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Pés e cabeça

Jornais e Blogs lançam-se em discursos demolidores contra Jorge Sampaio e António Costa. É, aliás, um hábito que criaram, quais mulheres de mercearia que, no dia em que já não houver nem divórcios, nem adultérios no bairro, perdem o tema de conversa.
Pessoalmente, aplaudo a actuação quer de um, quer de outro. A TVI, na sua qualidade de mad TV, tem-me permitido assistir a sucessivos discursos e declarações de ambos. Vejamos, por exemplo, no caso das escandalosas férias do primeiro-ministro. António Costa reagiu de forma sensata, coerente. Simplesmente disse que não havia necessidade de Sócrates interromper as suas férias, pelo menos por enquanto. Foi imediatamente um festival: é o primeiro-ministro que já não manda no país, é um calão…Esquecem-se que interromper umas férias destas não é propriamente como o vizinho se meter no carro e vir do Algarve, mas enfim…Eu, humildemente, pergunto-me: porquê tudo isto? …Será que o primeiro-ministro, como ser humano que trabalha e que merece descansar não o pode fazer (mesmo sendo primeiro-ministro e, como tal, não tendo direito a nada que não seja ouvir contestações atrás de contestações…)?
Todas as medidas que foram anunciadas pelo Ministro da Administração Interna foram recebidas com sucessivos urros: “este deve estar à espera que os fogos se resolvam por decreto” e etc.…
Quanto a Jorge Sampaio, mostrou uma enorme presença de espírito no apelo que fez na reestruturação de todo o sistema de combate aos fogos; no estabelecimento de uma lei que obrigue os proprietários de matas a procederem à sua limpeza…Honestamente, não me pareceu um Governo ausente, nem trapalhão. Pareceram-me medidas e intervenções com pés e cabeça. Mas parece que ser desta opinião não interessa para nada nem a ninguém, no es muy verdad?

Tens toda a razão: porquê tudo isto? Defenitivamente, uma boa parte de nós não se consegue libertar da demagoguia que é a crítica fácil. Esqueçemo-nos que hoje, felizmente, o Estado não se encontra totalmente dependente da decisão de uma só pessoa, sendo, por isso, normal que um líder do executivo se ausente por 18 dias, delegando as suas funções num qualquer numero 2. Ainda mais hoje em dia, quando podemos facilmente mantermo-nos em contacto com qualquer parte do globo 24 horas por dia. Defenitivamente, muitos ainda se encontram presos a uma mentalidade mesquinha, que se encontra, a meu ver, afastada, pelo menos, 50 anos da realidade actual. Apenas de uma coisa tenho duvidas: numa época de sacrificios que devem caber a todos, será correcto que o arauto desses sacrifícios, não desse o exemplo? Com isto não quero criticar as férias, a que ele, como todos nós, têm direito, e com isto saliento que ele usufruíu, somente de 18 dias do mês a que tinha direito. Agora, tendo em conta o local que foi, e o murmúrio, que a se provar correcto, afirma que se trataram de umas férias principescas, não poderia ter sido escolhido um local, senão menos luxuriante, pelo menos mais discreto? Afinal, segundo consta, o exemplo deve vir de cima...ou será isso também mais uma ideia que se encontra desfazada do mundo actual?

Ninguém reparou que os incêndios pararam quando o Sócrates voltou? lol

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