O que diz Pacheco Pereira
“(...)DUAS CANDIDATURAS QUE AINDA NÃO POUSARAM: A DE CAVACO E A DE SOARES: Cada uma com o seu dilema, quer a candidatura de Cavaco quer a de Soares têm margens de resultados estreitos e podem perder muito ou ganhar muito no tempo que falta. Cavaco precisa de passar à primeira volta, e isso exige um enorme esforço de mobilização. (...) Soares, por seu lado, precisa de dar tudo por tudo não só para ultrapassar Alegre, o que parece estar adquirido, mas para obter o mágico número que lhe permitirá ir à segunda volta (...).
(...) HAVER OU NÃO SEGUNDA VOLTA pode ser decisivo para o resultado final. Todos estão convictos, a partir das sondagens, que Cavaco ganha quer na primeira volta, quer na segunda. Pode ser que sim, mas eu não estaria tão certo disso. Se Cavaco não ganhar na primeira volta, vários efeitos, difíceis de retratar hoje nas sondagens, poderão verificar-se e mudar muito o panorama das eleições presidenciais. O único que o percebe bem é Soares.
Se pensarmos alto, não custa perceber que se houver segunda volta, ela será entre Soares e Cavaco. Ora, uma passagem de Soares à segunda volta coloca-o à partida na exacta posição contrária à que tem agora: hoje, é o perdedor, face a Cavaco, o ganhador. Se conseguir, contra todas as expectativas, passar à segunda volta, entrará nas eleições como vencedor(...).
(...)A DESAPARIÇÃO DE ALEGRE DOS RADARES: Alegre, como soares, queixa-se dos “comentadores”, por razões aliás muito parecidas. No entanto, como Soares, pouco tem de se queixar a não ser de si próprio. Há já vários dias que a campanha de Alegre é aquela que mais “vende” apenas a sua própria existência, o que é muito pouco para interessar os portugueses. Alegre não compreendeu que já acabou há muito o tempo em que lhe bastava fazer campanha apenas com as peripécias da sua iniciativa. Já sabemos que ele concorre para a presidência a partir de uma “vontade de cidadania”, que teve de arrancar contra a hostilidade dos “aparelhos partidários” (leia-se o PS), que o PS todos os dias lhe arranja uma complicação, que há “perseguições”, etc., etc.. Depois o que é que há mais? Nada. O que Alegre diz sobre qualquer tema é vago, confuso ou lugar-comum, e isso é mortífero. Se identificássemos Alegre com quaisquer causas, ele seria visível no radar mesmo sem “aparelho”. Sem identidade, ele nem solitário fica, mas apenas baço (...)”
Pacheco Pereira, in Público
Concordo com muito. Para mim, é dado adquirido que se houver segunda volta será entre Cavaco e Soares. Alegre não consegue mobilizar mais eleitores, pelas razões acima enumeradas e por outras que se prendem, sobretudo, com a sua incapacidade/inabilidade para trazer algo de novo para a campanha (lado que deveria ter sido o mais explorado por ele). Quanto a Cavaco, parece-me que não tem mais a ganhar: agora, só a perder. Esperemos que abra a boca mais vezes. Quanto a Soares, resta-lhe continuar a desmascarar Cavaco e captar eleitorado à custa disso.
(...) HAVER OU NÃO SEGUNDA VOLTA pode ser decisivo para o resultado final. Todos estão convictos, a partir das sondagens, que Cavaco ganha quer na primeira volta, quer na segunda. Pode ser que sim, mas eu não estaria tão certo disso. Se Cavaco não ganhar na primeira volta, vários efeitos, difíceis de retratar hoje nas sondagens, poderão verificar-se e mudar muito o panorama das eleições presidenciais. O único que o percebe bem é Soares.
Se pensarmos alto, não custa perceber que se houver segunda volta, ela será entre Soares e Cavaco. Ora, uma passagem de Soares à segunda volta coloca-o à partida na exacta posição contrária à que tem agora: hoje, é o perdedor, face a Cavaco, o ganhador. Se conseguir, contra todas as expectativas, passar à segunda volta, entrará nas eleições como vencedor(...).
(...)A DESAPARIÇÃO DE ALEGRE DOS RADARES: Alegre, como soares, queixa-se dos “comentadores”, por razões aliás muito parecidas. No entanto, como Soares, pouco tem de se queixar a não ser de si próprio. Há já vários dias que a campanha de Alegre é aquela que mais “vende” apenas a sua própria existência, o que é muito pouco para interessar os portugueses. Alegre não compreendeu que já acabou há muito o tempo em que lhe bastava fazer campanha apenas com as peripécias da sua iniciativa. Já sabemos que ele concorre para a presidência a partir de uma “vontade de cidadania”, que teve de arrancar contra a hostilidade dos “aparelhos partidários” (leia-se o PS), que o PS todos os dias lhe arranja uma complicação, que há “perseguições”, etc., etc.. Depois o que é que há mais? Nada. O que Alegre diz sobre qualquer tema é vago, confuso ou lugar-comum, e isso é mortífero. Se identificássemos Alegre com quaisquer causas, ele seria visível no radar mesmo sem “aparelho”. Sem identidade, ele nem solitário fica, mas apenas baço (...)”
Pacheco Pereira, in Público
Concordo com muito. Para mim, é dado adquirido que se houver segunda volta será entre Cavaco e Soares. Alegre não consegue mobilizar mais eleitores, pelas razões acima enumeradas e por outras que se prendem, sobretudo, com a sua incapacidade/inabilidade para trazer algo de novo para a campanha (lado que deveria ter sido o mais explorado por ele). Quanto a Cavaco, parece-me que não tem mais a ganhar: agora, só a perder. Esperemos que abra a boca mais vezes. Quanto a Soares, resta-lhe continuar a desmascarar Cavaco e captar eleitorado à custa disso.