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Perda

FNV escreve, no Mar Salgado, umas das melhores definições de perda que já li até hoje: talvez porque concisa e estupidamente objectiva.

"(...) Quando nos morre alguém, para lá de tudo o mais, passa a existir um espaço mental e físico desalinhado. Quem perdemos fazia parte de um ritmo antigo, de uma repetição cadenciada de experiências que se nos entranhou na pele. Esta perturbação é mais subtil do que a tristeza imensa, mas não menos letal. Aparece sob a forma de uma cadeira vazia à mesa de jantar, coisa com a qual já contávamos mas que mesmo assim nos surpreende; como uma campainha habitualmente pontual mas agora inexplicavelmente muda; ou, ainda, vestida de uma voz cujo silêncio, naquele exacto momento, nos arranca as orelhas.
Esta perturbação - um ritmo interrompido - é física e mental, e não tem cura (...)".

O post refere-se, obviamente, à sensação de perda que temos quando nos morre alguém. Mas não é preciso que alguém (ou alguma coisa) morra ou acabe para experienciarmos sentimentos como este. Exemplo: uma actividade que gostávamos e que nos consumia bastante tempo, mas que deixámos por temermos os efeitos que poderia ter a curto/ médio/ longo prazo. Criámos a dita rotina e sentimos o nosso corpo a libertar-se dela: o dito "ritmo interrompido", o "espaço físico e mental desalinhado". Numa palavra: perda.

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