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Porque ainda hoje há 25 de Abril



Porque é Abril, não posso deixar de escrever. Esta data de coisas boas para muitos e coisas muito mas para poucos tem que se lhe diga.
Nada me mete mais nojo do que aqueles que todos sabemos ser os oportunistas da época. Aqueles que usaram o dia 25 de Abril de 1974 e os anos que se seguiram a este dia como um “escadote” para os mais variados fins (quer seja para acabar o curso à socapa ou para ser 10 anos presidente à custa de reputações romanceadas). Rio com algum sarcasmo daqueles a quem, por sua vez, doeu “a golpada,” deixando de se poder dar ao luxo de explorar, insultar e “entregar” quem bem lhes apetecia.
Respeito as facções que à esquerda e à direita foram lutando por valores. Respeito aqueles que antes de Abril foram acusados do que fizeram (um tributo pela Liberdade que viria a vencer). Respeito os que depois de Abril foram acusados pelo que não fizeram (muitos dos que acusavam eram os oportunistas que nunca merecerão a Liberdade que Abril deu a conhecer). Felizmente, desde pequeno que tenho contacto de perto e conheço vários exemplos de ambos os casos. Estes sim, revoltam me bem mais que o proprietário minhoto que violava as criadas e deixava os filhos morrer à fome, mas coitadinho, depois do 25 de Abril teve que fugir porque já não tinha nada.
Não posso deixar de valorizar a geração que, no que viveu em Abril vê um incentivo para continuar em frente em busca de progresso e de justiça (e lamento a quantidade de oportunistas que andam infiltrados lá no meio), infelizmente não consigo pertencer ao grupo de pessoas que ainda acredita que é a militância e o partidarismo que realmente move uma Nação.
Há muita gente que diz mal de Abril. É me indiferente. Volto a rir-me para mim. No fundo, elas devem a Abril a Liberdade que têm para dizer mal de Abril. Da mesma forma que um dia me lembrei: “Eu digo muito mal do PCP; todavia, devo ao PCP essa liberdade que tenho para o maldizer…”; pode custar, mas é a verdade. E digo mal, porque, embora não tenha qualquer posição política, nem nenhuma proximidade a tal, acho o PCP um dos partidos mais descabidos; no entanto, foi devido a muitos deles que Abril aconteceu…

Agora, venham dizer-me: “Pois, tu não és ninguém, não sabes o que dizes, não viveste na época para falar!”. Óptimo, faz sentido, pelo menos tenho a mente aberta e sei ouvir o que cada um que viveu ou que sabe acerca do assunto tem para contar. Agora, que veja a ordinária da Cinha Jardim, logo de manhã, a falar no programa das emoções e das choradeiras (na TVI, claro), com o paneleiro do apresentador (que já todos conhecem) e a multidão a aplaudir, a chorar e a bater pamas: quase em tom de orquestra comandada por uma luzinha qualquer a ordenar “grito”,“risos”, “palmas”, “assobio”, “choradeira”… Essa senhora vivia em Moçambique, como imensa, imensa gente da minha família viveu. Essa pessoa tinha criadas para tudo e mais alguma coisa, benefícios e mais benefícios, à custa das vantagens que o sistema colonial oferecia (por acaso, sei bem como era a vida em Moçambique na altura e as regalias que o “pessoal da metrópole” facilmente conseguia por lá). Agora, vem-me esta criatura ensinar ao povo analfabeto o que?! Será que a vida que leva na alta sociedade em Lisboa a “aparecer em revistas e discotecas”, etc. com este e com aquele não lhe dá um estatuto social e de rendimentos idêntico ao que tinha anteriormente?! Então que tem ela que se queixar da revolução? Se a revolta assim tanto, que falasse nos políticos que apareceram sem ninguém saber de onde e sem nunca nada terem feito pela Liberdade. Que falasse naqueles que foram acusados de pertencer à PIDE sem nunca ter feito mal a ninguém! Que falasse dos que nunca trabalharam na vida e, com cheiro a oportunidade se apoderaram da empresa do patrão. Engraçado, só de escrever estas situações, a quantidade de nomes que não me para de saltar ao pensamento…
Quem não consente que o 25 de Abril possa ser associado a estas situações, que valorize e promova os valores e as melhorias que esta data veio a trazer. Para quem quer ou não quer ouvir, representou um marco de progresso a nível Ético e Moral na forma como se manda em Portugal (que, ainda assim, está longe de ser perfeita…). Comemoremos este dia, não é pelos aspectos negativos que vamos esquecer o que ele trouxe de bom!

Longe de agradar a todos, também está este texto. Penso que dispara em múltiplas direcções, mas que não diz nenhuma mentira.

Band, goste-se ou não do 25 de abril devemos-lhe pelo menos o facto de estarmos aqui a escrever. Devemos-lhe pelo menos o facto de podermos escolher as nossas orientações políticas e assumir-mosas nossas escolhas perante todos . Desenganem-se aqueles que dizem que só os de extrema esquerda(comunistas) lucraram com abril desenganem-se aqueles que dizem se vivia melhor no tempo de salazar. Melhor? Não ter liberdade, é para mim só uma razão para concordar com a revolução. Mais, aqueles que ainda idealizam a economia salazarista como solução de certeza que não tem bem a noção da realidade actual. Durante mais de 40 anos vivemos uma estagnação economica politca e social onde os valores de Deus, Pátria e Família imperavam...Como é possivel ainda hoje questionarem a utilidade da revolução?
Hoje,fala-se demasiado de abril, uns contra outros a favor, há quem quisse voltar aos tempos loucos do Prec ou há quem por e simplesmente sonhe com o império e com o regresso de Salazar, é desnecessário vivermos sob esses estigmas. A meu ver é inequivoco a importância do golpe de estado e não tenho qualquer dúvida em afirmar que Portugal está melhor, apesar de muitos terem aproveitado a revolução para se alapar a lugares públicos tendo criado a situação que hoje conhecemos mas essa é outra questão que agora não vale a pena falar


Por fim umas ultimas palavras em honra dos capitães que lideraram o movimento por terem tido a coragem mas também a integridade de cumprirem a sua missão e depois de se terem afastado sem se atirarem aos cargos politicos deste novo regime. Salgueiro Maia, é para mim, um dos maiores herois da história nacional!!!

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