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Acabei de ler uma recente biografia não autorizada sobre Steve Jobs. Posso dizer que encontrei nela motivos suficientes para o considerar um génio: (condição que até o seu próprio temperamento aparenta confirmar).
Steve Jobs (um dos fundadores da Apple) é alguém que, apesar de desde cedo se ter interessado por tecnologia - crescendo num bairro em que pululavam casas e trabalhadores deste sector – se destacou sempre pela sua ideia de gestão e investimento baseada nas suas convicções, e não em estratégias ditadas por entendedores da matéria. Self-made man, sem se ter, sequer, licenciado, funda a Apple Computer com um amigo, aos 20 e poucos anos, meses após ter causado um rombo gigantesco no orçamento de uma companhia de telefones por ter descoberto e desenvolvido um meio legal de fazer chamadas de graça - uma inocente caixa azul que o permitia, e que vendeu, mais tarde, aos amigos.
No Outono de 76, Steve e Wozniak constroem o primeiro computador Apple totalmente operacional, que foi, para eles, um grande impulsionador de vendas e de sucesso, com encomendas que chegavam às 50 unidades.
Mas nem tudo foi fácil para Steve Jobs: com um feitio difícil de lidar, com ideias que assustavam investidores, accionistas e a própria direcção da empresa (que já não geria sozinho), foi expulso da Apple, começando, em 85, outra empresa de computadores que se viria a revelar um fracasso – a NeXT.
Não se ficando por estes feitos, Steve Jobs – o monstro capitalista – consegue empenhar-se desde jovem em domínios espirituais, fazendo aos 20 anos uma peregrinação à Índia que o fez caminhar roto à chuva durante semanas para trocar uma simples palavra com um profeta.
Se esta descrição vos parece a coisa mais nonsense que ouviram até hoje, juntem-lhe o facto de, sem ter nada que ver com o ramo, Steve Jobs conseguir ser hoje um gigante do cinema, com uma empresa que conseguiu, pelo menos 4 records de bilheteira – sim, a Pixar.
Quem lê o livro percebe facilmente que Steve Jobs não é uma pessoa vulgar. Dotado de um carisma excepcional (basta observar durante 5mn as suas prestações nas famosas Keynotes ), consegue convencer o corpo de uma empresa a trabalhar quase 16h por dia (se for necessário) e multidões a adquirirem os seus produtos. Apesar de os utilizadores Mac serem uma gota no oceano Windows, Steve Jobs, o Mac OS e os computadores Apple não param de crescer: e o que é mais invulgar é que esse ritmo de crescimento só tem tendência a acelerar. Steve Jobs não cria produtos: cria fenómenos (de vendas) e modas: foi assim com os filmes de animação, foi assim com o iPod, foi assim com o iTunes, com o Powerbook e estou certo que será, também, com a sua aliança com a Intel – é apenas esperar para ver.
E todo este post escrito num Mac! Devias tê-lo dito! ;)
Posted by José Maria Pimentel | 30/1/06 8:40 da tarde