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Leilões peculiares!

O meu pai acabou de me enviar o seguinte texto que, mais uma vez, demonstra as barbaridades que se cometem nos países, supostamente, desenvolvidos!

Aqui está o texto:

um colega acabou de me contar a história seguinte:

  • na Alemanha foi criado um site internet que é um autêntico leilão de mão-de-obra barata
  • o potencial empregador anuncia que precisa de um trabalhador por um certo período e propõe um preço-base máximo
  • todos os candidatos com as qualificações pretendidas podem licitar - será escolhido aquele que pedir o salário mais baixo
  • os sindicatos estão a tentar "corrigir" a situação para garantir nomeadamente a protecção social dos trabalhadores
  • deve acrescentar-se que na Alemanha não existe salário mínimo (prossegue um vivo debate sobre a possibilidade da sua introdução)

Trabalho/trabalhadores = mercadoria ?
Quem disse que um tal tratamento das pessoas era típico dos países pobres ?
Parece que a resolução do problema do desemprego estrutural na Europa seja só possivel através do nivelamento com países de salários mais baixos...

Assume-se que quem está disposto a trabalhar quase de borla tem de qualquer maneira acesso à internet (o que já não é mau !).

Capitalismo selvagem, é o que é.
De um ponto de vista marxista, isto até tem o seu lado positivo: os choques e os conflitos entre a classe dos trabalhadores com o dos seus patróes tendem a agudizarem-se com o desenvolvimento do capitalismo, o que por si leva á necessidade de uma revolução (comunista, ou n, isso agr é discutível). O Marx tem essa perspectiva do «quanto pior, melhor». Aliás, ele próprio diz que o «sistema capitalista tem em si as sementes das sua destruição».

Agr, fico num dilema: n concordo com isto, mas deveria «cagar» para isso, e desejar q se agudize ainda mais a situação para termos a tão propalada revolução? ou deveria dizer que: «n, n está nada bem isto, temos q mudar do ponto de vista legal e democrático e bla bla bla e patati patata pardais-ao-ninho, diminuindo as tensões, e tornando mais dificil as condições de mudança profunda no nosso sistema, q pretende ser o mais justo, mas acaba por ser o q origina mais desiquilíbrios?

Deixo a perguinta no ar,para vocês. Inclino-me mais para a 2ª, mas espero q alguém discorde de mim, e me reacenda o esp+írito revolucionário. lol

Hmm...ok...vejamos. Devo confessar que, perante o tom dos comentários e do post em si, me estou a sentir vagamente assustado com a perspectiva de me estar a tornar um ser absolutamente pérfido. Mas a verdade é - e digo isto com uma sinceridade temerosa - não me sinto particularmente chocado com a questão. À parte as questiúnculas legais, sobre as quais não tenho claramente autoridade para me debruçar, até me parece uma ideia bastante boa. Mas não me importo nada que me convençam do contrário. (e sim, sim também podem atirar fruta podre e objectos contundentes. estou aqui para isso mesmo;) lol)

Pois é, João: porque o que existe nas multinacionais está longe de ser escravatura; abunda a dita "igualdade de direitos e oportunidades" nos E.U.A., o exemplo mais perfeito de democracia (é tão bonito, o capitalismo)...E os barões do século XXI, a par com os "democratas-cristãos", formam uma dupla perfeita! Escravatura? Onde? Mas alguém lhes bate? Claro que não é para ficar chocado! Afinal estão a oferecer um emprego! Mas esta gente ainda se queixa? Ingratos, é o que eles são!
:D
Adoro a direita!

Apesar de tudo, não deixa de ser uma guten estratégia. E poderia até figurar no "estranho mas verdade". Valha-nos isso.

Ep... palavra que gostava de ser convencido da absoluta imoralidade de tudo isto. (A superioridade moral é sempre reconfortante,right?) Mas, so sorry, não tás a fazer grande trabalho António. Mas deixa ver se eu apanhei. Existe um site onde um "potencial empregador", empresa ou particular suponho, publicita uma oportunidade de emprego temporário ou uma qualquer tarefa remunerada ( o vulgo biscate). São anunciadas as qualificações requeridas para o tal biscate e até quanto se está disposto a pagar pelo trabalho. Uma qualquer pessoa acede ao serviço e indica o mínimo que pretende receber. Algures entre os dois valores, as duas partes chegam a acordo.
É óbvio que isto me parece um paraíso para pessoas menos escrupulosas e aldrabices várias. Mas o conceito em si? Qual o problema?

(Mais uma vez faço a ressalva que, legalmente, isto me parece terreno muito obscuro. Mas acho que não era esse o motivo do ultraje. Ou era?)

Eu diria que a ilicitude do acto é, de facto, o mais irrelevante. O preocupante da questão é, e penso que para qualquer ser com um sentido de justiça social minimamente apurado (vulgo, para quem ache que um trabalhador não tem e não pode ser tratado da mesma forma que uma consola ou um móvel Luís XVI) não há questionamento possível, hipotético, imaginário, ou com fundamento…é o total desrespeito pelos direitos de qualquer trabalhador. É a máquina do capitalismo a trabalhar. E selvagem, como já foi dito. Acho que não posso (e não consigo) ser mais claro.

Nem mais. Assino e subscrevo por baixo, antónio.

Quase que por solidariedade de imprensa, vem um pequeno artigo na “Visão” sobre isto; refere até o site em questão: www.jobdumping.de .
Pelos vistos, parece que a questão até se reveste de alguma importância…

Ok... agora desisto mesmo. Ando, definitivamente, a ler Maquiavel a mais.
Aceito que, muito provavelmente, sou eu que estou a ver isto do prisma errado. Mas, pelo que entendi, o dito site está longe de ser uma nova forma de mediação/negociação/contratação laboral. Pelo menos no espírito da ideia. Ou seja, não me parece que o objectivo seja a negociação laboral, a discussão de um contrato de trabalho a médio/longo prazo. Por outras palavras, não é uma forma de arranjar emprego (no sentido usual do termo).
Posto isto, que num país como a Alemanha, exista um site em que se discutem ofertas de emprego temporário, não me parece nada mau. Pelo contrário. Numa Europa com um crescente desemprego qualquer tentativa de modernizar o acesso a oportunidades de trabalho parece-me positivo. Talvez o problema seja o facto de a realização de negócios pela internet ainda soe como estranho a muita gente. Mas, sinceramente, não ver a diferença entre isto ou vender os meus CD's em segunda mão no Miau, parece-me bastante desonesto intelectualmente. Não?

P.S. "uma consola ou um móvel Luis XVI"?... e depois os outros é que são barões... ;)

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