Kevin Bacon é "O Condenado"
a mesa de cafe
Fui ver “O Condenado”, com Kevin Bacon, aos novíssimos cinemas “Dolce Vita”. Uma Dolce miopia é o que devo ter, por não conseguir ver aquele ecrã, que ocupava 2/3 da parede, sobrando duas incómodas barras pretas – desiludiu-me um pouco (mas ao mesmo tempo o entusiasmo por entrar num cinema em condições em Coimbra afogou a desilusão, de quem suspirou durante anos por uma boa sala de Blockbusters) . A sala estava bastante bem, com cadeiras confortáveis e altas, mas que ao mesmo tempo não incomodavam por as bancadas estarem bem niveladas.
Com efeito, e voltando ao que realmente interessa, não posso dizer que tenha adorado o filme. Kevin Bacon faz um bom papel, e a bonita actriz que contracena com ele, Kyra Sedgwick, faz igualmente bem de mulher áspera e ao mesmo tempo altamente lúcida.
O filme aborda uma temática repugnante (porque não deixa de o ser), que é a pedofilia. Walter é um pedófilo que passou 12 anos preso por abusos de raparigas menores, e que ao fim desse tempo todo apercebe-se que não consegue curar a doença de que sofre (eu mantenho a minha lógica – se os pedófilos são curados junto de psiquiatras/terapeutas são doentes). Um dia conhece, no autocarro, uma rapariga de 12 anos que persegue, com o intuito de violar…até que descobre que essa mesma menina havia sido violada pelo próprio pai, e se apercebe da dor e da vergonha esmagadoras que isso provoca na criança. Do sofrimento sob todos os níveis. Aí, e também com a ajuda de uma relação normal que mantém com Vickie, uma colega de trabalho numa serração (lugar inóspito para mulheres), apercebe-se que também está nas mãos dele mudar esse próprio destino, que considera inalterável. Na verdade, os outros esforços que realiza no intuito de mudar mostram-se inglórios, pela constante pressão que o agente que o vigia exerce sobre ele, entrando em sua casa quando bem entende, por suspeitas infundadas, demolindo completamente a máxima innocent until proven guilty. O dedo inquisitório do agente provocará uma pressão e sofrimento enormes sobre “o condenado”, que por uma possível catarse e tentativa de descompressão observa um homem que se aproxima regularmente do infantário, com os mesmos intuitos.
“O condenado” é, pela maneira como é filmado, um filme que dá pena. A certa altura deixamos de sentir aquela ira que tão habitualmente sentimos por criminosos deste género, e damos por nós a querer que, de facto, este se cure. É igualmente útil para quem poderá um dia contactar com este género de pessoas (seja em tribunais ou psiquiatrias) poder testar a sua firmeza e imparcialidade, e assim ver se poderá ou não desempenhar uma profissão destas com profissionalismo.
Não vi o “Monster’s ball”, do mesmo realizador, mas também mo elogiaram. É uma questão de ter paciência…A lista de filmes prioritários que tenho neste momento para ver é interminável…
E pronto, se puderem, dêem então uma olhadela no filme…
Fui ver “O Condenado”, com Kevin Bacon, aos novíssimos cinemas “Dolce Vita”. Uma Dolce miopia é o que devo ter, por não conseguir ver aquele ecrã, que ocupava 2/3 da parede, sobrando duas incómodas barras pretas – desiludiu-me um pouco (mas ao mesmo tempo o entusiasmo por entrar num cinema em condições em Coimbra afogou a desilusão, de quem suspirou durante anos por uma boa sala de Blockbusters) . A sala estava bastante bem, com cadeiras confortáveis e altas, mas que ao mesmo tempo não incomodavam por as bancadas estarem bem niveladas.
Com efeito, e voltando ao que realmente interessa, não posso dizer que tenha adorado o filme. Kevin Bacon faz um bom papel, e a bonita actriz que contracena com ele, Kyra Sedgwick, faz igualmente bem de mulher áspera e ao mesmo tempo altamente lúcida.
O filme aborda uma temática repugnante (porque não deixa de o ser), que é a pedofilia. Walter é um pedófilo que passou 12 anos preso por abusos de raparigas menores, e que ao fim desse tempo todo apercebe-se que não consegue curar a doença de que sofre (eu mantenho a minha lógica – se os pedófilos são curados junto de psiquiatras/terapeutas são doentes). Um dia conhece, no autocarro, uma rapariga de 12 anos que persegue, com o intuito de violar…até que descobre que essa mesma menina havia sido violada pelo próprio pai, e se apercebe da dor e da vergonha esmagadoras que isso provoca na criança. Do sofrimento sob todos os níveis. Aí, e também com a ajuda de uma relação normal que mantém com Vickie, uma colega de trabalho numa serração (lugar inóspito para mulheres), apercebe-se que também está nas mãos dele mudar esse próprio destino, que considera inalterável. Na verdade, os outros esforços que realiza no intuito de mudar mostram-se inglórios, pela constante pressão que o agente que o vigia exerce sobre ele, entrando em sua casa quando bem entende, por suspeitas infundadas, demolindo completamente a máxima innocent until proven guilty. O dedo inquisitório do agente provocará uma pressão e sofrimento enormes sobre “o condenado”, que por uma possível catarse e tentativa de descompressão observa um homem que se aproxima regularmente do infantário, com os mesmos intuitos.
“O condenado” é, pela maneira como é filmado, um filme que dá pena. A certa altura deixamos de sentir aquela ira que tão habitualmente sentimos por criminosos deste género, e damos por nós a querer que, de facto, este se cure. É igualmente útil para quem poderá um dia contactar com este género de pessoas (seja em tribunais ou psiquiatrias) poder testar a sua firmeza e imparcialidade, e assim ver se poderá ou não desempenhar uma profissão destas com profissionalismo.
Não vi o “Monster’s ball”, do mesmo realizador, mas também mo elogiaram. É uma questão de ter paciência…A lista de filmes prioritários que tenho neste momento para ver é interminável…
E pronto, se puderem, dêem então uma olhadela no filme…