Finalmente descobri para que serve o algarismo que está à direita do nº do B.I.
Encontrei neste site o significado
Confesso que não conhecia Agostinho da Silva até me ter deparado com uma "conversa vadia" entre o mesmo e Miguel Esteves Cardoso, ficando de imediato espantado pela peculiaridade e originalidade do seu discurso, capaz de deixar um Miguel Esteves Cardoso, com menos dez anos em cima (estava de tal modo diferente que não o reconheci), totalmente sem resposta.
Agostinho da Silva foi um dos maiores filósofos do século XX. Formou-se em Filologia clássica, leccionou em Portugal e no Brasil ( neste durante o Estado Novo) e interessou-se por temas como a história de Portugal, a filosofia, a ecologia, os estudos africanos e orientais, a divulgação científica, a crítica literária, a biologia marítima e a etnologia. Na sua longa carreira abordou principalmente os temas da Cultura de língua portuguesa e da liberdade. Entre as suas novidades filosóficas encontra-se a reinvenção da Utopia do Quinto Império, com o povo português ao leme.
De facto, o professor foi um estudioso das características de cada povo (cultura), e um exaltador da cultura portuguesa que, considerava, voltaria a estar na vanguarda do Mundo. Para este filosofo, cada povo tinha uma cultura interísneca muito particular e a portuguesa, se não era dada ao trabalho como a alemã, era dada a grandes feitos.
Outra das suas ideias era a pretensão de que o destino das pessoas e do mundo se confundisse com a sua liberdade. Para isso dizia comungar da opinião dos descobridores portugueses que, segundo ele, procuravam um mundo em que não fosse necessário trabalhar e cada um fosse "poeta do mundo", ou seja, livre. Em suma, pretendia e previa o surgimento de uma Sociedade Perfeita. Para esse fim, elegia, espantosamente, como motor o Capitalismo, que considerava ter como fim o término da economia, devido ao fim da necessidade desta. No entanto, em mais uma demonstração da sua peculiaridade de pensamento, considerava também importante a filosofia marxista-leninista e maoista para este fim.
Em 1990, numa época em que o seu pensamento esteve muito em voga, a RTP 1 emitiu uma série de treze entrevistas com ele, denominadas Conversas Vadias e cujo visionamento recomendo vivamente.
No entanto, mais que um filósofo Agostinho da Silva era, acima de tudo, um Professor, um Sócrates dos tempos modernos, que exaltava a liberdade de pensamento individual e o diálogo:
“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se a1guns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem”
(Agostinho da Silva, 1906-1994, "Cartas a um jovem filósofo")
O mundo está-se a passar, e o sítio mais insano é, provavelmente, os EUA. Senão vejamos: Ele é a guerra do Iraque, que, qual jogo de computador, parecia ser o Hobbie predilecto de Bush; ele é o julgamento de Saddam Hussein, que se assemelha incrivelmente a um filme cómico; ele é as torturas nas prisões iraquianas; ele é ainda o espancamento de iraquianos por soldados britânicos comentado por um imbecil qualquer que merecia sofrer uma tortura pior, qualquer coisa como viver com a Manuela Moura Guedes para o resto da vida. E, por fim, a cereja em cima do bolo: Freitas do Amaral. O homem, que até estava a ter sucesso com a sua pose de independente, que via tudo de cima num politicamente correcto majestoso que pretendia, e conseguia, agradar a todos, meteu o pé na argola. De facto, conseguiu por a Esquerda e a Direita, não a seu favor, como pretendia certamente, mas contra si, o que, diga-se de passagem, é um feito apenas digno de alguém como ele. Primeiro aproximou-se da argola pé ante pé, falando de “Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria.”, comparando-os a Maomé. Mais tarde, num movimento de agilidade intelectual formidável, introduziu completamente o dito pé na dita argola proferindo, certamente confiando na sua superioridade, o seguinte: “Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos”. Parece que finalmente a esquerda se começa a aperceber que não foi assim tão bom negócio ter ido contratar a custo zero uma aparente pérola da Política como o nosso Freitas. Mais vale tarde que nunca, mas finalmente conseguimos perceber que esta pérola há muito que foi desencrostada do seu anel e já ressequiu.
Mas agora que já vimos o filme cómico, vejamos o Drama.
É com apreensão que venho a reparar (aliás, já aqui postei sobre o assunto) há muito tempo a curiosa e preocupante similitude entre as condições que vivemos hoje e as que deram origem, há quase 70 anos à II G.M e até, de certa maneira, das que deram origem à I G.M. Se repararmos bem, há 70 anos estava-se numa situação parecida com a que vivemos hoje. Hitler reforçava o exército, fazia alianças com Berlim e Tóquio e ameaçava a Guerra iminente. Hoje vemos o Irão e a Coreia do Norte a fabricar armas Nucleares, o terrorismo a alastrar, e, pior que tudo, um fanatismo religioso que controla totalmente as sociedades islâmicas (felizmente, não todas) persuadindo os populares a odiarem o Ocidente. Hoje, como há 70 anos, os Governos Democráticos querem a todo o custo fingir que não se passa nada, o que, como aconteceu nesse tempo, pode ter consequências bastante graves. Ora bem, mas se estas circunstâncias me parecem semelhantes aquelas que se viveram nos anos 30, há outras que me parecem bem piores. É que nessa altura os cidadãos alemães e os italianos, por exemplo, não eram propriamente muito diferentes dos seus congéneres ingleses e franceses, pois eram todos fruto de uma evolução comum, só quebrada poucas décadas antes. O que os diferenciava era que os primeiros possuíam governos que através de uma máquina propagandista exemplar os mandatavam a participar e a concordar com uma guerra ilógica e os segundos tinham governos democráticos. Agora a situação é bem diferente. As sociedades islâmicas encontram-se num mediavalismo inacreditável em que a religião se sobrepõe ao estado. Para além disso estes povos não esquecem os conflitos passados com o Ocidente nem a mãozinha dos EUA nos seus territórios. Por outro lado, possuem a droga do Ocidente, o petróleo e sabem como se fazer valer disso. E, o mais preocupante: desenvolveram-se muito, economicamente, enquanto que, socialmente, isso não se verificou. Este facto dá-lhes a sensação de poder para combater o Ocidente, algo que, há cem anos não tinham.
A situação de hoje ultrapassa largamente a simples diferença entre Democracia e Ditadura, é muito mais grave e desperta fantasmas antigos com que o Ocidente nunca soube lidar. Enquanto há 70 anos, embora com a ajuda das nações democráticas, Hitler teve de carregar a lenha, atirá-la para a fogueira e acender a mesma, agora basta aos governos islâmicos deitar uma achazinha para as chamas irromperem de uma fogueira que há muito está carregadinha de lenha.
E, mais grave que tudo, enquanto a segunda guerra parecia poder ser resolvida para sempre através da guerra e da deposição das ditaduras, esta iminente guerra do Islão é muito mais do que isso e parece um bico de obra bastante mais difícil de solucionar.
Livros de que (quase) toda a gente gosta de falar, mas que (quase) ninguém leu:
-A Bíblia Sagrada
-O Capital, de Karl Marx
Livros de que (quase) ninguém gosta de falar, mas que (quase) toda a gente leu:
-O Código Da Vinci, de Dan Brown
-Harry Potter, de J.K.Rowling