Trivialidades
“(...)Porque se ele [José Sócrates] fabricou o governo com gente da sua confiança pessoal e um ou outro delegado das facções do partido, o sexo não foi com certeza um critério relevante e as mulheres não se devem queixar, excepto, claro, da sua imprevidência(...)”
Vasco Pulido Valente, in “Público” (13 de Março de 2006)
Para Vasco Pulido Valente, tudo se explica pela podridão do sistema. As reformas, as maroscas, os cargos, as nomeações, o ministro, o embaixador, a Clara Ferreira Alves, etc... As banalidades que não façam parte do conjunto de reinvenções de usos, costumes e valores do séc. XIX (ingleses, de preferência), são apenas questiúnculas inócuas e triviais que não merecem a atenção de tão iluminado cronista – tudo faz parte e tudo se explica com um sistema podre, que o sodomiza diariamente sem que este dê conta.
Repare-se que não parece haver ninguém nascido depois de 1899 que desperte interesse a VPV. À excepção dele próprio, talvez.
Ora, depois de aniquilar Clara Ferreira Alves, VPV deu mais dois golos no J&B e partiu para outra – o Governo, desta (ou mais uma) vez. Como este pouco tem dado que falar, e era forçoso escrever alguma coisa para o dia seguinte no “Público” (sobre algo que oferecesse material para insultar, claro está) foi a única medida inocente que este Governo cumpriu a matéria eleita: o esforço de promoção da igualdade entre homens e mulheres no acesso aos cargos políticos. Esforço esse bastante importante. Porque se não há mulheres para José Sócrates “escolher”, a questão prende-se, certamente e sobretudo, com a ineficácia da norma constitucional (e o preceito que lhe é inerente), que, per se, não consegue(m) evitar esta lacuna do nosso sistema democrático (e não com a “imprevidência” de JS, como quer VPV) – sendo necessária, portanto, legislação “ordinária” eficiente. O Governo lembrou-se (e bem) dessa necessidade, e tentou dar-lhe resposta. Mas para VPV o assunto (como tudo o resto) é uma trivialidade, n'est ce pas?
Vasco Pulido Valente, in “Público” (13 de Março de 2006)
Para Vasco Pulido Valente, tudo se explica pela podridão do sistema. As reformas, as maroscas, os cargos, as nomeações, o ministro, o embaixador, a Clara Ferreira Alves, etc... As banalidades que não façam parte do conjunto de reinvenções de usos, costumes e valores do séc. XIX (ingleses, de preferência), são apenas questiúnculas inócuas e triviais que não merecem a atenção de tão iluminado cronista – tudo faz parte e tudo se explica com um sistema podre, que o sodomiza diariamente sem que este dê conta.
Repare-se que não parece haver ninguém nascido depois de 1899 que desperte interesse a VPV. À excepção dele próprio, talvez.
Ora, depois de aniquilar Clara Ferreira Alves, VPV deu mais dois golos no J&B e partiu para outra – o Governo, desta (ou mais uma) vez. Como este pouco tem dado que falar, e era forçoso escrever alguma coisa para o dia seguinte no “Público” (sobre algo que oferecesse material para insultar, claro está) foi a única medida inocente que este Governo cumpriu a matéria eleita: o esforço de promoção da igualdade entre homens e mulheres no acesso aos cargos políticos. Esforço esse bastante importante. Porque se não há mulheres para José Sócrates “escolher”, a questão prende-se, certamente e sobretudo, com a ineficácia da norma constitucional (e o preceito que lhe é inerente), que, per se, não consegue(m) evitar esta lacuna do nosso sistema democrático (e não com a “imprevidência” de JS, como quer VPV) – sendo necessária, portanto, legislação “ordinária” eficiente. O Governo lembrou-se (e bem) dessa necessidade, e tentou dar-lhe resposta. Mas para VPV o assunto (como tudo o resto) é uma trivialidade, n'est ce pas?