"Queda"
Já tive o privilégio de ver a "Queda" e adorei! O que mais me marcou foi a inocência de certos "membros activos" desta guerra, pessoas cuja inocência e ingenuidade deixaram criar ilusões românticas acerca de uma personagem tão cruel que custa a acreditar que tenha sequer um lado humano. De facto é tocante a inocência da secretária de Hitler, uma jovem por ele tão adorada, bem como o caso do rapaz que luta pelo nacional – socialismo com a convicção profunda de que está a lutar pela pátria... Uma pátria ignorada pelo seu Führer...
Por outro lado, o caso obsessivo de Frau Goebbels que ama tanto o nazismo que pensa que é melhor a morte do que a vida do pós – Hitler! Chega ao ponto de decidir irremediavelmente o futuro dos seus seis filhos.
A personagem de Hitler, exemplarmente interpretada por Bruno Ganz, é também surpreendente e provoca aquilo que o próprio se recusava a sentir por achar contrário à natureza: compaixão! Nos seus últimos tempos, de facto, este monstro não passou de um velho senil que ainda acreditava na prosperidade do seu regime… Um velho rabugento e caprichoso do qual temos pena! Isto porque, perante a sua decadência, não conseguiu admitir os seus erros, pensou sempre que fizera o melhor: prova evidente da deturpação mental de que sofria.
Este filme choca, principalmente pelo facto de a deformação mental de Hitler se ter contagiado a uma grande quantidade de gente e por muitos dos que agora acusamos de colaboradores deste terem sido simples sonhadores românticos e ingénuos que acreditavam na legitimidade do ideal nazi e aos quais muita coisa foi omitida! Mas isto, como todos sabemos, teve uma única razão de ser: a elevada inteligência deste “homem” e a sua capacidade de argumentação! O que nos leva a reflectir acerca do poder e da inteligência ao serviço de ideais deturpadíssimos. Como é que alguém com tantas capacidades intelectuais e oratórias foi tão estúpido e cruel e ao mesmo tempo, tão utópico (no mau sentido, claro)?
Por outro lado, o caso obsessivo de Frau Goebbels que ama tanto o nazismo que pensa que é melhor a morte do que a vida do pós – Hitler! Chega ao ponto de decidir irremediavelmente o futuro dos seus seis filhos.
A personagem de Hitler, exemplarmente interpretada por Bruno Ganz, é também surpreendente e provoca aquilo que o próprio se recusava a sentir por achar contrário à natureza: compaixão! Nos seus últimos tempos, de facto, este monstro não passou de um velho senil que ainda acreditava na prosperidade do seu regime… Um velho rabugento e caprichoso do qual temos pena! Isto porque, perante a sua decadência, não conseguiu admitir os seus erros, pensou sempre que fizera o melhor: prova evidente da deturpação mental de que sofria.
Este filme choca, principalmente pelo facto de a deformação mental de Hitler se ter contagiado a uma grande quantidade de gente e por muitos dos que agora acusamos de colaboradores deste terem sido simples sonhadores românticos e ingénuos que acreditavam na legitimidade do ideal nazi e aos quais muita coisa foi omitida! Mas isto, como todos sabemos, teve uma única razão de ser: a elevada inteligência deste “homem” e a sua capacidade de argumentação! O que nos leva a reflectir acerca do poder e da inteligência ao serviço de ideais deturpadíssimos. Como é que alguém com tantas capacidades intelectuais e oratórias foi tão estúpido e cruel e ao mesmo tempo, tão utópico (no mau sentido, claro)?
O filme é simplesmente...brilhante...Nem notei as 2h30 a passar...
Posted by António Pedro | 30/4/05 3:32 da tarde
brilhante não diria, mas é sem dúvida muito bom. Eu cá tenho a mania q sou crítico e logo achei uma nota para o filme: 8.5/10. Gostei como já muito é referenciado nos críticas da especialidade, da interpretação do Hitler por Bruno Ganz. Acho que é sem dúvida um dos pontos fortes do filme. Também gostei particularmente da interpretação do Goebbels, se bem que o filme n deixou tanto espaço para a propria personagem se mostrar ainda mais. Goebbels é o homem frio por excelencia, que no entanto se deixa envolver numa fé quase religiosa do nazi-fascismo. N vou tar a dizer os momentos altos, pq são efectivamente muitos, mas quero realçar um dos aspectos q achei mais negativo: o filme supostamente passa-se quase todo no bunker onde Hitler e alguns dos seus generais de maior confiança (á excepção de Himmler) vivem os seus últimos dias. Talvez n faça sentido a minha critica e talvez n fosse o objectivo do filme, mas acho q deveriam expôr mais o exército alemão enqto organização e acção. Melhor: sabemos que o bunker onde Hitler passou os seus últimos dias era «vagamente» desfocado da realidade - festas, jazz, alcool, etc. Acho que deveriam ter mostrado como em contraponto, os actos suicidas que Hitler mandava executar pelas suas forças armadas. Para dar mais profundidade à contradição da realidade na batalha em oposto á não-realidade no bunker. Até porque a contradição entre a ideologia e a práctica dela acho q está bem patente no filme e foi do que mais me marcou nele. Mais uma vez, é o tal fosso entre a realidade e a ilusão de que falei antes (e já agora, no meu blog - perdoem-me a publicidade :P). Ainda n olhei para o meu comentário, mas suponho q esteja suficientemente grande. Paro por aqui, se achar conveniente, adicionarei mais opiniões...
Posted by Alexandre Carvalho | 1/5/05 4:46 da tarde
Alexandre, volto a dizer que não tens que te preocupar com a extensão dos comentários...Quanto à tua crítica, e do meu ponto de vista, penso que o facto do filme decorrer a maior parte do tempo no Bunker serve precisamente para que o espectador entre e se sinta como se lá estivesse dentro (e como honestamente me senti); observar todo aquele processo de crescente loucura e nervosismo, os planos alucinados de defesa de Berlim que saiam em crescente incoerência do cérebro do Führer e até mesmo a morbidez dos planos suicidas foi sabia e brilhantemente pintada por Oliver Hirschbiegel...como diz o Pedro n' "A Ilha do Dia Antes", não é um filme giro...é um filme que nos dá um valente soco, e nos leva a sair da sala completamente atordoados...perante a grandeza do filme.
Posted by António Pedro | 1/5/05 7:46 da tarde
Concordo contigo, Alexandre. Acho, até, que o filme dá a ideia que a conquista de Berlim foi muito simples, o que não é tanto verdade. Parece que o exército alemão, de repente, se vê reduzido a 2 ou 3 unidades contra dezenas de milhares de russos. É obvio que aquela foi a grande e derradeira derrota dos alemães, mas não me parece que tenha sido assim tão fácil.
Posted by José Maria Pimentel | 3/5/05 7:26 da tarde
Concordo com isso, mas atenção: é um filme...não um documentário (ok, não é desculpa para fugir à história)...ou então está bem, é um filme-documentário. Realidade distorcida, talvez. Mas disse que é um filme brilhante (cumprindo assim com aquilo a que se propôs); não disse que era um documentário brilhante.
Posted by António Pedro | 3/5/05 7:58 da tarde
Acho que, apesar de relatar factos verídicos e tentar ser fiel à realidade, este é mais que um filme-documentário! É um filme sobre pessoas e as suas personalidades, como tal, penso que é a visão das mesmas que é transposta para o ecran... Não é um filme sobre o fim da 2ª Guerra mundial, é sim, um filme sobre o fim de um homem (ou de um monstro)e do seu sonho estúpido que era o 3º Reich.
Posted by Alice | 3/5/05 10:25 da tarde
O Holocausto da cidade de alemã de Dresden. Stalin , Churchil e o Presidente Americano matam mais de 480 mil crianças , velhos , doentes e mulheres alemães ao final da Guerra , como vingança. Apenas vingança. Churchill envia a Stalin a seguinte mensagem . " Queremos acabar com 50% do povo alemão e transformar os alemães em povos nomades. " É preciso ver o filme e entender . Os EUA matam mais que a Segunda Guerra Mundial , nos tempos atuais (Iraque, Afeganistão.....) e a ONU não faz nada.
Posted by Anónimo | 14/3/07 1:35 da tarde