Constituição Europeia?
Hoje não tenho muito tempo para desenvolver este assunto, mas não queria deixar de expressar o meu profundo AGRADO pelo "Não" dos Franceses à Constituição Europeia, que não significa necessariamente um "não" à Europa.
É uma recusa de uma União Europeia demasiadamente unida, tão unida que se omitem as características individuais de cada membro, a sua originalidade, a sua cultura, a sua tradição (A todos os níveis), etc.
Isto não é ser anti-europa, muito pelo contrário, apoio a união dos países do "velho continente" para se ajudarem mutuamente, agora, isso não implica que todos se rejam pela mesma constituiçãoo. Isto não só porque cada um tem a sua própria história política, como também porque, por muito perfeita que seja qualquer constituição, é impossível, que esta contemple todas as situações dos 25 estados-membro e não deixe muitos deles prejudicados!
Pouco sei acerca da Constituição Europeia mas, na minha humilde ignorância (que partilho com a grande maioria dos europeus), creio que os motivos que tenho para não a apoiar são plausíveis.
Depois, há toda a questão dos interesses político-económicos envolvidos e também a dúvida: Será que o resultado deste referendo vai mesmo impedir a UE de ratificar a Constituição Europeia?
Começo pela tua questão final: era só o que faltava não ter em conta uma opinião tão clara de um país como a França e continuar com a festa como se não tivesse faltado a luz!
O problema essencial é o distanciamento crescente entre as pretensões das putativas élites europeias e as preocupações terrenas do comum dos cidadãos. Os eleitores franceses votaram numa série de coisas ao mesmo tempo (pouco talvez na própria Constituição): contra Chirac, contra o desemprego, contra a liberalização, contra o discurso paternalista da competitividade, contra os instalados...
Mas, é perigoso regressar pura e simplesmente ao discurso e à prática das nações, porque como ouvi outro dia num debate televisivo "são as nações que fazem a guerra". Se mais nada de positivo teve, a União Europeia tem contribuido, pelo menos (e não é pouco!), para assegurar a paz num continente que nunca viveu em toda a sua história um período tão longo de tranquilidade (exceptuando a vergonha dos Balcãs).
Posted by Anónimo | 30/5/05 3:47 da tarde
Isto é claramente fazer publicidade:
no meu blog, tb falo deste tema (exposto de outra maneira claro), e agradecia também a partilha de opiniões, até porque este tema pode ser abordado por diferentes perspectivas, e acho que não vai ser necessário estar a reptir os argumentos de um lado e doutro.
Quanto à tua questão. a Constituição Europeia só avançaria se todos os outros países que estão a fazer referendos tivessem aceite e se juntassem aos que já ratificaram (n tenho conhecimento de nenhum) e todos juntos criassem um grupo de pressão para que a França aceitasse ir para a frente com isto. Como estamos a falar de um equilíbrio entre 25 países, e o que se tem visto é que na Holanda o filme parece ter o mesmo final que em França, a constituição n irá em frente, o que significa voltar atrás em muitos anos de negociações. Falou-se inclusivé em «convidar» países como a Dinamarca e a Noruega para saírem da UE visto que também eles n aceitaram esta constituição, mas no caso francês (e no holandês), será dar um tiro nos pés, visto que a França é um dos motores da Europa, e, tal como a Holanda, um dos países fundadores da CEE. É como querer trepar uma árvore e mutilar um dos pés.
Posted by Alexandre Carvalho | 1/6/05 6:39 da tarde