Os meus amigos comunas
a mesa de café
Antes de me atirarem com pedras ou qualquer outro objecto de arremesso, aviso já que até nutro uma grande simpatia por essa raça cosmopolita e underground que é a actualidade do comunismo no nosso país. São, de facto, e da nossa faixa etária os que mais percebem e se interessam por política e daí se justifica o facto de eu não o ser (para bom entendedor...). E desta raça que é o jovem de esquerda (aquela esquerda pesada), salientam-se três sub-espécies: a primeira, caracteriza-se pelo jovem que grita num megafone ferrrugento, enquanto foge da "bófia", qualquer coisa que cheire a politica social. Orienta a sua vida pela obra de Karl Marx, desde o travessão ao ponto e vírgula, e reza de joelhos no leito da cama que não lhe aterre a 60º edição do "Meine Kampf" na secretária, obra que provavelmente tem a servir de apoio de uma mesa de perna deficiente. Escrevinha em muros cobertos de musgo gritos de guerra, e carrega uma pasta com folhetos da JCP para azucrinar a cabeça de uma multidão à saida da escola em hora de ponta. Tem as calças rotas em 26 sítios distintos, mas recusa-se a comprar outras enquanto o mendigo que vive na mesma rua (se bem que mais perto das pedras da calçada) não mudar também. Ostenta desde cedo uma farta barba, parecendo o seu conjunto uma mistura dos restos de woodstock com o que sobrou da colecção de há dez anos da feira de Carcavelos.
Há o reprimido, que aparentemente parece da esquerda moderada, mas que se pudesse realmente mandava uma bigorna em cima do líder partidário que não sibilasse mais que trinta "esses" por frase, ou então daquela que não fosse acabar no Politeama a fazer de peixeira, politicando de vez em quando, no seu tom monocórdico e de pitch errado. Guardado num baú poeirento, tem um diário com o seu plano de governo, e agrafada a melhor estratégia para se antecipar a Jorge Sampaio e acabar de vez com Santana.
Por outro lado surge, e esse sim, vai directamente para dentro da moldura do meu esteorótipo, o Comucapitalista, que é de todos o mais engraçado. Aparentemente, reproduz o mesmo CD. Mas os meus olhos percorrem a face e não encontram nem os 3Kg de brincos, nem a barba de três dias que parecem meses. Percorrem a roupa e encontram o polo, a camisa de marca, as calças americanas! Esses imperialistas! Estudam em colégios (o caso mais vivo na minha memória), um deles controlado pela cabecilha do lobby religioso conimbricense... E o conteúdo da pasta, em vez dos panfletos pretos e vermelhos dà lugar a uma gloriosa playstation para poisar em cima do Manifesto do Partido Comunista...Enfim, convicções dignas de louvar, acima de tudo pelo cumprimento cabal (chega-lhe Castanheira) dos princípios que transparecem como transpiração.
Não me julguem de direita, apenas achei piada falar um bocado da crise paradoxal ideológica em que vivem submersos. Já diz o primo da Alice, se bem que de forma um tanto ou quanto exagerada, como qualquer avante camarada que se prese: "Qualquer pessoa mimimamente justa tem ideias de esquerda."...E afinal a raça de gestores de direita é perfeitmente odiosa. Façam antes como eu, política só as 20 páginas da Visão. E chega.
Antes de me atirarem com pedras ou qualquer outro objecto de arremesso, aviso já que até nutro uma grande simpatia por essa raça cosmopolita e underground que é a actualidade do comunismo no nosso país. São, de facto, e da nossa faixa etária os que mais percebem e se interessam por política e daí se justifica o facto de eu não o ser (para bom entendedor...). E desta raça que é o jovem de esquerda (aquela esquerda pesada), salientam-se três sub-espécies: a primeira, caracteriza-se pelo jovem que grita num megafone ferrrugento, enquanto foge da "bófia", qualquer coisa que cheire a politica social. Orienta a sua vida pela obra de Karl Marx, desde o travessão ao ponto e vírgula, e reza de joelhos no leito da cama que não lhe aterre a 60º edição do "Meine Kampf" na secretária, obra que provavelmente tem a servir de apoio de uma mesa de perna deficiente. Escrevinha em muros cobertos de musgo gritos de guerra, e carrega uma pasta com folhetos da JCP para azucrinar a cabeça de uma multidão à saida da escola em hora de ponta. Tem as calças rotas em 26 sítios distintos, mas recusa-se a comprar outras enquanto o mendigo que vive na mesma rua (se bem que mais perto das pedras da calçada) não mudar também. Ostenta desde cedo uma farta barba, parecendo o seu conjunto uma mistura dos restos de woodstock com o que sobrou da colecção de há dez anos da feira de Carcavelos.
Há o reprimido, que aparentemente parece da esquerda moderada, mas que se pudesse realmente mandava uma bigorna em cima do líder partidário que não sibilasse mais que trinta "esses" por frase, ou então daquela que não fosse acabar no Politeama a fazer de peixeira, politicando de vez em quando, no seu tom monocórdico e de pitch errado. Guardado num baú poeirento, tem um diário com o seu plano de governo, e agrafada a melhor estratégia para se antecipar a Jorge Sampaio e acabar de vez com Santana.
Por outro lado surge, e esse sim, vai directamente para dentro da moldura do meu esteorótipo, o Comucapitalista, que é de todos o mais engraçado. Aparentemente, reproduz o mesmo CD. Mas os meus olhos percorrem a face e não encontram nem os 3Kg de brincos, nem a barba de três dias que parecem meses. Percorrem a roupa e encontram o polo, a camisa de marca, as calças americanas! Esses imperialistas! Estudam em colégios (o caso mais vivo na minha memória), um deles controlado pela cabecilha do lobby religioso conimbricense... E o conteúdo da pasta, em vez dos panfletos pretos e vermelhos dà lugar a uma gloriosa playstation para poisar em cima do Manifesto do Partido Comunista...Enfim, convicções dignas de louvar, acima de tudo pelo cumprimento cabal (chega-lhe Castanheira) dos princípios que transparecem como transpiração.
Não me julguem de direita, apenas achei piada falar um bocado da crise paradoxal ideológica em que vivem submersos. Já diz o primo da Alice, se bem que de forma um tanto ou quanto exagerada, como qualquer avante camarada que se prese: "Qualquer pessoa mimimamente justa tem ideias de esquerda."...E afinal a raça de gestores de direita é perfeitmente odiosa. Façam antes como eu, política só as 20 páginas da Visão. E chega.
Está descansado que ninguém te julga de direita....não tenhas medo... :P
Posted by José Maria Pimentel | 22/1/05 3:54 da manhã
Pois é... primeiro, o meu priminho tem toda a razão!para mim é uma questao de justiça e igualdade. de qualquer modo, para estereotipo dos comunas está muito divertido e elucidativo... eu propria conheço um caso de um comucapitalista bastante divertido!
subscrevo, ainda, o comentario do zé! aliás porque se fosses de direita dava cabo de ti!;) kidding***
Posted by Alice | 22/1/05 6:21 da tarde
e vivam as análises coerentes e nada estereotipadas. enfim...
Posted by Anónimo | 26/3/05 9:35 da tarde
Para o cobarde que nem coragem teve de assinar o seu infeliz comentário (todos os extremistas são assim dissimulados, isso já se sabe), um conselho: relaxe dessa pressão que a politica exerce sobre si; medite um pouco…e entenda o que é uma sátira…e se não for pedir muito, ria-se dela (claro está, se a sua inteligência o permitir).
Posted by António Pedro | 18/4/05 1:08 da manhã