Picar o Ponto
Não há muitas razões que justifiquem a minha inactividade; na verdade, penso haver apenas uma: preguiça/ moleza de fim de férias. Como não tenho ido a bibliotecas fingir que estudo, não tenho escrito nos intervalos que finjo que faço, logo, não tenho postado. Afigura-se-me que esse período começará brevemente – e com ele regressará a actividade (pelo menos assim o espero).
Já o mesmo não se pode dizer destes dois companheiros de café que são o Bandeirinha e o... pronto, vocês sabem quem ele é. Dos outros já nem vale muito a pena falar: um emigrou para a Francia, uma conseguiu a proeza de entrar em MEDICINA – parabenizo-a já aqui – e a outra...bem, a outra suponho que tenha emigrado para bem longe, ou que no Bunker em que passa horas a fio a descodificar santojustês e almeidacostês não haja internet. Mas isso agora não interessa muito, pois não?
A única coisa que me parece digna de comentário é, realmente, o discurso do Papa, que, como diz Pacheco Pereira, ninguém parece ter lido. E, apesar de me incluir nesse ninguém (que parece excluir sempre Pacheco Pereira), não posso deixar de dizer, desde já, que não concordo totalmente com o...sim, com esse. E não concordo totalmente – ou melhor, se concordo parcialmente – é porque sim, o Papa podia, efectivamente, ter escolhido um melhor caminho para o dialogo inter-religioso. Podia. Mas não tinha que o fazer, por uma simples razão: não há diálogo possível com o fundamentalismo, nem com o aproveitamento político. O Ocidente não queima Mesquitas quando um muçulmano se pronuncia sobre as Cruzadas. O Ocidente não mata muçulmanos quando algum ousa falar da Inquisição. O Islão moderado – que existe – percebeu a mensagem. O outro não. É pena.
A meu ver, o Ocidente não tem que abrir mão da liberdade, tal como o Papa não tem de deixar de lado as suas qualidades académicas por ser Papa... Parece-me simples...
Já o mesmo não se pode dizer destes dois companheiros de café que são o Bandeirinha e o... pronto, vocês sabem quem ele é. Dos outros já nem vale muito a pena falar: um emigrou para a Francia, uma conseguiu a proeza de entrar em MEDICINA – parabenizo-a já aqui – e a outra...bem, a outra suponho que tenha emigrado para bem longe, ou que no Bunker em que passa horas a fio a descodificar santojustês e almeidacostês não haja internet. Mas isso agora não interessa muito, pois não?
A única coisa que me parece digna de comentário é, realmente, o discurso do Papa, que, como diz Pacheco Pereira, ninguém parece ter lido. E, apesar de me incluir nesse ninguém (que parece excluir sempre Pacheco Pereira), não posso deixar de dizer, desde já, que não concordo totalmente com o...sim, com esse. E não concordo totalmente – ou melhor, se concordo parcialmente – é porque sim, o Papa podia, efectivamente, ter escolhido um melhor caminho para o dialogo inter-religioso. Podia. Mas não tinha que o fazer, por uma simples razão: não há diálogo possível com o fundamentalismo, nem com o aproveitamento político. O Ocidente não queima Mesquitas quando um muçulmano se pronuncia sobre as Cruzadas. O Ocidente não mata muçulmanos quando algum ousa falar da Inquisição. O Islão moderado – que existe – percebeu a mensagem. O outro não. É pena.
A meu ver, o Ocidente não tem que abrir mão da liberdade, tal como o Papa não tem de deixar de lado as suas qualidades académicas por ser Papa... Parece-me simples...
A diferença é esta: Um caso é os cartoons, em que se põe em causa a liberdade de expressão do Ocidente, que, manifestamente, se sobrepõe ao orgulho islâmico.
Outro caso é o da declaração vinda do mais alto representante da Igreja, e consequentemente um dos mais altos do Ocidente, em que o Papa (citando) diz que o islamismo na sua génese é mau e apela à guerra.
Não se trata só da fúria que isto provoca nos extremistas, mas no mais controlado desagrado que provoca nos islâmicos moderados.
Um Papa que apela ao diálogo inter-religioso não pode dizer uma coisa destas (mesmo que esteja certo).
Se o Papa dissesse que os tiranos que dominam grande parte do oriente são uma “cambada” de extremistas que “na sua génese são maus e apelam à guerra”, aí, concordaria completamente e apoiaria. O que se passou, é escusado alongar-me, é claramente diferente.
Quem eu me lembro, curiosamente, de incitar ao diálogo com os extremistas era o Mário Soares. Só por curiosidade (não estou, obviamente, a dizer que devas concordar com ele)...
P.S. (Obviamente que eu estou no grupo de todos que, à excepção de Pacheco Pereira, não leram o discurso e apenas ouviram ou leram as partes que a comunicação social achou mais marcantes. Como tal, admito que não tenha percebido bem a mensagem).
Posted by José Maria Pimentel | 22/9/06 12:59 da manhã
"e o... pronto, vocês sabem quem ele é."
Lol Acho que vou mudar de nome! :P
Posted by José Maria Pimentel | 22/9/06 1:00 da manhã