Send As SMS

« Home | Back » | NAAAAAAAOOOOOOOO!!!!! » | No Caso de Ainda Restarem Dúvidas » | Dona de Casa Desesperada » | Promoção Escaldante » | Untitled » | Before & After » | Tê Pê Cê (para hoje, 24 de Março) » | Informação de Entretenimento » | E tu, já fizeste?? »

"Habana"



O “Habana” (não “Havana”, mas sim “Habana”) é um bar em Pas de La Casa (Andorra) onde a imagética cubana (Charutos Montecristo e cartazes do Che) se mistura com posters de Sumol, garrafas de bebidas coloridas e música pop. Foram poucas as vezes que entrei lá, mas chegaram-me para parar e pensar no significado de tudo aquilo; e pensar no que significaria, principalmente, para as pessoas que estão, digamos, à direita da esquerda. Penso que se já lhes deve custar a constatação de que o Che serve apenas, hoje em dia, para um empresário capitalista vender T-Shirts, encontrarem num bar em que 90% das pessoas desconhece, muito provavelmente, quem diabo esse Che seja (para alem do dito senhor das T-Shirts) lhes deveria custar muito mais. No entanto, não sendo da esquerda esquerda, custa (e sei que isto vai soar mesmo a lugar comum) ver aquilo em que uma figura histórica que inspira juventudes inteiras se transformou. Não sendo nenhum santo, Ernesto Che Guevara teve um papel histórico de inegável relevo. Não sendo nenhum santo, as suas mensagens são de fraternidade e paz. (Mesmo) não sendo nenhum santo, merece ser tratado com algum respeito, tão grande como o que o distancia de Fidel, Estaline ou Mao. É preciso não esquecer que Che se afastou da revolução cubana por a considerar demasiado embebida no modelo soviético. É preciso não esquecer que Che dedicou uma vida a combater um imperialismo cuja destruição de África (por exemplo) não pode ser esquecida, nem passar incólume. É preciso não esquecer o lado humano de um homem que ajudou populações miseráveis no imenso continente sul americano.
De resto, já não me surpreende que a infantilidade e o preconceito o metam no grande saco do comunismo, em que cabem todos os que são de esquerda e que honram os seus ícones (os comunas, passo a expressão); no entanto, esta é uma atitude tão irracional como fazer o mesmo em relação às pessoas da direita democrática (e não, não estou a falar de Ribeiro e Castro e do seu partido que precisa, pelos vistos, de “ser mais sexy”). Penso, honestamente, que enquanto não se conseguirem enfiar todos os macacos nos galhos, continuaremos a padecer de um grave atraso democrático - atraso esse responsável pelas sucessivas instabilidades governativas a que temos assistido, pelos bombardeamentos demagógicos à vista de todos em cartazes de rua, pela formação de pretensas elites intelectuais que pretendem apenas fugir aquilo que consideram o rebanho e o sistema (e vá, serem alternativos).
Concluindo: acabar com os fantasmas que assustam a democracia é uma necessidade que, de facto, existe. Mas existe tanto à direita como à esquerda...

Exacto. Achei bastante impressionante o percurso de vida do Che Guevara (do qual só sabia o básico) quando li uma biografia e excertos dos seus diários. Porque ele podia-se ter encostado a algum cargo político no recém-estabelecido regime cubano, mas foi fazer guerrilha no Congo e nunca conseguiu dela separar-se. Porque ele era um verdadeiro revolucionário e não alguém que vê a política como meio de atingir interesses.
Gostaria de visitar a verdadeira Havana, se bem que esta do post também parece interessante ;-)

O problema, Mariana, é que já não existe uma verdadeira Havana. Existe, sim, uma Havana destruida, de gente miserável, que canta por dinheiro e que vive oprimida por um regime inegavelmente totalitário...

Mesmo, andando a tornar-me cada dia mais velho casmurro intolerante e antiquato e tal...não deixo de simpatizar não com os ideais, mas com a vida e entrega do homem da boina, que tocava viola e tinha uma luta.
Algumas expressões do teu texto eu dao agradáveis eufemismos das associações que terás certamente feito ao ver determinadas pessoas num espaço daqueles...

bom texto...hasta la vitoria

Ainda estou para perceber porque é que deram o nome e o símbolo que deram a esse anedótico local... A imagem de "Che Guevara" vende assim tanto? (Ponho o nome entre aspas porque aquilo que a maioria dos que frequentam aquele bar não saberão realmente quem é o "senhor da boina")

realmente é incrível como é usado um incon da liberdade e da igualdade entre os homens num antro de consumismo puro. O "habana" representa infelizmente a nossa sociedade, completamente anómica, onde os valores da Dolce&gabana e da Armani são mais importantes que o conhecimento, a liberdade e a fraternidade(lindo)

Enviar um comentário
A Mesa de Café

Imprensa Desportiva

a mesa de café Blogger