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La alta società Dolce Vita

a mesa de cafe

Ontem tive a oportunidade (ou o privilégio) de ir ver de perto a nossa nova superfície comercial (eu e mais uns 20000 coimbrinhas), o Dolce Vita, e houve ali qualquer coisa que não podia deixar de me saltar à vista.
Era preciso convite para entrar na dita festa, que parecia uma daquelas inaugurações de exposições de arte em Nova Iorque, ou numa cidade do género. Só que a única diferença é que em Nova Iorque existe, de facto, uma high society e uma high life. Aqui os VIPS têm aquele ar podre, de quem não tem onde cair morto, engravatados nos seus fatos com gravatas berrantes, com a mulher ao lado vestida de alface, e com o Porsche alugado estacionado uns metros atrás…
Assim, a festa adivinhava-se pelas grandes janelas de vidro; dezenas e dezenas de pessoas de aspecto boçalíssimo, a circularem maravilhadas pelos corredores, como se nunca tivessem visto coisa igual…O buffet, que se pretendia “chique”, parecia uma feira de enchidos, com lojas à frente e atrás. Contam ainda as pessoas de bom senso que se arranjaram normalmente para lá ir, que o discurso do “Amorim” foi completamente abafado pela multidão que selvaticamente emborcava copos e copos de champanhe, e mastigava de boca aberta croquetes e empadas…
A cobertura “jornalística” era de chorar a rir. Não sei se alguém se deu alguma vez ao trabalho de abrir um “Diário das Beiras” e experimentar ver a “cobertura” destes eventos conimbricenses…Normalmente aparecem nas páginas de economia, sempre em celebrações de aniversários de imobiliárias ou inaugurações de condomínios de luxo. As fotos e as pessoas parecem aqueles jornais das telenovelas, em que fabricam as notícias...Toda a gente com um ar mais que artificial, reparando-se mesmo que não são pessoas habituadas a tirarem fotografias para jornais ou revistas, sem saberem se devem rir ou manter um ar normal…
É por isso que eu adoro viver em Coimbra; por todas estas pessoas que ainda não perceberam o quão bárbaras são; para observar todo este novo-riquismo e rir durante horas…para ver esta gente completamente desorientada, com sotaque de aldeia, a esboçar um sorriso perante uma piada inteligente que possa ouvir…para me deliciar com aquelas expressões, com aqueles charutos…e ver as humilhações em público, as bebedeiras de Whisky…Tudo isto é uma fotografia que me custa a sair da cabeça, porque me faz lamentar imenso de pertencer a uma cidade em que as pessoas são assim…em que não há genuinidade, em que tudo foi comprado com intenção de superar o vizinho…
Tenho ainda pena de não ser um Eça de Queirós…que se maravilharia com estas “galas”, para as poder escrever, com aquele sentido de humor, com aquela construção de frases que deixam qualquer pessoa a rir. Pensei nisso, porque sinceramente quando olhava para aquilo só me lembrava do Dâmaso. É inacreditável como o português resiste ao tempo…e teima em se manter igual a si próprio…
Quanto ao concerto, apenas pude constatar duas coisas: que o Rui Veloso está completamente acabado, porque não tem voz e performance nenhuma em palco; e que a Sara Tavares canta estupidamente baixo, porque quem não abancou lá as 7 da tarde teve que ficar a 500m do palco, distância a que não se ouvia nada, apesar de haver colunas…Escusado será dizer que os americanos apanharam a pior seca da vida deles, e como diz a Mariana, já têm uma história para contar na América: o centro comercial mais pequeno que viram até hoje...
Emocionante, portanto.

notarei eu algum pretenciosismo e incoerência no teu texto sobre essa festa tão elitista onde era preciso convite e tu estavas presente? mas de facto tá bem escrito e tem alguma piada.

notarei eu algum pretenciosismo e incoerência no teu texto sobre essa festa tão elitista onde era preciso convite e tu estavas presente? mas de facto tá bem escrito e tem alguma piada.

Não, meu caro. O que o amigo não percebeu é que o centro era envidraçado, o que permitia uma vista para o interior do Shopping. Contam ainda as pessoas de bom senso que se arranjaram normalmente para lá ir, que o discurso do “Amorim” foi completamente abafado pela multidão que selvaticamente emborcava copos e copos de champanhe.”
Qualquer pessoa com um Q.I. superior ao de uma cebola perceberia, face a isto, que eu não estive lá presente; ou, no caso dos mais distraídos:
Assim, a festa adivinhava-se pelas grandes janelas de vidro...Será burro, distraído, ambos, ou nenhum? Pretensioso e incoerente? É que depois de 6h a estudar, o que me poderia dar mais gozo que ver estes comentários a textos lidos na diagonal...?
Pergunta número um: eu faço comentários deste tom no blog deste "Merzbow"?
Pergunta número dois: eu faço sequer algum comentário no blog deste "Merzbow"?
Pergunta número três: este “Merzbow” fará a mais pálida ideia de quem eu sou?
Saberá ainda este “Merzbow” escrever bem “pretensiosismo”?
Porque é que me cheira que uma simples palavrinha responde a todas estas perguntas…?
Bem, pelo menos não pôs em anónimo...
Mas ele há cada uma…

presumo que se inclua nesse grupo de pessoas de bom senso, as que se arranjaram "normalmente" (não sei o que isso será; deverá ser o belo sapato de vela e a camisinha aos quadrados) para visitar tão nobre acontecimento, para uma noite tão bem passada como, ou ir lá para genuinamente disfrutar de tão imbecil evento, ou para observar (de forma pretensiosa!!?? será??) a multidão selvática, os "bárbaros" que comiam (vejam só), de boca aberta, e com o seu sotaque (que horror) do povo. se estiver a dar erros avise-me por favor. não quero manchar o seu blog com txtos menores que as suas tão bem conseguidas crónicas.
de facto percebi mal; estava a ler bastantes coisas ao mesmo tempo (incluindo mais artigos do seu blog, que continuo a achar bem conseguido)e fiquei com essa ideia; a de que facto tinha estado presente, do alto da sua superioridade, para os novos-ricos e o povinho que, coitado, ainda não está iluminado como você.escapou-lhe a ironia, algo azeda é facto, do meu comentário.(se estiver a dar erros avise-me por favor. obrigado)
resposta numero um: o senhor pode fazer comentários de que tom bem lhe apetecer no meu blog. é para isso que existe um blog; se não gosta de ouvir criticas de que índole (é assim que se escreve?)for sugiro que escreva um diário, o leia alto em sessões de auto-gratificação e grite bem alto que não dá erros e que escreve tão mas tão bem(isto claro depois de estudar 262552 horas seguidas).
resposta numero dois: o meu blog existe, obviamente para que concorde comigo, discorde de mim, me critique, me "insulte"; se lhe falta cultura democrática é uma aresta a limar decerto.
resposta numero três:e não é que sei perfeitamente quem o senhor é (ele há la coisas do diacho).
resta o meu mais humilde ajoelhar perante sua magnificência, eu um simples jovem que até é burro, distraído, ou talvez os dois e que até é pretensioso, ele mesmo, vejam só.


p.s. e não é que li o texto mais de uma vez, voltei a ler, palavra a palavra, com muitíssima atenção e continuo a achar o tom do mesmo, pretencioso e incoerente."ele há cada uma".

by the way... não deixei muito claro um aspecto e muita da sua irrefutável e mui inteligente argumentação incidiu em torno disso.quando li o post fiquei com a ideia que, de facto, tinha estado lá dentro na cerimónia mas o facto de estar presente e não ter entrado para mim é a mesma merda que ter estado e entrar.
já agora e para quem é tão inteligente (terá decerto um QI bem gorducho com muitos dígitos, bem distante do meu, semelhante ao de uma cebola) há uma linha (ténue, decerto mas pensei que do alto da sua inteligência o entendesse) entre ironia, por mais mordaz que seja, e insulto.

Ena... "discussões" bloguísticas, hem? At last! Não há nada melhor.
Estou todo pelo "Merzbow" neste particular, caro António. (que só tem o inconveniente de apresentar este nick manhosão a la chat de MSN)

Sim, o texto é pretensioso ( o que está longe de constituir uma crítica, o pretensiosimo é, para mim, quase escatologicamente necessário) e sim, António,a tua resposta é absolutamente despropositada.

Hey, pessoal, keep up the good work.

pretensão s. f. acto ou efeito de pretender; aspiração; exigência; s. f. pl. vaidade exagerada.

pretensioso adj. e s.m. que ou aquele que tem pretensões; presunçoso.

Bem, nem sei por onde começar. Já que o João fez o grande favor de fazer de árbitro, bem que podia cronometrar;
Tive o trabalho de transcrever estas palavras, para que quem realmente me conheça, possa rever-me nelas ou não.
A questão é a seguinte: o que o meu amigo não percebeu e continua a não perceber, é que eu não tomo a mal os seus comentários seja a que puta de texto for; eu não me importo minimamente que dê erros, que escreva caralhadas, ou a porra daquilo que lhe apetecer nos comentários; o que eu não tolero, não admito, não suporto, e não aturo é que se tenha dado ao trabalho de fazer um comentário em que o que diz está errado, e que realce as suas magnificas ideias erradas com dois insultos, porque sim, para mim, o que escreveu foram insultos. Se notou "pretenciosismo", está-me a chamar pretensioso; se notou incoerência está-me a chamar incoerente. Eu tomo as coisas assim, porque este é o meu modo de pensar em relação ao acontecimento, e é a minha atitude inabalável face a este tipo de pessoas e, arrisco mesmo a dizer, face à vida. Se o contasse contaria assim, se o berrasse berraria assim, se o cantasse cantaria assim, e como o quis escrever...escrevi assim. Logo se considerou as minhas críticas deste modo, está-me a considerar a mim assim. Se o João não o toma como um insulto, eu tomo, e então? É coisa que não admito aos meus amigos, nem aos meus familiares, e muito menos a alguém que não conheço, e ainda por cima quando não as considero justas ou oportunas…
Mas já no seu caso, vou ter mesmo de lhe dizer que o seu Q.I. anda mesmo em baixo, e passo a explicar porquê: porque o que se critica não é a festa; não é o centro comercial; não é sequer as pessoas que lá foram para se divertirem num jantar; o que se critica é sim as pessoas que estacionam o Porsche à porta e comem de boca aberta, enquanto contam histórias da empregada, pessoas essas, que sim, foram e são pretensiosas, que o continuam a ser, e que tratam o resto da humanidade abaixo de cão, por se considerarem superiores - são sim, novos ricos, e não têm esse nome por acaso. E não fui eu que o inventei. Provavelmente algum pretensioso...
Obviamente que a metáfora das roupas e dos fatos serviu única e exclusivamente para melhor realçar essa antítese...
Se mesmo depois disto ainda não conseguiu perceber o que se critica, continuarei então:
Para mim as pessoas que se vestiram normalmente, não foram as pessoas que se vestiram da forma como o amigo descreve: I don't give a fuck para como é que este ou aquele se vestem; eu iria, por exemplo, com a roupa que trazia no corpo, que por acaso não incluía nem sapatos nem camisa. O que sim me provocou o riso, foi a forma manifestamente infeliz de como as pessoas se vestem, como se estivessem, lá está, numa das tais festas que falei, com pessoas que realmente são conhecidas ou importantes, e Nova Iorque serviu de exemplo, para ilustrar o que é uma alta sociedade, e o que é uma pretensão de alta sociedade, e agora sim, penso que a palavra foi bem utilizada. Mas se quer mesmo a minha opinião, ambas são detestáveis, e passo a explicar porquê:
Porque um dos valores que mais aprecio nas pessoas é a genuinidade; para mim é-me completamente indiferente comer numa tasca (onde aliás tive os melhores jantares da minha vida), no meio de pessoas que comem de boca aberta, a ouvir Quim Barreiros, e no meio do "povinho" – repare-se que quem começou a falar deste "povinho" não fui eu, o que me leva a crer que está perfeitamente consciente dessa hierarquização – e quem falou do alto da sua superioridade foi mesmo você, e explico desde já: porque não estava nenhum desse "povinho" na festa, logo, não o poderia descrever. Por outro lado, fique então a saber desde já que teria muito mais vontade de conviver com "essas" pessoas, por todas as razões e mais algumas, mas acima de tudo, porque têm o que falei (e me falaram): genuinidade. São pessoas genuínas, autênticas, que cantam, bebem e dançam; na certeza porém de que se divertem e não usam uma máscara comprada com o cartão de crédito. É isto o que deveria ter atingido, e não atingiu, coisa que lamento imenso.
Continuando com as justificações: eu não estive, e volto a repetir, presente nessa festa. Nem no telhado, nem do lado de fora, nem suspenso por cabos nas colunas que suportam o tecto. Eu passei por volta das 8 no dito espaço, para ver o centro comercial, e pude observar essas pessoas, porque elas, efectivamente, não são invisíveis. Se nem assim finalmente dá isto como dado adquirido, então pronto, desisto, penso que se explicar à minha porta ele vai entender, e mesmo que não entenda, não me dá metade do trabalho a explicar porquê.
Eu gosto de discutir abertamente todo o tipo de assuntos (ou pelo menos aqueles sobre os quais sei alguma coisa). Como já reparou, e se tem um blog, deve saber disso, eu privilegio os comentários de qualquer pessoa, tanto que qualquer pessoa pode comentar qualquer texto do blog. Várias são as pessoas que discordam das minhas opiniões (e não há nada que mais aprecie do que uma boa discussão) e não é por isso que as censuro, altero, ou faço o que quer que seja, simplesmente porque isso vai contra os meus princípios, contra os da "democracia" que está tão em voga chamar a qualquer assunto, mas acima porque vai em tudo contra a minha educação. E é mesmo de educação que se trata aqui: eu comentarei se um dia me der na telha um texto seu ou qualquer outro texto em qualquer outro lugar. Agora pode ter a certeza que não insultarei (a não ser que essa pessoa esteja a ter uma atitude que não lhe mereça outra coisa), e por várias razões:
Porque isso não ajuda nada a que a discussão progrida; porque vai novamente contra a minha educação; porque é descabido e desnecessário. Só por isso.
Mas, se quer mesmo saber, não liguei muito à parte da incoerência: eu sei o que valho intelectualmente, não é uma pessoa que me conhece por um blog (se me conhecer é certamente de vista, ou de 10mn de convívio) que me saberá julgar a esse nível; só há coisa que não tolero que duvidem: das minhas qualidades humanas – eu não discrimino ninguém. Tenho amigos de todas as faixas etárias e padrões sociais, não me considero preconceituoso nem elitista. E se há coisa que eu não sou é pretensioso; ou corrijo, até posso ser; mas se algum dia quiser mesmo ser conhecido ou ter algum tipo de estatuto, será por ser bom naquilo que faço (nem que seja a trabalhar nas obras), por ser bom para os outros, e, volto a dizer, por ser transparente – e nunca mas nunca, por ter um cartão de crédito com um plafon de 5000€, que me permita pretender ser aquilo que não sou, ou vestir aquilo que não posso vestir; quem vive assim deveria, portanto, comprar antes educação, para não mastigar de boca aberta, and that's the point (again). Penso que não é possível discordar-se disto, mas já acredito em tudo…
Considero a sua sugestão, poderei até um dia pô-la em prática. A literatura é que será outra, não os meus textos, mas sim as suas respostas aos meus textos, para que pense: valerá mesmo a pena partilhá-los? Ainda mais com pessoas que os lêem em simultâneo com outros? Quem sabe, deve ter um olho para cada lado, porque é façanha que ainda não consegui – A "clientela" fixa do blog prova que sim, vale a pena continuar com os textos, não só pelo prazer que nos dá a escrevê-los, mas sim pelas críticas que se pretendem com eles; sejam eles pretensiosos (que não são) ou incoerentes (que também não são), e penso que todos os que aqui escrevem assinam por baixo nesta última frase.
E quanto ao teu comentário, João, lamento dizer isto, mas vindo de ti já não me surpreende nada. Prefiro concordar contigo, e evitar mais chatice: devemos todos ser pretensiosos. Só espero não ser nunca obrigado a viver no meio da sociedade e das pessoas que idealizas...lamento, mas é isto que penso…pretensiosa e incoerentemente…

Penso que há uma coisa que não ficou bem clara: este texto fala do princípio ao fim de novos-ricos e desta “alta sociedade” de Coimbra que simplesmente…não existe. Só disso. Penso que as classes que “supostamente” estão abaixo deles já são suficientemente espezinhadas por eles…

antes de mais começo por dizer que vou tentar ser o mais breve possível, já que, infelizmente ou não, não tenho tempo para elaborar respostas a comments em 3 vols., necessitando dele para, nomeadamente, trabalhar para ajudar a sustentar algo que dever-me-ia ser garantido à partida como um direito, como seja tirar um curso.
obrigado por me ter avisado que estava errado; aliás a partir de agora consultá-lo-ei antes de escrever o que quer que seja ou tomar qualquer tipo de posição. como detentor da absoluta
verdade espero que me conceda esse privilégio e me impeça de manifestar publicamente uma opinião que (vejam só) você considera errada.
se confunde uma atitude incoerente ou um texto "pretencioso" como tão pretensiosamente gosta de frisar, com um insulto directo à sua pessoa apenas posso lamentar que acredite em algo tão absurdo. contudo respeito a sua opinião, embora dela discorde; seria bom que mais pessoas o fizessem.peço-lhe que pondere com calma sobre essa postura e a sua razão de ser antes de descarregar a sua ira sobre mim. um texto absurdo não implica um autor absurdo, como um texto inteligente e eloquente não implica um autor com os mesmos dotes.são coisas que apesar de normalmente se conjugarem não funcionam de forma tão redutora como a que expressa.no entanto, como respeito a sua posição, fica desde já o meu sincero pedido de desculpa se o ofendi; como já expliquei mais que uma vez no decurso desta discussão não era minha intenção fazê-lo.
seria interessante não ouvir comentários ao meu QI (que até é uma definição algo desactualizada e redutora, algo que obviamente você sabe e só usou para despistar a minha mente menor) e nem lhe cabe a si tecê-los do alto da sua inteligência suprema(pretensiosismo porventura?? será? ) e até me sentiria ofendido se, de facto, fosse tão pretensioso como vossa excelência pretende.percebi, desde o início aquilo que pretendia criticar; e nisso concordo absolutamente com o senhor. estranha-me apenas que não critique , e aí reside alguma da tal incoerência que nem vossa excelência nem a sua porta conseguiram vislumbrar; a própria festa, o próprio centro comercial, todo o conceito inerente a tão absurdo e ofensivo evento e ideia de progresso. para mim estas críticas são indissociáveis e não
resta criticar os novos-ricos e os seus porches estacionados à porta; é necessário criticar o próprio espaço, a sua necessidade de existir, a febre de consumismo bacoco que despoleta e com o
qual não posso compactuar.na sua crítica à inexistente alta sociedade de coimbra não deixo de sentir, mesmo que o venha negar em textos posteriores, o seu fascínio pela verdadeira alta sociedade, a de nova york, por exemplo, "the real thing". embora no seu comentário tenha deixado bem vincada a sua postura perante a sociedade que aceito, com a qual concordo e que acredito sinceramente que seja, lá está, sincera, a minha crítica reporta-se ao texto incial e esse contém, na minha opinião é obvio (conceito que deveria pesquisar também além de insistir na merda de um s ou de um c). como tal, e como o texto, qualquer obra existe por si, fala por si, sustenta-se a si mesma, a incoerência está presente no texto, o que não implica que seja vossa excelência incoerente, como o demonstrou nos seus comentários ao meu comentário no que toca a essa questão. assim se entende como criticar o seu texto e
chamá-lo incoerente e pretenSioso (é assim?) não é o mesmo que chamar a vossa excelência incoerente e pretensioso. espero que se digne a aceitar uma ideia de alguém tão burro e com um QI tão diminuto como eu mesmo.
obviamente que estou consciente da estratificação hierárquica com que o sistema vigente entre nós nos brinda (será algo exportado pelo país que tanto louva e admira?); vivo-a todos os dias e tento combatê-la todos os dias com as minhas atitudes, a minha postura, todas as minhas vivências que tento que sejam tão coerentes e não pretensiosas quanto possível. a genuinidade é um valor que, obviamente muito prezo, mas também a coerência. nenhum de nós detêm a exclusividade de qualquer um deles; como tal não preciso que me venha, no seu tom paternalista (pretensioso!!?? será??) dar-me lições do que quer que seja e de como até vai a tascas e até ouve quim barreiros. não é isso que está em causa nem preciso que
se justifique perante mim, e talvez perante você mesmo, e que afinal até está tão próximo do povo e até dança, come e bebe com ele. ouço o que tem a dizer , cedo no que tenho a ceder no que toca à minha opinião e ouço a sua nunca esqucendo do que se trata; uma opinião. desprezo, contudo, e continuarei a desprezar, o tom que pretende incutir, aliás desde o
iníco de toda a discussão.
tente explicar isto à sua porta; não me interessa se esteve presente 10 mins, um quarto de hora ou se passou de jacto pelo local. abordei a sua análise do evento e a forma algo pretensiosa como a fez ou, pelo menos, como a expressou no seu post. apenas isso. se no iníco me tinha parecido ler que tinha estado presente (o que seria o expoente máximo da incoerência) a partir do momento em que entendi (depois de me ter explicado com o seu ar paternalista de quem ensina um deficiente mental a atar os sapatos) que, de facto, não tinha
estado, admiti-o e deixei de criticar esse aspecto.
quanto à parte dos insultos devo dizer, como já referi aterioremente, que não era minha intenção criticá-lo a si, mas ao texto que escreveu. se se sentiu ofendido, como já frisei anteriormente, peço desculpas sinceras que espero que compreenda e aceite. agora, dizer "notarei algum tipo de pretensiosismo incoerência bla bla" num tom irónico que lamento que lhe tenha escapado (estranhamente para alguém tão inteligente) muito mais grave é dizer a alguém que esta tem um QI de cebola. interessante a coerência entre o que diz e o que faz. talvez uma coerência alternativa, para não o insultar. se fosse pretensioso até me sentiria insultado, mas lá está, faço suas as minhas palavas; não é por vossa excelência dizer o que
quer que seja sobre a minha inteligência que me vai afectar. talvez seja, isto mesmo, um sintoma de inteligência. ou então sou eu que sou pretensioso.
resta-me sorrir perante os seus insultos quando na sua pose moralista e de virgem ofendida me diz exactamente que não o tolera nem o suporta a ninguém. fosse eu tão susceptível e nunca mas sairíamos daqui.
volta a insistir na ideia que até nem é elitista, nem é pretensioso, nem discrimina niguém. acredito plenamente em si (e digo-o sinceramente). tamanha obsessão, contudo, a mim acaba por fazer lembrar sempre o tom insistente com que o sr.reitor, por exemplo, fala em democracia para o que lhe convém, quando deveria lavar a boca de cada vez que usa essa palavra. não é o seu caso, acredito piamente e foi apenas um pequeno aparte, para tentar explicar a minha ideia. essa postura, quando sincera, não precisa de se justificar constantemente. este é um ponto que não vale a pena desenvolver. confio plenamente nas suas preocupações sociais e não pretendo nem ser o detentor exclusivo de tais preocupações, nem impor a minha opinião, o meu modo de ver e de encarar o mundo, aos outros.
quanto ao seu comentário ridículo ( não é o senhor é o comentário) sobre eu ler simultaneamente. não me diga que quando está na internet não pesquisa nem lê um variado número de coisas ao mesmo tempo. além do mais é o senhor que estuda 6 horas seguidas e ainda escreve a história da sua vida num comment mas são os outros que não podem estar cansados. se no início entendi mal, já justifiquei como ainda assim considero a minha OPINIÃO expressa no primeiro comment válida.este é um comentário seu que, pela sua natureza absurda nem
merece justificação. (peço desculpa. vou ver o meu mail. vou fechar este texto e já volto. depois vou respirar e de seguida bocejar, uma coisa de acada vez, no final voltarei ao texto).
ainda bem que TODOS os leitores habituais do blog concordam consigo no que toca à não incoerência e pretensiosismo dos seus textos. será esse um valor intransponível? válido sequer? estranho isso porque pelo que li dos seus textos (inclusivé, vejam só, aqueles em que louva os EUA, que na sua generalidade abomino mas com os quais concordei, por
serem, lá está, coerentes) não me pareceu ter, nem pretender implatar (nem que seja no seu blog) a lógica do pensamento único. se para si a unanimidade basta para mim não. reservo
-me o direito de discordar. se não aceita isso nada posso fazer para o contrariar a não ser continuar a acreditar no que defendo e aceitar (se não mo tentar impuser) que acredite no que bem entender.
se cometi o pecado mortal de achar algumas linhas minímas num texto seu incoerentes e pretensiosas e se deixei um comentário onde manifestava isso, de forma irónica e até um pouco provocatória é certo, nunca insultosa (lamento que o tenha entendido como tal) resta-me a penitência, talvez, se seguir a sua lógica.afinal o mundo sustenta-se nessa lógica maniqueísta; suponho que o senhor esteja do lado do bem e eu represente o eixo do mal. mas isso sou eu que sou burro, distraído e pretensioso. não pretendo alterar a sua opinião, não lhe pretendo incutir os meus ideiais de vida, muito menos espero que concorde com o que quer que seja que lhe digo. espero, exijo-lhe, que respeite a minha opinião como eu (nã sei se entendeu do alto da sua suprema inteligência) respeitei a sua. resta-me continuar a ler os seus textos e abster-me de comentar; não porque ache que não o deva fazer, mas porque não tenho tempo nem paciência para desperdiçar com intermináveis discussões vazias de objectivos concretos.
lamento que assim seja, mas é assim, "pretensiosamente e incoerentemente" que encaro a discussão, os blogs, todo e qualquer espaço de troca de ideias; como um espaço democrático de partilha de pontos de vista onde tenho todo o dreito de discordar de vossa excelência e expressá-lo publicamente.
espero que esteja terminada a discussão por aqui pois tenho bem mais que fazer que perder tempo com estas discussões blogueiras da punheta

sinceramente

Ok ok... por onde continuar no meu papel de advogado do diabo? Vejamos... afastando-me um pouco do cerne da questão, deixem-me voltar à semântica do "pretensiosismo" e da "incoerência".

Não estava a ser meramente provocador quando afirmei que apreciava o pretensiosimo (assim como estou longe de ser contra provocações, mas isso fica para outra altura). Pelo dicionário: (thanks antónio) aspiração, exigência, vaidade exagerada. Isto seria "pretensão". Ora isto é, sem tirar nem pôr, o que está no teu post. E está muito bem! E não podia ser de outra forma! Ainda bem que falaste em Eça, o exemplo acabado do pretensiosismo. Os Maias são pretensiosismo, transpiram pretensiosismo, dá para cheirar o pretensiosismo enquanto se viram as folhas. Convenhamos, o novo riquismo que descreves existe e é palpável todos os dias. Acho que todos nós já tivemos o prazer de contactar com a nossa dose de burgessos. E, suponho que é essa a ordem natural das coisas, sentimos um vago... desprezo. Agora releio duas vezes esta última frase... Isto é... pretensiosismo! Duma forma muito, muito vaga a pretensão terá a ver com uma certa noção de superioridade. Ora, infelizmente, nós estamos condicionado a sentir repulsa por esse conceito. Porque no fundo, é disso mesmo que se trata. De superioridade. Tu, António, sentes-te justamente superior às pessoas (e há bastantes) que fazem da exibição barroca do seu status a razão de ser da sua vida. Provavelmente, outros sentir-se-ão superiores por irem de Porsche para inaugurações em vez de perderem tempo a escrever comentários em blogs. E agora põe-se a questão: está bem que há pessoas que comem de boca aberta. Está bem que há pessoas que têm mau gosto para gravatas. Está bem que há pessoas que têm um fraco por croquetes que as leva a comer de forma alarve. Mas... será que não são pessoas normais à mesma? Será que não têm defeitos e qualidades como toda a gente? Em suma, será que não estamos nós a ser uns perfeitos assholes por estarmos aqui a criticar tudo isto, lá está..., convencidos da nossa superioridade? Bem... a resposta, a minha resposta, é NÃO. E não por uma razão muito simples. Porque, em muito boa verdade, esse franciscanismo militante, essa preocupação em ter sempre a consciência imaculada, essa obsessão pelo politicamente correcto, esse fascínio pelos sentimentos bacaninhos é... just plain boring. Toda e qualquer discussão é um mero exercício de pretensiosimo porque parte do princípio (quantas vezes errado...) que temos razão. E julgar que temos razão é, nem mais, pretensiosismo. Por isso, e reafirmo-o, escrever coisas como “É por isso que eu adoro viver em Coimbra; por todas estas pessoas que ainda não perceberam o quão bárbaras são” é, old chap, pretensiosismo. Repara, o mero facto de eu escrever tudo isto é absolutamente pretensioso da minha parte. Tu sentes-te superior às pessoas que comem de boca aberta, que usam sandálias com meias brancas, que alugam Porsches para se fingirem de ricas. E sabes que mais?... eu também! A diferença estará, provavelmente, em que eu tenho consciência de que isso é tão arbitrário e bacoco como a superioridade que os novos ricos sentem em relação aos pobres. E não me sinto ofendido ou insultado com essa mera constatação.
Estar aqui a iniciar uma caça às bruxas para descobrir quem é mais coerente, mais humildezinho na seu absoluto despretensiosismo, ou mais “genuíno”, é um exercício retórico absolutamente maniqueísta e despropositado.

By the way, e porque até nem desgostei da imagem do árbitro, o Merzbow continua a ganhar. Aos pontos.

Mas vem-me este tipo falar de incoerência e incapacidade de aceitar posições, quando ele próprio continua refugiado numa cúpula continuando teimosamente a rejeitar qualquer tipo de explicação.
Agora, depois de ter relido o texto inicial, tento pôr-me no lugar de uma pessoa que o esteja a ler pela primeira vez, sem me conhecer, sem saber o que penso ou deixo de pensar (e que continua a não querer saber, porque as justificações não lhe alteram minimamente o pensamento inicial), posso até ceder no ponto do “pretensiosismo”, posso até considerar o texto incoerente, porque o seria, de facto se eu estivesse lá na dita festa (começo-me a fartar disto).
Preferiria começar por esclarecer os insultos: já reparei que as minhas respostas lhe passam totalmente ao lado; elogio desde já a sua forma de discutir, pelo menos em monólogo, porque é espantosa. As suas reflexões sobre o actual sistema de ensino, e sobre o reitor vêem, aliás, muito a propósito, e penso também que ainda está para vir o dia em que tenho de aceitar sugestões sobre o que devo ou não escrever; se os meus textos pecam por qualidade, não é obrigado a lê-los; se na sua hipocrisia critica tanto um hipotético consumismo e capitalismo, espero bem que transpire e engula as suas palavras cada vez que lá entrar, ciente que aquilo que critica foi aquilo em que acabou por cair inexoravelmente. Mas isso faz parte da tal genuinidade que usou uma vez mais para realçar o pretensiosismo que, por direito, acha que devo ter, e que eu, por duplo ou triplo pretensiosismo, acho que não devo ter; neste momento já me é completamente indiferente aquilo que acha ou tem por direito achar. Já lhe expliquei milhares de vezes qual a minha posição em relação aos comentários deste blog. Se ainda não a entendeu (e falando uma vez mais do seu Q.I.) não é porque não consiga; é simplesmente porque não quer.
E porque sinceramente não tenho paciência para continuar a alimentar uma discussão completamente estúpida (como é uma discussão em que tenho que provar a um estranho aquilo que sou ou deixo de ser), vou resumir aqui os pontos que me parecem mais relevantes (e por cada ponto, atribua-se a si a pontuação de 20).
• Tomar por insulto aquilo que escrevi foi (admito, como a minha) uma opção sua: Será burro, distraído, ambos, ou nenhum?. Portanto, se quis continuar a intitular-se de burro, com baixo Q.I., etc., foi meramente porque quis. Então, será que também não está a ser um pouco incoerente? (obviamente que não, está a ganhar aos pontos)
• Aquilo que pretendo dizer é que não reconheço incoerência a ninguém que aqui escreve. Não é nenhuma tentativa de imposição de um pensamento único, e isto é outra coisa que me começa a irritar: porque é que o facto de a minha opinião ser diferente da sua significa que a tente impor a toda a gente? É por isso que frases deste género são no minimo absurdas: “(…)como detentor da absoluta
verdade espero que me conceda esse privilégio e me impeça de manifestar publicamente uma opinião que (vejam só) você considera errada…(…)” Obviamente que considero erradas! Mas está à espera de quê? Que me assuma como pretensioso se não o sou, só por medo de não concordar consigo? Mas que merda vem a ser esta?
• “(…)e nem lhe cabe a si tecê-los do alto da sua inteligência suprema(…)” E cabe a si fazer o mesmo?
• Fascínio pela alta sociedade de Nova Iorque? Mas porque é que teima em me definir como pessoa?! Altas sociedades existem em todo o mundo, não é preciso ir a Nova Iorque, e o facto de me referir a elas é completamente dissociável de uma hipotética “pretensão”, que teima desde o inicio em afirmar que tenho. Aliás, porque se assim fosse, estaria a ser igualmente pretensioso, coisa que não acho, desde já, que esteja a ser.
• Os meus textos que “louvam” os E.U.A., não louvam o sistema político vigente; louvam aspectos como as praias, as pessoas, os “Blues”…Portanto, não percebo a sua de pôr na minha boca aquilo que eu não disse, nomeadamente que deveríamos importar toda a hierarquização que caracteriza este país. É por isso que continuo a achar os seus comentários tão ou mais incoerentes que os meus.
• Vem-me falar de “tom” quando o seu não é diferente. Continua a achar que a melhor defesa é o ataque, e a recorrer ao insulto gratuito e injustificado e à incoerência…talvez para marcar mais pontos.
• O “Q.I.” igual ao de uma cebola foi outro insulto que preferiu adoptar, para dar rédeas à sua eloquência. “(…ou no caso dos mais distraídos…, distracção essa que pode perfeitamente ser provocada por ler mais que um texto ao mesmo tempo – que disparate; que ideia absurda; desculpe, dou-lhe mais 50 pontos por sequer afirmar que V. Exa. pudesse, distraidamente, não ter captado o objectivo inicial do texto).
• Não tenho de me justificar!? Claro que a si não, mas perante as pessoas (como pelos vistos as há) que prefiram concordar com possíveis insultos que me são dirigidos (obviamente, pessoas que não me conheçam), penso que tenho. Pode ter a certeza que se os únicos leitores que tivéssemos fossem as 3 pessoas que aqui escrevem nem me teria dado ao trabalho de lhe responder.
• Penso que também já percebi, e se calhar é isso que justifica o teor dos seus comentários: lê um parágrafo de um texto; Lê outro d’ “A Bola”, volta ao meu texto…e assim sucessivamente. Se calhar é a isso que se devem os insultinhos gratuitos que gosta de imprimir aos seus comentários (volto a repetir que foi V. Exa. que os introduziu e, com os quais, obviamente, não poderia concordar por não me rever neles…)
• Respeito pela minha opinião? Na gíria chama-se lata, na sua língua não sei como se chamará.
• Continua a falhar-lhe a parte da permissão que tem para comentar o que quer que seja. Eu já disse várias vezes que, como não o conheço, não usaria esse tom (para introduzir o que quer que fosse). Mas se isso é algo que lhe satisfaz uma possível pretensão intelectual, resta-me apenas concordar; continue! Está no seu direito! É a melhor forma de comentar: o vazio de conteúdos encontra-se no seu comentário inicial; não mostrou uma postura em relação ao centro nem à burguesia detestável de que falo. Limitou-se a adoptar uma em relação a quem o escreveu, coisa que para mim significa um niilismo bem maior.
• Em suma, vou tentar sintetizar o que penso: e se não entende desta, acredito que não seja porque não consiga, mas sim porque, como já disse, não quer e não lhe convém:

Eu observei durante 15mn um grupo social que abomino, que é a burguesia que nem isso é. Escrevi um texto satírico, cujo título deveria ter sido: “Dinheiro não traz educação”. Era esta a linha que pretendia que tivesse figurado ao longo de todo ele, mas tenho discernimento para admitir que falhei redondamente, e passo a explicar porquê: porque continuo a escrever os meus textos despreocupadamente, porque não estou habituado a ser lido “por estranhos”. Por isso é que não me preocupo com a imagem que possa eventualmente transparecer, porque penso que quem me lê e conhece sabe o que pretendo atingir, e a forma como pretendo atingir. E sei que estas pessoas, conhecendo-me como me conhecem (e como fiz o favor de perguntar), não me consideram nem a mim nem aos meus textos pretensiosos. Isso dá-me segurança para mostrar a minha indignação, porque volto a repetir que nas toneladas de defeitos que possa ter, esse não figura, porque não é mau, é abominável e, se o João tão convictamente o aceita e defende, virando-o ao contrario, referindo pontos que passam despercebidos na discussão, e em que sabe, por inteligência que não lhe falta, que ninguém vai tocar, apenas posso dizer isto: boa sorte. João, parabéns pelo teu texto que me parece bem mais elucidativo que qualquer outro, mas apenas te posso dizer que o que transpira do meu texto não é o que transpira do meu cérebro; se me conhecesses saberias disso; como não conheces preferes acreditar no que acreditas (com toda a legitimidade), mas que para mim é completamente incoerente, descabido, e inoportuno, passando a explicar porquê: incoerente porque para mim é, lá está, pretensiosismo tentarmos defender o indefensável; descabido porque essa tua reflexão sobre o pretensiosismo, que poderia descrever quem muito bem quisesses, não serve e não assenta quer em Eça, quer em mim. Eça, a meu ver, não era um pretensioso, e o facto de ter a coragem de criticar de forma tão ácida o decadentismo da alta sociedade lisboeta não significa jamais que seja ele próprio um pretensioso; mostra-me tão-somente aquilo que sente por esse grupo social, que é um profundo nojo; a personagem do Dâmaso é a que melhor exemplifica tudo o que disse e, se queres mesmo saber, aquilo que se pode chamar a Eça é um tipo significativamente diferente de pretensiosismo: é deslumbramento. Nothing else.
Eu não me sinto superior a ninguém. Eu simplesmente abomino a forma como essa burguesia que não é carne nem peixe trata o resto da sociedade. Não quero “ascender” a ela, não quero de forma alguma ser semelhante a ela. E o facto de pensar assim explica-se por ter convivido (quer na escola, num café, ou em qualquer outro lugar), com ela de perto. Portanto, irei fazer um breve exercício, que pode parecer pretensioso (eu preferiria chamar-lhe realista): existe em Portugal uma classe baixa, uma classe média, uma classe média-alta, e uma burguesia; essa burguesia estratifica-se em duas: os recém-burgueses, e os verdadeiros burgueses. Eu não me revejo em nenhuma delas, mas sei que os recém-burgueses são uma classe detestável, porque pensam não lhes faltar nada, e falta-lhes tudo: educação e genuinidade, que são as qualidades que mais aprecio numa pessoa. É por isso que não me sinto superior, mas sim diferente. Porque “hierarquicamente”, eles até são meus superiores. Este último parágrafo poderia parecer pretensioso mas serve bem para explicar a minha visão da sociedade actual (que penso ser a que corresponde à realidade), e a minha total rejeição por certos grupos sociais, e o fosso que sinto entre mim e eles.
Outra coisa que me intriga, é acusares alguém de maniqueísmo, e caíres tão cegamente nele, por adoptares esse papel infantil de árbitro, e não te limitares a dar a tua opinião imparcialmente. Mas enfim, antes que alguém me acuse de ditador e me venha falar em insultos tão gastos como o de “censura”, prefiro não me alongar neste último ponto (aliás porque o facto de discordar dela significa que o esteja a impor).
Para rematar toda a discussão (ou pelo menos todo o meu contributo para ela), queria apenas frisar mais alguns pontos:
- Não faz parte da minha maneira de ser usar a superioridade que não tenho para julgar quem e o que quer que seja;
- Não me considero pretensioso, muito menos se for para ter um Porsche e usar uma gravata roxa;
- Aquilo que pretendi criticar, desde o início até ao final do texto foi a burguesia que é, a meu ver, “bárbara”, pela sua superioridade que existe, e pela incapacidade de reconhecerem que são iguais ao resto do mundo, com apenas mais (ou em 80% dos casos menos) dinheiro.
Para finalizar, devo apenas um pedido de desculpas por algum insulto que tenha sido de facto dirigido a alguém, na certeza porém que não foram piores ou mais graves do que aqueles que me foram dirigidos a mim. Não tenho nenhuma posição de “virgenzinha”, apenas não reconheço o direito (e sinceramente, nem sequer a necessidade) de recorrer a insultos ou provocações para mostrar discórdia face a uma posição.
Dou por finalizado meu contributo nesta discussão. A partir de agora pode insultar-me da forma que quiser e bem lhe apetecer, o João pode com hacking pôr um placar luminoso na barra direita do blog com pontuações; volto a afirmar o valor que dou às opiniões dos meus amigos, e o repúdio que sinto, o desprezo e indignação que dou às opiniões pessoais de quem nunca falou comigo na vida (repito que me refiro unicamente a opiniões sobre a minha pessoa). Não vou ser moderado para agradar a ninguém; não vou concordar por incomodar quem quer que seja; é assim que penso, e não cedo – eu chamar-lhe-ia ter convicções; eu chamar-lhe-ia, e uma vez mais, ser genuíno. Que é a melhor coisa que alguém pode ter/ser.

Epah... antes de mais, é óbvio que é absolutamente "infantil" eu estar aqui a ser árbitro do que quer que fosse. Apenas achei piada à tua referência ao dito "árbitro" e decidi seguir com essa pequena private joke. Daí a referência aos "pontos" e todas essas tretas. Não estou obviamente aqui para decidir "vitórias", para dar "pontos" ou para tomar partidos. Era apenas uma private joke. Uma fraquinha. Uma dispensável. Uma, nem mais, infantil. Mas só uma private joke à mesma. Não era minha intenção que levasses a mal.

Anyway, voltando à questão do pretensiosimo. Desculpa por nunca me ter referido ao post em si, ao centro comercial ou aos patos bravos que frequentam inaugurações. Sei que isto é uma discussão paralela e, até certo ponto, dispensável. Mas é uma que até me interessa.
A minha intenção com o último comment não era, longe isso, retorcer o conceito de "pretensiosismo" de forma a assentar em ti especificamente, ao pobre do Eça, ou a descrever quem quer que fosse. Curiosamente, esse até é um exercício retórico bastante comum ( e interessante!) e que daria para outra boa discussão. Mas, desta vez, não era isso.
O que eu queria tentar desenvolver um pouco era a afirmação do primeiro comment, a necessidade (escatológica ou não) do pretensiosismo. É certo que a palavra tem vulgamente uma conotação claramente perjorativa, o que explica a tua reacção. Mas, como afirmei, e não estava a ser sarcástico, estava longe de ser um insulto. Pelo contrário. Ah, antes de mais, clarificar uma coisa. Quando uso expressões como "estás a ser pretensioso" ou "sentes-te superior" não estou a fazer um juízo de valor. Não estou a tentar descrever ou caracterizar uma personalidade (tua neste caso, ou de qualquer pessoa). Em bom português, não te estou a chamar pretensioso ou a insinuar que te achas superior a quem quer que seja. (o que transpira do teu cérebro, right? lol). É apenas, mais uma vez, uma aplicação retórica.
Mas voltando à questão da semântica. A minha ideia era desmistificar um pouco a questão do pretensiosismo. Porque, lá está, foi usado de início como uma crítica quando não tem necessariamente de o ser. The way I see it, neste "meio" pelo menos, em que o que se procura é a partilha de ideias, mas também o debate, o confronto, a discussão (no que os termos têm de mais dignos) não faz sentido termos medo de sermos ou parecermos pretensiosos. O pretensiosismo é exigência e vaidade? Pois seja. Consigo suportar ,e muitas vezes apreciar, ambos numa discussão.
Eça era necessariamente pretensioso no seu retrato caricatural da sociedade. Mas é esse pretensiosismo que perdura ainda hoje... mais do que se ele tivesse descrito as qualidades humanas (que também as haveria certamente) de personagens tão típicas como o bom do Dâmaso.
É óbvio que tudo se quer com bom senso e quando faço este "elogio" ao pretensiosismo não pretendo que se instale um tom de "vale tudo" non sense em todos os debates. Mas, a bem de uma partilha de opiniões dinâmica, um pouco de pretensiosismo a mais é, parece-me, bem vindo. Em suma, e numa expressão que tem o seu quê de pretensioso, é um incitamento a que nunca falte a "coragem" de escrever coisas descarada e orgulhosamente pretensiosas.
É claro que este texto é pretensioso. Ou pelo menos tem pretensão a sê-lo. Mas, neste caso, só estou a ser coerente.

Abraço

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