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"The Apprentice", com Donald Trump


Televisão…É coisa de que se falou ainda pouco neste blog, surpreendentemente. E não me importo de ser eu a dar um primeiro contributo.
Vejo muito pouca televisão, o meu entertainment trash é obtido na net. Mas, às vezes, dou uma espreitadela fora de horas e costuma estar sempre a dar, principalmente no People & Arts, um programa ou outro de interesse. Um que me cativa bastante é o “The Apprentice”, uma brincadeira que o bilionário Donald Trump decidiu criar para se entreter nas horas livres.
O jogo é um excelente retrato da base do sistema económico americano – os seus concorrentes são incitados a deixarem qualquer sentimento de amizade e entreajuda lá fora – ali, apenas têm de ser espertos. Porque basta ouvir Donald Trump a falar, que se conclui imediatamente que este não é um homem inteligente; é esperto. E que criou um programa para criar empresários espertos. Nada mais.
Mas deixando de parte os hobbys de Mr. Trump, passo a explicar em que consiste o programa emitido pela NBC nos EUA e pelo People & Arts em Portugal. Temos um grupo formado por 18 empresários, com vontade de enveredarem por uma carreira de sucesso (ou então simplesmente com vontade de serem conhecidos/ reconhecidos); uns 9 com o chamado college degree e outros 9 com apenas um high school diploma. Durante 13 semanas ir-se-ão digladiar, em provas escolhidas por Mr. Trump, cujos resultados (show me the numbers) provarão a vitória de um método mais teórico ou mais prático, usado em função das capacidades da cada um.
O que me desperta especial interesse neste programa é a apologia do smart way of life. Os concorrentes maquinam, planeiam, calculam – por ex.: Donald Trump divide-os em duas equipas. Pede-lhes que vendam o maior número de garrafas de água de uma recém-criada marca, com a cara dele. Eles terão imediatamente de definir estratégias para “enganar” o comprador – para obter o maior lucro possível. Consequentemente, a equipa perdedora terá de se sujeitar a uma análise, que tem por fim o de detectar “o elo mais fraco”, ou seja, aquele que será despedido. É assim que as coisas se processam na verdadeira empresa capitalista americana, e Donald Trump e os seus assistentes não têm problema nenhum em fazer perdurar a fórmula do mundo bipartido em vencedores e em vencidos. Aliás, creio que os americanos têm dificuldade em conceber o mundo de outra forma.
Outro aspecto interessante são os planos fabulosos de Manhattan, filmados ou nas ruas, em que se pode observar a agitação das próprias pessoas, que não param – por outras palavras, a vida maquinal que estas pessoas levam; ou até do próprio helicóptero de Trump, em que se define na janela a linha de arranha-céus e prédios que constituem a big apple.
Podemos, então, concluir que este programa tinha tudo para liderar as audiências, se fosse transmitido num dos 4 canais nacionais/ gratuitos: mesquinhice, winners e loosers, Nova Iorque, competição, um bonito apartamento e uma sala sombria em que ecoa a frase You’re fired

Espero que não cheguemos a esse ponto, se bem que as minhas esperanças são reduzidas. The Apprentice é «só» o programa com mais audiência da NBC. A 'nossa' sorte é que a NBC foi a 4ª cadeia de televisão dos EUA, segundo as audiências. Se fosse a primeira, não tenho dúvidas que já estaria a passar num dos canais nacionais. Já temos o Desperate Housewives... que foi curiosamente o programa que pôs a ABC em primeiro lugar nas audiências deste ano.

"Aliás, creio que os americanos têm dificuldade em conceber o mundo de outra forma."

Nahh. Eles apenas gostam de ser burros e egoístas. ;-)

Pedro

Bem, Alexandre, devo dizer que não era nada mal pensado que este programa (ou uma versão do género, com o Belmiro de Azevedo - lol -) começasse a dar nos “nossos” canais. Pelo menos, ensinaria o povo português a pensar a empresa um pouco para além da “casa com o café por baixo”, que é o modelo de negócio que a maior parte tem em mente (foi o que disse MST e eu concordo) …
Sim, já sei, a “Quinta das Celebridades” ensina a população a cultivar alfaces e batatas…
E, honestamente, as “Desperate Housewives” não me parecem ser uma má série…

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