8 Mile
Um amigo meu disse-me há uns tempos que visse o “8 Mile” para perceber o porquê de ele não gostar de hip-hop. Confesso que, na altura, o conselho nem me pareceu estranho, porque não esperava muito (para não dizer que não esperava mesmo nada) de um filme feito de “Eminem” e “niggers” – pensei num filme-biografia do conhecido rapper e nas suas dificuldades de aceitação num meio dominado essencialmente por negros, que detêm por herança a qualidade de rappers.
Pois bem, devo dizer que a minha teoria em relação a este género de filmes “low-profile” se mantém. Não há nada como baixas expectativas para fazerem com que um filme nos surpreenda. “8 Mile” foi o caso. O que vi não foi um filme sobre o Eminem, este não existe sequer como ele próprio, e vi a realidade dos subúrbios de Detroit, habitados maioritariamente por “niggas”, que dão, tal como os brasileiros, um espírito diferente a uma realidade urbana esmagadora.
O filme apoia-se em dois aspectos: hip-hop e subúrbios. Hip-hop como banda sonora, subúrbios como cenário. Jimmy “B-rabbit” é um rapper que sonha com uma carreira no mundo da música que lhe permita uma vida digna, que nunca conseguiu obter junto da mãe, desequilibrada, incapaz de gerir uma casa e de tratar bem dos filhos, ao mesmo tempo que vive um quotidiano numa fábrica metalúrgica, namora e escreve letras para arrasar nas “fights”. É obvio que o filme contém aspectos da vida de Eminem, principalmente as imagens de Detroit e a relação com a mãe. No entanto, consegue-se perfeitamente perceber que o esforço para o qual todo o filme converge é o de não fazer um filme sobre este – fazer antes um filme que retrate com grandeza (os planos dos “clubs”, as imagens da decadente Detroit) a vida das classes baixas americanas, em autênticas selvas urbanas como Detroit. O sonho de todos os jovens, de conseguirem “one shot, one opportunity”. “8 Mile” é um bom filme, que nunca pode ser visto com opiniões pré-concebidas. Uma coisa é não gostar de hip-hop. Outra, até, é não gostar de Eminem. Outra bem diferente é não gostar deste filme. Eminem prova, para além das suas qualidade como produtor e como músico, a sua versatilidade enquanto artista. Na minha opinião, não se poderia esperar mais do seu papel – este conseguiu ser credível: tal como o próprio diz no “Making of”, permitiu-lhe reviver uma realidade que deixou há 5 anos, quando começou a ser mundialmente conhecido.
Para concluir, queria apenas dizer a todos os que têm dúvidas quanto a alguma vez virem a ver este filme (na minha opinião, são perfeitamente legítimas), que simplesmente as tirem, e vejam. Garanto que não se vão arrepender…
Pois bem, devo dizer que a minha teoria em relação a este género de filmes “low-profile” se mantém. Não há nada como baixas expectativas para fazerem com que um filme nos surpreenda. “8 Mile” foi o caso. O que vi não foi um filme sobre o Eminem, este não existe sequer como ele próprio, e vi a realidade dos subúrbios de Detroit, habitados maioritariamente por “niggas”, que dão, tal como os brasileiros, um espírito diferente a uma realidade urbana esmagadora.
O filme apoia-se em dois aspectos: hip-hop e subúrbios. Hip-hop como banda sonora, subúrbios como cenário. Jimmy “B-rabbit” é um rapper que sonha com uma carreira no mundo da música que lhe permita uma vida digna, que nunca conseguiu obter junto da mãe, desequilibrada, incapaz de gerir uma casa e de tratar bem dos filhos, ao mesmo tempo que vive um quotidiano numa fábrica metalúrgica, namora e escreve letras para arrasar nas “fights”. É obvio que o filme contém aspectos da vida de Eminem, principalmente as imagens de Detroit e a relação com a mãe. No entanto, consegue-se perfeitamente perceber que o esforço para o qual todo o filme converge é o de não fazer um filme sobre este – fazer antes um filme que retrate com grandeza (os planos dos “clubs”, as imagens da decadente Detroit) a vida das classes baixas americanas, em autênticas selvas urbanas como Detroit. O sonho de todos os jovens, de conseguirem “one shot, one opportunity”. “8 Mile” é um bom filme, que nunca pode ser visto com opiniões pré-concebidas. Uma coisa é não gostar de hip-hop. Outra, até, é não gostar de Eminem. Outra bem diferente é não gostar deste filme. Eminem prova, para além das suas qualidade como produtor e como músico, a sua versatilidade enquanto artista. Na minha opinião, não se poderia esperar mais do seu papel – este conseguiu ser credível: tal como o próprio diz no “Making of”, permitiu-lhe reviver uma realidade que deixou há 5 anos, quando começou a ser mundialmente conhecido.
Para concluir, queria apenas dizer a todos os que têm dúvidas quanto a alguma vez virem a ver este filme (na minha opinião, são perfeitamente legítimas), que simplesmente as tirem, e vejam. Garanto que não se vão arrepender…
8 mile---» american gettho cliché
Posted by Anónimo | 11/9/05 7:29 da tarde