Algumas Notas Sobre os Oscars, (quase) em directo*
Vejo os Oscars e vou tirando algumas conclusões: Jon Stewart tem algum jeito para a coisa (a piada a Russel Crowe, apesar de presumivelmente ensaiada, saiu-lhe muito bem – gostei especialmente da cara de gozo de Nicole Kidman) cumpre com uma possível exigência de 6 piadas por minuto, característica presente em todos os apresentadores da Cerimónia de que me recordo; os comentadores da TVI podiam-se ter preparado melhor, dado que, num Oscar anunciado por Chicken Little, uma galinha animada, o som falhou e estes não foram capazes de dizer de que filme se tratava (limitaram-se a esperar pela legenda) e o Tim Burton ficou com um melão descomunal por não ter ganho o Oscar de melhor filme de animação...
Vão anunciar agora o melhor documentário (só vi “A Marcha dos Pinguins”, mas tem que ganhar – ganhou! Isto de ir escrevendo em directo tem alguma piada).
Outra coisa que me contem com os nervos é o discurso de apresentação decorado: Porque é que Morgan Freeman foi o único com coragem para apresentar espontaneamente?
Voltando aos prémios, tenho a acrescentar que ainda não ganhou nenhum filme que tenha visto, o que me faz concluir que a minha cultura cinematográfica anda mesmo nas lonas.
Reparo, também, que os intervalos não duram mais que 2 minutos. Será que só em Portugal é que somos obrigados a gramar com 10/ 15 minutos de anúncios? Ainda por cima não são só anúncios convencionais, vão passando também os do “Clube Sexy”, que, pelo que percebi, nos manda imagens e vídeos de posições sexuais pela módica quantia de 2€ - o que faz, para mim, bastante sentido.
Sandra Bullock e Keanu Reaves vão apresentar o Oscar para melhor art direction (I wonder qual será a tradução em português): “Good night and good luck”, “Harry Potter and the Goblet of Fire”, “King Kong”, “Memoires of a Geisha” e “Pride & Prejudice”; ganhou o “Memoires of a Geisha”, embora, pelas imagens que vi, não me tenha impressionado muito – para alem disso, “Harry Potter” e “Pride & Prejudice” estavam fenomenais (neste e em outros aspectos)...
Impressionante, o apanhado de filmes intervencionistas...
Gostei do discurso do novo presidente da Academia, Sid Ganis. Gostei, especialmente, da parte em que este descreve a experiência que é ir ao cinema, e partilhar com dezenas de estranhos ("reunidos todos, ali, pelo mesmo motivo" - palavras deste) as sensações que o filme suscita.
Gostavo Santaolalla compôs a banda sonora de “Brokeback Mountain” e ganhou. Recomendo vivamente a dos “Diários de Che Guevara”, também composta por ele. Ainda não tive oportunidade de ver o filme, mas a banda sonora está fabulosa.
Para concluir - já que, se estivesse aqui a comentar a cerimónia inteira, ninguém iria, muito provavelmente, ler isto – gostaria só de agradecer este Osc...Ok, gostaria só de chamar à atenção para as montagens (no qual se inclui o apanhado que referi em cima), especialmente para um com clássicos, épicos e blockbusteres, que está incrível. Hollywood parece estar a oferecer, uma vez mais, um bom espectáculo.
Adenda: Quando parei de escrever, a cerimónia ia sensivelmente a meio: agora que já acabou, posso acrescentar que não deixa de ter piada a forma como a Academia optou por distribuir os Oscars deste ano. Nenhum para Spielberg (Não terão alguma razão, os que consideraram "Munich" um filme mediocre?), e 3 para cada um dos filmes mais apontados ("Memoirs of a Geisha", "Capote" e "The Secret of Brockeback Mountain")...Tendo em conta a elevada qualidade de cada um deles (pelo menos a julgar pelas críticas que li – à excepção de “Memoirs of a Geisha”, que desconhecia totalmente, e que não me despertou o mínimo interesse), foi uma decisão justa...
Tenho, no entanto, pena que nem o “Match Point”, nem a “Corpse Bride” tenham ganho algum Oscar...
*este é, provavelmente, o meu post mais longo para "A Mesa de Café", e entra directamente em contradição com um que antecede este, em que digo ter pena que outros Festivais de Cinema não tenham o mesmo mediatismo...
Parece que a Academia está farta de Woody Allen e Steven Spielberg. Nenhum Óscar para o Munich e três para o Memórias de uma Gueixa é incrível. Continuo na minha: O melhor filme do ano era o Munich...e não sou o único a pensa-lo:
http://hollywood.weblog.com.pt/arquivo/2006/03/oscares_2005_os_4.html#comments
:)
Posted by José Maria Pimentel | 6/3/06 8:33 da manhã
para mim o filme do ano foi mesmo o match point. qualquer um dos nomeados era bom mas crash? n m entra
o morgan freeman tb leu o ponto, simplesmente tem mais técnica q os outros tds e virava a cabeça d um lado para o outro.
abraço
francesco
Posted by Anónimo | 6/3/06 2:01 da tarde
o match point encheu-me as medidas... ja nao era justo so ter uma nomeaçao mt menos nao ganhar. a supresa da nt foi mm crash, qd vi o filme nao fazia ideia que ia ser nomeado quanto mais arrecadar a estatueta de melhor filme. a mim nao me parece justo, principalmente ao lado de filmes como munich e brokeback moutain. Cerimonia engraçada, gostei dos sketchs do começo mas o momento alto da noite foi mesmo a punblicidade (boa como o milho?marca clube milho- meu deus sera que nao pensam que o publico alvo daquela publicdd nao e propriamnt o msm de algm que esta a ver os oscars?)
Boa reportagem
beijinho ana
Posted by Ana | 6/3/06 3:04 da tarde
Art direction é direcção de arte. Ou seja, a parte dos cenários e design conceptual. É uma questão de se premear (melhor ou pior) a estética da cenografia e adereços do filme.
Pedro
Posted by Pedro Monteiro | 6/3/06 8:36 da tarde