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Man is what he believes

a mesa de cafe

"O que nos divide não é Marx – ou seja, a construção do socialismo, de uma sociedade sem classes, onde termine progressivamente a exploração do homem pelo homem; o que nos divide é Estaline – ou seja, a concepção totalitária do Estado, o partido único todo-poderoso, o problema da defesa das liberdades públicas e dos direitos do homem."

Comunicado do PS sobre o momento político,
A Capital, 28.07.05

Dsc lá, mas desta vez não percebi o contexto disto. Ó melhor, qual a intenção de relembrar esta pequena divisão entre Marx e Estalini, ou melhor, entre esquerda e esquerda-esquerda-esquerda. Não me digas que é uma indirecta pó presidenciável Soares: "Náh, o Dr. Marocas que tire o cavalinho da chuva, que não tamos pa plantaformas com PCPs, BEs e outras baldrocas infantilizadas de velho gágá!" (Com isto, como é óbvio, espero não ferir susceptibilidades)
E já agora, pergunto-te já agr, pq aqui ninguém nos houve, não achas q estas separações Direita/Esquerda, Centro-direita/Direita neo-liberal, Esquerda/Extrema-Esquerda blablabla, não achas q isto tá um bocado fora de praso? Quer dizer,só os utopicos é que levam estes preceitos a peito! E estão mais que gastos, e que levados na integra nunca funcionam! Não achas que é mais do que altura de dar-mos um grande salto em frente? De começar uma nova fase, mais nossa, e não do sr. Marx e do sr. Burke,os quais morreram á bem mais de 100 anos? Ou devemos,antes pelo contrário, continuar a seguir as ideias, embora muito meritorias, destes cadaveres?? É que pessoalmente, já me chegam as múmias do Soares e do Cavaco!

Tens toda a razão, Ricardo. Não percebeste mesmo o contexto disto, e nenhuma das hipóteses que apresentaste é a que pretendi atingir – por uma razão: que é a de não querer atingir nada nem ninguém.
Bem, mas já que falas em avanços na democracia, ou em “perigosas ideias socialistas (utópicas ou não)”, deixa-me dizer-te que até percebo o teu ponto de vista. Só que, está provado, não cientifica mas historicamente, que estes avanços podem ser perigosos, se efectuados em contextos e com pessoas erradas (e deve haver tão boa gente à espera desse avanço…). Para mim, Jerónimo de Sousa desaparecer do mapa, era um avanço na democracia, porque simplesmente já não há paciência para a sua apologia da ingovernabilidade do Estado, mas, seria simultaneamente um retrocesso, porque vivemos em Democracia – um sistema que é possível em Portugal graças aos “pró-abriladas” de que tão jocosamente falas.
Ou seja, cabe-nos a nós, geração que vai pagar esta factura, construir novas correntes políticas ou, pelo menos, melhorar as actuais. Mas, para isso, é preciso ler – ler muito. E que mal tem irmos beber essas influências, seja a Marx, Adam Smith ou Churchill? Está comprovado que não funcionam? Ou nós (ou eles) é que não soubemos (souberam) pô-las a funcionar correctamente?
E, sinceramente, esta frase não me parece ser de agora – veio n’ “A capital” e ilustra as divergências – e aqui estamos nós outra vez – entre o “cadáver” Soares e o nosso amigo Cunhal…

Há uma dúvida simples: se Cavaco e Soares são "múmias" é, pois, lógico concluir que é na geração seguinte que se deveria procurar o PR. No entanto, quem seriam os candidatos? Vitorino? Francamente, Vitorino seria um pior PR que Cavaco... e olhem que eu voto incondicionalmente em Soares.

Pedro

Não Antonio Pedro, quando falo na necessidade de uma nova fase, esta não implica, forçosamente, obliterar Marx e Companhia enquanto grandes pensadores da sua época. Pelo contrário, concordo plenamente que bebamos dos suas teorias, assim como ele bebeu as de Hegel, e este por sua vez bebeu as ideias de outro qualquer. Não, da mesma maneira que não rejeito a dialéctica da história, também não rejeito uma "dialéctica do intelecto". Eu também, á minha maneira, não queria, nem quero, atingir nada nem ninguém. Sim, que leia-mos muito então. Mas, se assim é, imitemos Lenine e lentametne construamos as nossas proprias ideias, sem nunca nos apegarmos, por completo, aos clássicos. Limitemo-los a fontes de referencia,e saibamos ser pragmáticos, coisa que Lenine soube fazer tão bem. E uma boa maneira de assim agir seria olhar com atenção para a terminologia "pró-abrilada". É uma forma muito própria de me referir não ao 25 de Abril, em si, mas ao PREC em particular, e se bem te lembras, os senhores do PREC não eram muito democratas, que o digam as FP-25 e os retornados de África. Quanto ao "pró-abrilada" que acho que falas, isto é, o próprio 25 de ABRIL, sim senhor, deu-nos liberdade. Agora, o processo de democracia já estava a ser planeado dentro das esferas do Estado Novo. Que o digam a Ala Liberal, que fazia pressão para uma abertura do regime, Champalimaud, que pressão fazia na Camara Corporativa pa Portugal aderir á CEE, Adriano Moreira que apelava para uma independencia das provincias ultramarinas até 1980, e por aí fora. Esta pequena enumeração, é um exemplo do que sugeri á bocado: Pragmatismo, aceitando todas as fontes, e nunca negando o nosso próprio racíocinio, e por vezes, que ás vezes é espetacular, navegar contra a maré. Tal como Lenine, primeiro anarquista-agrário, depois social-democrata,marxista, então bolchevique, e por fim, marxista-leninista, mas sempre, ou quase sempre, contra a maré!

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