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Mais uma vez, vejo-me obrigada a falar em João Paulo II...

Li esta citação no Público:

"Vai longe quem lembre que o Papa tinha pedido, expressamente, que não o fotografassem 'no seu leito de morte ou após o falecimento'"
Joaquim Fidalgo, PÚBLICO, 13-04-2005
Curioso, que agora, no Público, onde, como em todos os jornais, foram publicadas imagens do corpo morto do Papa, surja esta afirmação, não? (Note-se que em publico.pt até há um dossier que acompanha, "passo a passo" todos os desenvolvimentos relativos ao assunto - se não acreditarem, verifiquem em: http://dossiers.publico.pt/dossier.asp?id=1424)
Contraditório? Naaaaaa.......Porquê?
Respeito pela vontade de um ser humano? Respeito pela morte? Ou respeito pela famigerada "liberdade de imprensa", cujo nome é tão usual e facilmente evocado?

Mas esse senhor que proferiu a frase fala em nome dele e não em nome do jornal PUBLICO.

claro que fala em nome dele, mas foi o público que publicou a frase e a pôs mesmo em destaque na edição online...

O editorial é assinado pelo Fidalgo e ele assume, como tal, toda a responsabilidade. O facto de ter vindo uma citação no publico.pt não quer dizer nada. O Público publica muitas citações todos os dias.

Pode não querer dizer nada, mas, de qualquer modo não deixa de ser contraditório... O que mais interessa, creio eu, é a falta de respeito pela vontade de alguém que faleceu.

certo, mas as citações que o Público faz não tem necessariamente a ver no contexto do jornal. E muita gente dentro do Público até deve achar que deveria ter respeitado a vontade do Karol Wojtyla. Mas o jornal é uma entidade noticiosa, não moral. Não estou a querer dizer com isto, obviamente, que não deve haver moralidade no serviço noticioso. Simplesmente que, como entidade privada, o Público tem certos deveres a cumprir. E um acontecimento como o funeral de uma das personalidades que mais influenciou o século passado deve ter foto!
Na minha opinião, deveria ter-se respeitado a vontade do homem.
Agora não acho que o Público entre em contradição ao pôr uma opinião contrária á sua acção. Pelo contrário, só está a fazer bem, e em que todas as vozes n sejam ignoradas. O Público responde por ele próprio. Uma empresa. O Fidalgo responde por ele. Uma pessoa. Para bom entendedor, meia palavra basta...

Só mais uma coisa (e desculpem-me se os meus posts são demasiado longos): a liberdade de imprensa só vai até à liberdade dos outros. Mais uma x, concordo que se deveria ter respeitado a vontade dele. mas de quem é a culpa? Dos jornais que a violam, pq têm o «dever moral» de 'informar'? Ou do Vaticano, que organizou e é responsável por todo o processo fúnebre? Esse para mim é o responsável. Não os fotógrafos, esses só estão a fazer o trabalho deles.

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