizer que não concordo com esta iniciativa. Estou sim a dizer, que da mesma forma que esta iniciativa se pode louvar, também há que se apontar o dedo às questões de ajuda humanitária, que ainda não foram encontradas as soluções para responde-las de forma eficiente. Ou então não há vontade...

Lamento, mas nada me fará acreditar na Mariah Carey (muito menos depois de a ver pavoenar-se em roupas e jóias caras, carros chiques e afins, por diversas vezes na MTV) :P

Mas Mariana, toda a gente deve ter direito a pavoenar-se em roupas e jóias caras, carros chiques e afins :P

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