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Silva e o 25 de Abril

"(...)No entanto, apesar de considerar que o sistema político poderia ser um assunto adequado ao seu discurso do 25 de Abril, o Presidente da República entendeu ser "mais útil" centrar-se no tema do combate das desigualdades sociais."

in Público

O discurso de Cavaco Silva no Parlamento comprovou a sua total repulsa pelos valores de Abril. Silva (porque não, se também se chama “Soares” e “Alegre”?), como toda a gente sabe, não foi um lutador de Abril. Mas Silva é o representante máximo de uma nação cuja identidade histórica tem (goste-se ou não) o cunho de uma Revolução que, apesar de ter sido responsável pela criação de uma série de doenças crónicas para o sistema, foi a responsável pela instauração do Estado de Direito Democrático em Portugal – e, subsequentemente, pela Constituição que Silva jurou cumprir e fazer cumprir. Ora, acontece que a Constituição não surgiu num vácuo axiológico - e remeter para segundo plano os valores que lhe dão identidade é o primeiro passo para que ela siga pelo mesmo caminho. Há 32 anos houve uma luta (que não interessa saber de quem nem por quem – os verdadeiros heróis raramente aparecem na televisão) que não merece ser esquecida. O debate social é importante e deve ser fomentado pelo próprio PR, mas haverá, com toda a certeza, mais oportunidades para o fazer – mais apropriadas que num dia comemorativo. Mais importante do que o facto de Silva não ter usado o tradicional cravo na lapela, é o facto de Silva não ter demonstrado, no seu discurso, um mínimo de sensibilidade para com o que esta luta ensinou e transmitiu: que Portugal - e o povo português - tem preocupações que não se esgotam num défice e em conceitos lugares-comuns (ex.: competitividade); que Portugal - e o povo português - é capaz de actos grandiosos, que provam que o seu povo sabe, melhor do que se pensa, às quantas anda...

Esse discurso revivalista parece vindo de um elemento de uma das bancadas que não aplaudiram de pé o discurso de "Silva".

Já está na altura de deixar os lugares comuns do 25 de Abril (Jaime Gama fez questão de compensar Silva) e olhar para a frente como Silva fez, e bem. Sousa (é o último apelido de Sócrates, penso que também o posso chamar assim), não sabe se por interesse ou por convicção, pareceu alinhar no mesmo discurso.

Cavaco Silva nunca foi um homem de Abril e como não é interesseiro, não faz questão de andar com um cravo na lapela (o que muitos usufruem, de pleno direito) e fazer discursos revivalistas altamente previsíveis. Se há característica que ele não tem é a hipocrisia. Não alinhar no discurso da praxe não significa alinhar no oposto, mas sim, neste caso, olhar para a frente.

Por isso é que Jorge Sampaio talvez tenha sido o único indivíduo em Portugal que, mesmo sendo político, eu considerava competente.

Como adivinhei eu que tu irias achar muito bem, muito inovador, muito genuíno e, quem sabe, muito necessário...?

E porque consideravas tu competente o Jorge Sampaio, Band (atenção que não estou a dizer que não tenha tenha sido, apenas não percebi)?

era uma pessoa que em qualquer atitude que tinha (quer estivesse a limpar os óculos ou a ver uma final renhida), transpunha polidez, bom senso e educação: tudo na medida certa. Sinto muito se pensas que todos os homenzinhos que hoje em diaa exercem cargos políticos revelam o mesmo nas atitudes que teem...

Eu concordo com o ponto de vista:
http://ailhadodiaantes.blogspot.com/2006/04/discursos-do-25-de-abril.html

Um Presidente da República é primeiro que tudo eleito graças a um sistema democrático, livre. Que permite mesmo a eleição de Cavaco Silva contra a vontade de muita gente, como eu, como o António. Agora, a maioria democrática vota e a vontade popular (sendo o juízo bom ou mau) cumpre-se. Não perceber a sua própria génese é o maior erro que o poder político pode cometer.

Pedro

O discurso foi muito bom, aplaudido (era a unica resposta possivel!) de pé por todos... SE nao estou em erro ate a bancada do PS, BE e PCP aplaudiu Cavaco Silva... Bom sinal!
Ora, agr expliquem-me qual tera sido o grande erro do novo Presidente? Pois apesar de o Parlamento em peso lhe ter "oferecido" uma salva de palmas, existem sempre pessoas q arranjam defeitos em tudo (nomeadamente em Cavaco Silva!)...

Abraços

PS: sejam calminhos...

Surpreendes-me de dia para dia, Band. Agora já sou ingénuo ao ponto de ver "polidez, bom senso e educação" nas atitudes de todos os políticos. O que serei eu amanhã? Para além de sádico e ingénuo, claro...

Sim, Diogo, foi um discurso espantoso. E extremamente adequado à ocasião, sobretudo...

Por acaso, pela 1ª vez, Cavaco surpreendeu-me. E pela positiva.

Soube falar dos fins do 25 de Abril que ainda não foram cumpridos, em vez de (como sempre se faz, num politicamente correcto exaustivo) contar e recontar os meios, ou seja, a grande coragem (inegável) dos Capitães de Abril e do Povo português.

Pela primeira vez alguém olhou para o futuro e isso só é de louvar.

E desengane-se quem pensar que aquilo foi um discurso de esquerda. Pelo contrário, foi de Direita, da moderna!

P.S Obviamente as bancadas do PCP e do BE ficaram sentadas. Como seria inevitável.

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